O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, janeiro 20, 2004

"VÍTIMAS MILENÁRIAS DE ERROS MILENÁRIOS"

"Interessam-nos as representações com que se diz a identidade feminina, isto é as representações com que a mulher fala de si própria. Ao falar a mulher de si, ao "contar-se", a mulher constrói, produz uma outra mulher: uma mulher representada com características iguais que a fazem igual às outras mulheres e a opõem aos homens..."

Margarida Cepeda


"Levou mais de cinquenta anos a construir-se mulher e a construir o seu destino como pessoa independente, senhora da sua profissão, das suas ideias e dos seus sentimentos, uma cidadã. É assim a vida em ditadura.

O atraso que os países conhecem no seu desenvolvimento vai a par da duração, por que uma só vida demora a fazer-se. Maria Lamas continuará sempre em processo de reflexão e de auto-reflexão"


in MARIA LAMAS - Biografia de Maria António Fiadeiro

NOTA PESSOAL:

Não é assim só na Ditadura, esta ou aquela, mas sempre assim foi a ditadura para as mulheres em qualquer democracia ou socialismo. A mulher nunca viveu numa sociedade equalitárias desde que o Culto da Deusa-Mãe foi abolido pelos invasores bárbaros e depois substituído, pelos cristãos, pelo culto do Deus-Pai, sujeita desde sempre à desigualdade e à ignorância, à exploração e abuso sexual.

E ainda nos nossos dias, ontem e hoje, é essa "inferioridade" das mulheres que permite a força aparente dos homens, dos mais ignorantes aos ditos mais civilizados que lhe roubam a voz e a autoridade, mesmo sobre o seu ventre e capacidade de decisão...
Sim, ontem mesmo na televisão, na Assembleia, na rua, em casa...à tardinha...

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