O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, junho 29, 2003

MAS EU, ALHEIO SEMPRE, SEMPRE ENTRANDO
O MAIS ÍNTIMO SER DA MINHA VIDA,
VOU DENTRO EM MIM A SOMBRA PROCURANDO.

Fernando Pessoa



AMORES CATIVOS


Era delor e era cólera,
era medo e aversiõe,
era um amor sem medida,
era um castigo de Dios!
Que hai uns negros amores,
de índole peçonhenta
que privam os espritos,
que turvam as concências,
que mordem se acarinham,
que quando miram queimam,
que dãe dores de rávia,
que mancham e que afrentam.
Mais val morrer de friagem
que quentar-se à sua fogueira
.


Rosalia de Castro (1837-1885)



"A vida pode ser sentida como uma náusea no estômago, a existência da própria alma como um incómodo dos músculos. A desolação do espírito, quando agudamente sentida, enjoa, de longe, no corpo, e dói por transferência."

languidez, mareo
y angustioso afán


J.L.S.

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