O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, janeiro 19, 2002

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A Natureza Mãe

Não são as revoluções ou convulções sociais,
que nos levam ao Conhecimento e à Liberdade.
Não é fora de nós que está o inimigo, seja ele pobre ou rico.
O mundo muda e gira há milhões de anos,
em mutações de espécies, transformaçoes e descobertas.
O homem percorreu séculos de aventura e luta.
Descobriu a vacina da tuberculose e a bomba atómica...
Foi á Lua e a Marte, criou o inferno,
e nada mudou dentro de si mesmo.

Muito mais difícil do que descobrir mundos por fora,
é descobrirmos quem somos, ou ir dentro do nosso próprio Ser...
Mais difícil do que atravessar mares nunca dantes navegados,
atravessar planícies e desertos, derrubar muros,
ou ir a um qualquer longínquo planeta,
é remover toda a ignorância dos escombros de culturas,
histórias e civilizações...
É ser-se o que se é sem medos nem pruridos,
É rezar a uma Deusa-Mãe-Natureza esquecida,
Que sempre habitou dentro de nós:
Muçulmanos ou Hindus, Cristãos e Judeus,
Agnósticos ou ateus, pois todos viemos dela.


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A serpente e o fogo ...

Todas as dores de um parto que não sofri
No meu ventre,
E que a minha alma inteira sente,
Vivi-as na consciência do amor em mim!
Amor que nasce perfeito da Mãe-filha que sou:
Ida e Pingala,
Unidas na memória ancestral do Akasha...


Este foi o primeiro incesto:
O casamento alquímico, o ouro puro dos egípcios,
A Arca perdida e o Bastão da vida,
A Kundalini dos Hindus.


In “Antes do Verbo era o Útero”

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