O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, abril 30, 2004

A DOMINAÇÃO MASCULINA NO MUNDO

Homem do século XXI prefere Marte a Vénus
Pelo menos uma em cada três mulheres, ou no total um bilião, foram espancadas, forçadas a ter relações sexuais, ou abusadas de uma forma, ou outra, nas suas vidas. Normalmente, o abusador é um membro da sua própria família ou alguém conhecido.

No Reino Unido, duas mulheres são mortas pelos seus parceiros, por semana;
Em Espanha, em cada cinco dias, uma mulher foi morta pelo seu parceiro, em 2000;
Na Zâmbia, por semana, cinco mulheres são mortas pelo parceiro ou por algum membro da família;
Na África do Sul 147 mulheres são violadas diariamente;
Nos EUA uma mulher é violada a cada 90 segundos;
Na Turquia 35.6% das mulheres sofrem violação marital algumas vezes e 16.3% frequentemente.

A violência sobre as mulheres, na maioria dos países, é ocultada ou permanece sem investigação e punição.


[Fonte: Amnistia Internacional]

TIRADO NA ÍNTEGRA, AO ÍNTEGRO OBISTURI
"Essas antiqüíssimas dores
não serão finalmente fecundas em nós?
Será tempo de nos libertarmos, amando, da coisa amada...
docemente como quem se desabitua
dos peitos maternos."


Rainer Maria Rilke


O CÉU E A TERRA:
O CORPO A ALMA E O ESPÍRITO


...o eterno feminino pressentido objectivamente no ser amado...

Nestes casos, o que verdadeiramente transporta e fascina é a "mulher do espírito" ou a "mulher oculta" a que já nos referimos, e o ser humano correspondente serve unicamente de intermediário para a experiência ou activação desta mulher. Uma imagem primordial que transportamos em nós, nas camadas profundas do nosso ser, manifestando-se em circunstâncias determinadas ao encontro de uma pessoa real, dando origem a uma espécie de transe clarividente e ébrio: pois a imagem que transportamos em nós é também o eterno feminino pressentido objectivamente no ser amado, o qual sofre então um processo muitas vezes fulgurante de transubstanciação, com o sentido de um quase total desnudamento, duma aparição efectiva, de uma hierofonia (...)

in"A METAFÍSICA DO SEXO" - Julius Evola

quinta-feira, abril 29, 2004

Seraphys


“ Assumir a Luz é não fazer nada. É ser capaz de começar por não fazer nada... Precisas de chegar a essa ignorância essencial e ficar quieto, sem projecto, límpido, inocente, transparente, para que o Outro que tu És nos Planos Cósmicos, possa escrever nesse Quadro Branco...”



quarta-feira, abril 28, 2004

"descobrir dentro de nós"


"Existirá em nós uma esperança de descobrir dentro de nós um elemento de estabilidade permanente,
"um gerente responsável" da nossa encarnação, que saiba o fim e que nos possa iluminar
o nosso discernimento quanto ao caminho que nos leva a esse fim?"


Isha S.L.

in "A ABERTURA DO CAMINHO"

"Precisamos concluir que a percepção do mundo das causas está vedado à Humanidade? Sim, pelos meios humanos. Mas todos os verdadeiros Iniciados não vieram a esta Terra senão para mostrar esses meios que nos escapam. Ora este "mundo das causas" está expressso no TAO, ou no "Reino dos Céus", o meio essencial indicado para lá chegar é o mesmo: simplicidade de coração e de pensamento.

O Conhecimento dos poderes do coração é indespensável à prática do Caminho do Meio pois esté só se pode praticar através da preponderância desses poderes e da sua influência. Esta via é um balanço constante entre o egoísmo do Eu e o altruísmo do Si. Só o coração pode realizar o prodígio do equilíbrio, pela sua posição mediadora entre o temporal e o intemporal, entre o organismo mortal e o seu arquétipo imortal. A alternância do seu movimento (dilatação-contracção) é a imagem perfeita desse balançar entre os dois poderes, do qual o pessoal tem de se tornar consciente, para ser transcendido pelo impessoal".


de ISHA SCHWALLER DE LUBICZ


A MÃE DO MUNDO...

O encontro dá-se Agora, no Secreto, no Sacrário, no Fim do Túnel que conduz ao Coração. Eles estão dizendo: Coragem, o que parece não é! O que não parece é! Coragem, tu não estás no início da Ponte! Coragem! Tu tens um Encontro com o Cosmos nesta vida!

Da mesma forma que a Luz da Terra, da Mãe do Mundo se recolheu, se ocultou da consciência colectiva, quando o desvio dimensional foi feito, e se concentrou no Coração de Cristal no centro do planeta, também a nossa Luz se foi recolhendo até estar lá num Ponto oculto dentro de nós.

E a etapa em que nós entrámos, hoje, é uma etapa de revelação da Luz. De trazer a Luz do Profundo do nosso ser para a superfície.

Nós estamos numa etapa em que a Terra está a readquirir confiança na humanidade de superfície. Isto é: O Véu da Mãe do Mundo, vai desocultar-se de novo, vai ser retirado. E o casamento entre a Luz do Mundo e a sua Humanidade será realidade

(...) André
“Falamos demais.

Muitas palavras tentam explicar a simplicidade única do íntimo. Mas a palavra distancia a íntima quietude e no esforço de atingi-la cada vez o íntimo é mais íntimo.
Um beijo é pouco interior. Num beijo porém, para um instante o fluxo das palavras e nesse instante o íntimo aflora longínquo. Até que o amor em palavras sufoque a sua cintilação opalina.

(...) Talvez o seu corpo astral esteja ferido. E se chorar cair-lhe-á dos olhos uma lágrima invisível porque o corpo é o leito onde dormimos permanentemente até ao momento de sabermos que estamos sempre abertos para a cegueira irreal, a única verdadeira.
E se o deslumbramento cessa, cessa o canto.”



In SIGMA - 1965
ANA HATHERLY

terça-feira, abril 27, 2004

Esse falso conceito de Feminilidade foi estipulado pela Cultura Ocidental Masculina.
É um conceito Yang de masculidade.
Equivale à supremacia do Homem, como força, sucesso e poder

m.f.monsaraz


NATÁLIA CORREIA

MATRISMO, SIM, DE GRANDE MÃE

VEJAM SÓ O QUE ESTA MULHER DISSE HÁ MAIS DE 20 ANOS...
QUEM A OUVIU? QUEM NOS OUVE?


Acho que não vale a pena a mulher libertar-se para imitar os padrões patristas que nos têm regido até hoje. Ou valerá a pena, no aspecto da realização pessoal, mas não é isso que vem modificar o mundo, que vem dar um novo rumo às sociedades, que vem revitalizar a vida.

A mulher deve seguir as suas próprias tendências culturais, que estão intimamente ligadas ao paradigma da Grande Mãe, que é a grande reserva, a eterna reserva da Natureza, precisamente para os impôr ao mundo ou pelo menos para os introduzir no ritmo das sociedades como uma saída indispensável para os graves problemas que temos e que foram criados pelas racionalidades masculinas.

É no paradigma da Grande Mãe que vejo a fonte cultural da mulher; por isso lhe chamo matrismo e não feminismo.

É aquilo a que eu chamo o cansaço do poder masculino que desemboca no impasse temível do tal equilíbrio nuclear que criou uma situação propícia a que os valores femininos possam emergir, transportando a sua mensagem.


NATÁLIA CORREIA, in Diário de Notícias, 11-09-1983
(entrevista concedida a Antónia de Sousa)
Entrevistas a Natália Correia, Parceria A.M.Pereira, 2004

Leia ainda o poema da escritora em ordem nascente

segunda-feira, abril 26, 2004

DIZEM ELES...
OS PATRIARCAS DO DESERTO E OS PADRES


Padres americanos acabam de pedir ao Papa e aos Bispos portugueses para que não permitissem outros credos e pagãos terem acesso ao Santuário da Nossa Senhora de Fátima!
Tenho a dizer e a aclarar que a Deusa Mãe era inicialmente a Deusa dos ditos “pagãos” e que o seu culto antecede de milhares de anos a Igreja Cristã. Já no Antigo Egipto a Deusa Mãe era Isis e depois da perseguição ao seu culto pelos primeiros cristãos, acabou por ser aceite pelo catolicismo como a “mãe de Cristo” a Virgem Maria.

Mas a Deusa era de todos os tempos e o culto que nos “resta” e que nunca se desvaneceu pertencia na origem ao Culto da Grande Mãe de que o culto actual é apenas uma pálida imagem. Este culto de uma Virgem e mulher piedosa, que vive como a mulher à sombra do Filho e do Esposo, foi usurpado pelos padres às sacerdotisas, por não conseguirem destruir a imensa fé e fervor pela Mãe de toda a Humanidade, a Grande Deusa da Antiguidade, que no seu inicio reprimiram e perseguiram, para estabelecer o culto exclusivo do Deus-Pai...

Esta Mãe Universal a que todos apelamos no nosso coração é a Grande Mãe de Toda a Humanidade e não tem seitas nem credos! Não são os padres nem os Bispos , nem o Papa os seus verdadeiros representantes na Terra, mas as Mulheres e as Sacerdotisas que um dia mostrarão o Seu verdadeiro Rosto na Face Mágica da Deusa-Mulher.

Quando as Mulheres forem integralmente respeitadas e amadas pela sua sabedoria inata e as sociedades egualitárias elas serão eleitas para servirem a Humanidade e cumprirem O AMOR e a Paz. Deixarão de ser apenas instrumentos de manipulação que ainda são hoje a nível físico, psicológico e cultural.


LEIA A CONTINUAÇÃO DESTE ARTIGO EM: melusine
BELAS PALAVRAS...
E MUITOS ABUSOS!



"Os votos das mulheres não se dão.
Usam-se estratègicamente,
para premiar ou castigar os resultados
e os exemplos:
A nível nacional, regional e local
e europeu.”



(..) “Os partidos proclamam que só graças a eles a mulher não é mais descriminada nem mais explorada, nem mais violentada. E continuam a descriminar as mulheres.
(...)

Nas sociedade mais democráticas, os mecanismos egualitários, são permanentemente actualizados e afinados, para o rápido sucesso da igualdade/paridade. Na nossa sociedade, os progressos são de lesma. A convergência acelerada para níveis igualitários é rara na agenda política e na agenda dos media. As palavras abortam as acções. Para descriminação e para as vítimas da violência de toda a espécie, não faz sentido falar do dia da Mulher, mas da vida das mulheres. Das descriminadas, violentadas e violadas. Das idosas atoladas na pobreza, exclusão, solidão, no inferno das bichas de espera e insuficiência de pensões. Das divorciadas vítimas da inificácia de tribunais e abusos dos ex-maridos.

O próximo ano seguirá o mesmo rítmo pachorrento, ilegal e insuportável, se os movimentos igualitátrios descurarem estratégia de mudança. E se o gender mainstreaming da UE continuar a ser desrespeitado em Portugal. Será um dia de palavras, num ano de abusos. A iguladade conquista-se. Os votos das mulheres não se dão. Usam-se estratègicamente, para premiar ou castigar os resultados e os exemplos: A nível nacional, regional e local e europeu.”


De Teresa Ribeiro da Cunha
Membro do European Women Lobby
(Excerto de artigo em “Ponto de Vista” in D.N.)
PORQUE AMAM AS MULHERES “DEMAIS”?
Porque são mulheres de menos...
porque não são Mulheres inteiras!


“Ao perder a sua dimensão nterior,
Que no fundo é a sabedoria da alma,
Criou-se o vazio interior nas próprias Mulheres.
Tornaram-se instáveis e inseguras,
Insatisfeitas e ambiciosas, como os Homens.
Dependentes das mesmas realidades,
Quer no sucesso, quer no dinheiro,
Quer no poder.
Acreditam ilusoriamente
Que tudo isso lhes poderá trazer
O que realmente lhes falta:
A sua pstura YIN, a sua Força,
A sua Sabedoria milenar.

A desertificação da sua capacidade emocional,
Intuitiva, telúrica, ancestral e divina,
Criou nelas uma falsa identificação
Com os valores masculinos.
Valores de prestígio,
De êxito socuial, de autoridade.

Aceitaram
Uma auto-imagem de competetividade
Que jamais pderá devolve-lhes
A segurança da sua verdadeira natureza.


(...)
In O RETORNO DO FEMININO
m.f.monsaraz

NOTA À MARGEM...

Têm culpa as mulheres de terem sido desviadas da sua natureza?
Têm culpa as mulheres de um desvio cultural e civilizacional milenar?
Poderiam as Mulheres terem lutado contra a força brutal dos bárbaros invasores que destruiram sociedades pacíficas e egualitárias, que ainda hoje têm o poder no Mundo e que as convenceram da sua inferioridade e a exploraram ao longo de milénios e depois lhe impuzeram uma AUTO-IMAGEM degradante e mediocre, numa pretença igualdade que é sempre egoísmo e violência, exploração do “outro” e domínio do mais forte?

É preciso ir ao fundo da História e erguer dos escombros a antiga e milenar sabedoria e poder interior da Mulher a risco de que o mundo caia mais uma vez na destruição global de que é início a guerra invisível a que assistimos impotentes, pois não não é com armas nem soldados nem polícias que nos protegeremos a nós e aos nossos filhos.

Cabe ás Mulheres conquistar essa Consciência de si mesmas e lutar pela Paz e pelo Amor Universal, através da Inteligência do coração.


domingo, abril 25, 2004

Por todos os "25 de Abril"

Para mim, todas as lutas e todas as revoluções, todas as descobertas, cientificas e outras, todas as transformações, manifestações de paz e de igualdade, paridade, de contra ou a favor do que quer que seja desde há séculos, hoje ou amanhã, seja contra Salazar ou contra LE Pen, na Itália ou na Áustria, em nada mudarão o mundo enquanto à MULHER não for restituida a sua totalidade de SER HUMANO. E isso foi o que todos os 25 de Abril e Outubros esqueceram...

QUE A MULHER SEJA DONA E SENHORA DE SI MESMA

Que a sexualidade da mulher tenha o mesmo valor que a maternidade! Mas que ela vá para além do corpo e do sexo e deixe de "precisar" de se servir do seu sexo só para "prender" o homem, para o seduzir, engatar, conquistar, sobreviver ou ter um lugar no mundo e na sociedade à custa EXCLUSIVA do seu corpo, seja como mãe seja como prostituta, como modelo ou artista (em que é sempre "coisificada" explorada ou espancada e morta por posse e ciúme ou porque secularmente o homem se acha dono e senhor dela...)

EVOLUÇÃO?

Que não se separe mais a mulher em duas e que a todas as mulheres seja dada a mesma dignidade e respeito, do que depende inteiramente o equilíbrio do Mundo, a Sacralidade do Amor ou se preferirem do Erotismo, livre de pornografia e exploração sado-masoquista! Acabar com a "outra" é acabar com a caça às "bruxas", perseguição que os padres e os misóginos e as próprias mulheres se fazem ainda hoje em dia umas às "outras"...
Nesta divisão de duas metades da humanidade - homens e mulheres - com a dominaçlão masculina e ainda as mulheres divididas em duas - a santa e a pu...- está todo o dilema das sociedades! E sem que elas descubram e procurem as causas da razão porque foi a MUlher perseguida e ainda hoje é segregada e dividida no mundo inteiro, o mundo nunca evoluirá e também não haverá Democracia nem Paz no mundo.
- BUSCAMOS O AMOR DE ALGUÉM
ou o AMOR DE UM/A DEUS/A...


O desejo do amor exclusivo de alguém é talvez um sintoma de doença na humanidade, um estigma que nos marca à nascença neste mundo. Por mais que tenhamos consciência dessa quase anomalia ela continua como um registo inconsciente, celular, impossível de descartar por vontade própria, assim só porque disso temos consciência ou intuição...Pode levar uma vida inteira a superar este anseio ou sonho, ou quem sabe muitas vidas... À partida, a busca da mãe ou do pai, no amante, a necessidade do consolo ou do abrigo, da protecção...de defesa, seja pois do amante quer na mulher quer no homem, é sinal da nossa separabilidade e incompletude, por isso todos queremos voltar aos braços de uma Mãe Maior ou ao seu útero, ou simplesmente à origem - que no fundo é o AMOR que todos procuramos - e essa é certamente a grande dor e a grande caminhada na terra e a razão porque nascemos presos por um fio, um cordão umbilical e procuramos toda a vida o prolongamento desse fio no Fio de Ariana, ainda a Mãe, a mulher-deusa deus-amor...que nos faça sair do Labirinto, ou da nossa cegueira congénita...

A ALMA E O ESPÍRITO

Atingir a plenitude do SER EM SI essa seria a grande realização e fim último de cada ser humano...
Mas, O GRANDE apego à matéria e ao corpo com a qual nos identificamos e de que nos temos de “desapegar” para voltar a origem, impede-nos de ver mais além dela! Sentir mais e para além dos limites dos nossos sentidos, e da razão claro, abarcar novos “sentidos” através da intuição - do coração inteligente - e estabelecer a ligação interior – porque o que está em cima é igual ao que está em baixo - com o cosmos, ligar a nossa Alma do corpo à alma do Espírito, a Chave que nos abre o nosso potencial enquanto Energia que nos liga à Essência e à Consciência Superior do Cosmos em nós. Isso é o mais difícil e afinal nascer é como que uma armadilha ou de facto uma crucificação...Carregamos uma cruz e sofremos a flagelação...na carne, na mente e nas emoções. É o apego a posse a ganância a gula o desejo...que mais nos faz sofrer sobre a terra - assim diziam os Mestres - e por causa dessa ânsia de ter e possuir, agarrar à força, destruímos tudo quando não temos ou que queremos, logo em criança ao destruir um brinquedo por raiva e frustração...

Adultos, matamos depois outro ser humano se ele nos impede de ter o petróleo ou o ouro que queremos só nosso... ou só porque ele tem e nós não...

Somos assim todos do mais baixo grau ao mais alto, todos queremos conservar o que é “nosso” e assim se estabeleceram leis e propriedades privadas...defendemos sempre o que julgamos nosso do perigo alheio e de quem nos quer roubar seja o afecto seja o dinheiro seja a mulher o carro ou a carteira! Afinal não possuímos nada e acabamos por morrer tal como nascemos: de mãos vazias, reis, ricos, pobres, estúpidos ou inteligentes...

Nada neste Mundo é nosso...e no entanto, dividimos o mundo e odiamo-nos e matamos por isso...
Tudo começa em crianças...


AMAR A NATUREZA E A VIDA

Tudo depende do Amor da Mãe, do respeito que se tem pela Vida e pela Natureza e isso não pode acontecer sem o respeito pela nossa mãe e pelas mulheres em geral...porque é aí que está a primeira desigualdade e o primeiro trauma para as crianças nas sociedades quer no oriente quer no ocidente. Temos de compreender que o mundo dividido inicialmente pelos homens em beneficio próprio, com exclusão e exploração da mulher, não trouxe nada de bom para o mundo. Por mais simplista que isto possa parecer deriva daí a meu ver toda a violência e miséria do mundo. Quando a Mulher atingir o patamar de dignidade em todo o mundo e em paridade com o Homem criar uma nova sociedade equalitária, então sim poderemos ter paz e liberdade. Antes disso as democracias não passam de mentiras elaboradas e em decadência . As revoluções revolveram leis e instituições, mudaram os nomes das coisas mas não mudaram nada em essência, nem nas consciências.

Tudo depende da Consciência Universal (o Uno+Diversos) do Ser humano. Creio que quando os dois princípios do universo - feminino e masculino - se unirem de novo a Humanidade terá paz .
Yin e Yang, luz e sombra...Sol e Lua, Mulher e Homem na plenitude do SER Superior.

Só esse pode ser o caminho!
UM NOVO RUMO PARA TODA A HUMANIDADE

sexta-feira, abril 23, 2004

O pensamento é a própria negação do amor e ele não pode entrar nesse espaço onde o "eu" não existe. Nesse espaço reside a benção que o ser humano procura e não pode encontrar, porque a procura dentro das fronteiras do pensamento, e este destrói a êxtase dessa benção.

in MEDITAÇÕES
J Krishnamurti

Cada ser é dono absoluto da sua destruição, progresso ou evolução. Leis cósmicas atuam sobre ele e o levam à realização da sua própria essência.

A disciplina trazida pelos antigos Mestres da Humanidade já ensinava que o acto de ajudar o semelhante deve ser tão espontâneo quanto é automático o acto de retirar a mão ao se tocar um objeto a arder.


Trigueirinho
OS JARDINEIROS DO ESPAÇO
(...)
NESTE PLANO, ou seja, no plano mental ou emocional
sujeito à dualidade, bem e mal, amor e ódio,
"As acções, as emoções e as palavras
raramente coincidem entre si..."


in A Fonte de Possessão
Marion Z. Bradley

SERMOS COMPASSIVOS

Sendo a vida uma totalidade, não há acto alheio que não nos diga respeito, bem como não há acto nosso, físico, emocional ou mental, que não reflita positiva ou negativamente sobre o outro, ou sobre todos os seres.

Esse é o ponto de vista da alma, amplo e universal. Se estivermos abertos a ele, aprenderemos a ser mais abrangentes e compassivos.


in NOSSA VIDA NOS SONHOS
Trigueirinho

quinta-feira, abril 22, 2004



"MEDITAR É LIBERTARMO-NOS DO PENSAMENTO;
É UM MOVIMENTO NO ÊXTASE DA VERDADE."

J Krishamurti

...Meditar é ir para além do pensamento inútil que nos impede de atingir o SER Profundo; é o êxtase da paz interior, a única paz verdadeira...
Sem essa paz interior e individual, nunca o ser humano poderá adquirir paz na sociedade e no mundo. Porque a Paz corresponde a um Estado do Ser e não a uma ideia...

Vê-se que hoje meditei...
AQUILO QUE SE PERDEU...
OU NUNCA SE PERDE?


Aquilo que se perdeu, aquilo que se deveria ter querido, aquilo que se obteve e satisfez por erro, o que amámos e perdemos e, depois de perder, vimos, amando por tê-lo perdido, que o não havíamos amado; o que julgávamos que pensávamos quando sentíamos; o que era uma memória e críamos que era uma emoção;
(...)

Quem sabe sequer o que pensa ou o que deseja? Quem sabe o que é para si-mesmo? Quantas coisas a música sugere e nos sabe bem que não possam ser! Quantas a noite recorda e choramos e não foram nunca!
(...)


IN O LIVRO DO DESASSOSSEGO
FERNANDO PESSOA
COISAS VERDADEIRAS...

Tenho neste momento tantos pensamentos fundamentais, tantas coisas verdadeiramente metafísicas que dizer, que me canso de repente, e decido não escrever mais, não pensar mais, mas deixar que a febre de dizer me dê sono, e eu faça festas com os olhos fechados como a um gato, a tudo o que poderia ter dito.

(...)
Com que vigor da minha alma sozinha fiz página sobre página reclusa, vivendo sílaba a sílaba a magia falsa, não do que escrevo mas do que supunha que escrevia! Com que encantamento de bruxedo irónico me julguei poeta da minha prosa, no momento alado em que ele nascia, mais rápida do que os movimentos da pena, como um desforço falaz nos insultos da vida! E afinal, hoje, relendo, vejo rebentar meus bonecos, sair-lhes a palha pelos rasgos, despejarem-se sem sentido...

IN o livro do desassossego
fernando pessoa

OS AMANTES PODERIAM...

Os amantes poderiam, se o compreendessem, dizer coisas estranhas no ar da noite.
Pois parece que tudo se nos oculta.
Olha, as arvores são; as casas, que habitamos, existem ainda.
Só nós passamos por tudo como uma troca aéria.
E tudo está combinado para nos calar, em parte talvez como vergonha
em parte talvez como esperança indizível.


R.M.RILKE


"O sofrimento que conduz a um Eu genuino difere diametralmente do sofrimento que opta pela redenção pela identificação com algo que lhe é exterior. Só se formos capazes de não fugir ao nosso sofrimento poderemos diferenciar-nos."

in A TRAIÇÃO DO EU
Arno Gruen

quarta-feira, abril 21, 2004

Pensar na sensibilidade alheia...

O escrúpulo é a morte da acção. Pensar na sensibilidade alheia é estar certo de não agir. Não há acção, por pequena que seja - e quanto mais importante, mais isso é certo - que não fira outra alma, que não magoe alguém que não contenha elementos de que, se tivermos coração, nos não tenhamos que arrepender. Muitas vezes tenho pensado que a filosofia real do eremita estará antes no esquivar-se a ser hostil, pelo simples facto de viver, do que em qualquer pensamento directamente relacionado com o isolar-se.

Fernando Pessoa (Barão de Teive), in "A Educação do Estóico"

Retirado do CITADOR (VEJA NO LINK AO LADO...)

terça-feira, abril 20, 2004

E cada um sabendo do outro
só que há vida la dentro e mais nada.




165

Que somos nós? Navios que passam um pelo outro na noite,
Cada um a sua vida das linhas das vigias iluminadas
E cada um sabendo do outro só que há vida la dentro e mais nada.
Navios que se afastam ponteados de luz na treva,
Cada um indeciso diminuindo para cada lado do negro
Tudo o mais é a noite calada e o frio que sobe do mar.

188

Mas eu não tenho problemas; tenho só mistérios.

Todos choram as minhas lágrimas, porque as minhas lágrimas são todos.

Todos sofrem no meu coração, porque o meu coração é tudo

189

Meu coração, bandeira içadas
Em festas onde não há ninguém...
Meu coração, barco atado à margem
Esperando o dono, cadáver amarelado entre os juncais...
Meu coração, a mulher do forçado,
A estaladeira dos mortos da noite,
Aguarda à porta, com um sorriso maligno,
Todo o sistema do universo,
Concluso a podridão e a esfinge...
Meu coração, algema partida...

233

Saudação a todos quantos querem ser felizes:
Saúde e estupidez.


FERNANDO PESSOA


O RETORNO DO FEMININO

32

Ao negarem a sua verdadeira essência,
As Mulheres de hoje deixaram de ser Papisas.
Deixaram de saber o Saber da Vida em Si,
A vida das suas profundezas.
Passaram a reger-se por uma mentalidade de
Acção extrovertida.
Mentalidade de conceitos de Poder,
De Produtividade, de Afirmação.
Conceitos que são
Concepções masculinas do mundo.

33

A perda progressiva da sua interioridade,
Secou a Vida interna da Mulher.
Vida como fonte de inspiração,
Como Visão Interior


M. F.de Monsaraz


A MULHER como Reveladora dos Mistérios

(...) "A mulher divina no gnosticismo é essencialmente, Sofia, entidade de múltiplos aspectos e nomes. Identificada por vezes ao próprio Espírito Santo, é também, segundo os seus diversos atributos, a Mãe universal, a Mãe do Vivos ou Mãe resplandecente, o Poder do Alto, "A da Mão Esquerda" (em oposição ao Cristo, considerado seu esposo e "O da Mão Direita"), a Luxuriosa, a Matriz, a Virgem, a Esposa do Macho, a Reveladora dos Mistérios, a Santa Pomba do Espírito, a Mãe Celeste, a Extraviada, Helena (isto é Selenia, a Lua); foi concebida como a Psique do mundo e o aspecto feminino do Logos. Na "Grande Revelação" de Simão o gnóstico, o tema da díade e do andrógino é dado em termos que merecem ser referidos aqui:

" Este é o que foi, que é o que será, o poder macho-fêmea assim como o poder preexistente ilimitado que não tem começo nem fim, porque existe na Unidade. Foi através deste poder ilimitado que o pensamento, escondido na Unidade, agiu primeiro, tornando-se dois...

Sucedeu assim que aquilo que através dele se manifestou, embora um, é de facto dois, macho e fêmea, contendo a fêmea em si próprio".


In " A Metafísica do Sexo" de Julius Evola


segunda-feira, abril 19, 2004

“ANA A REVOLUCIONÁRIA DO SEXO”,

(PARA GÁUDIO DOS NOSSOS INTELECTUAIS E JORNALISTAS...)

E o orgulho macho e saloio de Ter uma “sindicalista do sexo” e que defende os “trabalhadores sexuais” e aparece ela própria em pose como profissional “stripper” e descrita tão machistamente quanto possível - “antropóloga portuguesa exibe a frescura feminina dos seus 28 anos, de lábios carnudos e formas modeladas por um par de calças de cabedal preto” e que prepara uma tese para doutoramento revolucionando os meios académicos...
(Qualquer dia ainda é convidada para deputada da Assembleia da República...)
in Grande Reportágem

ELA QUER TIRAR "A INDUSTRIA DO SEXO " DA OBSCURIDADE...e faz um part-time em Londres, como operadora de chamadas eróticas ela própria clamando à unidade de todos os trabalhadores sexuais do mundo...enquanto posa para pintores e estuda antrolpologia na Universidade!

Lamento, que esta seja a bandeira de uma “antropóloga portuguesa”...

Não o digo por preconceito, nem porque esteja contra a prostituição como consequência de miséria e ignorância, mas sim contra as suas causas mais profundas porque sei que a mulher não tem que vender o seu corpo nem o seu sexo, mas reivindicar uma sociedade justa onde ela esteja em plena paridade com o homem e tenha um lugar que nunca teve em nenhuma democracia e em que não será obrigada a vender o que mais precioso e belo tem.
Sem dúvida que será livre para fazer o que quiser com o seu corpo e com o seu sexo, mas dentro de um espírito diferente e sem a dicotomia em que desde sempre a sociedade nomeadamente a Igreja obrigou as mulheres a debaterem-se entre a “santa e a impura”. Neste contexto actual, por mais que lute por uma liberdade será sempre usada por homens que a não respeitam...
Ainda agora os “filhos da pu...” são os piores inimigos da sociedade, (como os terroristas) mas eles são os filhos do “Deus Pai todo poderoso” que dividiu a mulher em duas; na verdade o Filho da Grande P...que é o Patriarcalismo, pois a prostituição foi a sua invenção. Antes - das invasões bárbaras - as mulheres eram livres e dignas e nunca houve uma “prostituição sagrada” como se costuma dizer muito erradamente, mas sim a Devoção à Deusa Mãe que induzia a uma Sexualidade Sagrada em que o culto da mulher e do seu corpo era um princípio de divindade da Deusa que através da mulher iniciava o homem no amor o que o tornava também filho da deusa e da Grande Mãe e não porque esta lhe vendia os seus prazeres como se tornou vulgar pensar à luz dos nossos dias profanos, e não pagãos como se diz, porque era no Paganismo que o cristianismo denegriu que as mulheres e a natureza mãe eram elevadas à sacralidade e cultuadas pela sua dádiva enquanto Cálice. Antes do culto da guerra e da Espada!

Por tudo isso e à luz de uma Nova Antropologia - que certamente essa menina portuguesa desconhece - a luta da Mulher consciente devia ser por uma causa de todas as Mulheres do Mundo sim! E contra a prostituição, a violação e as mafias que as exploram incluindo em Bares de Alterne! Uma luta pela dignificação da mulher e não a “coisificação” do seu ser ou do seu sexo contra toda a prostituição dos valores e das sociedades machistas-capitalistas... em que tudo se vende e se compra e já não existe qualquer valor que não seja o consumo; contra uma sociedade em que o ser humano se tornou ele também um objecto a consumir e a usar como mero instrumento de prazer, sem que exista já qualquer dimensão de amor nem respeito pelo SER Humano em si - tão longe que se está de qualquer ética ou sentimentos profundos entre os seres humanos.

E como é que uma mulher minimamente inteligente pode crer nesta atitude superficial como solução na “união das prostitutas/os” e nisso possa encontrar um sentido "digno" tal como legalizar quer a prostituição, quer a “coisificação” da pessoa. Isto só nos mostra como todos os valores se inverteram com a queda dos preconceitos ou tabus em geral na nossa sociedade cada vez mais alienada do Sentido Real da Existência que existe para além deles. Não se trata pois de defender os tais preconceitos ou tabus como é evidente mas defender valores muito acima deles e porque lutamos tanto em gerações passadas!

A derrocada do mundo ocidental começa na própria ciência quando se vendem e compram órgãos humanos de seres vivos em hospitais e depois se matam crianças para lhes extrair órgãos vitais para vender em contrabando, é “natural” que vender o sexo não cause já nenhum problema...Mas o sexo não é um produto em exposição nem uma fábrica de prazeres lícitos ou ilícitos...

Legalizar o sexo como forma de “ganhar a vida” é uma perversão que se baseia hoje em dia numa falsa liberdade da mulher contrapondo a sua vontade à sua própria escravização que teve origem na divisão da Mulher em duas - a esposa e a prostituta - e que o patriarcalismo manteve até aos nossos dias. A liberdade da mulher não é lutar pela afirmação da escravização ao sexo a que o homem que a compra ou vende e usa a votou!

A MULHER É MUITO MAIS DO QUE O SEU CORPO,
MUITO MAIS DO QUE UM SEXO...


- Excerto de artigo publicado recentemente em MELUSINE - em arquivo
O TANTRA OU O AMOR NA SUA ORIGEM DIVINA
(Contra a ridícula ideia de mero prazer...técnico!)


"O amor começa a adquirir um carácter sagrado ao pôr a alma humana em estado de mag ou de transe. A matéria mais grave e a matéria mais subtil ficam presas ao SER HUMANO * através dum estado de magnetismo tão profundo que começa primeiro a intuição e depois a sensação dum mundo que não é humano, mas que na hipersensibilidade dum estado especial do ser atinge um fundo humano."

Kremmerz observa que, em todo o amor diferenciado, se produz por instantes justamente este estado: no entanto, "a dificuldade consiste em fazê-lo durar intensa e definitivamente"; consiste além disso em impedir que desperte o desejo físico, que o paralisaria. Segundo a terminologia Kremmerz, existe o estado de mag se for activo (êxtase activo) e de transe se for passivo. Nestes estados o elemento subtil do homem não somente entra em contacto com o da mulher, mas oferece-se também a possibilidade de se relacionar com tudo o que em geral, pertence, quer em forças ou em influências, ao plano hiperfísico.

O AMOR MÁGICO...

Encontramos seguidamente um motivo que é já do nosso conhecimento quando K. afirma que "através desta porta do amor " começa a verdadeira magia, desde que "embora mantendo-se na intensidade mais inverosímel do Pyr, ou fogo mágico", o homem separe na amante que está a ver com os seus olhos físicos uma entidade que pertence ao plano a que se chegou. Através da união com esta entidade começa, porém em simultâneo com a "magia", o risco da loucura.
(...)


DESEJAR A ALMA

Refere-se a primeira à necessidade de que o "eros que constitui o instrumento da obra, não seja logo desejo sexual, avidez sexual, mas justamente amor, algo de mais subtil e vasto, sem polarização física, mas cuja intensidade não deverá ser menor. Poderei dizer-te também: tu deves desejar a alma, o ser do outro ser, tanto como se pode desejar o corpo". Partindo deste estado na relação sem contactos físicos "o Eros favorece-te o contacto fluídico e o estado fluídico por sua vez exalta o Eros.

Poderá assim, produzir-se uma intensidade-vertigem quase inconcebível para o homem e a mulher comuns.

Amar-se e desejar-se deste modo, sem movimento, de forma contínua aspirando-se recíproca e vampiricamente numa exaltação que progride sem receio das possíveis zonas de vertigem. Experimentarás uma sensação de amalgamento efectivo, sentirás o outro em todo o teu corpo, não através do contacto, mas por meio dum abraço subtil que se sente em cada ponto e fica penetrado por ele como por uma embriaguez que se apodera do sangue do teu sangue. Isto conduzir-te-á ao limite, ao limiar dum estado de êxtase.

* onde se lia, homem, escreve-se ser humano por se pensar ser mais correcto.

in "METAFÍSICA DO SEXO"
de Julius Evola

domingo, abril 18, 2004



Cada ser humano é Yin e Yang.
Tem em si as duas polaridades.
A dimensão receptiva, passiva
E interiorizada do ser
É o seu polo Yin,
O seu lado mais obscuro,
E que dificilmente hoje se manifesta.
Séculos de história,
Criaram a supremacia do Yang.
Esta supremacia deu origem a uma Cultura
Predominantemente Masculina.
Com o tempo, a afirmação Yang
Levou à perda de Yin.

O nosso lado passivo, feminino,
Interiorizado, meditativo e receptivo,
Deixou progressivamente de ser desvalorizado
Pelo pensamento comum.
Sem se darem conta, as Mulheres
Ficaram condicionadas e limitadas
Por uma Sociedade criada por Homens
E para Homens.
Onde a sua contribuição feminina
Não encontra lugar.

(...)
M.F.Monsarraz

A diferença entre Feminismo e o Princípio Feminino


Ou a importância de um “Feminismo Místico”




"O Vaso da Transformação só pode ser efectuado pela mulher,
porque ela própria, em seu corpo que corresponde ao da Grande Deusa, é o caldeirão da encarnação, nascimento e renascimento. E é por isso que o caldeirão mágico está sempre nas mãos de uma figura humana feminina, a sacerdotisa e a bruxa".
  Erich Neumann



É PRECISO ESTABELECER UMA DIFERENÇA  entre o conceito variegado de Feminismo e deturpado ou relativizado ou mesmo ridicularizado por homens e até mulheres, ao longo de décadas, e a ideia mais recente, mas também mais profunda do Princípio Feminino, que é enorme, pois enquanto de forma geral o feminismo é a luta da mulher e a afirmação dos seus direitos face a uma realidade socia-económica,  política e cultural, de princípio antagónica à mulher e que a explora e abusa há séculos, o Princípio Feminino tem uma dimensão ontológica indo á raiz do Conhecimento do SER MULHER, lendo na essência e não na forma ou aparência das coisas e dos factos. Trata-se de ter conhecimento de uma realidade profunda e de proporções cósmico-telúricas, avaliando a Mulher em si mesma pela  sua essência, a Mulher integral, aquela que procura unir as duas mulheres cindidas pelo mito bíblico que as divide ainda em “santa e puta”, anulando-a como Princípio ou Pólo Complementar do Princípio Masculino. Princípio activo e princípio passivo, positivo e negativo, o Yang Yin das cosmogonias orientais e que representam a dinâmica dos seus dois aspectos, o princípio e fundamento da manifestação da matéria - nascimento dos mundos - e a dualidade da vida que se expressa no SER HUMANO em dois sexos compondo-se exteriormente de duas “metades” complementares. O  que acontece também ao nível interior de cada uma das partes e portanto expresso tanto fora como dentro do indivíduo, tendo como meta existencial o sentido da consumação dos mesmos princípios na união dos dois em Um, macho-fêmea, integração dos dois pólos em si mesmo e que dá a totalidade do SER, onde se dá ou está a completude do indivíduo, na Obra por excelência, representada  no casamento alquímico, homem e mulher, sol e lua,  conforme foram concebidos na encarnação, com papéis diferentes, cabendo à mulher iniciar o homem no amor assim como conceber o filho, fruto dessa consumação.

Porque a Génese foi alterada e pervertida pelos sacerdotes-guerreiros fundadores de religiões patriarcais, para seu interesse e em detrimento da Deusa-Mãe a Mulher foi paulatinamente relegada para um quadro de despromoção contínua no aspecto social-económico ao longo dos séculos nas sociedades antigas, desde há milénios, tendo sido principalmente adulterado o papel de iniciadora do amor da mulher livre para o de prostituta e á da mulher casada como “objecto” de venda e compra das mulheres legitimada pelas suas leis, ao de esposa e mãe, criando uma dicotomia ou cisão na própria Mulher em si, de consequências psicológicas graves com fracturação do seu SER e que a fere de morte no seu potencial cósmico e função iniciadora como mediadora das forças cósmico-telúricas, relegando-a para patamares de subserviência, atribuindo-lhe um lugar secundário a todos os níveis da sociedade e do conhecimento. A mulher não só perdeu o seu Dom inato, como deixou de Ter acesso ao Conhecimento intrínseco do feminino em essência que corresponde à voz do útero, voz mediúnica de sacerdotisa curadora ou maga, Mãe da Humanidade, herdeira de uma autoridade que é compaixão e sentido de Justiça inato. A Mulher é a responsável pela manifestação mas foi condenada ao descrédito pelas sociedades patriarcais que são por sua vez responsáveis pelo caos do Mundo ainda hoje.


ONDE AS FEMINISTAS FALHARAM

Não se trata pois de mais uma vez reivindicar direitos ou lugares na sociedade e na política ou na literatura, mas erguer uma Estrutura Humana inteira a que corresponde uma Nova Consciência do Ser Mulher neste tempo, mas que lhe pertence deste os mais tempos remotos, aspectos que deverão ser consciencializados para voltar a restabelecer o equilíbrio do Mundo. É preciso unir os dois princípios e salvar o Planeta.

Ser feminista já não basta. É preciso Ter uma Consciência Superior enquanto ser iniciada por natureza e que reconquista a sua verdadeira dimensão. Só assim a mulher será Mulher e o Homem será salvo do abismo da separabilidade e caos de um só princípio reinante devastador, a Civilização da Espada, o masculino, que exclui de si e da sua vida o Feminino ou a Civilização do Cálice.

A homossexualidade, variante do conflito dos sexos, definição de um aspecto fragmentário do ser, é um falso problema, nesta perspectiva cosmológica e universal, vendo o Ser Humano na sua totalidade integrada: corpo-alma e espírito - e não nas suas partes constituintes, em separado, ou funções biológicas e orgânicas - pois não faz mais do que acentuar esta dicotomia do ser, invertendo os princípios sem resolver a questão essencial dos dois lados em cada um de nós (macho-fêmea em si foi o Ser Humano criado). Assim a resposta humana à questão sexual é a androginia psíquica e estrutural dos seres ao nível ontológico e não ao nível morfológico e psicológico apenas...
O amor entre os seres humanos não é meramente sexualidade, mas energia quântica que eleva a consciência muito para além do prazer e da procriação. O Amor Humano pode ser iluminação e acesso a outra dimensão, quando vivido e não intelectualizado.

O Ser Humano é chamado neste milénio a viver como um todo indivisível e não como um fragmento de um outro imaginado, não importa que “sexo” represente...
Quando a Mulher for encarada como uma totalidade - não mais dividida em duas - o Homem também A reconhecerá dentro e a sexualidade em si deixará de ser apanágio de uma cultura decadente e promiscua que reinou no obscurantismo e na confusão do “pecado” durante séculos, para se afirmar depois em meio século, numa degeneração e libertinagem que nada tem a ver com a sacralidade do mesmo. Sexo é iniciação ao Amor, não prática desregrada e deslocada do sentido da alma e do coração. Não se ensina a sexualidade às crianças, mas respeita-se a Mulher e a Mãe. Depois a Natureza do Amor encarrega-se do resto. Para isso a sociedade tem de ser equilibrada e harmoniosa o que só se consegue quando Homem e Mulher coabitarem em paz. Para isso tem que abrir-se ao Amor universal cuja Sede se encontra no centro do seu coração. Ouvir o coração é o que nos resta.

rosaleonorpedro

sábado, abril 17, 2004

"A dualidade sendo a causa da sexualidade - portanto a afinidade entre os complementos - é a causa do desejo que os homens chamam amor. O erro está em confundir amor, desejo e necessidade....

Fora dessas excitações sexuais produzidas pelas estações da vida humana e da Natureza, cada indivíduo é o joguete dos seus instintos particulares, que o fazem reagir sexualmente a certos gestos ou circunstâncias que lhes correspondem.
Estas características instintivas, inscritas no fígado, encontram a sua reacção no sexo e no cérebro, e estes que estão sempre ligados, dão-se mutuamente desculpas para explicar e satisfazer o desejo que daí resulta..."


in A ABERTURA DO CAMINHO
Isha Schwaller de Lubicz

O CASAMENTO DA ÁGUA E DO FOGO...


ACORDAR A MULHER SÁBIA,
UNIR AS DUAS MULHERES
QUE A IGREJA DIVIDIU...


LA LOBA, a velha,
Aquela Que Sabe, está dentro de nós.



Ela viceja na mais profunda alma-psique das mulheres, a antiga e vital Mulher Selvagem. A história de LA LOBA descreve a sua casa como aquele lugar no tempo no qual o espírito das mulheres e o espírito dos lobos se encontravam - o lugar onde a mente e os instintos se misturam, onde a vida profunda da mulher embasa sua vida rotinaeira. É o ponto onde o Eu e o Tu se beijam, o lugar onde as mulheres correm com os lobos.

Essa velha está entre os universos da racionalidade e do mito. Ela é a articulação com a qual esses dois mundos giram. Esse espaço entre os mundos é aquele lugar inexplicável que todas reconhecemos uma vez que passamos por ele, porém suas nuances se esvaem e têm a forma alterada se quisermos definí-las, a não ser quando recorremos à poesia, à música, à dança...ou às histórias."


"MULHERES CORRENDO COM OS LOBOS"
Clarissa Pinkpla Estés

O RETORNO DO FEMININO
32

Ao negarem a sua verdadeira essência,
As Mulheres de hoje deixaram de ser Papisas.
Deixaram de saber o Saber da Vida em Si,
A vida das suas profundezas.
Passaram a reger-se por uma mentalidade de
Acção extrovertida.
Mentalidade de conceitos de Poder,
De Produtividade, de Afirmação.
Conceitos que são
Concepções masculinas do mundo.


33

A perda progressiva da sua interioridade,
Secou a Vida interna da Mulher.
Vida como fonte de inspiração,
Como Visão Interior


M. F.de Monsaraz

sexta-feira, abril 16, 2004



“O amor é destruidor de uma sociedade organizada porque ele isola dois seres, que se bastam a si mesmos e isso reflecte-se contra o quadro jurídico existente.”

“A Mulher, a Mulher autêntica, reintegrada a sua plenitude e poder faz medo a esses sub-produtos que são os homens numa sociedade paternalista.”


O DOM DA MULHER AUTÊNTICA

“Será que esquecemos que o Dom de si não pode ser senão voluntário? Será que esquecemos que não pode haver responsabilidade senão onde existir liberdade?

Ora nós não somos livres. Somos vítimas de preconceitos, mergulhados nas rotinas que nos prendem, saturados de ideias feitas. E por falta de lucidez, estamos em completo desconhecimento dos verdadeiros problemas que se põem aos seres humanos.

Nós não somos livres. A mulher, particularmente, tornou-se escrava da nossa sociedade que é uma sociedade de escravos que nem sequer se apercebem do seu estado de servidão porque se "ils gargarisent" - gargarejam - palavras. Não é de modo algum suficiente pronunciar a palavra liberdade e cantá-la em todos os tons para se ser verdadeiramente livre, é preciso sê-lo por actos.

Se a mulher ocidental moderna não é livre, Ysolda, Graiane e Deirdre eram mulheres livres. A mulher celta era livre porque ela agia, e fazia-o em plena consciência das suas responsabilidades. E sendo livre, ela era capaz de amar, porque o amor é um sentimento que escapa a qualquer controle e a todas leis impostas pela razão, somente pois os seres livres podem amar. É aí que se pode encontrar talvez a maior de todas as lições e nos é dada na maravilhosa história de Tristão e Ysolda.”

JEAN MARKALE- A MULHER CELTA


NOTA À MARGEM

Porque as mulheres celtas eram livres e, portanto responsáveis, elas podiam amar sendo autênticas, coisa que não acontece nos nossos dias face à estranha caricatura que a mulher é de si mesma, desconhecendo-se por inteiro nessa plenitude de ser que a falta de liberdade lhe tirou para a por ao serviço exclusivo da sociedade patriarcal que a dominou enquanto esposa e mãe e como prostituta nos Bordéis que institui, em paralelo com o casamento e assim perdura há milênios com leves alterações nos nossos tempos modernos...


Será que o novo milênio não vai tocar na ferida e nos vai deixar continuar assim divididas?

quarta-feira, abril 14, 2004

PRECISAMOS VOLTAR AO SAGRADO

"Hoje em dia, tudo se tornou profano. As funções do princípio feminino, dar nascimento e alimentar, perderam o seu carácter mágico e sagrado; o corpo da mulher tornou-se profano.

Em certas épocas, o erotismo era de essência sagrada: os atributos da dupla função do princípio feminino – o ventre e os seios – eram ao mesmo tempo desejados e respeitados como atributos sagrados.

As relações de ligação com a Natureza são a imagem das relações que temos com a mulher – veículo privilegiado do princípio feminino. A nossa civilização já não respeita a Natureza da mesma maneira que já não respeita a mulher, o princípio feminino e os valores que ela veicula. "





113
DE LA MUSIQUE

Ah, pouco a pouco, entre as árvores antigas,
A figura dela emerge, e eu deixo de pensar...

Pouco a pouco da angustia de mim vou eu mesmo emergindo...

As duas figuras encontram-se na clareira ao pé do lago...

...As duas figuras sonhadas,
porque isto foi só um raio de luar e uma tristeza minha,
é uma suposição de outra coisa,
e o resultado de existir...

verdadeiramente, ter-se-iam encontrado as duas figuras
na clareira ao pé do lago?
(...mas se não existem?...)

...Na clareira ao pé do lago........................


143

No fim de tudo dormir.
No fim de quê?
No fim do que tudo parece ser...,
Este pequeno universo provinciano entre os astros,
Esta aldeola do espaço,
E não só do espaço visível, mas até do espaço total


fernando pessoa

terça-feira, abril 13, 2004

O QUE FALHOU NAS DEMOCRACIAS...
(a dominação exclusiva dos homens é a sua fraqueza...)

“A racionalização do sistema androcrático (dominação exclusiva dos homens) é serem os homens como “chefes de família”, quem toma conta das mulheres e crianças. Esta racionalização baseia-se porém num modelo de realidade que, mais uma vez, ignora quantidades maciças de dados, pois estes demonstram sobejamente que uma das principais razões porque tantas mulheres e crianças em todo o nosso globo vivem na miséria mais abjecta é o facto de, tanto em famílias “unidas” como “destroçadas”, os homens NÃO sustentarem adequadamente as mulheres e os filhos.”


“O CÁLICE E A ESPADA” – Riane Eisler


"A democracia tem uma grande força e uma grande fragilidade, simultaneamente. A sua fragilidade está no facto de poder ser destruída pelas regras que ela própria consente"

antónio tabucchi - in Público

segunda-feira, abril 12, 2004

PORQUE SE MATAM OS HOMENS?

“As Democracias estão a suicidar-se”

Não são só as democracias que se estão a suicidar, porque elas nunca existiram... mas os homens com as suas armas e as suas guerras e AS SUAS ECONOMIAS, sempre! que por sua vez destruem sem contemplações além de outros seres humanos, todo o Planeta. O mundo entrou em plena guerra sem inimigo visível pois ele se encontra na nossa sombra, na sombra não integrada de cada um de nós. No mal que projectamos no próximo, sem ver que ele está dentro de cada pessoa... “O inimigo invisível” é essa Sombra, o lado da sociedade relegada para a periferia dos mundos, a que chamamos “diabo”(OU A MULHER QUE SUB-REPTICIAMENTE O ENCARNA, por exemplo na Serpente e na mulher-andrógino a passar no filme de terror do Mel Gibson, enquanto Cristo é flagelado...) e não é mais do que o nosso lado renegado ao longo de séculos, o outro lado que sempre recusámos ver...o inimigo do homem é ele mesmo que exclui a Mulher e os valores do Feminino DESDE HÁ MILÉNIOS.

As democracias nunca existiram porque as sociedades patriarcais sempre se basearam em conquistas, escravidão ou economias e trabalho explorando outros seres humanos, embora recentemente defendendo os Direitos do Homem. Nunca porém deram o lugar justo à mulher na luta pela sua liberdade e integridade a não ser de há meio século para cá na aparência das leis e das instituições, depois de movimentos feministas e outros o terem reivindicado, sem que nunca tenham correspondido à realidade pessoal e individual da mulher como ser integrado, pois nunca a Mulher adquiriu o estatuto que lhe é inerente como Ser Humano, tendo sido sempre explorada e usada arbitrariamente pelo poder, fosse ele qual fosse que estivesse em exercício! O marxismo foi contra a exploração do homem pelo homem mas nem sequer equacionou a exploração da mulher por todo e qualquer homem – sobretudo em casa e no seio da família, sempre patriarcal - como se fosse uma coisa legítima e a mulher um apêndice do homem pois mesmo o mais miserável tinha o direito de posse sobre a mulher. Daí a “tradição” da violência doméstica sem punição e sofrer o rir escarninho dos polícias...e “autoridades” machistas...



Uma sociedade em que a mulher foi sempre inferiorizada e tratada como subalterna, seja no ocidente seja no oriente, não pode educar filhos dignos nem equilibrados e por isso eles se matam entre si violando princípios de fraternidade e violando ou matando as próprias mulheres que lhes dão a vida. Enquanto as sociedades não compreenderem que a mulher tem de cumprir o seu papel para além de mãe e de amante, OU OBJECTO DE CULTO (SEJA ele PORNOGRÁFICO, SEJA ele MÍSTICO!) e esta não atingir a plenitude (unir as duas mulheres cindidas pelo mito bíblico...) do seu Ser e a Consciência do Seu Valor, como indivíduo, o mundo não poderá JAMAIS Ter paz nem amor.

O mundo teima em não ver que enquanto um ser humano tiver domínio e poder sobre outro ser humano nunca poderá viver quer em democracia quer em paz. Acreditou-se na evolução económica e científica da sociedade e na consciência cívica do Homem mas nunca se pensou verdadeiramente na paridade da Mulher como Ser Humano sendo desde sempre e apenas a mãe e a amante ou a criada versus empregada dos homens que sempre a exploraram. Ainda hoje como é evidente e sabemos bem as mulheres em todo o mundo são descriminadas e vivem a mais indigna e abjecta exploração que qualquer ser humano pode viver que é a prostituição e nunca os homens de poder seja da Igreja seja do Estado, filósofos ou intelectuais em momento algum pensaram nessa exploração, dita a “profissão mais velha do mundo”, como uma forma de “servilismo”- sendo a mais antiga e abjecta exploração do mundo feita a um ser humano! Os homens em todo Mundo ainda vendem e prostituem irmãs e mulheres e crianças e a peste atinge todos os continentes e onde a miséria e a violência é maior como nos países árabes e africanos que professam a fé islâmica, as mulheres não têm existência própria nem identidade. Podem ser mortas por qualquer razão que os homens aleguem como seja “envergonhar a família”(em que só o homem manda e as mulheres são pouco mais que escravas!) ou terem a cara descoberta. Acontece agora mesmo no Afeganistão e no Iraque, mas para os Media só os homens contam, os seus soldadinhos de chumbo ao serviço da Grande máquina econômica da Guerra!!!

AS MULHERES? Matem-nas ou vendam-nas à vontade em todo o mundo...
Quanto às nossas mulheres por cá, as políticas sobretudo, falam e agem como os homens, contentam-se em não usar Burka...

NO ENTANTO, A MULHER PODE TER A CHAVE DA PAZ,
SE FOR MULHER-MULHER!

domingo, abril 11, 2004



sem luz não existe amor...


A MEDITAÇÃO É UM ESTADO DA MENTE QUE OLHA TUDO COM COMPLETA ATENÇÃO, NÃO FRAGMENTARIAMENTE, MAS DE MANEIRA TOTAL.

A "MORTE" A QUE A MEDITAÇÃO DÁ ORIGEM É A IMORTALIDADE DO NOVO.

A MEDITAÇÃO É AQUELA LUZ QUE, NA MENTE, ILUMINA O CAMINHO DA ACÇÃO; E SEM ESSA LUZ NÃO EXISTE AMOR.


j. krishnamurti

sábado, abril 10, 2004

MEU AMOR PERDIDO...

Meu amor perdido, não te choro mais, que eu não te perdi!
Porque posso perder-te na rua, mas não posso perder-te no ser,
Que o ser é o mesmo em ti e em mim.

Muito é ausência, nada é perda!
Todos os mortos - gente, dias, desejos,
Amores, ódios, dores, alegrias -
Todos estão apenas em outro continente...
Chegará a vez de eu partir e ir vê-los.
De se reunir a família e os amantes e os amigos
Em abstracto, em real, em perfeito
Em definitivo e divino.

Reunir-me-ei em vida e morte
Aos sonhos que não realizei
Darei os beijos nunca dados,
Receberei os sorrisos, que me negaram,
Terei em forma de alegria as dores que tive...


(...)

fernando pessoa


TER UMA RAINHA...

163

Ah, como outrora era outra a que eu não tinha!
Como amei quando amei! Ah, como eu ria.
Como com olhos de quem nunca via
Tinha o trono onde Ter uma rainha.

Sob os pés seus a vida me espesinha
Reclinas-te tão bem! A tarde esfria...
Ó mar sem cais nem lodo nem maresia,
Que tens comigo, cuja alma é a minha?

Sob uma umbrela de chá em baixo estamos
E é súbita lembrança opositoria
Da velha Quinta e do espalmar dos ramos

Sob aos quais a merenda...Oh amor, oh gloria!
Fechem-me os olhos para toda a história!
Como sapos saltamos e erramos...


fernando pesssoa

sexta-feira, abril 09, 2004


"Usado no culto à Grande Senhora da Lua, O Graal continha a água do poço sagrado e num coro ritualístico as sacerdotisas faziam reflectir a luz da lua na limpidez da água e celebravam a natureza, a vida e os ciclos eternos, o ir e o vir."


niculao nanca

Lendo...lendo (e relendo)...

"Pervertendo a Génese, os patriarcas da Igreja, inverteram os sentidos da criação, traindo a harmonia dos princípios, dizendo que “Eva foi criada a partir de uma costela de Adão. A mulher converteu-se assim num apêndice do homem. A Génese é o princípio e o fim da Deusa.”

Dando assim força e suportando a história de uma metade da humanidade-homem que dominou a outra metade mulher, condenando o mundo a um permanente desequilíbrio, pela dominação do princípio masculino pela força da espada e da guerra com a repressão e subjugação da Mulher e da sua liberdade. A história dos conquistadores sacerdotes-guerreiros, bárbaros vindos das estepes, que destruíram paulatinamente um mundo harmonioso e pacífico da Deusa-Mãe, gerando “monstros - homens destinados à guerra e mulheres escravas. Mais tarde ao ser institucionalizada a Igreja só lhes deu a sua benção aliando-se a eles até aos nossos dias...

Por isso “O Gral - simboliza a Deusa perdida. Quando apareceu o cristianismo, as antigas religiões pagãs não desapareceram da manhã para o dia. As lendas da busca dos Cavaleiros do Graal perdido eram histórias que explicavam as andanças para recuperar a divindade feminina. Os cavaleiros que diziam partir em busca do “Cálice”, falavam em “chave” para proteger-se de uma Igreja que tinha subjugado as mulheres, proibido a Deusa, queimando os crentes nas fogueiras e censurado o culto pagão da divindade feminina. “

EL CÓDIGO DA VINCE - DAN BROWN

quinta-feira, abril 08, 2004

Ir mais além da pedra, da cegueira
Da venda forçada que a vida nos impôs
Reconhecer a pedra, o átomo, a estrela
O latejar ausente como se em mim pulsasse

Tessa Estate

"Deveria escrever um Tratado das Lágrimas. Senti sempre uma enorme necessidade de chorar (no que me sinto muito próximo das personagens de Tchekov). Lamentar tudo olhando o céu fixamente durante horas...eis no que emprego o meu tempo, embora esperem que eu apresente trabalhos e me exortem de todos os lados à actividade."

E.M. CIORAN (1911-1995)

Soube há dias numa crónica que E.Cioran, se sentava na fila da frente do Olimpia de Paris a ouvir Amália Rodrigues...Devia ser esse lamento pungente da alma - o "nosso" Fado - que ele escutava e que também nos dá vontade de chorar...
A NOSSA SOMBRA...



"Não são os monstros do mundo que fazem o caos "...
mas nós próprios, cada um de nós.


“Qualquer reparação do nosso mundo fracturado tem de começar com indivíduos que tenham a visão e a coragem de admitir a posse da sombra que lhes pertence. Nada “lá fora” ajudará se o mecanismo de projecção interior da espécie humana estiver fortemente operante. A tendência para ver a nossa sombra “lá fora” nos vizinhos ou noutra raça ou cultura é o aspecto mais perigoso da psique moderna. Já criou duas devastadoras guerras neste século e ameaça a destruição de tudo que se tem construído de bom no nosso mundo moderno. Todos detestamos a guerra mas colectivamente movemo-nos na direcção dela.

Não são os monstros do mundo que fazem o caos mas a sombra colectiva para a qual cada um de nós contribui e tem contribuído. A segunda guerra mundial deu-nos exemplos sem fim da projecção da sombra. Uma das mais altamente civilizadas nações do mundo, a Alemanha, tombou no idiotismo de projectar a sua mais virulenta sombra sobre o povo judeu. O mundo nunca dantes vira igual tipo de destruição e no entanto nós ingenuamente pensamos que já ultrapassamos isso. (...)”



In OWNING YOUR OWN SHADOW
Robert A. Johnson

quarta-feira, abril 07, 2004

"SAVOIR, VOULOIR,OSER, SE TAIRE ET AIMER... AIMER.... AIMER..."


«O MON COEUR DE MA MERE TU EST LE KA DE MES TRANSFORMATIONS»


(...) O “eu” é o portador do nome que assiste, impotente, ao julgamento do seu coração. O Nome é o verbo aparente da personalidade humana terrestre; ele devia ser a expressão do seu Ka e da sua natureza, se ele estivesse correctamente atribuído. Ele é sempre a fórmula mágica que conserva a sua imagem na memória dos seres.
Ele é a veste do eu egoísta; é por isso, que quando este eu egoísta se apaga diante do homem consciente do seu fim altruísta, nós modificamos o seu nome para o pôr em harmonia com o seu Ser e a sua função verdadeira.
- Porquê que é que a alma - pássaro (BA) fica à parte na cena do julgamento?
- A alma divina é neutra, impassível e indiferente a esta história pessoal.
Se o homem não cultivou a afinidade do seu KA por esta alma, se ele não estabeleceu, por um apelo constante ao seu ser espiritual, a relação que é a sua consciência recíproca, a alma volta para a sua pátria, e o seu ser unificado não se poderá realizar."


In HER-BAK “Disciple”, de Schwaller de Lubicz.

- A Alma tem de se ligar ao Espírito, não só através da oração (o Nome verdadeiro), como dessa consciência recíproca. Essa a verdadeira consciência do Ser. Só assim "l'écho assourdi d'une symphonie oubliée résonne à nouveau en notre mémoire" ...

in "L'ENERGIE DES PYRAMIDES ET L'HOMME" - Étienne Guillé


"A Paz sobre esta Terra não pode ser a supressão das forças opostas,
mas a sua conciliação no interesse de um fim comum: a vida indestrutível"


In « L’OUVERTURE DU CHEMIN » de ISHA s. DE LUBCZ
O DOM DA PALAVRA É O DOM DA MULHER...

"A palavra também é destino, pois ela anuncia aquilo que foi decidido pelos poderes; além disso, a maldição e a benção dependem dos rituais mágicos que estão sob o domínio das mulheres. Aquilo que mais tarde passamos a chamar de poesia teve origem na fórmula dos sortilégios e nos cânticos mágicos que emergem espontaneamente das profundezas do inconsciente de onde trazem à tona suas formas características; seu próprio ritmo, além do vigor e da sensualidade peculiares de sua imagem"

(...)

in "A Grande Mãe"
NÃO ESQUEÇAMOS:
"Ela é o Self instintivo. "


A Mulher Selvagem nos abraçará enquanto estivermos chorando. Ela é o Self instintivo. Ela consegue suportar nossos gritos, nossos uivos, nosso desejo de morrer sem morrer.
Ela sabe aplicar os melhores remédios nos piores lugares. Ela ficará sussurrando e murmurando aos nossos ouvidos. Ela sentirá dor pela nossa dor. Ela a suportará. Não fugirá. Embora haja inúmeras cicatrizes, é bom lembrar que, em termos de resistência à tração e à capacidade de absorver a pressão, uma cicatriz é mais forte do que a pele. "


terça-feira, abril 06, 2004



"Não sei com que armas os homens lutarão na Terceira Guerra,
mas na Quarta, será a pau e pedra"


– Einstein


"CABE ÁS MULHERES REDESCOBRIR O FEMININO,
DAR À LUZ UMA ALMA NOVA,
CAPAZ DE ASSUMIR A SUA DIMENSÃO CÓSMICA."

"A mulher é o canal
chamem-lhe inferior ou superior, já que é os dois,
ela que pode, sem intermediário,
religar a Terra e o Céu."



Antónia de Sousa - "OS PORTAIS DO TEMPO"

"A MÃO DE UMA AMA ASTRAL"

"QUANDO DURMO MUITOS SONHOS, VENHO PARA A RUA,
DE OLHOS ABERTOS, AINDA COM O RASTRO E A SEGURANÇA DELES.
E PASMO DO AUTOMATISMO MEU COM QUE OS OUTROS ME DESCONHECEM.
PORQUE ATRAVESSO A VIDA QUOTIDIANA SEM LARGAR A MÃO DE UMA AMA ASTRAL.
PORQUE MEUS PASSOS NA RUA VÃO CONCORDES
E CONSOANTES COM O OBSCUROS DESIGNIOS DA IMAGINAÇÃO DE DORMIR.
E NA RUA VOU CERTO; NÃO CAMBALEIO; RESPONDO BEM; EXISTO."


Fernando Pessoa -- Livro do Desassossego

segunda-feira, abril 05, 2004


>A MULHER E O PODER TEMPORAL...
COMO SERIA OU JÁ FOI?


“Muitas das deusas -anciãs foram rebaixadas, quando o seu povo foi vencido ou convertido, para velhas, madrastas malvadas, bruxas habitantes das florestas e outras vilãs de contos de fadas e lendas. Assim encontramos muitas dessas anciãs que surgem como figuras maldosas ou ameaçadoras para aqueles que não se sentem à vontade com as mulheres de poder.”


- Não é por acaso que sempre que uma mulher impõe a sua vontade ou é assertiva ou segura de si é logo apelidada de megera ou bruxa... Na nossa sociedade e nos nossos dias ainda é comum e por dá cá aquela palha sempre que uma mulher se impõe é mal vista e considerada logo como uma aventureira com todos os sinônimos que isso acarreta... sobretudo se é mais nova e piora bastante se for bonita...Toda esta mentalidade, EMBORA DESSIMULADA E QUASE INCONSCIENTE Perdura E A perseguição á mulher e à bruxa CONTINUA desde há milénios DEPOIS do retrocesso histórico cultural em que a mulher foi relegada para planos de sujeição e exploração dos homens em quase todo o mundo.

No Oriente é absolutamente clara essa "perseguição" na Burka e ainda com a condenação à morte das mulheres que "desonram" os homens (a família patriarcal). No Ociedente foi aparentemente mudando ao longo dos séculos, mas no essencial que são as mentalidades e direitos reais, ainda não mudou quase nada embora as mulheres tenham a liberdade de serem o que os homens esperam e desejam delas...Libertinas ou objectos sexuais...umas, as outras, sérias e fiéis aos maridos.

A luta subtil contra o poder inato da mulher por ser intrínseco e natural nunca cessou. Trata-se de um poder de amor e compaixão, tolerância e abnegação e não de domínio sobre os outros e nisso reside a grande diferença entre o princípio feminino e o princípio masculino.
Há registos e não são só lendas desse poder e dos benefícios de ser a mulher a governar, cujas razões nos aparecem a seguir muito bem expressas:


“Há duas variações da imagem da anciã: a rainha e a sacerdotisa. Em algumas culturas estes papéis combinavam-se de modo que as rainhas conduziam o seu tanto na religião como na política. A imagem da mulher como poderosa chefe de estado, e a correspondente imagem da mesma em ligação directa com o divino, têm em comum o aspecto de serviço à comunidade. Pois a Anciã não busca o poder para si mesma, mas pelo que pode fazer pelo seu povo. Analogamente, não procura a ligação com o divino apenas para desfrutar do êxtase que esta lhe proporciona; antes por meio desta ligação , poder ajudar o seu povo. Assim a anciã é uma forma da deusa particularmente nobre e altruísta. Representa os ideais de cooperação e harmonia social, assim como a força e a sabedoria que permitem atingir essa harmonia.”


in o "Caminho da Deusa" de Patricia Monaghan
TRISTE SINA A NOSSA...

"Nunca o português tem uma acção sua, quebrando com o meio, virando as costas aos vizinhos. Age sempre em grupo, sente sempre em grupo. Está sempre à espera dos outros para tudo..."


“Tão regrada, regular e organizada é a vida social portuguesa que mais parece que somos um exército do que uma nação de gente com existências individuais. Nunca o português tem uma acção sua, quebrando com o meio, virando as costas aos vizinhos. Age sempre em grupo, sente sempre em grupo. Está sempre à espera dos outros para tudo. E quando por milagre de desnacionalização temporária pratica a traição à Pátria de Ter um gesto, um pensamento ou um sentimento independente, a sua audácia nunca é completa porque não tira os olhos dos outros, nem a sua atenção das suas críticas. (...)

Por isso (...) nunca é possível determinar as responsabilidades, elas são sempre da sexta pessoa num caso onde só agiram cinco.”


Texto de Fernando Pessoa

In “A ALMA SECRETA DE PORTUGAL”
De Paulo Alexandre Loução

domingo, abril 04, 2004

"SE NO LIMITE É POSSÍVEL GOVERNAR SEM CRIMES, EM CASO NENHUM É POSSÍVEL GOVERNAR SEM INJUSTIÇAS. Trata-se porém de dosear os primeiros e as segundas, de as cometer apenas por fases. A fim de que no-lo perdoem, teremos de saber fingir a cólera ou a loucura, dar a impressão de sermos sanguinários por inadvertência, visar arranjos atrozes com uma aparência exterior de despreocupação. O poder absoluto não é coisa fácil: só se destinguem dentro deles os cabotinos ou os assassinos de grandes proporções. "(...)

"NA ESCOLA DOS TIRANOS"
E. M. CIORAN


O LABIRINTO DA MENTE HUMANA
Quando li a entrevista de J. Saramago em que se destacavam títulos como: “se não houver uma revolução das consciências o mundo está perdido” tive esperança de que ele estivesse a falar de facto de uma consciência individual, humana e não meramente política...Mas ao assistir ao lançamento do seu livro e ao debate de “políticos”, percebi que se tratava ainda e apenas de uma consciência política ou económica e social e nada de Consciência Psicológica - que tanto falta aos políticos! -e que tudo andava não á roda do “uivo do cão” mas do rabo do mesmo...e que todos continuamos a ladrar enquanto a caravana passa...
Nem uma só vez nenhum dos famosos homens em palco falaram de qualquer Consciência ou do SER em si (se calhar para eles ainda é uma alienação burguesa, pensar no SI Mesmo!?) que prova o quão longe estão dessa noção essencial!

Associei ainda a noção de “uivar” a algo profundo e “selvagem”, a um acordar do ser ontológico, a um grito do SER interior de revolta genuína em termos quase metafísicos, mas logo, e à medida em que vou lendo o livro, verifico que não passa das circunstâncias de luta dentro do labirinto mental e material da vida sem qualquer rasgo ou voo significativo da alma...E que ele não encontrou ainda o famoso Fio de Ariane...
Afinal o livro, ainda que muito bem escrito, só trata de política e partidos, de idéias e conceitos...

E senti uma enorme dor de alma porque Saramago poderia ser a voz da esperança de um mundo equilibrado entre os dois pólos feminino e masculino, material e espiritual...mas não. Ainda não é o Ensaio da Lucidez...(lembremos que lucidez vem de Lux...). Não há rasgo de Luz interior: ainda é só a Cegueira dos Homens que não querem ver mais do que a sua sombra e brincam aos partidos, às políticas e às guerras uns contra os outros neste inferno mental de mal dizer e ódio que é este mundo governado por homens pequeninos e carros grandes, (com mulheres fantásticas e caladas na fila da frente,) a secular “escola de tiranos” tanto à esquerda como à direita. Cegos pelo Poder seja ele económico intelectual ou qualquer outro!

Pensei que o velho Saramago no silêncio da Ilha e que tem uma mulher extraordinária pudesse Ter sido iniciado aos mistérios da Alma e Ter-se feito sábio. Mas não, continua fiel a um partido de atrasados mentais e a uma utopia de Revolução exterior...dividido entre os pobres e os ricos... entre o bem e o mal!
Sem saber que a nova aurora anuncia um mundo acima de toda a dualidade!
É lá que está a verdadeira consciência que nos poderá salvar.


NOTA:
Se pudesse aconselhá-lo-ia a ler HISTÓRIA E UTOPIA de E. M. Cioran. Esse sim um homem Lúcido em toda a acepção da palavra. Esse sim o céptico que viu o mundo a uma lupa e não se deixou enganar por nada...

E O POVO? (que somos nós...)

“E o povo?”, dir-se-á. O pensador ou o historiador que usar este termo sem ironia ficará desqualificado. O “povo” - sabemos demasiado bem a que está destinado o povo: sofrer os acontecimentos, e as fantasias dos governantes, prestando-se a desígnios que o afectam e oprimem. Toda a experiência política, por “avançada” que seja, se desenrola a expensas suas, dirigindo-se contra ele: o povo carrega os estigmas da escravidão por mandamento divino e diabólico. Inútil apiedarmo-nos da sua sorte: a causa não tem remédio. As nações e impérios formam-se graças à complacência do povo diante das iniquidades de que é alvo. Não há chefe de Estado nem conquistador que não o despreze, e dele viva. Deixasse o povo de ser apático ou vítima, deixasse de assistir simplesmente aos seus destinos, que a sociedade se dissiparia, e, com ela a história sem mais.(...)

NA ESCOLA DOS TIRANOS
E. M. CIORAN

sexta-feira, abril 02, 2004

A emergência
do Princípio Feminino


Nós estamos actualmente no ponto crítico entre duas tendências, entre dois sistemas de valores. Estes dois sistemas correspondem aos dois princípios:

Numa etapa da evolução , a espécie favorisa o princípio masculino e os valores a ele associado, de opressão, competição, de poder;

Numa outra etapa, a espécie favorisa o princípio feminino e os valores que lhes estão associados, o império sobre si, de cooperação, e de vantagens mútuas.

Com o princípio masculino, é a sobrevivência do mais forte; com o princípio feminino, a sobrevivência do mais sábio. É preciso perguntar-se a que levaria essa mudança de atitude ao colocar-se a ênfase sobre os termos do feminino. Que valores adviriam dessa nova atitude, tanto no plano colectivo como individual?


In "O Cálice e a Espada" de Riane Eisler
ROSAS AZUIS DANÇANDO NO CÉU


(...) "O amor é relaxares-te dentro da tua própria natureza. De facto, não podes sair prejudicado por te abrires a esta energia. Evidentemente, uma pessoa que ainda esteja a operar a partir do medo, poderá fazer com que passes um mau bocado; todavia, encara esse comportamento como uma réplica baseada no medo, uma resposta que não te é dirigida especificamente, mas sim ao que tu representas para ela. É por essa razão que ela age a partir dos seus próprios medos. Assim sendo, o comportamento dessa pessoa não tem nada a ver contigo!

Este ponto de vista é essencial para que possas tornar-te «impessoal»... mas isso é um outro tema.

Desta forma, sente-te infinitamente amado pelas tuas dimensões mais elevadas, especialmente pelo eu-espírito. Descarta-te do medo de estares sozinho. Não estás só, nem nunca poderás vir a estar.
Trata de aceitar e apreciar a tua natureza; se te deleitares com quem verdadeiramente és começarás a sentir o amor do ESPÍRITO a fluir dentro de ti. E lembra-te: o amor não precisa de ser dirigido para ninguém em particular; o amor não é mais do que a Fonte amando-se a si mesma." (...)

in MANUAL DE ASCENÇÃO

Ao meu irmão que fazia hoje anos...
A MISERICÓRDIA QUE FALTA A ESTE MUNDO

"... em árabe o útero da mulher chama-se "Raham"... um dos noventa e nove nome de Deus é "Rahim"... as duas palavras tem a mesma origem e o mesmo significado "Misericordioso"... esta é a divindade da mulher que hoje, em certas partes do mundo, é mutilada por submissão... Até lá... "

De um amigo que se chama Rami...



“A Mulher, a Mulher autêntica, reintegrada a sua plenitude e poder faz medo a esses sub-produtos que são os homens numa sociedade paternalista.”

Jean Markale