O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, abril 29, 2003

O MAIS IMPORTANTE LIVRO QUE EU JÁ LI ...




O CÁLICE E A ESPADA


"Ashley Montagu compara a importância da obra de Riane Eisler a de Charles Darwin. Exagero? Em parte talvez.
Mas se o magnífico trabalho desta autora fosse lido e examinado amplamente nos circuitos acadêmicos, sem o sujo filtro androcrático ("machista") que o rejeita de imediato da mesma forma histórica brilhantemente denunciada pela própria autora, com toda certeza revolucionaria por completo pelo menos a Antropologia, História e Sociologia.
A união harmônica entre o a razão e a emoção, a mente e o espírito, o corpo e a alma, e sobretudo entre o feminino e o masculino é a meu ver a única esperança para uma humanidade que se comporta tal como uma pessoa que só valoriza um de seus hemisférios cerebrais. Riane Eisler é em minha sincera opinião, uma das maiores personalidades de nossa era e sua obra o "Cálice e a Espada" é um dos poucos livros ao qual eu ficaria tentado a tornar leitura obrigatória em todos os cursos, se cedesse a minha natureza dominadora.
Se alguém quiser conversar sobre o assunto..."


Marcus Valerio XR, xr@samerica.com


VIA ÓPTIMA - EDIDORES
Rua de Meinedo, 79
4100-338 Porto




Fernando Pessoa..

"A direção constantemente abandonada do nosso destino,

A nossa incerteza pagã sem alegria,

A nossa fraqueza cristã sem fé,

O nosso budismo inerte, sem amor pelas coisas nem êxtases,

A nossa febre, a nossa palidez, a nossa impaciência de fracos,

A nossa vida, o mãe, a nossa perdida vida... "




AS NOSSAS POETISAS DESCONHECIDAS...


Pelo sagrado amor que vem de ti,
amor que eu amo com amor sagrado;
pelo Ideal descoberto e realizado,
- bendita seja a hora em que te vi!

Pelas malditas horas que vivi
no desejo de amor tão desejado;
pelas horas benditas ao teu lado,
- bendita seja a hora em que nasci!

Pelo triunfo enorme, pelo encanto
que me trouxeste, é que eu bendigo tanto
a hora suave que te viu nascer...

Amor do meu amor! Amor tão forte,
que se um dia sentir a tua morte,
será bendita a hora em que eu morrer!

VIRGÍNIA VITORINO (1897-1967)


segunda-feira, abril 28, 2003

"Tous les poétes dignes de ce nom, se reclamant de la Muse depuis que
la poésie a commencé d'être, lui ont implicitement fait une déclaration d'amour:
"Dans tout l'univers, personne n'est plus grand que la Triple Déesse!"


in "La Déesse Blanche"
de ROBERT GRAVES




“Il est mortel de se moquer d’un poète,
d’aimer un poète, d’être un poète".




VEN SIEMPRE, VEN

No te acerques. Tu frente, tu ardiente frente, tu encendida frente,
las huellas de unos besos,
esse resplandor que aun de día se siente si te acercas,
esse resplandor contagioso que me queda en las manos,
esse río luminoso en que hundo mis brazos,
en el que casi no me atrevo a beber, por temor después a
(ya una dura vida de lucero.

No quiero que vivas en mí como vive la luz,
con ese ya aislamiento de estrella que se une con su luz,
a quien el amor se niega a través del espacio
duro y azul que separa y no une,
donde cada lucero inaccesible,
es una soledad que, gemebunda, envía su tristeza.

La soledad destella en el mundo sin amor.
La vida es una vívida corteza,
una rugosa piel inmóvil
donde el hombre no puede encontrar su descanso,
por más que aplique su sueño contra un astro apagado.

Pero tú no te acerques. Tu frente destellante, carbón encendido
(que me arrebata a la propia conciencia,
duelo fulgúreo en que de pronto siento la tentación de morir,
de quemarme los labios com tu roce indeleble,
de sentir mi carne deshacerse contra tu diamante abrasador.

No te acerques, porque tu beso se prolonga como el
(choque imposible de las estrellas,
como el espacio que súbitamente se incendia,
éter propagador donde la destrucción de los mundos
es un único corazón que totalmente se abrasa.

Ve, ven, ven como el carbón extinto oscuro que encierra una muerte:
ven como la noche ciega que me acerca su rostro;
ven como los dos labios marcados por el rojo,
por esa línea larga que funde los metales.

Ven, ven, amor mío; ven, hermética frente, redondez casi rodante
que luces como una órbita que va a morir en mis brazos;
ven como dos ojos o dos profundas soledades,
dos imperiosas llamadas de una hondura que no connosco.

Ven, ven, muerte, amor: ven pronto, te destruyo;
ven, que quiero matar o amar o morir o darte todo;
ven, que ruedas como liviana piedra,
confundida como una luna que me pide mis rayos!


VICENTE ALEIXANDRE (1898-1984)

domingo, abril 27, 2003






Hera, a deusa das mulheres

Cantemos agora Hera, a deusa das mulheres,
Que governa o mundo no seu trono de ouro.

Cantemos agora Hera, a filha de Terra,
filha da mais antiga das deusas.

Cantemos agora a rainha dos deuses,
Cantemos a mais bela de todas as deusas.

Ninguém é mais amado do que tu,
Feminina hera, ninguém é mais venerado.

Não há ninguém na terra mais respeitado do que tu
Ó majestosa Hera, ninguém mais partilha da tua glória

És acima de todas a mais venerada das deusas
És acima de todos os deuses a mais amada de sempre.




Se existe uma deusa do feminino, deve certamente ser Hera. Pois ela representa o que sucede ao poder das mulheres num mundo que não está disposto a reconhecê-lo. É como aquela piada amarga: quando um homem promove os seus interesses, é porque sabe o que quer, mas quando é uma mulher que o faz, é ambiciosa e egoísta. Quando um homem dá ordens, aplica a sua autoridade; quando uma mulher o faz, é uma desmancha prazeres, resmungona.
Isto não é apenas uma piada. É real. A socióloga Dale Spencer demonstrou que quando as mulheres ocupam dez por cento do tempo na conversa com os homens, são consideradas conversadoras; quando ocupam vinte por cento (deixando apenas oitenta por cento para o companheiro) são consideradas muito faladoras, e quando se atrevem a ocupar um terço do tempo de conversação os homens põem fim à conversa e vão-se embora, sentindo-se ameaçados e cercados.


(...)

“Quando um deus dá à luz fazendo batota, é um milagre. Quando uma deusa dá à luz sozinha, deve castigar-se a mãe e o filho...”

A condenação à morte por lapidação das mulheres muçulmanas quando têm filhos fora do casamento é um "bom" exemplo e tràgicamente actual...
Lembrem-se da nigiriana AMINA que está em risco de ser enterrada viva e depois morta com pedras atiradas à cabeça...



PORTANTO Isto não acontecia só no panteão grego em que os deuses invasores e patriarcais usurparam o poder da deusa mãe e a condenaram a “consorte” desses deuses imundos de guerra e ódio que era o deus das tribos bárbaras que deram origem á nossa “civilização”...e que à imagem dos seus chefes guerreiros perpetuaram esse criminoso sistema até aos nossos dias!.

Com a Deusa sagrada Hera fizeram isso e “casaram-na” à força com o seu Zeus, o mais cretino dos deuses da antiguidade que passou a vida a violar e a enganar deusas e mulheres e que tornou as mulheres inimigas umas das outras ..

Enfim, “não admira que Hera andasse de mau humor" e se transformasse numa megera!

Tal como Hera, é fácil hoje para as mulheres verem-se num estado de permanente indignação. Basta apenas que sejam conscientes e que tenham um contacto mínima com as sociedades que as rodeia. Como é possível manter a boa disposição num mundo cheio de violações e de agressão, de insultos e perigo? Como é possível sorrir ao ouvir alguém proferir pela centésima vez um estarrecedor comentário machista no local de trabalho? Quantas vezes é possível desviar os olhos antes que isso corroa a nossa alma?

Mas veja-se o que acontece quando falamos. Ainda hoje, as mulheres que detêm poder são muitas vezes transformadas em demónios, como sucedeu com a Deusa Hera. Uma geração anterior troçou de Eleanor Roosevelt por ser feia; hoje uma primeira dama foi ridicularizada por falar com franqueza. Hera, pendurada no céu, - castigada por Zeus por esta lhe Ter desobedecido...- é uma imagem demasiado nítida das mulheres a serem ridicularizadas publicamente por possuírem poder e autoridade interior - e por o demonstrar”. Castigadas, digo eu...





Avisei que viria aqui de vez em quando mexer no Caldeirão para acelerar o processo da Consciência da Mulher-bruxa e lutar contra o uso abusivo da Nossa Senhora e Mãe e Deusa e rir-me das parvoices dos políticos...mas hoje é a irritação de ver os homenzinhos da bola terem levado uma tacinha ao Papa com a Nossa Senhora de Fátima em cima, como um borloque a enfeitar... também me lembrei do tal modernaço que disse que graças à Senhora Nossa de Fátima o "Prestige" não tinha chegado a Portugal...Não sabe ele, o imbecil rapazote, que a Galiza é Terra santa e também da Deusa? Não, hoje não tenho nenhuma vontade de rir...







CALDEIRÃO DA BRUXA

Nota da bruxa:

Talvez o Caldeirão seja o mesmo ou a Taça, mas eu não pertenço a nenhum movimento nem tenho nenhuma filiação, mas simpatizo com todas as bruxas e verdadeiros bruxos que contribuem para uma noção clara do Paganismo em geral e na recuperação da Imagem da Deusa Mãe na Terra.


Como alguém dizia: "é tão difícil juntar os pagãos como um "rebanho" de gatos..."

sábado, abril 26, 2003



Mágoa externa na Terra,
choro silencioso do Mundo
.


Vem, ó noite, e apaga-me, vem e afoga-me em ti.
Ó carinhosa do Além, senhora do luto infinito,
Mágoa externa na Terra, choro silencioso do Mundo.
Mãe suave e antiga das emoções sem gesto,
Irmã mais velha, virgem e triste, das idéias sem nexo,
Noiva esperando sempre os nossos propósitos incompletos,
A direção constantemente abandonada do nosso destino,
A nossa incerteza pagã sem alegria,
A nossa fraqueza cristã sem fé,
O nosso budismo inerte, sem amor pelas coisas nem êxtases,
A nossa febre, a nossa palidez, a nossa impaciência de fracos,
A nossa vida, o mãe, a nossa perdida vida...

Não sei sentir, não sei ser humano, conviver
De dentro da alma triste com os homens meus irmãos na terra.
Não sei ser útil mesmo sentindo, ser prático, ser quotidiano, nítido,
Ter um lugar na vida, ter um destino entre os homens,
Ter uma obra, uma força, uma vontade, uma horta,
Unia razão para descansar, uma necessidade de me distrair,
Uma cousa vinda diretamente da natureza para mim.

Por isso sê para mim materna, ó noite tranqüila...
Tu, que tiras o mundo ao mundo, tu que és a paz,
Tu que não existes, que és só a ausência da luz,
Tu que não és uma coisa, rim lugar, uma essência, uma vida,
Penélope da teia, amanhã desfeita, da tua escuridão,
Circe irreal dos febris, dos angustiados sem causa,
Vem para mim, ó noite, estende para mim as mãos,
E sê frescor e alívio, o noite, sobre a minha fronte...
'Tu, cuja vinda é tão suave que parece um afastamento,
Cujo fluxo e refluxo de treva, quando a lua bafeja,
Tem ondas de carinho morto, frio de mares de sonho,
Brisas de paisagens supostas para a nossa angústia excessiva...
Tu, palidamente, tu, flébil, tu, liquidamente,
Aroma de morte entre flores, hálito de febre sobre margens,
Tu, rainha, tu, castelã, tu, dona pálida, vem..


excerto do poema Passagem das horas de Álvaro de Campos

sexta-feira, abril 25, 2003

"Nisto, o Anjo que eu vira de pé sobre o mar e a terra levantou a mão direita para o céu e
jurou por aquele que vive pelos séculos dos séculos — que criou o céu e tudo que nele existe,
a terra e tudo o que nela existe, o mar e tudo que nele existe —: já não haverá mais tempo!"


(Apocalipse, 10, 5-6)




"En el mistico hay fruicíon, goce, delectacion en la experiência extrema a la que su entera nturaleza es arrastada:
un movimiento de apertura, de irresistible salida y negación de los proprios limites, de destrucción de la identidad de si mismo
por unión a través del éxtasis o júbilo amoroso"


José Miranda in EL UNIVERSO IMAGINÁRIO


PORQUE...

Porque os outros se mascaram e tu não.
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo e tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam e tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis e tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam e tu não.


SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDERSEN

quinta-feira, abril 24, 2003




SAUDADE DO TEU CORPO

Tenho saudades do teu corpo: ouviste
correr-te toda a carne e toda a alma
o meu desejo – como um anjo triste
que enlaça nuvens pela noite calma?...

Anda a saudade do teu corpo (sentes?...)
Sempre comigo: deita-se ao meu lado,
dizendo e redizendo que não mentes
quando me escreves: « vem, meu todo amado...»

É o teu corpo em sombra esta saudade...
Beijo-lhe as mãos, os pés, os seios-sombra:
a luz do seu olhar é escuridade...

Fecho os olhos ao sol para estar contigo.
Eh de noite este corpo que me assombra...
Vês?! A saudade é um escultor antigo!


ANTÓNIO PATRÍCIO (1878-1930)



Mas Eu

Mas eu, em cuja alma se refletem
As forças todas do universo,
Em cuja reflexão emotiva e sacudida
Minuto a minuto, emoção a emoção,
Coisas antagônicas e absurdas se sucedem —
Eu o foco inútil de todas as realidades,
Eu o fantasma nascido de todas as sensações,
Eu o abstrato, eu o projetado no écran,
Eu a mulher legítima e triste do Conjunto
Eu sofro ser eu através disto tudo como ter sede sem ser de água.


Álvaro de Campos

quarta-feira, abril 23, 2003


ATENÇÃO, ATENÇÃO...

- Bom... eu só venho avisar que vou começar a fazer algumas intervenções políticas...
Evidentemente não politicamente correctas, como devem calcular...eh, eh, eh...

Para começar vou-vos contar que aquele rapaz modernaço que tem um jaguar e é ministro da defesa
(da defesa de quê? - está visto que os rapazes ainda andam a brincar aos aviõezinhos e às avionetas...),
vai condecorar os militares jovens que acompanharam fardados na televisão a guerra no Iraque...

A minha alma de bruxa está parva...



CRÓNICA DOS DIAS MAL CONTADOS...

“Tão regrada, regular e organizada é a vida social portuguesa que mais parece que somos um exército do que uma nação de gente com existências individuais. Nunca o português tem uma acção sua, quebrando com o meio, virando as costas aos vizinhos. Age sempre em grupo, sente sempre em grupo. Está sempre à espera dos outros para tudo. E quando por milagre de desnacionalização temporária pratica a traição à Pátria de Ter um gesto, um pensamento ou um sentimento independente, a sua audácia nunca é completa porque não tira os olhos dos outros, nem a sua atenção das suas críticas. (...) Por isso (...) nunca é possível determinar as responsabilidades, elas são sempre da sexta pessoa num caso onde só agiram cinco.”

Texto de Fernando Pessoa

In “A ALMA SECRETA DE PORTUGAL”
De Paulo Alexandre Loução


- Para além de genial e quase inacreditável, passados mais de setenta ou mais anos - quase um século - este é, grosso modo, o nosso quadro: o português ainda é assim...Somos assim em grupo no teatro, no cinema, e na literatura...somos assim em grupo na televisão, no futebol e no fado e em Fátima... O que mudou talvez, foi um verniz europeu de dar uns ares da sua graça, talvez uns dois passos a frente e três atras, uma Expo, pintar os prédios velhos, tudo para inglês ver e depois à francesa ou à americana, nos Açores, somos sempre carneiros atrás de um rebanho qualquer...e no contexto político, seguimos os raros com alguma “ individualidade”, que por sua vez não fizeram nada a não ser imitar os estrangeiros e mesmo sem Salazar, cheios de medo dos vizinhos, os da assembleia nacional ou do bairro ou do partido ou os da bola - o que vem a dar ao mesmo - independentemente da “peixarada”, não fazemos nada senão depois dos outros fazerem primeiro para logo a seguir desfazer com unhas e dentes tudo o que o outro fez de modo que nunca saímos de cepa torta...a ver se um milagre nos endireita. E isto à esquerda e à direita...e a culpa é sempre do D. Sebastião, ou do Guterres, o sexto dos cinco que somos sempre.

A direita só faz m... por causa da esquerda e a esquerda não resolve por causa da direita...ou vice-versa. A cultura é a dos “lobys” ou dos interesses e cunhas e dos oportunismos que prevalecem sobre uma verdadeira expressão do ser português tal como se é! Não a sacar dinheiro onde quer que seja - como os mais "espertos" - e depois ser-se ministro da defesa ou das obras feitas com conta na Suiça à conta dos papalvos.

- Como nos rimos do que é “nosso” e do povinho e uns dos outros e contamos anedotas e deitamos abaixo o que quer que seja ou quem ouse sair desses grupos! Seja do partido ou do clube ou da igrejinha.....E ainda assim quem tem voz são os estrangeirados, filhos de pais estrangeiros, com à vontade para rir e falar sem medo porque a mãe é inglesa ou pai alemão e tem nome estrangeiro e soa bem...se for Silva ou Pereira...que vergonha...não é? E também os estrangeiros neste caso, os emigrantes, para mudar este cenário pacato que foi aumentar o crime e roubar e violar porque nem isso só por nós se calhar éramos capazes com medo dos vizinhos e o futebol servia bem para gritar ou as touradas para ver sangue...

O que foi que Portugal mudou?

Quando foi esse sonho do que somos se é que alguma vez houve um tempo em que a alma portuguesa foi fiel a si própria? Porque nos tolheu este medo e este servilismo ao estrangeiro? Porque não somos só o que somos e ousamos ser de vez quem realmente somos, cada um à vez, e nos respeitamos e acreditamos em nós todos como País. Quem me responde?


O LIVRO SECRETO A ALMA DO LIVRO...

NO DIA , HOJE... e amanhã!

ONDE "A ALMA SECRETA DE PORTUGAL"?
De Paulo Alexandre Loução - da Esquilo
- Talvez este livro nos responda...

Álvaro de Campos

The Times

Sentou-se bêbado à mesa e escreveu um fundo
Do Times, claro, inclassificável, lido,
Supondo (coitado!) que ia ter influência no mundo....
Santo Deus!... E talvez a tenha tido!


ATENÇÃO ATENÇÃO:
EU ESTOU A PREPARAR O CALDEIRÃO

segunda-feira, abril 21, 2003



Asa no espaço

Fernanda de Castro

Asa no espaço, vai, pensamento!
Na noite azul, minha alma flutua!
Quero voar nos braços do vento,
Quero vogar nos braços da Lua!


Vai, minha alma, branco veleiro,
vai sem destino, a bússola tonta...
Por oceanos de nevoeiro
corre o impossível, de ponta a ponta.


Quebra a gaiola, pássaro louco!
Não mais fronteiras, foge de mim,
que a terra é curta, que o mar é pouco,
que tudo é perto, princípio e fim.


Castelos fluídos, jardins de espuma,
ilhas de gelo, névoas, cristais,
palácios de ondas, terras de bruma,
... Asa, mais alto, mais alto, mais!



- Só a poesia mesmo para nos fazer voar mais alto...



“Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala. O mais é nada”.

Fernando Pessoa

(...)
Abra todas as janelas que encontrar e as portas também.
Persiga um sonho, mas não o deixe viver sozinho.
Alimente a sua alma com amor, cure as suas feridas com carinho.
Descubra-se todos os dias, deixe-se levar pelas vontades, mas não enlouqueça por elas.
Procure, sempre o fim de uma história, seja ela qual for. Dê um sorriso a quem se esqueceu como se faz.
Acelere seus pensamentos, mas não permita que eles o consumam.
Olhe para o lado, alguém precisa de si.
Abasteça o seu coração de fé, não a perca nunca.
Mergulhe de cabeça nos seus desejos e satisfaça-os.
Agonize de dor por um amigo, só saia dessa agonia se conseguir tirá-lo também. Procure os seus caminhos, mas não magoe ninguém nessa procura.
Arrependa-se, volte atrás, peça perdão!
Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. Alague o seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte! Se perceber que precisa seguir, siga! Se estiver tudo errado, comece novamente. Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-as.
Se perder um amor, não se perca! Se achá-lo, segure-o!


Excerto de um texto de "APRENDA A MEDITAR.COM"

sexta-feira, abril 18, 2003

ÀS VEZES APETECE-ME DESCER MUITO BAIXO...

À POLÍTICA...



E OS SETE CÃES A UM OSSO


ACABEI DE LER NO DIÁRIO DE NOTÍCIAS
Na crónica de Vasco Pulido Valente:


Sobre as divergências de esquerda...

(...)
“As divergências da esquerda não são negociáveis, porque implicam princípios de natureza absoluta. O CDS é misturável com o PSD, sem perdas nem danos para a direita no seu conjunto. Qualquer tentativa para juntar o PS com o PC ou o BE numa empresa comum (excepto numa ou noutra câmara) levaria a cisões sobre cisões, num clima de fanatismo e ódio, que tão cedo não se esqueceria. A esquerda nasceu desunida, vive desunida e morrerá desunida _ sonhando com a sua mítica unidade. Nesse capítulo nada mudou e nada mudará.”


- Porque será a direita unida e a esquerda tão desunida?
Será porque a direita tem a carne e a esquerda são os "sete cães a um osso?"
Porque são os de direita tão coesos e os de esquerda cheios de fanatismo e ódio?

A ser verdade o que Pulido Valente afirma na sua crónica de sexta-feira santa, é de crer que a esquerda sendo absolutista na sua utopia de fraternidade e justiça,
a direita sobrevive do relativo que são os interesses da minoria rica...e os pobres que se lixem. Quem os manda sonhar em vez de relativizar?



PIOR DO QUE CÃES CONTRA AS MULHERES, OS HOMENS



POLÍTICOS E POLÍCIAS, NA TURQUIA:
las mujeres son objeto de violencia sexual u otro tipo de violencia física en Turquía:


Amnesty International

Turquía: La violencia sexual contra las mujeres detenidas debe ser erradicada


Todos los días, las mujeres son objeto de violencia sexual u otro tipo de violencia física en Turquía. Mujeres de todos los estratos sociales y culturales han sufrido abusos, agresiones, torturas y violaciones a manos de miembros de las fuerzas de seguridad del Estado, personas desconocidas, familiares de todo grado de parentesco e incluso sus propias parejas.

Aunque todas corren el riesgo de ser víctimas de la violencia, resultado de las distintas prácticas discriminatorias que prevalecen en Turquía, Amnistía Internacional siente preocupación por las mujeres kurdas, especialmente las que viven en el sudeste del país, y por aquellas cuyas convicciones políticas resultan inaceptables para el gobierno o el ejército, ya que corren un mayor riesgo de ser objeto de violencia a manos de los agentes de Estado.




Amnistía Internacional teme que los actos violentos que los agentes del Estado perpetran contra las mujeres estén dando a entender la aprobación de este tipo de violencia y que se esté alentando un clima de discriminación que ponga en peligro a todas las mujeres. Por ejemplo:

S.Y. (Amnistía Internacional conoce el nombre que responde a estas iniciales) permaneció detenida en la Comisaría Central de Policía de Estambul entre el 24 y el 27 de septiembre de 2002. Según los informes, le vendaron los ojos y la sometieron a torturas, incluida la agresión sexual.
Eren Keskin, defensora de derechos humanos que trabaja ayudando a las mujeres que han sufrido violencia sexual bajo custodia, ha sido objeto de 86 demandas en relación con sus actividades de defensa de los derechos humanos. También ha recibido insultos y amenazas de muerte.
Más de siete años después de que se denunciaran las torturas que sufrió Gülderen Baran mientras estaba detenida nadie ha comparecido ante la justicia
.


"Mulheres e deusas"... não digam depois que eu exagero!

ENTRE O CÉU E A TERRA





« AMOUR, COEUR, COURAGE:

COURAGE VIENT DE COEUR ET LE COURAGE DU COEUR C’EST L’AMOUR.

AIMER C’EST AUSSI ACCEPTER L’AUTRE AVEC SES LIMITES. »

L’homme entre Ciel et Terre
de Étienne Guillé




Vem e embala-nos,
vem e afaga-nos,


Vem Soleníssima
Soleníssima e cheia
De uma oculta vontade de soluçar,
Talvez porque a alma é grande e a vida pequena,
E todos os gestos não saem do nosso corpo
E só alcançamos onde o nosso braço chega,
E só vemos até onde chega o nosso olhar

Vem, dolorosa,
Mater-Dolorosa das Angústias dos Tímidos,
Turris-Erbúrnea das Tristezas dos Desesperados,
Mão fresca sobre a testa em febre dos Humildes,
Sabor de água sobre os lábios secos dos Cansados.
Vem, lá do fundo
Do horizonte lívido




Beija-nos suavemete na fronte,
Tão levemente na fronte que não saibamos que nos beijam
Senão por uma diferença na alma.


(excertos da Ode à noite de F.P)

"Porque este homem era mulher na maneira de me falar "


"Encontrei-o uma vez ao pé de Jerusalém
e ainda o tenho assim no coração. (...)
Falou-me, como aos outros que estavam e,
eu vos digo sem que tenhais que crer-me,
tudo em mim se tornou a mãe de todo o mundo.
O que ele disse não sei o que era, mas fiquei sentindo comigo
que todos somos como irmãos pequenos
e que somos como mendigos que
se encontram por acaso na casa da estrada
onde os ventos sopram e se abrigam, abrigando-nos juntos
contra o temporal do mundo e do destino.

Minha mãe, como minha mãe, amava-me, mas este
falava-me dum modo que eu vi que ela não me amava de todo.
Senti-me como a criança que quer subir para o colo,
e chora no chão com os braços estendidos.
Porque este homem era mulher na maneira de me falar
pois parecia nossa mãe melhor;
e era homem porque falava como mestre;
e sempre no seu olhar haverá aquele outro que nos via"



FERNANDO PESSOA --INÉDITO

quarta-feira, abril 16, 2003



A Nova Rainha da Chuva...

"É A MAIS JOVEM RAINHA DO POVO BALOBEDU, UMA TRIBO QUE SE INSTALOU HÁ VÁRIOS SÉCULOS
NAS MONTANHAS DO LIMPOPO. EM NOVEMBRO, OS SEUS DOTES MÁGICOS
SÃO POSTOS À PROVA COM A CHEGADA DAS CHUVAS.!

"Na África do Sul existe um pequeno reino em que as mulheres são soberanas. Não há reis nem prínces consortes.
Modjdji VI acaba de ser escolhida para suceder à avó Mokope que morreu há dois anos."


AS RAINHAS DA CHUVA EXISTEM E FAZEM MAGIA.

"A chuva caiu na passada sexta-feira, dia em que Makobo, vestida de laranja e preto e envolta numa pele de leopardo, foi coroada rainha dos Balobedu, uma tribo que habita no norte da África do Sul (em Duiwels-kloof, província do Limpopo) e cuja história está envolta em mistério e magia. Esta rapariga de 25 anos, que andou na escola e recebeu formação superior, deixa de ser conhecida por Makobo para se tornar na rainha Modjadji VI, a mais jovem que este pequeno reino de soberanas já viu até aos dias de hoje. Sobre ela cai a pesada herança de saber fazer chover, um ritual ancestral que lhe foi transmitido pela rainha e avó Mokope, falecida há dois anos. Se dúvidas havia sobre as capacidades de Mokobo de controlar o céu e as nuvens, o dia da sua coroação serviu para as desfazer. Na sexta-feira, todos os elementos da natureza concordaram em dar as boas-vindas à nova rainha e não foi preciso esperar por Novembro _ altura em que os seus dotes mágicos são postos à prova _ para que a tradição se cumprisse. Se a chuva caiu, então é porque a rainha fez magia. A assistir à cerimónia, que decorreu no Tribunal Real de Modjadji, em Duiwelskloof, estiveram súbditos das 150 aldeias em redor e quando o rei Mphephu, do vizinho reino de Venda, lhe colocou a coroa na cabeça, todos os presentes se curvaram em sinal de respeito. E como manda também a tradição, a jovem rainha terá agora de pôr em prática algumas das regras ditadas e seguidas há vários séculos pelas suas antepassadas. Enquanto reinar não poderá ter um marido, mas sim várias mulheres, a maioria filhas de subchefes da tribo com quem pretende manter as melhores relações diplomáticas. Se quiser ter filhos, o que é obrigatório para que continue a descendência das Modjadji, terá de seguir as orientações do conselho real e aceitar o homem que lhe for indicado apenas para fins de procriação. Deverá ter pelo menos uma filha e aceitar que os seus filhos rapazes sejam afastados das funções reais. No tempo da sua bisavó e tetravó, os filhos machos eram estrangulados mal nasciam. Só as raparigas poderiam viver.



O clã Modjadji nasceu de uma história de amor entre a princesa Dzugudini e o seu meio-irmão, oriundos do reino de Monomotapa (hoje Zimbabwe). Conta a lenda que para evitar a vingança do pai, a jovem Dzugudini fugiu de casa_ com a ajuda da mãe que lhe ensinou a arte de fazer chover _ e fundou um novo reino nas montanhas da província do Limpopo. Diz também a lenda que este reino tem 400 anos e que até o Shaka Zulu temia de tal maneira a rainha da chuva que poupou o seus súbditos à guerra. Conta-se ainda que a avó de Makobo fez esperar Nelson Mandela numa visita que este efectuou àquela comunidade quando foi eleito presidente e que só aceitou falar com ele através de um intermediário. "


É VARIADA A LITERATURA (AS MINAS DE SALOMÃO)
SOBRE ESTAS MULHERES E O SEU PODER. lONGAS NUVENS PARA MODJADJI VI


Notícia destacada no DN de 15/4/2003 - artigo de Maria de Lurdes Vale

terça-feira, abril 15, 2003




"A ALQUIMIA DO AMOR"

A função do SER (homem ou mulher) poeta...

"A primeira função do homem poeta é a descoberta do verdadeiro significado do seu eu. O poeta tem de se conhecer a si mesmo, tem de desvendar a sua alma "inteira". Não é do eu individual que se trata, nesta procura, (os que ficam por aí são os limitados autores a que Rimbaud chama"egoísta", que não ultrapassam o domínio do ego) trata-se da imensidade da alma, de por a descoberto e percorrer os seus mais longínquos limites, os mais profundos conteúdos, nem que para isso haja que a desregrar, desiquilibrar, tornar mesmo monstruosa. Ser "vidente", fazer-se "vidente" de todas as maneiras, para chegar a ser conhecedor de si mesmo, da "alma universal". Na alma reside o mistério. E vale a pena pagar todos os preços, mesmo o do crime, mesmo o da loucura, para se chegar a ele. Desvendar o mistério é chegar ao "desconhecido", e poder contemplá-lo e exprimi-lo é a suprema realização. O além ("là-bas") é o verdadeiro domínio do poeta, e a formalização dos conteúdos desse além a sua verdadeira missão. (...)"

Y.K:Centeno



SÍNTESE DAS ANTÍTESES

TRABALHO DE ADRIANA DE OSIMORTAIS

A humildade

"Como pode haver humildade onde há esforço para a cultivar?
A humildade não vem do querer, mas do Ser, não vem do construir, mas do reconhecer.
É um ponto de equilíbrio na Consciência.
A humildade verdadeira, que abre os portais das Fraternidades Cósmicas, não pode ser cultivada.
Ela é própria do Ser Total. A humildade emerge, como fruto do aprofundamento da comunhão com Núcleos Sublimes; surge como parte da natureza profunda, como um gracioso rouxinol atraído para o palácio do velho imperador, e cujo canto é um bálsamo para os seus corpos enfermos de orgulho guerreiro.
Assim Nós dizemos: procura acima de tudo saber Quem és, e nessa procura encontrarás a humildade.”


do Livro " Sinais ao amanhecer " de Pinho
( em preparação )


As Deusas -anciãs


“Muitas das deusas -anciãs foram rebaixadas, quando o seu povo foi vencido ou convertido, para velhas, madrastas malvadas, bruxas habitantes das florestas e outras vilãs de contos de fadas e lendas. Assim encontramos muitas dessas anciãs que surgem como figuras maldosas ou ameaçadoras para aqueles que não se sentem à vontade com as mulheres de poder.”

- Não é por acaso que sempre que uma mulher impõe a sua vontade ou é assertiva ou segura de si é logo apelidada de megera ou bruxa... Na nossa sociedade e nos nossos dias ainda é comum e por dá cá aquela palha sempre que uma mulher se impõe é mal vista e considerada logo como uma aventureira com todos os sinônimos que isso acarreta... sobretudo se é mais nova e piora bastante se for bonita...Toda esta mentalidade de perseguição á mulher e à bruxa desde há milénios advém do retrocesso histórico cultural em que a mulher foi relegada para planos de sujeição e exploração dos homens. Foi mudando ao longo dos séculos, mas no essencial que são as mentalidades, ainda não mudou...A luta contra o poder inato da mulher por ser intrínseco e natural nunca cessou. Trata-se de um poder de amor e não de domínio sobre os outros e nisso reside a diferença. Há registos e não são só lendas desse poder e dos benefícios de ser a mulher a governar, cujas razões nos aparecem a seguir muito bem expressas:




“Há duas variações da imagem da anciã: a rainha e a sacerdotisa. Em algumas culturas estes papéis combinavam-se de modo que as rainhas conduziam o seu tanto na religião como na política. A imagem da mulher como poderosa chefe de estado, e a correspondente imagem da mesma em ligação directa com o divino, têm em comum o aspecto de serviço à comunidade. Pois a Anciã não busca o poder para si mesma, mas pelo que pode fazer pelo seu povo. Analogamente, não procura a ligação com o divino apenas para desfrutar do êxtase que esta lhe proporciona; antes por meio desta ligação , poder ajudar o seu povo. Assim a anciã é uma forma da deusa particularmente nobre e altruísta. Representa os ideais de cooperação e harmonia social, assim como a força e a sabedoria que permitem atingir essa harmonia.”

in o "Caminho da Deusa" de Patricia Monaghan

segunda-feira, abril 14, 2003

"A doutrina dos olhos é para a multidão;
o doutrina do coração para os eleitos."


A VOZ DO SILÊNCIO




A ROSA DO MUNDO

Quem sonhou que a beleza passa como um sonho?
Por estes lábios vermelhos, com todo o seu magoado orgulho,
Tão magoados que nem o prodígio os pode alcançar,
Tróia desvaneceu-se em alta chama fúnebre,
E morreram os filhos de Usna.

Nós passamos e passa o trabalho do mundo:
Entre humanas almas que se agitam e quebram
Como as pálidas águas e seu fluxo invernal,
Sob as estrelas que passam, sob a espuma do céu,
Vive este solitário rosto.

Inclinai-vos, arcanjos, em vossa incerta morada:
Antes de vós, ou de qualquer palpitante coração,
Fatigado e gentil alguém esperava junto ao seu trono;
Ele fez do mundo um caminho de erva
Para os seus errantes pés.


YEATS (1865-1939)
Tradução de JOSÉ AGOSTINHO BAPTISTA


(In)formação & (In)utilidade

"Tudo é orgulho e inconsciência.
Tudo é querer mexer-se, fazer cousas, deixar rasto. "
.




A Guerra


A guerra que aflige com os seus esquadrões o Mundo,
É o tipo perfeito do erro da filosofia

A guerra, como todo humano, quer alterar.
Mas a guerra, mais do que tudo, quer alterar e alterar muito
E alterar depressa.

Mas a guerra inflige a morte.
E a morte é o desprezo do Universo por nós.
Tendo por conseqüência a morte, a guerra prova que é falsa.
Sendo falsa, prova que é falso todo o querer alterar.

Deixemos o universo exterior e os outros homens onde a Natureza os pôs.

Para o coração e o comandante dos esquadrões
Regressa aos bocados o universo exterior.

A química direta da Natureza
Não deixa lugar vago para o pensamento.

A humanidade é uma revolta de escravos.
A humanidade é um governo usurpado pelo povo.
Existe porque usurpou, mas erra porque usurpar é não ter direito.

Deixai existir o mundo exterior e a humanidade natural!
Paz a todas as cousas pré-humanas, mesmo no homem!
Paz à essência inteiramente exterior do Universo!

Alberto Caeiro - Fernando Pessoa

sábado, abril 12, 2003



UM DIA QUE NÃO CHEGA

ando a inventar um dia
que não chega
desde o distante dia
em que nasci

tempo do não ruído
azul e violeta como os céus
numa pintura antiga

todos à escuta
de alguma coisa na linha muda do horizonte sem fim
alguma coisa que haveria de nos tocar
como a cor da terra
como sal de água espumosa e viva
na pele de alguém adormecido

um tempo
para entrançar
flores e esperança
nos membros soltos da mulher dançante
para abrigar
a luz e a sombra
na cova uterina dos princípios
um tempo
para juntar mortos e vivos
no mesmo mantra redentor

como
quando os cenários se apagam
no sentir do abraço
e tudo nos parece
desmedidamente
uma coisa só


MARIANA INVERNO


O LUAR


O luar quando bate na relva
Não sei que cousa me lembra...
Lembra-me a voz da criada velha
Contando-me contos de fadas.
E de como Nossa Senhora vestida de mendiga
Andava à noite nas estradas
Socorrendo as crianças maltratadas ...
Se eu já não posso crer que isso é verdade,
Para que bate o luar na relva?



Alberto Caeiro

sexta-feira, abril 11, 2003



"A rosa tem de tornar a ser o botão, nascido da sua haste materna,
antes que o para­sita lhe tenha roído o seio e bebido a seiva da sua vida.

A árvore dourada dá flores de jóia, antes que o seu tronco esteja gasto pela tormenta.

O aluno tem de tornar ao estado de infância que perdeu
antes que o primeiro som lhe possa soar ao ouvido."




Rejeita o aplauso, ó crente; o aplauso conduz à ilusão de si próprio. O teu corpo não é Personalidade,
a tua Personalidade é, em si, sem corpo, e o elogio ou a censura não a atingem.

"O contentamento de si próprio, ó discípulo, é uma torre altíssima, à qual um insensato orgulhoso subiu.
Ali se senta em orgulhosa solidão, invisível a todos, salvo a si próprio.

A falsa ciência é rejeitada pelos sábios, e espalhada aos ventos pela Boa Lei.
A sua roda gira para todos, tanto para os humildes como para os orgulhosos.
A doutrina dos olhos é para a multidão; o doutrina do coração para os eleitos.
Os primeiros repetem, orgulhosos: “Vede, eu sei”; os últimos, aqueles que humildemente fizeram a sua colheita,
confessam em voz baixa: “Assim ouvi”.


Excertos de "A VOZ DO SILÊNCIO"

H.P.Blavatsky
(Traduzido por Fernando Pessoa
)

quinta-feira, abril 10, 2003

A VOZ DO SILÊNCIO

Esta terra, discípulo, é a sala da tristeza, onde existem, pelo caminho das duras provações, armadilhas para prender o teu Eu na ilusão chamada “a grande heresia”.

Esta terra, ó discípulo ignaro, não é senão a triste entrada para aquele crepúsculo que precede o vale da verdadeira luz - essa luz que nenhum vento pode apagar, e que arde sem óleo nem pavio.




Kali - a Liberdade

“QUE TEM KALI A VER COMIGO?
TUDO.
PENSA BEM NA DEUSA DE CABELOS SELVAGENS,
E TUDO SE TORNA CLARO.”
(...)
A DEVOÇÃO A KALI É A RAIZ DE TODA A FELICIDADE
A SALVAÇÃO É SUA COMPANHEIRA

PENSA BEM NA DEUSA DE CABELOS SELVAGENS
E TUDO SE TORNARÁ CLARO”


Excerto de uma canção devocional



“Em diversas tradições indus, Kali é a deusa mais importante da nossa época, cujo nome, Kali-yuga, significa o tempo de Kali. Em épocas como esta é fundamental compreender esta deusa, para poder sobreviver, resistir e por fim alcançar a paz.

Ela nasceu numa época como esta, quando a força masculina se havia tornado predominante e fazia com que o Universo corresse o perigo de da destruição total. Nem mesmo os grandes deuses tinham poder contra os asuras, os demónios que mantinham o mundo cativo. “

Kali a destruidora de demónios, nasce da testa de Durga, a mãe da compaixão quando, tendo-se retirado para meditar e descansar de lutas anteriores, voltou a ser atacada pelos demónios. Assim a sua fúria para se defender a si e ao mundo aprisionado nas trevas, fez com que enfrentasse a grande sombra negra do mal com o seu tridente, destruindo todos os demónios e tornando-se a protectora de toda a humanidade.

Kali é uma forma de Shakti - energia feminina - cujo culto remonta na India desde há milénios até às cidades pré-históricas de Mohejo-Daro e Harupa, onde foram encontradas estátuas soberbas desta deusa.

Kali, aparece como uma deusa terrífica, “no entanto os místicos da India dizem-nos que, enquanto não pudermos amar Kali, nunca seremos verdadeiramente livres. A espada que ela empunha corta as ilusões da nossa vida, que nos amarram como pesadas cordas aos nossos hábitos e às nossas preocupações quotidianas. E assim a jornada em direcção a Kali, por muito difícil que seja, é importante para aqueles que percorrem o caminho da deusa.”


In O caminho da Deusa
De Patricia Monaghan


O NOSSO MUNDO feito de retalhos...

“O teu Cristo é judeu,
o teu carro é alemão,
a tua pisa é italiana,
o teu hamburgar americano,
a tua democracia grega,
o teu café africano,
o teu relógio é suiço,
a tua camisa é francesa,
a tua alta fidelidade é japonesa.
As tuas férias são londrinas, espanholas ou sul-americanas,
os teus números são árabes,
a tua escrita é latina.

Então...não trates o teu próximo como a um estranho!


- Um panfleto dado na rua, em Lisboa, sem assinatura de pessoa ou partido e citado por um jornalista do jornal diário.

quarta-feira, abril 09, 2003




AS MULHERES TAMBÉM SÃO GENTE...

Sempre que transcrevo um texto ou uso um excerto em que aparece a expressão: “os homens” no sentido da humanidade, em que obviamente as mulheres são aglutinadas ao termo, adopto a expressão mais abrangente e a meu ver mais correcta de “ser humano”. Faz-me alguma confusão estar a ler certas autoras e vê-las persistentemente falar no masculino mesmo quando podem recorrer a esta expressão já que não iríamos dizer “as mulheres” incluindo os homens pois pareceria imediatamente caricato e depreciativo...Se fizermos isso, sobretudo nós mulheres, as ignoradas pela semântica, poderemos estar de forma muito subtil, mas efectiva a transformar a linguagem que é à partida só dos homens. Como sabemos, podemos estar seis mulheres adultas juntas a falar, mas se houver um rapazote no meio somos obrigadas a vergar o verbo à sua supremacia linguistica e isso eu não aceito...
Teremos efectivamente de recorrer ao sentido neutro da expressão ao referirmo-nos aos dois sexos, por exemplo, podemos dizer: a pessoa humana, o ser humano, a criatura de deus...ou a gente, pois todos somos gente, pessoas, seres humanos e em suma, criaturas de um deus, partes de um deus maior, o nosso próprio ser completo!

Assim como somos todos filhos da Grande Mãe Terra e do Céu.
.



A NOITE UTERINA

“Os seres humanos sempre souberem, no mais recôndito de si, que algo de essencial se passava dentro do ventre da mãe que os concebeu. Desde que possa livrar-se da canga rígida da educação, cada ser humano sente que existe uma realidade inegável embora difícil de detectar. Mas aquilo que durante algum tempo continua oculto não deixa por isso de ser concebível. Assim, desde as entoações cantadas pelos poetas de todos os tempos para exprimir as ressonâncias desta vida uterina preexistencial até aos sentimentos mais finos e ainda mais subtis que se inscrevem e se imprimem com força na carne de cada um num diálogo com a própria vida, tudo nos revela esta percepção primeira. Ela funde-se - não é verdade? - em cada célula, agindo como a própria expressão da criação que se incarna. É de salientar apenas a acuidade poderosa e sensível em que o ser humano consegue sentir-se arrebatado, talhado no ventre materno pelo gerador da vida:”

“Nada nos fios da minha estrutura Vos é desconhecida; e todos eles foram escritos no Vosso livro; cada dia da minha vida foi prefixado, antes que um só deles existisse”

Salmo CXXXIX

A.A.TOMATIS - Autor do Livro "Noite Uterina"

MEIO SÉCULO DE VIDA

“...antes do meio século, meus amigos, ninguém tem história. A história de uma mulher galante, dum político, dum artista ou até dum homem comum é, acima de tudo, a história da sua consciência, movida não só por circunstâncias, mas também pela sua realidade como ente de memória, como testemunha. Aos quinze anos tem-se um futuro, aos vinte e cinco um problema, aos quarenta uma experiência; mas antes do meio século não se tem verdadeiramente uma história.”

AGUSTINA BESSA-LUÍS
In O SERMÃO DO FOGO


segunda-feira, abril 07, 2003

A GRANDE DEUSA

E O CULTO DO EROTISMO COMO FORMA SAGRADA DE OFERENDA



a Istar babilónica que se tornou mais tarde Astarteia e Vénus-Afrodite, ou Diana-Artemisia


"Toda a Antiguidade, seja ela mediterrânea ou “barbara”, destacou uma personagem divina de natureza feminina, com diferentes nomes e diferentes aspectos. O povo judeu não escapou a essa intromissão da Deusa, e a Bíblia hebraica está cheia de conflitos que opõem os partidários do Deus pai (o Javé do Sinai, antigo deus-lua dos semitas do Médio Oriente) aos partidários da Deusa Mãe, a Istar babilónica que se tornou mais tarde Astarteia e Vénus-Afrodite, quando não era Diana-Artemisia: uma divindade feminina cuja função materna se desdobrava necessariamente numa função erótica. Sabemos muito bem que essa função erótica iria ser escondida desde o início de um cristianismo inteiramente orientado para uma masculinidade triunfante e uma castidade exemplar, resultante a maior parte do tempo de um terror instintivo relativamente aos mistérios da mulher."

“Sacrificar à Deusa”

A forma mais elevada de amor nos templos da Grande Mãe não era "prostituir-se" mas sim a forma de iniciar os homens e as mulheres ao sagrado e ao amor da Mulher-Deusa e nunca como a lei dos bárbaros invasores fizeram e ainda hoje vigora, cindindo-a em duas e vendendo as mulheres prisioneiras das sua leis e domínio, como bem o mostra o caso das mulheres na Nigéria!

AMINA NOME DE DEUSA E MÃE..


"Com toda a objectividade, apenas podemos constatar a eliminação quase total de uma mulher discípula de Jesus, aquela a quem pudicamente costumamos chamar a “Madalena” e à qual é preferível restituir o seu nome de origem: Maria de Magdala. Os comentadores, prudentes e desconfiados, fazem dela uma prostituta arrependida conquistada pelo amor de Jesus e convertida à sua vista. A realidade deve ser totalmente diferente. Primeiramente para os hebreus, a prostituição não tem o sentido que lhe atribuímos actualmente: prostituir-se, e , nos antigos templos bíblicos, “sacrificar à Deusa”, coisa imperdoável, visto que os hebreus apenas tinham a devoção para com um deus masculino único e por quem eles lutaram durante séculos para estabelecer a sua autoridade apesar dos desvios, referidos na Bíblia em favor da Deusa do Médio Oriente, essa Istar babilónica cujos templo eram lugares de prostituição, dito de outra forma, de culto erótico que consistia na união de um homem com a sacerdotisa, incarnação transitória da Deusa. Trata-se de um ritual sagrado, religioso e não comércio, trata-se de união com a divindade e não simples satisfação carnal."

"Ora sabe-se que Magdala era um lugar consagrada à Grande Deusa. É provável que a enigmática Maria de Magdala, tão cuidadosamente posta de lado, seja a grande sacerdotisa do templo dessa Deusa. Donde o qualificativo de “prostituta” que acompanha, mesmo que, como primeira testemunha da ressurreição de Cristo, se lhe perdoe todo o seu passado “demoníaco”."

(...)




Deus pai ou Deusa mãe ?

"Dessa dualidade - Deus pai ou Deusa mãe - vai nascer uma dupla visão da Deusa dos tempos primordiais: Virgem prudente ou Virgem louca? A questão parece banal, mas ela compromete todos os séculos que irão seguir-se, não apenas no plano puramente estético, mas naquele muito mais carregado de consequências, da especulação religiosa. (...)

Isto denota uma considerável evolução das mentalidades: tudo se passa como se tivesse querido, conscientemente ou não, eliminar a imagem de uma mulher divina forte em proveito de um homem divino todo poderoso, cuja relação com a mulher se limitaria a uma relação filho-mãe. "(...)


A GRANDE DEUSA

Jean Markale

domingo, abril 06, 2003

AVOZ DO SILÊNCIO

Que a tua Alma dê ouvidos a todo o grito de dor como a flor de lótus abre o seu seio para beber o sol matutino.

Que o sol feroz não seque uma única lágrima de dor antes que a tenhas limpado dos olhos de quem sofre.

Que cada lágrima humana escaldante caia no teu coração e aí fique; nem nunca a tires enquanto durar a dor que a produziu.


H.P.Blavatsky
(Traduzido por Fernando Pessoa)






Lá fora a guerra e cá dentro:

"Vivemos numa paz podre e perigosa"

"A falta de dinheiro justifica a progressiva paralisia do Governo e estranhamente Portugal suporta com resignação ou, pior, com apatia a dureza da crise, talvez porque o actual descrédito do PS não permite imaginar outra alternativa. Vivemos numa paz podre e perigosa. E não se percebe o que os srs. ministros pretendem hoje celebrar."

V.P.V.

ONTEM FOI SÁBADO...
E AS BOMBAS CONTINUARAM A CAIR EM BAGDAD


Hoje É domingo faz um lindo dia de sol e toda a gente se vai espraiar...
Os portugueses ficam felizes com um carrinho e um telemóvel e e umas tretas sobre o futebol!
Como estranhar a resignação, a apatia perante a dureza da crise e a indiferença da guerra do "vizinho"?

Sim, tudo isto é triste e velho o nosso Fado...

Salva-nos o poeta...



D. FILIPA DE LENCASTRE

Que enigma havia em teu seio
Que só gênios concebia?
Que arcanjo teus sonhos veio
Velar, maternos, um dia?

Volve a nós teu rosto sério,
Princesa do Santo Graal,
Humano ventre do Império,
Madrinha de Portugal!




PRECE

Senhor, a noite veio e a alma é vil.
Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saudade.

Mas a chama, que a vida em nós criou,
Se ainda há vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a ocultou:
A mão do vento pode erguê-la ainda.

Dá o sopro, a aragem — ou desgraça ou ânsia —
Com que a chama do esforço se remoça,
E outra vez conquistaremos a Distância —
Do mar ou outra, mas que seja nossa!


A MENSAGEM DE FERNANDO PESSOA

sábado, abril 05, 2003




TENHO SAUDADES DE UM TEMPO DE PAZ, DE ALEGRIA PURA E DE PARTILHA FRATERNA ...
UM TEMPO QUE NÃO É O NOSSO, EM QUE A GUERRA MATA E DESTRÓI SEM CESSAR
TODA A VIDA NA TERRA
E AGORA TALVEZ A RÉSTIA DE ESPERANÇA DE UM MUNDO NOVO ...

- COMO RENASCER DAS CINSAS TANTAS VEZES?



“A nossa civilização é dominada pelo instinto de morte.
Se nós quisermos sobreviver,
temos de colocar a tónica nos valores femininos.
A mulher está profundamente ligada ao instinto de vida: ela está do lado das crianças,
da Natureza, dos outros, dos animais, das plantas e das coisas...



Uma sociedade que reconhecesse os valores femininos assentaria sem dúvida em comunidades de interajuda.
Nunca sobre a dominação, a competição, a expansão ao domínio dos outros.”


(autor desconhecido)

(...)
"Oro por um mundo em que possamos viver em associação e não sob domínio; onde a “conquista da natureza pelo homem” é considerada suicida e sacrílega; onde o poder não mais está equacionado com a espada, mas sim com o santo cálice – o antigo símbolo do poder de dar, nutrir e estimular a vida. E, não só rezo, como também activamente trabalho, para o dia em que assim será. "

RIANE EISLER
(Tradução de Mariana Inverno)



ROSALIA DE CASTRO

Yo no sé lo que busco eternamente
en la tierra, en el aire y en el cielo;
yo no sé lo que busco, pero es algo
que perdí no sé cuando y que no encuentro,
aun cuando sueñe que invisible habita
en todo cuanto toco y cuanto veo.


Felicidad, no he de volver a hallarte
en la tierra, en el aire, ni en el cielo,
¡aun cuando sé que existes
y no eres un vano sueño


" A saudade precederá também, na actual Galiza e Portugal, à chegada dos celtas, e será, com os vestígios megalíticos, a tradição matriacal e agrária, a demanda do Graal e o regresso ao Paraíso, uma herança do seu fundo pré-ariano.” (...)


in “DA SERPENTE Á IMACULADA”
De Dalila L. Pereira da Costa

quinta-feira, abril 03, 2003


BAGDAD DESTRUÍDA PELA GANÂNCIA DOS HOMENS...

Gastam-se milhões de dólares para destruir por um "capricho político" e depois gastam-se outros tantos milhões para "construir" uma falsa cidade e no meio desta insanidade mundial que são as guerras de interesses, as centenas ou milhares de pessoas que morrem não significam nada para os Senhores da Guerra, os mesmos bárbaros de sempre, uns e outros sem excepção!


INANA

Deusa do céu e da terra, da soberania e da fertilidade,
era a mãe da cultura humana, a que trouxe a civilização a este mundo.


Era a Deusa primordial da antiga Suméria,
na região que agora chamamos IRAQUE.



INANA SALVA O TEU POVO DA DESTRUIÇÃO E PROTEGE AS MULHERES E CRIANÇAS





SOBRE O PAGANISMO

"A renomada historiadora Marija Gimbutas afirma que o paganismo matriarcal começa a perder energia com a chegada de duas ondas migratórias simultâneas à região da Mesopotâmia e adjacências - a dos indo-europeus e a dos semitas. Ambos os invasores cultuavam deuses do Céu, do Trovão, da Guerra. (Não surpreende, portanto, que os hebreus, herdeiros dos semitas, tivessem tão pouco respeito pela natureza - como mostra o Torá, o Velho Testamento - Ide, e SUJEITAI as criaturas da terra... [Gênesis]). O que surpreende é que os indo-europeus, tão violentos e cultuadores de deuses Celestes semelhantes, tenham posteriormente originado os Celtas. Isso prova que os celtas surgiram da fusão das culturas locais da Europa com a cultura indo-européia, eles mantiveram muitos traços dos habitantes autóctones.( Ainda bem!)

Voltando: essa mudança do matriarcado, do culto à Natureza, para as religiões patriarcais, qua adoram um Deus distante, aconteceu em tempos diferentes mas em quase todas as civilizações. Primeiro os Sumérios, Babilônios, Assírios, Cretenses - depois Gregos, Romanos e os demais, todos esses povos alteraram suas mitologias e seus cultos. Deixaram de adorar uma Deusa Mãe e seu filho/amante e passaram a cultuar um Deus soberano, normalmente guerreiro - reflexo da sociedade de então, que passava a ser dominada por uma casta de reis guerreiros.

Falei tudo isso para chegar a um ponto: por mais que soe estranho afirmar isto, a Inquisição tem bem pouco a ver com o fim do Paganismo, pelo simples fato que o paganismo já estava praticamente morto quando da Inquisição. Isto porque séculos antes, quando os Romanos adotaram o cristianismo como religião oficial do Império, eles já haviam massacrado os antigos cultos à Terra - não só dos celtas, mas também os deles próprios. Os templos pagãos de Roma foram fechados, alguns inclusive destruídos. O Templo de Ísis em Roma não fugiu à regra. Todos agora voltavam sua atenção ao culto a um Deus Celeste e a seu filho."


Excerto retirado do Blog: "CALDEIRÃO DE CIRCE"


“MULHERES DA CHINA”

o Livro de Xiran

“PALAVRAS NA BRISA DA NOITE”

Em 1989 na China comunista, entre mulheres que cresceram na “revolução cultural”, consta a história de “uma jovem comprada e raptada por um homem de 60 anos que a mantinha presa a uma grossa corrente de ferro” como expressão da insignificância máxima da mulher nos estados e regimes totalitários ou de qualquer ordem ideológica, regimes de domínio que imperam na base dos direitos masculinos quase exclusivamente; este é um dos casos narrados pelas próprias mulheres á escritora do livro “MULHERES DA CHINA”, que vive actualmente em Inglaterra e que acaba de lançar o seu livro baseado nesses depoimentos, durante mais de dez anos em que trabalhou numa rádio chinesa num programa intitulado: “Palavras na Brisa da noite” através do qual manteve contacto com essa realidade e se lhe começaram a revelar as histórias dolorosas das mulheres chinesas: “Histórias de casamentos forçados, de incestos e violações, de abusos de crianças(...)”, expressas por mulheres que jamais na sua história foram possibilitadas DE SE EXPRESSAR EM QUALQUER SENTIDO DA SUA PRÓPRIA VIDA, porque a não tinham sendo totalmente anuladas como seres e como bem lembramos, usaram os pés amarrados durante centenas ou milhares de anos.

“Quanto é que valia realmente a vida de uma mulher na China?”, pergunta-se no artigo sobre o livro e pergunto eu, quanto vale a vida de uma mulher na Rússia e na India ou no Iraque? O que é que vale a vida de uma mulher no mundo inteiro tirada esta “patine” das americanas e europeias, que as faz parecer com vida própria, sim, pergunto o que é que vale realmente ainda a vida de uma mulher em si mesma se as próprias mulheres se mantêm alienadas da sua identidade, mesmo quando se julgam livres e cultas?




Como é que se justifica que o Ocidente se mascare de plásticas e de cosméticos ou de peles luxuosas e desfiles nas passerelles, se 90% das mulheres do mundo são violadas e maltratadas e nada valem para os governantes do mundo? Não serão violadas no Iraque como o foram no Kosovo por soldados inimigos, mas matam-lhes os filhos e destroiem-lhes as casas...

Sou radical sim, enquanto houver mulheres a serem violadas e lapidadas ou vendidas e prostituídas no mundo inteiro! E que mulher no mundo “emancipada” ou minimamente esclarecida ficará sentada a ver o drama do mundo e a guerra, sem se incomodar quando outras mulheres, noutros continentes ou mesmo a sua vizinha do lado é maltratada só por ser mulher? Claro que há homens maltratados por homens no mundo inteiro, mortos por soldados e a morrer à fome também, mas são os homens mesmo a morrer à fome ou maltratados, na Índia ou no Paquistão ou no Islão que ainda se vingam na “besta de carga” ou “bode expiatório” que é a “sua” mulher ou filha - o mais infame e miserável dos homens tem uma mulher para maltratar, como quem “antes” tinha uma escrava...


Tenho uma amiga que me acha uma espécie de sufragista do século passado e outra que me acha fundamentalista do feminismo e o meu discurso ultrapassado...
Será que está? Quem quiser que me responda!

terça-feira, abril 01, 2003

MULHER E DEUSA...



Mulher... em vez de pétalas de rosas sobre a tua cabeça que devia ser coroada como rainha, serás coberta de pedras e sangue e a tua filha abandonada ou "confiada" aos monstros que te mataram!


Esta Mulher, cujo único crime foi gerar uma criança de acordo com a lei da Natureza e sob a protecção da Deusa-Mãe, será apedrejada até à morte por não ter obedecido às leis da Espada e do poder de domínio dos homens sobre o seu corpo, impedindo-a da sua liberdade, cometendo dois crimes impunes de uma só vez: mata a mulher pelo acto de "desobediência" à sua lei tirânica e monstruosa, a mesma de há dois (ou há cinco) mil anos em que Cristo impediu os homens de a apedrejar - "quem não nunca "pecou" que atire a primeira pedra" - e tira a mãe à filha como sempre fez ao longo dos séculos a partir das invasões de domínio bárbaro sobre as mulheres em todo o mundo.


Quanto ao "pecado" a mulher NUNCA pecou por dar à Luz um ser...porque a mulher para dar à Luz uma vida não precisa da lei dos homens que são apenas os seus filhos e muito menos ser condenada à morte por isso. Esta é a prova irrefutável da escravidão da mulher ainda, num mundo que em vez de a honrar por ela dar a vida, a destrói por desobedecer às suas leis de morte e guerra...

Que as mulheres do mundo inteiro, face a esta realidade - uma Guerra contra as Mulheres que nunca cessou - se manifestem como o fazem a propósito de outras guerras (Vietname, Iraque, etc...)



ASSINA E AJUDA A SALVAR AMINA

www.amnistiapornigeria.org/
Urgente:Amina sigue necesitando ayuda-APOYA Y DIFUNDE.
by Melina Alfaro • Thursday January 30, 2003 at 08:57 PM

alfaromelina@yahoo.es/

El 23 de enero de 2003,el Tribunal Superior de Apelaciones de La Ley Islámica{Shai´a} del Estado de Katsina,anuncio que el 25 de Marzo ,se celebrara la vista del recurso sobre su condena a Muerte por Lapidación.