O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, abril 27, 2002



Em Portugal, quando falamos para alguém e a pessoa parece que não nos escuta ou está alheia, nós dizemos que "estamos a falar para o boneco", que é como quem diz: ninguém nos ouve ou essa pessoa parece um ser inanimado... pois eu aqui tenho mesmo essa sensação de estar a falar para o boneco... Esta coisa com teclas e um ecran que regista silenciosamente letras é um ser inanimado! É aí que a dúvida em continuar me assola. Para quê isto? Eu não consigo pensar no meu prazer apenas, independentemente da utilidade disto tudo. Ter prazer numa coisa significa para mim também a sua correspondência, como em tudo... Se ninguém tem prazer em ler isto ou em me ouvir, para que é que eu falo? Ninguém fala sem um interlocutor... a não ser que seja egoísta, prepotente ou doido! Há gente que se gosta de ouvir e lhe é indiferente que o ouçam. Não é o meu caso. Portanto eu questiono-me muitas vezes da utilidade de se escrever para o "boneco", digo para a Internet...
Ás vezes pergunto-me se há mesmo pessoas do outro lado, algures, neste universo imponderável de gente que navega ao acaso...

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