O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, agosto 25, 2002



L’ÉVANGILE DE MARIE MADELEINE ...

“Notre âme entretient la maladie et la mort en elle dès que nous créons une séparation, dès que nous élevons une frontière et jugeons de façon condamnatoire. L’état de guerre ressemble initialement à un germe planté dans notre sol intérieur. Il ne faut pas oublier que, comme tous les germes, il fait ses racines en nous avant d’élancer ses ramifications en plein jour vers l’extérieur. On ne répand la souffrance et la mort autour de soi que si on a déjà fait la place en soi pour celles-ci, c’est-à-dire si on est déjà un malade et un moribond.
Au niveau subtil, semer la mort ce sera priver la conscience de l’Espoir, donc de la Joie, ce sera la contraindre à une plongée dans l’Oubli.”


-selon le Livre du Temps. D. MEUROIS-GIVAUDAN


ORAÇÃO

Meu Deus, me dê a coragem
de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites,
todos vazios de Tua presença.
Me dê a coragem de considerar esse vazio
como uma plenitude.
Faça com que eu seja a Tua amante humilde,
entrelaçada a Ti em êxtase.
Faça com que eu possa falar
com este vazio tremendo
e receber como resposta
o amor materno que nutre e embala.
Faça com que eu tenha a coragem de Te amar,
sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.
Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.
Receba em teus braços
meu pecado de pensar.


Clarice Lispector

Tirado de:FROM VENUS

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