O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, maio 26, 2002


A VERDADE VEM SEMPRE À SUPERFÍCIE

Esta tarde ouvi um documentário sobre a depressão nos bebés...como a depressão das mães afecta as crianças mesmo antes de nascer...as angústias e os medos....Nascemos marcados por sentimentos adversos que herdamos mesmo antes de nascer...Eu sempre disse que a minha infelicidade era congénita!...E tudo o que fiz em toda a minha vida nada mudou essa predisposição...Com isto já perdi todos os amigos e todas as festas. Resta-me rir sòzinha e escrever para mim mesma! A infelicidade e o sofrimento é o mais natural na nossa humanidade, não sei porque é que agora se inventou esta mentira de se ser feliz e a vida ser cor de rosa...R.L.

O DESASSOSSEGO DA VIDA

Há máguas íntimas que não sabemos destinguir pelo que contêm de subtil e de infiltrado, se são da alma ou do corpo, se são o mal estar de se estar sentido a futilidade da vida, se são a má disposição que vem de qualquer abismo orgânico - estômago,´fígado ou cérebro. Quantas vezes se me tolda a consciência vulgar de mim mesmo, num sedimento torvo de estagnação inquieta! Quantas vezes me dói existir, numa náusea a tal ponto incerta que não sei destinguir se é tédio, se um prenúncio de vómito! Quantas vezes...

Fernando Pessoa

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