O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, abril 02, 2004

A emergência
do Princípio Feminino


Nós estamos actualmente no ponto crítico entre duas tendências, entre dois sistemas de valores. Estes dois sistemas correspondem aos dois princípios:

Numa etapa da evolução , a espécie favorisa o princípio masculino e os valores a ele associado, de opressão, competição, de poder;

Numa outra etapa, a espécie favorisa o princípio feminino e os valores que lhes estão associados, o império sobre si, de cooperação, e de vantagens mútuas.

Com o princípio masculino, é a sobrevivência do mais forte; com o princípio feminino, a sobrevivência do mais sábio. É preciso perguntar-se a que levaria essa mudança de atitude ao colocar-se a ênfase sobre os termos do feminino. Que valores adviriam dessa nova atitude, tanto no plano colectivo como individual?


In "O Cálice e a Espada" de Riane Eisler

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