O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, maio 31, 2004


"Dignidade ou vergonhosa abjecção, nada afectará aquilo que os implacáveis triunfadores decretam, tornando-se a si próprios numa força da natureza. Tão inacessíveis à piedade como o vulcão."

A CLEMÊNCIA é o que mais precisamos...

"A clemência é o que nos eleva acima das nossas naturezas, sempre bem dotadas de sentimentos cruéis. A clemência, que não é o mesmo que o perdão, significa não fazer o que a natureza, o interesse próprio, nos dizem termoe o direito de fazer.. E talvez tenhamos esse direito, assim como o poder. Mas como é sublime não o fazermos apesar de tudo. Nada é mais admirável que a clemência."


in "O AMANTE DO VULCÃO" - o livro
de SUSAN SONTAG
PRECISAMOS LEMBRAR...

"OS OUTROS NUNCA TÊM O SENTIMENTO DE SER CHARLATÃES, E SÃO-NO; EU...SOU-O TANTO COMO OS OUTROS, MAS SEI-O E POR ISSO SOFRO."

E.M.CIORAN


O EGO E O SI-MESMO
ou a Máscara e o SER...


"O ego não pode ser um vaso para receber o influxo da graça enquanto não tiver esvaziado o seu próprio conteúdo inflado. E este esvasiamento só ocorre através da experiência de alienação"

"Se a vida da pessoa é governada pelo sentido de uma tarefa divina, isso significa, psicologicamente, que o ego tem de estar subordinado ao SI-mesmo e foi libertado das preocupações que têm o ego como centro."

"A experiência do Si-mesmo é sempre uma derrota para o ego" *
* Jung


in "EGO E ARQUÉTIPO"
de Edward F.Edinger

"Chamo “ingénuo” a todo o ser humano que se não dá conta da sua insignificância face ao mundo e que, consequentemente, se regozija com elogios.
Ver-se-á que a definição engloba quase toda a humanidade."


E.M.CIORAN

sábado, maio 29, 2004

O MEU GATO CHAMA-SE KIMIT

Há dias uma amiga referindo-se ao seu cão dizia de forma expressiva, que gostava tanto do seu cão, que às vezes lhe doía...Pensei imediatamente no meu gato. Como eu a compreendi! Claro que quem não tem animais não pode compreender e já vi muito boa gente rir-se do afecto que as pessoas têm aos animais, sobretudo as mulheres aos gatos...

Só tardiamente tive um gato que felizmente ainda vive, e antes de o Ter nunca supus ou imaginei que viria a desenvolver uma relação tão estreita e tão profunda com um animal...De facto tenho-me surpreendido ao longo dos anos com o afecto crescente diria quase que o amor ou mesmo paixão doce e serena que o meu gato me foi suscitando e que aumenta ao contrário do que com os seres humanos e se transformou numa espécie de osmose que permite um entendimento tácito que parece Ter-se estabelecido entre nós com o tempo e no silêncio sobretudo que fez a cumplicidade, com que ele me olha se choro ou estou triste e me alivia tanto pegar-lhe ao colo. Sem dúvida que este meu gato, sendo igual a muitos gatos, é diferente de um cão que ladra abundantemente por tudo e por nada, mas dizia eu que este gato nãos sei se diferentemente de outros, raramente mia e quando o faz parece que fala pois é sempre para me chamar à sua “razão” e talvez à minha intuição...eu respondo-lhe no mesmo tom e assim entabulamos uma conversa que dispensa os verbos e os adjectivos. Mesmo assim não resisto a chamar-lhe os nomes mais inventivos e todo o tipo de diminutivos para expressar o que sinto, mas o que mais me fascina e enternece senão me emociona profundamente é a sua constante lição de saber e de paciência na ternura...a forma como espera sem alarde - às vezes horas - sem que eu dê por isso (distraída a escrever ou a ler) e ele a meus pés ou por perto de barriga para ao ar á espera da minha festa sem se mover e inteiramente confiante nos meus gestos. Nunca me arranhou ou soprou...nunca se zangou comigo ou amuou se lhe dou comida que não gosta ou se me esqueço de lhe limpar a areia...ou mesmo se lhe dou de tempos a tempos um banho...
Um gato é uma soberba lição de amor e de vida porque de paciência e maitrise, dizem os mestres...Ele tem a sabedoria inata que a nós nos falta, no equilíbrio dos opostos no ataque como na defesa, na entrega como na recusa...ama mas não se prende...parece indiferente e frio, mas é caloroso e quente...sempre atento e relaxado, consegue dormir e zelar pela sua segurança...Entrega-se de coração e alma - que a tem de certo! - em quem confia e não cobra nunca viver exclusivamente para quem ama porque na verdade vive só para si mesmo. O amor é o seu estado de permanente vigília. Por isso eram venerados e guardiões de templos sagrados, no Egipto. Cada sacerdotisa tinha o um gato pelo seu Dom de cura e protecção de energias negativas nas casas...

No Egipto era proibido matar um gato...Quem o fizesse cometia um crime punido com a morte...Associado muito mais tarde pela Igreja católica às Bruxas e Videntes foi perseguido e morto como elas durante toda a Idade Média e ainda hoje, qualquer rapazola na rua lhe atira pedras ou lhe agarra o rabo e mata...Tornou-se sinal de agoiro nas superstições populares normalmente de origem religiosa e associado às mulheres em geral é detestado geralmente pelos homens e também por muitas mulheres que têm medo inconsciente da sua feminilidade ou sensualidade uma associação que vem da repressão dos padres da Igreja ao feminino e que prevalece ainda o seu medo ao nível do inconsciente colectivo.

Eu digo como a minha amiga: gosto tanto do meu gato que me dói mais dói-me ainda mais só de pensar que um dia o perco...


"OS NOSSOS PERFEITOS COMPANHEIROS
NUNCA TÊM MENOS DE QUATRO PATAS."


COLETTE

sexta-feira, maio 28, 2004

“No início, diziam os gregos, existia apenas o caos amorfo: luz e escuridão, mar e terra, tudo se misturava numa massa informe. Depois o caos organizou-se numa forma e essa forma era a imensa Gaia de seio profundo, a terra. Ela existia já antes do início dos tempo, pois o Tempo foi um dos seus filhos. Nas imensidões intemporais anteriores à criação Gaia existia para si própria.” (...)



SEGUNDO ARISTÓTELES...

O problema do mais e do menos já vem de longe...
(as aspas são do seu discurso)

Este corpo de mulher está inacabado como o de uma criança, está desprovido de sémen como o de um homem estéril. Doente por natureza, consegue mais lentamente reconstitui-se na matriz, devido à fraqueza térmica, mas envelhece mais rapidamente porque “tudo o que é pequeno chega mais depressa ao fim, tanto nas produções artificiais como nos organismos naturais”. Tudo isto, “porque as fêmeas são por natureza mais fracas e mais frias, e é necessário considerar a sua natureza como uma deformidade natural.”

Assim, de acordo com Aristóteles...

A natureza feminina é uma deformação natural: chegamos finalmente à razão ùltima dos defeitos que se acumulam no corpo das mulheres. É que a mulher é ela própria um defeito. Não há nada que escape ao registo da privação pelo qual ela se define.

O problema do género

E no entanto, temos de aceitar essa realidade: os grandes homens dizem mal das mulheres, os grandes filósofos e os mais autorizados saberes consagram as ideias mais falsas e mais desdenhosas a propósito do feminino. Assalta-nos, por vezes, a tentação de tudo reduzir à anedota, ao caso pessoal. (...)
Claro que seria fácil responder com o ressentimento e a amargura, com a denúncia furiosa dos erros e dos disparates. Mas seria justamente o mais fácil.
(...)
Diria até que a convicção íntima e adquirida de Ter razão de ser das nossas pesquisas militantes. Sabemos que a nossa causa é defensável. (...) Não apenas porque possuímos os meios para analisar e desconstruir esses discursos, e porque chegou a altura de levar a sério as razões dos vencidos, mas também porque algumas ideias mestras dessa ciência antiga podem chegar a sofrer um deslocamento e uma reorganização na mais recente biologia.


O LIVRO:
A alma é um corpo de mulher

De Giulia Sissa


(...) “O mais famoso oráculo do mundo antigo, Delfos, pertencia a Gaia muito antes de um intruso, o deus Apolo, se Ter apoderado dele.” (...)

in “O CAMINHO DA DEUSA” de Patricia Monaghan

quinta-feira, maio 27, 2004

>"EVITAR O SOFRIMENTO, É CORRER O RISCO DE SE PERDER EM ABSTRACÇÕES QUE NADA TÊM A VER COM A REALIDADE HUMANA."

"TODA A INFELICIDADE, VISTA DE FORA, PARECE MÍNIMA OU INCOMPREENSÍVEL. É ESTA ÓPTICA QUE DEVEMOS ADOPTAR SE QUISERMOS SUPORTAR A VIDA"


EMIL CIORAN


"QUEM NÃO CONSEGUE SUPORTAR A SUA SOMBRA TAMBÉM NÃO SUPORTA A LUZ"

quarta-feira, maio 26, 2004

in "O VALOR DE UMA MULHER"

"...devemos reinvindicar as nossas forças místicas. Devemos avançar, contra as árduas e obscuras forças do ridículo e da resistência sejam quais forem as formas que tenham fazendo o que temos que fazer e desempenhando o papel que nos cabe.

A opressão sobre as mulheres ainda persiste, e por vezes são as próprias mulheres que tornam o mundo ainda mais difícil para as outras mulheres. Mas este fenómeno tende a desaparecer, à medida que essas mulheres opressoras conquistem a sua auto-estima. Do lado oposto a esta selva nasce um dia novo e gloriosos na terra, o dia em que as nossas filhas deixarão de ser julgadas pelas suas paixões ou postas de lado porque terão poder, força e amor."
MARIANNE WILLAMSON - 1993


A GRANDE DEUSA

(...) mas a antiga detentora da soberania sobre o universo, a causa primeira de toda a existência, e isto muito antes da manifestação do Verbo que, segundo o Evangelho gnóstico de João, era no princípio (e não no começo) do mundo das relatividades concretas.

A arte da Idade Média é o reflexo de um pensamento e esse pensamento, apesar do peso do dogmatismo romano, está longe de ser unívoco. Mesmo que ela não cesse de ser consoladora, e mesmo lenitiva, a virgem medieval transmite mais do que uma mensagem, que remonta à aurora dos tempos e que se manifesta por vezes através de especulações ditas heréticas ou mesmo por meio das aberrações fantasmáticas, a saber: o conceito de uma criação permanente que não pode ser senão de natureza feminina. Se Maria foi realmente a geradora do divino enquanto “mãe portadora”, ela apenas podia ser a incarnação de um conceito preexistente que se tornou incompreensível, incomunicável e indizível, que aparece através dos diferentes mitos referentes à criação do mundo.
(...)
É o que emana da própria tradição cristã, no que ela vai haurir ao Antigo Testamento. “Eu fui criada desde o início e antes dos séculos”, segundo o Eclesiastes.



In A GRANDE DEUSA de Jean Markale


“As serpentes
despertam-me a curiosidade, porque não são amáveis.
Apetece-me passar esta noite de vigília, não dormir, ou dormir fora do meu lugar, para que mesmo os meus sonhos, durante a noite, sigam outra corrente. Eu peço à vida continuação e silêncio; “on demande à la vie apaisement et silence”.
Um dia virá
em que será possível ver
que não sei,
mas o que procuro se desenha,
e perece.
Não tenho a força necessária para interromper ainda esta noite.”

“Le serpent qui ne peut changer de peau périt. De même les esprits que l’on empêche de changer d’opinions; ils cessent d’être esprits”.


In finita
De Maria Gabriela Llansol

terça-feira, maio 25, 2004

UM MERCADO DE CASAMENTO...
UM DESFILE DA MERCADORIA SEMELHANTE ÀS NOSSAS PASSAGENS DE MODELOS E MISSES?


AS MULHERES AS PRIMEIRAS ESCRAVAS

(...)
“AS mulheres necessitavam de protecção masculina porque muitas das alianças entre homens eram pactos militares, a conjunção de forças para capturar o que é dos outros. E uma das primeiras e preferidas formas de motim eram as mulheres jovens. Quando duas tribos guerreavam, o grupo vitorioso matava os prisioneiros homens e levava as mulheres para fazer delas escravas reprodutoras. A captura de mulheres jovens aumentava o potencial reprodutivo dos homens vencedores e também o seu satus. Sempre que há documentos escritos, estes descrevem a violação e o rapto de mulheres no rescaldo da guerra.

Na Ilíada de Homero, que supostamente reflecte as condições sociais na Grécia por volta do ano de 1200a. C., os guerreiros discutem, por vezes de forma atrevida, a devida distribuição do espólio feminino. No princípio da narrativa o rei Agamémnon concorda, com relutância, em abrir mão da sua concubina favorita, Criseide, uma prisioneira de guerra pertencente a uma família importante, quando o Sacerdote seu pai ameaça levar a questão ao tribunal divino. Como compensação pela perda, Agamémnon exige outra mulher, mas os seus homens dizem-lhe que todas as prisioneiras já foram reclamadas. Sendo rei, Ag. Volta-se e exige a escrava/concubina de Aquiles, Briseide, para si. Este simples acto por pouco não conduz à derrota de Atenas, pois Aquiles passa uma grande parte da guerra de Tróia trancado na sua tenda, a remoer a indignidade e a procurar apoio sexual de uma das suas outras concubinas, “aquela que trouxera de Lesbos, filha de Forba, Diomede, a da tez clara”. Aquiles partilha a tenda com outro guerreiro, Pátrocolo, que na sua cama tem um presente de Aquiles; Ífis, a “da bela cintura”, que Aquiles capturara ao conquistar a cidade de Eneida.(...)

Não se ouve falar muito dessas prisioneiras, é claro, tão pouco ficamos, a saber, como se sentiam, passadas de homem para homem como ingressos para um jogo de basebol. É provável que não tenham levantado problemas. Sentiam-se gratas por estarem vivas. Afina, o livro não faz referência a homens escravizados; os homens de Eneia, Lesbos, Tróia e outras cidades derrotadas eram abatidos. Posteriormente, é claro, os homens aprenderam a escravizar outros homens, como faziam com as mulheres, e a usar os músculos dos homens como se usam mulas e bois, mas, segundo alguns historiadores, e com as evidências claramente o sugerem, os primeiros escravos humanos eram as mulheres e a motivação por trás da escravatura era a posse de ventre núbeis.” (...) (Excerto pag. 290)


in “MULHER – UMA GEOGRAFIA ÍNTIMA”
De Natalie Angier
Prémio Pulitzer (Gradiva)

segunda-feira, maio 24, 2004

Trabalhamos pela nova fé

“É por isso que, sabendo nós que, actualmente, o cristianismo é o velho, o decadente, a esterilidade e o inútil – nós, conquanto não saibamos claramente, nem nitidamente prevejamos o que se lhe seguirá, temos ainda assim a consciência de que , atacando-o trabalhamos pela nova fé; (...) preparamos o terreno para o edifício novo; que, arrancando as plantas que degeneram em bravias, nós deixamos o lugar livre para a semente que germinará em planta, para no fim, degenerar também em bravia (...), e ser arrancada por outros, para que outras plantas novas nasçam, e assim indefinidamente e incompreensivelmente no suceder-se dos séculos, e em favor do mystério infinito.”


iN "Pessoa por conhecer - Roteiro para uma Expedição" de Teresa Rita Lopes

FERNANDO PESSOA



"E este Ser, esta vasta Majestade, esta Mãe, da qual nós somos eternos buscadores, esta Mãe, recolheu este véu, recolheu o milagre do espaço."

ELA VAI VOLTAR, A MÃE DIVINA
ELA JÁ VEM DO FUTURO...


(...)"A Mãe Divina é a Sacerdotisa dos éteres. E nós somos co-sacerdotes com Ela, sempre que a nossa consciência é usada para dignificar o espaço. E não para ver no espaço uma entidade quantitativa. Como nós fazemos com o tempo. A Mãe Divina é o que acontece quando o Primeiro Éter, o Éter Primordial, é totalmente activado. Até ao fim. O Espaço acende uma Luz! Aquilo a que o judaísmo chama Shekhina e o catolicismo chama a

Presença Divina - eu insisto nisto, porque isto é uma ideia nova, até um certo ponto..., isto é, ela é tão antiga, que deve vir do futuro. Ela tem tantos milhões de anos, que, provavelmente, ela já vem do futuro, para nós - este Éter, é aquilo de que as nossas células têm mais sede. Esta Iluminação do espaço, com Deus, é aquilo de que as nossas células mais sede têm. E a nossa consciência mais busca compreender.
(...)
Quando se deu a queda da Atlântida, a Mãe Divina, que é uma entidade Logoica, feminina, -é um Logos feminino. Não é Maria. É um Logos feminino - a Mãe Divina disse ao Senhor do Mundo:

Um véu vai descer sobre o homem. O Milagre do Espaço não pode continuar visível. O homem vai adormecer. A Luz deixará de ser compreendida. Eu vou recolher o Éter Primordial. Porque Ele é da Lei. O Éter Primordial é da Lei da Criação. Pai, eu vou recolher o Éter Primordial, trazê-lo ao meu coração e guardá-lo no interior da Terra. Vou preservá-lo nas Arcas dimensionais que estão no interior da Terra.

Daí, as representações da Mãe Divina aparecerem com a Mãe com um véu sobre o rosto. O nome deste Logos feminino, cujo corpo físico denso é Gaia - mas isso é o elemental dela -o nome deste Logos feminino é secreto. Ainda não pode ser comunicado. Um dia será. E Ela recolheu-se ao Profundo e levou consigo o seu véu. Ela levou consigo a iluminação da atmosfera. Uma iluminação que, quando está presente, deflecte os aspectos do Sol que são destrutivos para as células. Notem: a estrutura energética está aqui nesta sala. A matriz energética está aqui. O dodecaedro paraesférico está aqui nesta sala. Mas a vibração activa, isto é, a Luz que poderia ser ancorada nesta matriz, foi levada. Então, a matriz adormeceu.
E este Ser, esta vasta Majestade, esta Mãe, da qual nós somos eternos buscadores, esta Mãe, recolheu este véu, recolheu o milagre do espaço."(...)


André LOURO

domingo, maio 23, 2004

PAREM AS VOSSAS GUERRAS



SE...

Se os homens amassem com o coração e não com um sexo de afronta não precisariam de uma extenção fálica de agressão como o são a espada com que dominam o mundo há séculos, nem as metralhadores e as bombas de hoje ou o uso da tortura noutros homens, assim como a violação de mulheres e crianças como afirmação besta de uma virilidade de animais á solta e a soldo e cujos chefes detêm o poder das armas que fabricam e vendem PARA MATAR EXCLUSIVAMENTE em todo o planeta.

A guerra e as agressões de toda a ordem na Terra inteira e perpetrada por nações ditas civilizadas, tal como pelas mais primitivas, são disso uma prova que ninguém no mundo quer ver. Os homens porque são quase sempre coniventes com a agressão e violência, as mulheres porque estão dominadas e sem identidade, sendo as suas principais vítimas de sempre, e todos controlados por sistemas de alienação colectiva e glogal em que Governos e Estados são submetidos e percussores dessa mentalidade e completamente ignorantes das causas e essências da VIDA E SUA ORIGEM.
Maniatam-nos com credos igrejas e crenças! Fazem acordos e concordatas, aliam-se na exploraçãpo do seu próprio povo na guerra em defesa de uma Economia global e desumana.

Ideologias e filosofias ou religiões apenas servem para manter as populações do mundo em atrazo e obediência enquanto uns tantos os eleitos de Satã diria, desfrutam da riqueza do Planeta...É vê-los desfilar nos casamentos reais , dos reis que são os bobos de outra corte - a do Império do Dinheiro! - nas passadeiras vermelhas proibidas aos autómatos que gritam e agitam bandeiras à sua princesa plebeia...e sofrem em nome de Deus...como se houvesse no mundo seres predestinados à grandeza... e outros à miséria e ao abandono...


E os indivíduos CONSCIENTES, QUE SE SOBREPÕEM são ESMAGADOS E ANULADOS PELOS MEDIA, OU SEJA PELA MEDIOCRIDADE. Os canais de televisão aí estão, servem para anestesiar e narcotizar os povos...para standartizar as mentes, mantê-las presas e obedientes aos seus interesses e domínio e ignorância.


E o POVO... como já não tem causas por que lutar ou se identificar, completamente narcotizado vai todo para os campos de futebol como para Catedrais ou campos de concentração rodeado de policias, ver jogos entre equipas rivais e erguer as bandeiras dos clubes para saciar a fome de “justiça” nos uivos e gritos da bola NA VERTIGEM DO golo e na violência gratuita que serve para soltar a raiva e a frustração de escravos do dinheiro...que não têm!

Como canibais, “comem-se” oralmente uns aos outros...
A RUPTURA DOS REPRIMIDOS

“canibalismo por via oral”

“A GANÂNCia É BOA”
(...)
O motivo do lucro proporciona o incentivo, a satisfação e a justificação. Assim a corrida desinibida à riqueza torna-se uma virtude e, ao mesmo tempo, serve a necessidade narcisista de reconhecimento e estatuto. Não é exagero chamar-lhe canibalismo por via oral, que vê o mundo como um objecto a ser atacado e devorado, sem qualquer preocupação pelos seus sentimentos ou necessidades. É uma agressão associada ao sadismo que proporciona prazer no acto de agressão e é destituída de toda a simpatia pelo objecto atacado.

Devemos notar aqui que, nas culturas tradicionais do Ocidente, dominadas pelos constrangimentos morais do seu superego, os indivíduos que são orientados pelas tendências agressivas por via oral têm de as reprimir e encontrarão escapes em sintomas neuróticos. No entanto, numa cultura que, como a nossa, rejeitou o seu superego, os impulsos agressivos e canibalescos por via oral encontrarão expressão no comportamento social e serão considerados uma virtude, caso sirvam a corrida ao lucro. Então uma pessoa sente-se completamente justificada em poluir rios e os mares, em destruir as florestas e a envenenar a terra, a suprema crueldade infligida aos animais, se tal servir o motivo do lucro.(...)


FIM DA CIVILIZAÇÃO
OS FUNDAMENTOS DA MORALIDADE
George Frankl

sábado, maio 22, 2004

ÀS VEZES...

"Tenho vontade de erguer os braços e gritar coisas de uma selvajaria ignorada, de dizer palavras aos mistérios altos, de afirmar uma nova personalidade vasta aos grandes espaços da matéria viva.

Mas recolho-me e abrando. "Sou do tamanho do que vejo!" e a frase fica-me sendo a alma inteira, encosto a ela todas as emoções que sinto, e sobre mim, por dentro, como sobre a cidade por fora, cai a paz indecifrável do luar duro que começa largo com o anoitecer."


LIVRO DO DESASSOSSEGO

FERNANDO PESSOA

sexta-feira, maio 21, 2004

"As obras de arte são de uma solidão infinita: nada pior do que a crítica para as abordar. Apenas o amor pode captá-las, conservá-las, ser justo em relação a elas"
Rilke

A NORMALIDADE DA LOUCURA
no sistema patriarcal e a sua arte...


Ou a escalada de horrores que em nome da liberdade "de expressão" do homem se difundiu no espírito colectivo das sociedades modernas – tanto quanto as mais primitivas, agora face a face - e de que a violência crescente e a guerra ou o terrorismo são a consequência lógica ao fim de décadas (séculos) dessa exposição macabra do que há de pior na humanidade - que começou na exploração do homem sobre a mulher - e a que chamamos ideologias, filosofias, conhecimento racional e arte em geral.
Seja o cinema a pintura ou a literatura e o erotismo o que fomentaram?...
- a flagelação de Cristo no filme de Gibson?
- tortura no Iraque...
Ou ainda a violação e abuso sitemático de crianças e das mulheres em todo o mundo...
Sempre o domínio dos mais fortes sobre os mais fracos.

QUÃO LONGE NÓS ESTAMOS DA VERDADEIRA ARTE,
tão longe da verdadeira Arte, tanto quanto do Amor e da própria essência da Vida!

"Uma erupção do desafio anal"
(...)
“Devemos esperar uma erupção do desafio anal e dos impulsos sádicos, masoquistas e destrutivos. Não se limitam a declarar guerra as normas e aos valores da cultura, ufanam-se com imagens de destruição. E os artistas dão expressão pública às suas fantasias: corpos são dilacerados, revelando visões de sangue, esqueletos, pedaços de pele e intestinos, excrementos desfilando em desafio, seres humanos apresentados em formas grotescas de catatonia, dor e terror - todas as nossas defesas são deliberadamente abaladas e os nossos sentidos ultrajados.

Imagens sádicas orais, crânios com dentes ameaçadores, garras rasgando corpos, corpos dilacerados, esvaídos em sangue, figuram proeminentemente; corpos esqueléticos, macilentos, lagostas com caninos misturados com figuras humanos, enormes vaginas sangrentas com dentes, auto-retratos com horríveis crânios agressivos simbolizando a supremacia do sadismo sobreposto ao ego consciente podem ser vistos numa infinidade de temas em inúmeras pinturas."


O FIM DA CIVILIZAÇÃO?
IN Os Fundamentos da Moralidade
De George Frankl

quinta-feira, maio 20, 2004

"NO PLANO CULTURAL, A oRDEM ESTABELECIDA, É UMA oRDEM DE vALORES pATRIARCAIS, ONDE O DOMÍNIO MASCULINO É MAIS FORTE, MAIS PODEROSO, IMPRIMINDO A TÓNICA DA MENTALIDADE COLECTIVA.
a NOSSA SOCIEDADE É ANDOCÊNTRICA.
vÊ O MUNDO DO PONTO DE VISTA MASCULINO"

in "A feminilidade reencontrada"

O VÉU DE ISIS
(...)
"Com efeito, o homem primitivo invejava à Mulher o seu mistério, a sua ambiguidade fundamental, o seu poder de dar a vida, o homem moderno porém esqueceu, pela sua educação completamente masculinizada, este desejo metafísico da Mulher Divina. Esse desejo encontra-se no estado inconsciente em todos os indivíduos. Os poetas e os artistas os traduzem nas suas obras, os outros nos seus comportamentos aparentemente inexplicáveis ou simplesmente aberrantes como é o caso da imitação fisiológica e do fetichismo do vestuário.
(...)
O padre que oficia nos seus trajes de cerimónia, todos de origem feminina, e o travesti, castrado ou não, obedecem a um mesmo desejo. Destapar uma ponta do véu , descobrir o famoso véu de Ìsis.
(...)

In LA FEMME CELTE - de Jean Markale
(Excertos traduzidos directamente do francês)

quarta-feira, maio 19, 2004

A FUNÇÃO DE ISIS

"A humanidade e a Terra estão a passar de um regime de energia masculina, activa, do Logos planetário para o encontro com a energia feminina. Isto significa que todas as pessoas precisam encontrar a energia feminina dentro delas.

Existem muitos seres, fisicamente femininos, que ainda não encontraram a sua energia feminina oculta, profunda, ainda não encontraram a sua função Isis, a sua função de assistente daquilo que está separado.

A capacidade que Isis tem de reconstituir o corpo fragmentado de Osíris - este poder materno que todos os seres têm dentro deles - é uma coisa muito mais misteriosa do que ser carinhoso para com as crianças."

ANDRÉ


FÓRMULA PARA REPELIR UM OBSTÁCUL QUE IMPEDE DE FALAR,
(COLOCADO) NA BOCA


"Para trás! Recua perante estes dois propósitos que Isis disse quando tu vieste para por na boca de Osíris um obstáculo que impede de falar, por Set, seu inimigo , dizendo a seu respeito:

"Que o teu rosto pertença aquele que está atrás de ti, ó Face de Leão!" e "que a chama do olho de Hórus saia contra ti do interior do olho de Atum danificado, o senhor da noite, e que ele o devore! Recua perante mim! A abominação de ti está em mim e vice-versa" Se tu vens junto de mim, eu falarei contra ti: - "Recua perante os mutiladores de SHU!"


O LIVRO DOS MORTOS DO ANTIGO EGIPTO
Albert Einstein disse:

"A pior das instituições gregárias chama-se exército.
Odeio-o.


Considero digno de desprezo um homem que sente prazer em desfilar em parada ao som de uma marcha militar. Um homem assim não merece um cérebro humano, já que uma simplesmedula espinal lhe é suficiente.

Deveríamos fazer desaparecer o mais rapidamente possível este cancro da civilização. Odeio violentamente o heroísmo a pedido, a violência gratuita e o nacionalismo idiota.

"A guerra é a coisa mais desprezível que existe.
Preferia deixar-me assassinar a participar nessa ignomínia."


Seja em nome da defesa nacional, como nos EUA e na URSS, ou do santo nome de Deus, como no mundo muçulmano, a guerra e a preparação para a guerra servem para reforçar não apenas a dominância e violência masculinas, como o ilustram tanto a Alemanha de Hitler como a Rússia de Estaline, mas igualmente a terceira componente fundamental do sistema,
o autoritarismo.
Os tempos de guerra fornecem a justificação para lideranças "musculadas".


O CÁLICE E A ESPADA de Riane Eisler - 19987/1995

terça-feira, maio 18, 2004

AS MURALHAS QUE NOS IMPEDEM DE COMUNICAR

"Num mundo em que os seres humanos têm tanto medo da "perda", existe um excesso de muralhas protetoras contra o mergulho na numinosidade de outra alma humana"

(...) "quando a vibração específica da alma de um indivíduo, que tem tanto de identidade instintiva quanto uma espiritual, é cercada de aceitação e reconhecimento psíquico, a pessoa sente a vida e a força como nunca sentiu antes.
Descobrir com certeza qual a sua verdadeira família psíquica proporciona ao indivíduo a vitalidade e a sensação de pertencer a um todo."


"mulheres que correm com os lobos"

CLARISSA PINKOLA ESTÉS

segunda-feira, maio 17, 2004

A PERSEGUIÇÃO ÀS FEITICEIRAS...

"A mulher, mais do que o homem, é capaz de prever o curso dos factos e de dar conselhos, no sentido de harmonizar a conduta humana com o destino.Essa é a razão da sua invulnerabilidade e da sua santidade sacerdotal, como pode ser provado entre os címbrios. É desnecessário repetir as palavras céleres de Tácito sobre o sanctum et providum das mulheres germânicas... Essa postura foi mantida no norte até o cristianismo começar a perseguição às videntes, por considerá-las feiticeiras..."


in "A GRANDE MÃE"

De E.Neumann
O CÁLICE E A ESPADA

(...)
"No núcleo do sistema dos invasores encontram-se a atribuição de mais valor ao poder de tirar a vida, em vez de a dar. Este era o poder simbolizado pela Espada “masculina” que, como atestam antigas gravações Kurgan em cavernas, era literalmente adorada por estes invasores indo-europeus. Pois a sua sociedade dominadora, regida por deuses - e os homens - guerreiros, este era o poder supremo.

Com o surgir destes invasores no horizonte pré-histórico - e não, como se diz por vezes, com a descoberta gradual, por parte dos homens, de que eles representavam também um papel na procriação - a Deusa, e as mulheres, foram reduzidas a consortes e concubinas dos homens. Gradualmente a dominância masculina, a guerra e a escravatura de mulheres e de homens mais delicados e “afeminados” tornou-se norma."

Riana Eisler

domingo, maio 16, 2004

DA ALMA E DA ESSÊNCIA, AO CORPO
SEU REFLEXO E A ALIENAÇÃO NO SEXO...


- Dá-se corpo ao sexo, mas não se sabe dar o corpo à ternura... ao gesto mais puro, ao silêncio da alma. As pessoas “amam-se” quando há pulsão sexual exclusivamente e não se abrem perante o secreto e o sagrado! Por causa do "pecado" têm medos e mentem...não querem sentir o infinito de um corpo quieto, mas a luta e a conquista, a dor do outro! Não se entregam ao amor, mas à paixão desesperada, demente, primária e animal... Querem o espasmo único do prazer num orgasmo ínfimo...
Os corpos tornam-se "objectos" e cada vez mais longe do amor e do sagrado as pessoas violentam-se a elas próprias por esse espasmo e só por isso a maior parte das relações ditas "amorosas" são desregradas...

Desse desregramento se chegou à abjecção e desta à extrema violentação e violação da mulher COMO ALMA e até da criança (à partida símbolo dessa pureza) e asim se verifica a existência de criaturas totalmente aberrantes...como os pedófilos e os sádicos ou masoquistas, os carrascos de todo o tipo...e todo o horror de perversões que se tornaram parte de manuais eróticos ou científicos...A pornografia faz parte dessa mistura em que se divide o ser em orgãos e instintos e deixa de haver qualquer vislumbre de alma, ou a perda do Feminino.

Sem Alma - EXPRESSÃO POR EXCELÊNCIA DO FEMININO - não há Amor...
SEM AMOR OS hOMENS ACABAM POR SE MATAR UNS AOS OUTROS...

Talvez o amante...
"o íntimo, metafísico inimigo"


"Se alguma coisa há que esta vida tem para nós, e, salvo a mesma vida, tenhamos que agradecer aos Deuses, é o dom de nos desconhecermos: de nos desconhecermos a nós mesmos e de nos desconhecermos uns aos outros. A alma humana é um abismo obscuro e viscoso, um poço que se não usa na superfície do mundo. Ninguém se amaria a si mesmo se deveras se conhecesse, e assim, não havendo a vaidade, que é o sangue da vida espiritual, morreríamos na alma de anemia. Ninguém conhece outro, e ainda bem que o não conhece, e, se o conhecesse, conheceria nele, ainda que mãe, mulher ou filho, o íntimo, metafísico inimigo."

FERNANDO PESSOA, O Livro do Dessassossego

Texto retirado o BLOG: ORDEM NASCENTE

sábado, maio 15, 2004



SAUDADA DA ALMA


Vejo o mundo os barcos
o inebriante azul que nos perpassa
não te vejo só aos barcos
mais a sombria nuvem que ora passa

Sinto quase mágoa, quase uma dor
Não te vejo só ao vento
Onde estarão alma amada
as nossas amplas asas de condor?


TESSA ESTATE

sexta-feira, maio 14, 2004

O CÓDIGO DE DA VINCE
de Dan Brown

"Foi o homem, e não Deus,
quem criou o conceito de pecado original"


"O Graal é, literariamente, o símbolo antigo do feminino, e o Santo Graal representa a divindade feminina e a Deusa, que por suposto se tinha perdido, suprimida de raíz pela Igreja. O poder da mulher e a sua capacidade para engendrar vida foram noutro tempo algo de muito sagrado, mas representava uma ameaça para a ascenção da Igreja predominantemente masculina e por essa razão a divindade feminina começou a ser diabolizada pela Igreja que considerava a mulher impura. Foi o homem, e não Deus, quem criou o conceito de pecado original, pelo qual dizia a Eva comeu a maçã e provocara a queda da humanidade. A mulher antes sagrada e a que engendrava a vida converteu-se na inimiga. (...)”

Esta ideia é por demais libertadora do pesadelo da Igreja e do seu Pecado, para fazer vender no mundo inteiro milhares de livros, lidos estou em crer sobretudo por mulheres... À parte a intriga policial rocambolesca, os dados aproximam-se do que uma nova antrolpologia anuncia a par de uma nova Consciência da Mulher que emerge.

É especialmente libertador para a Mulher se compreender e à sua identidade E PARA QUE TENHA UMA VAGA IDEIA de como a sua História não está contada e que foi abolida assim como os seus direitos e poder ancestral, tal como a Bíblia está fragmentada e da qual não consta por exemplo, o Evangelho Segundo Maria Madalena...

quarta-feira, maio 12, 2004

12/13 DE MAIO

NOSSA SENHORA DE FÁTIMA:

"A emergência da Mãe, vinda do Profundo com a sua união com o Fogo do Espaço, que vem do Alto." No coração de Portugal

A MÃE DIVINA - MEMÓRIA COLECTIVA A DESPERTAR:
necessidade profunda e inalienável do Feminino no Mundo


LYS, "CHAVE Secreta de activação do Véu da Mãe do Mundo ".

(...)
"Este Éter, Ele foi levado pela Mãe Divina, e o Centro Intraterreno responsável por reemitir este Vulcão Branco de novo para a superfície, é Lys no coração de Portugal. Então, olha, nós estamos neste Vulcão Branco, que é Portugal! Isto é uma imagem transcendente e telúrica, simultaneamente. Finalmente, conseguimos unir os dois: O Vulcão de Luz Branca. Portugal é um dos orifícios (or - ofícios) de remoção da Mãe Divina - daí se falar do Império do Espírito Santo - de remoção da Mãe Divina para a atmosfera. Esta zona do mundo contém um portal de Éter Primordial.

E o Anjo da Nação, isto é, o Ser que deu Língua, semântica, timbre, tonalidade telepática à nossa Língua - uma Língua é um casamento mágico entre o coração, a laringe e a pineal. Senão, não há Língua. Não há idioma. - o Anjo de Portugal, ao criar o Português - e agora vocês notem a importância da lusofonia... - o Anjo de Portugal, ao criar o Português, colocou aí uma chave secreta de activação do Véu da Mãe do Mundo. E o mantra da Língua Portuguesa invoca, secretamente, o retorno do Éter Primordial, à superfície. A Mãe do Mundo levou este milagre do espaço com Ela e convexionou-o nos grandes alvéolos geológicos, alvéolos com cem quilómetros quadrados, que formam o Mundo Intraterreno. E, aquilo a que se chama a Cintura da Agarta. Esses Mundos já existiam antes da Atlântida.
(...)
E Portugal é este reservatório, este contentor, do Milagre do espaço. Que uma vez incandescendo à superfície do Planeta, cura a humanidade. E com isso plasma o Novo Ser!
(...)
E, ao mesmo tempo que estes nossos Irmãos fazem esse Trabalho Interno, e, portanto, trazem a Energia de Órion para a Terra, a Mãe desperta! E Ela desperta ao começar a girar chaves nas glândulas. A girar chaves nas células. A girar chaves no sangue. A girar chaves na nossa constituição material. E a nossa consciência está no meio a assistir à acoplagem; isto é: a emergência da Mãe, vinda do Profundo, com a sua união com o Fogo do Espaço, que vem do Alto. Quando esta união é completa, os mecanismos de giro do Corpo de Luz são disparados, e a matéria e o Espírito fundem-se! Vou repetir: A matéria e o Espírito fundem-se!!
E o nosso corpo astral, está tendo o seu campo electromagnético removido e com ele, com o velho campo electromagnético, vão todas as antigas tendências astrais. E a Mãe, através da sua emergência, Ela traz um novo campo electromagnético que se está implantando no corpo astral. Uma nova vida de sentimento! O mesmo com o corpo mental."

André Louro

"HÁ QUE VALORIZAR NOVAMENTE O YIN,
PARA QUE O ADVENTO DE UMA NOVA CULTURA,
UM NOVO TEMPO SOCIAL,
POSSA ILUMINAR A HUMANIDADE."

in o retorno do feminino (m.f.m.)


"Á força de rejeitar o que a Feminilidade traz como solução à angústia do homem, cria-se em todo o caso uma humanidade perfeitamente neurótica.
(...)
Suprimindo a noção de Mãe-Divina, ou submetendo à autoridade de um deus-pai, desarticulou-se o mecanismo instintivo que fazia o equilíbrio inicial: daí advém todas as neuroses e outros dramas que sacodem estas sociedades paternalistas.
(...)
Esta querela entre o natural-instintivo e a razão, nunca passou de uma falsa questão, sendo responsável pela cegueira desta sociedade que, querendo corrigir o instintivo, castrou o ser humano do que era a sua profunda natureza
.
(...)
(Jean Markale)
O PRINCÍPIO FEMININO E O MASCULINO,
O YIN E O YANG - NÃO O SEXO...


"Os homens que se crêem os dominadores do mundo e os reguladores da ordem estabelecida não imaginam nem por um instante que o seu poder não é senão passividade e que o poder da mulher, que eles desprezam (mas de quem também duvidam e invejam), é o poder activo. Assim se explica que em certas línguas que conservaram a memória das épocas anteriores, a germânica, a celta e a semítica, para só falar dessas, o sol seja feminino e a lua masculina.
(...)
É neste espírito que inúmeros cultos atestam uma certa feminização do padre. Ele veste, sobretudo para as cerimónias, um hábito claramente feminino, com adereços que o não são menos.
(...)
Descuramos bastante este travestiamento fazendo dele uma componente homossexual. O ritual dessas religiões teria comportado um certo número de actos relacionados ou não com a homossexualidade, sendo os homossexuais considerados como seres intermediários, assim como os loucos e as pessoas “alucinadas”(bêbadas), e portanto dotados de poderes sobrenaturais. Não parece que esta seja uma explicação satisfatória. No entanto não podemos negar que a homossexualidade tenha sido expandida em todo o lado desde a mais alta antiguidade, e que fazia parte de certos rituais, embora sem esquecer antes de mais que se tratavam de religiões de culto da Grande Deusa.
(...)
Com efeito, o homem primitivo invejava à Mulher o seu mistério, a sua ambiguidade fundamental, o seu poder de dar a vida, o homem moderno porém esqueceu, pela sua educação completamente masculinizada, este desejo metafísico da Mulher Divina. Esse desejo encontra-se no estado inconsciente em todos os indivíduos. Os poetas e os artistas os traduzem nas suas obras, os outros nos seus comportamentos aparentemente inexplicáveis ou simplesmente aberrantes como é o caso da imitação fisiológica e do fetichismo do vestuário.
(...)
O padre que oficia nos seus trajes de cerimónia, todos de origem feminina, e o travesti, castrado ou não, obedecem a um mesmo desejo. Destapar uma ponta do véu , descobrir o famoso véu de Ìsis.
(...)


In LA FEMME CELTE - de Jean Markale
(Excertos traduzidos directamente do francês)

terça-feira, maio 11, 2004

A GRANDE DEUSA E A VIRGEM MARIA

(...) “Mais do que nunca, a Virgem Maria ia tomar o lugar de todas as deusas da antiguidade, suavizando os seus traços, abandonando a sexualidade, mas permanecendo sempre aquela que dá a vida e o alimento.”
(...)

Substituindo assim, “uma divindade feminina cuja função materna se desdobrava necessariamente numa função erótica. Sabemos muito bem que essa função erótica iria ser escondida desde o início de um cristianismo inteiramente orientado para uma masculinidade triunfante e uma castidade exemplar, resultante a maior parte do tempo de um terror instintivo relativamente aos mistérios da mulher.”(...)

(...)
” E nunca mais devemos esquecer que o nome de Alá substitui o de uma antiga deusa da Arábia pré-islamita, deusa solar cujo simulacro era a célebre pedra Negra de Caaba, em Meca, um meteorito, portanto um Dom do céu caido sobre a terra, e que simbolizava maravilhosamente, de maneira inteiramente abstracta, a grandeza e o poder da divindade.”


- Excertos do importantíssimo livro: " A Grande Deusa" de Jean Markale.

segunda-feira, maio 10, 2004

A ALMA - ELA É O EIXO.



Porque deve haver uma ordem onde a morte não entra. Deve existir um tempo em que a TERRA não seja o HORROR que me feriu o corpo e o espírito e que TU curaste purificando TUDO, desencantando os ritos até tocar a veia, o corpo rigoroso da vida real. Onde só gestos puros, só puros ritmos se podem pertencer. E só olhos sem angústia nem pecado se podem confundir com a limpidez da água.

in "LUZ CENTRAL" - Ernesto Sampaio

(...)
"Quando se ama não se ri; talvez se sorria apenas...
Durante o espasmo está-se sério como na morte."


"Para além da seriedade, o acto sexual comporta um grau de concentração particularmente elevado, mesmo que seja frequentemente uma forma de concentração involuntária, imposta ao amante pelo próprio desenvolvimento do processo. Por este motivo, tudo o que o possa distrair pode ter sobre ele um efeito imediato eroticamente ou até psicologicamente inibitório. Emotiva e figurativamente é isto o que, no acto sexual, implica o "dom" de um ser o outro, mesmo quando tem a o carácter de uma união fortuita e sem continuidade.
Essas características, essa seriedade, essa concentração, são reflexos do sentido mais profundo do acto de amor e do mistério que encerra."


in "Metafíca do Sexo" de Julius Evola
"...um artigo lido por uma mulher para mulheres deve terminar com algo particularmente desagradável..."

(aleksandra nowak)

(...)
Neste ponto eu me deteria, mas as pressões da convenção o determinam que todo discurso deve terminar com uma peroração. E uma peroração dirigida às mulheres deve ter algo, voces hão de convir, de particularmente exaltador e nobilitante. Eu lhes imploraria que se lembrem de suas responsabilidades, que sejam mais elevadas, mais espirituais; eu lhes lembraria quanta coisa depende de vocês e que enorme influência podem exercer no futuro. Mas essas exortações, penso eu, podem ser tranqüilamente deixadas a cargo de outro sexo, que as colocará, e a rigor as tem colocado, com muito maior eloqüência do que posso alcançar. Quando vasculho minha própria mente, não encontro sentimentos nobres sobre sermos companheiras e iguais e influenciarmos o mundo para fins mais elevados. Descubro-me dizendo, breve e prosaicamente, que é muito mais importante se ser o que se é do que qualquer outra coisa. Não sonhem influenciar outras pessoas, eu diria, se soubesse fazê-lo de forma mais brilhante. Pensem nas coisas como são.

E mais uma vez vem-me à lembrança, mergulhando em jornais e romances e biografias, que, quando uma mulher fala com mulheres, deve ter algo muito desagradável escondido na manga. As mulheres são duras com as mulheres. As mulheres não gostam das mulheres. As mulheres - mas será que voces não estão completamente fartas da palavra? Garanto-lhes que eu estou. Concordemos, então, em que um artigo lido por uma mulher para mulheres deve terminar com algo particularmente desagradável.

Mas como é isso? Em que posso pensar? A verdade é que freqüentemente gosto das mulheres. Gosto de sua informalidade. Gosto de sua inteireza. Gosto de seu anonimato. Gosto... Mas não devo prosseguir desta maneira. Aquele armário lá... Vocês dizem que ele contém apenas guardanapos limpos, mas e se Sir Archibald Bodkin estiver escondido entre eles? Permitam...


VIRGÍNIA WOOLF
O CINISMO DOS HOMENS
E A SUA MENTIRA DEMOCRÁTICA


“O que chamamos hoje democracia assemelha-se tristemente ao pano que cobre a urna onde já está apodrecendo o cadáver. Reinventemos, pois, a democracia antes que seja demasiado tarde.“

Joé Saramago
(In VISÃO)

Sem dúvida que todos os argumentos de defesa da Democracia por parte dos Estados Unidos e Exércítos Aliados que ao invadirem Países em seu nome e para derrubar Ditaduras, caiêm de rastos com a tortura e aviltamento do ser humano praticado pelos seus soldados/as aos prisioneiros iraquianos, iguais ou piores do que o ignóbil ditador Sadam fazia no Iraque...

(...)
Sendo a condição humana dramática, o seu destino e a sua existência embebidos em dor, o Ser lúcido que possua em alto grau a força de pensar e de sentir, estará mais naturalmente inclinado à tristeza do que ao riso. Assim a tragédia, produto natural de um pensamento-vivência, premente de angústia e de tristeza é, apesar disso, dinamizante na medida em que estimula um progresso. Colocando o ser perante um destino que parece inexorável, aponta-lhe paradoxalmente os caminhos de esperança da transcendência



in O RISO E O CHORO
ANA HATHERLY

domingo, maio 09, 2004

O NOSSO MUNDO OCIDENTAL/ORIENTAL...

Quando olhamos para a situação geral do mundo e das pessoas, quando nos sentamos a ver as notícias na televisão ou a folhear um jornal, é difícil não sentir um aperto no estomâgo ou um nó na garganta. A mim as fotografias difundidas dos maus tratos infligidos aos iraquianos e ainda por cima com mulheres agressivas e masculinas, (como não poderia deixar de ser "uma soldada"), agentes de violência, agonia-me e cria-me um certo pânico. Primeiro porque é uma falsa imagem da mulher na perversão da sua essência numa traição à sua natureza e depois cria um ódio ainda maior no fundamentalismo islâmico, contra as suas próprias mulheres, prisioneiras por tradição de uma condição deplorável.
Se os árabes que já perseguiam e maltratavam as suas mulheres, depois do seu ego ultrajado por mulheres soldados, veremos o que espera às mulheres ocidentais sobretudo, que lhes caírem nas mãos...

Ninguém esperou para ver: desde já chefes religiosos oferecem dinheiro a quem capturar mulheres soldados a fim de as tornarem escravas e concubinas dos seus homens. Imaginemos o que não fará um muçulmano a uma mulher-soldado americana ou inglesa...mas o pior não são essas mulheres que escolheram a guerra e as armas, mas as que são verdadeiramente mulheres e pacíficas e que para horror nosso caiam nas suas mãos...
Não só a vida das mulheres muçulmanas será mais perigosa, como a de qualquer mulher ocidental que atravesse o seu mundo...
" Aliada à ideologia capitalista, e sua cúmplice, a indústria cultural contribui eficazmente para falsificar as relações entre os homens, bem como dos homens com a natureza, de tal forma que o resultado final constitui uma espécie de antiiluminismo".
Theodor W. Adorno

"Out of Eden" by Suzanne Gyseman

Antes ainda da Idade Média, muito antes houve um grave desvio cultural e evolutivo da Humanidade e um sisma que dividiu a Humanidade em duas partes com o domínio do Princípio Masculino sobre o Feminino, e isso nem sequer é tomado em conta nas nossas ideologias e culturas. É daí que resulta a falsificação da relação do homem com a Natureza-Mãe-Mulher. Como poderiam respeitar as forças da natureza se negaram o Feminino?

Enterrado no que se pensa ser a Pré-história está a origem desse sisma e ocultas sociedades igualtárias de harmonia e paz entre os seres. Muito antes das invasões Bárbaras vindas das estepes e cujas estruturas de domínio ainda dominam o Planeta!


LER O "CÁLICE E A ESPADA" - de Riane Eisler
O QUE SÃO OS HOMENS SENÃO TIRANOS DAS MULHERES E FILHOS, TIRANOS UNS DOS OUTROS, CONSOANTE O GRAU E EXERCÍCIO DO SEU PODER?
Eles nunca cederão o pequeno ou grande poder que possam exercer uns sobre os outros e que exercem há milénios sobre metade da humanidade, as mulheres!


"SE NO LIMITE É POSSÍVEL GOVERNAR SEM CRIMES, EM CASO NENHUM É POSSÍVEL GOVERNAR SEM INJUSTIÇAS. Trata-se porém de dosear os primeiros e as segundas, de as cometer apenas por fases. A fim de que no-lo perdoem, teremos de saber fingir a cólera ou a loucura, dar a impressão de sermos sanguinários por inadvertência, visar arranjos atrozes com uma aparência exterior de despreocupação. O poder absoluto não é coisa fácil: só se destinguem dentro deles os cabotinos ou os assassinos de grandes proporções. (...)

“E o povo?”, dir-se-á. O pensador ou o historiador que usar este termo sem ironia ficará desqualificado. O “povo” - sabemos demasiado bem a que está destinado o povo: sofrer os acontecimentos, e as fantasias dos governantes, prestando-se a desígnios que o afectam e oprimem. Toda a experiência política, por “avançada” que seja, se desenrola a expensas suas, dirigindo-se contra ele: o povo carrega os estigmas da escravidão por mandamento divino e diabólico. Inútil apiedarmo-nos da sua sorte: a causa não tem remédio. As nações e impérios formam-se graças à complacência do povo diante das iniquidades de que é alvo. Não há chefe de Estado nem conquistador que não o despreze, e dele viva. Deixasse o povo de ser apático ou vítima, deixasse de assistir simplesmente aos seus destinos, que a sociedade se dissiparia, e, com ela a história sem mais.(...)


NA ESCOLA DOS TIRANOS
E. M. CIORAN

sexta-feira, maio 07, 2004

- Quem são os nossos carrascos? Os guardas das nossas prisões?

“Os vossos carrascos tem o nome de publicidade, medias, política, religião, obrigações e convenções. Todos obedecem ao Comité Central do Partido do Dinheiro. A constatação é simples e vocês conhecem-na desde há muito, mesmo dizendo que a não suportam! Vocês são os cúmplices das forças que vos alienam pois são vocês que as fabricam e as alimentam continuamente. O que é insidioso nesta situação, é que os vossos guardas saiem do vosso seio e vocês amam-nos com perversidade à semelhante de um veneno.”

in CELUI QUI VIENT
Anne et Daniel Meurois-Givaudan


Ou OS CARRASCOS...que somos todos...

Lia ontem no Público: "segundo o criminologista David Wilson, “ se se dá a alguém poder sobre outra pessoa que não tem nenhum, que foi demonizada ou apresentada como menos humana, então esse poder absoluto corrompe absolutamente”...esta afirmação é feita sobre as torturas e abusos infligidos pelos soldados/as americanos no Iraque, mas eu aproveito o mote para salientar que essa é a mesmíssima razão da violência doméstica! A violência que aprendemos quase todos desde pequenos, nem que seja só num gesto ou numa palavra, em casa!...

Sendo dado ao homem o poder sobre um ser - a mulher - que o não tem e foi e ainda é diabolizado pelas igrejas e apresentada como menos humana pelas religiões, então nós temos a tortura talvez passiva ou subtil às vezes, e a violência instalada há muitos séculos no seio das famílias e com todo o direito que a sociedade lhes confere como às guerras alias, mas é em casa onde de resto aprendem os filhos com os pais a desrespeitar a mãe e a mulher e da mesma forma os seres “inferiores”, antes criadas, agora trabalhadoras/os ou gente “sem nada de seu” como são os vencidos de qualquer batalha ou guerra ou competição de que este mundo é um palco permanente!

Depois, tanto faz que sejam nazis os países que ocupam e invadem, quer sejam “democráticos”, judeus ou cristãos, o resultado é semelhante com a única variante de desculpas esfarrapadas e a imbecilidade de acreditarmos ainda que somos sempre melhores que os piores...civilizados ou fiéis de qualquer credo...
Ah, sim nas democracias os abusos e a violência vem nos jornais e na televisão a que assistimos todos impotentemente...e nas ditaduras não se sabe...dizia ontem o J.M Fernandes, no Público, como se houvesse alguma diferença na prática...mas ele não sabe que o problema do mal e do bem só se resolve dentro de cada um de nós. Que ele é tão sádico e mauzinho como eu...depende só de que lado se veste o casaco...do direito ou do avesso!

Na verdade e para lá dos conceitos a que nos agarramos na teoria, cada um de nós é o anjo e o diabo, que se revê sempre no reverso da medalha no outro que julga e condena! Não foram os americanos libertar os iraquianos da tortura e da violência? A violência a que todo o ser humano é sujeito e instigado pela competição desenfreada na vida e dos valores propagados pelos comerciais e pelo império do dinheiro e do petróleo, servido pelos media em geral, do mais aparentemente inócuo anuncio de Bancos, carros, telemóveis, roupa ou qualquer outro produto, ao mais sofisticado e benéfico, são sempre factores de alienação do ser humano e do respeito pelo próximo! Para não falar dos filmes americanos que proliferam no mundo inteiro a ensinar a morte a tortura e a violência...

“Quem com ferros mata com ferros morre” - é o ditado popular, talvez bíblico.


Continuação do texto em MELUSINE (A MINHA SOMBRA...)
O medicamento e a droga forte da presença humana tinham mais uma vez aliviado a sua angústia...


In Denário do Sonho
Marguerite Yourcenar

quinta-feira, maio 06, 2004

A PRIMEIRA ELEGIA

Quem, se eu gritasse, me ouviria dentre as ordens dos anjos?
e mesmo que um me apertasse de repente contra o coração:

eu morreria da sua existência mais forte. Pois o belo não É senão
o começo do terrível, que nós mal podemos ainda suportar,
e admiramo-lo tanto porque, impassivel, desdenha destruir-nos. Todo o anjo é terrivel
E assim eu me reprimo e engulo o chamamento dum soluçar escuro. Ai! de quem nos
poderiamos então valer? Nem de anjos, nem de homens,
e os bichos perspicazes reparam já que nós não estamos muito confiantes em casa
neste mundo explicado.

(...)
AS ELEGIAS A DUINO - Rainer Maria Rilke



suzanne gyse
VEM...


Beija-nos suavemete na fronte,
Tão levemente na fronte que não saibamos que nos beijam
Senão por uma diferença na alma.

E um vago soluço partindo melodiosamente
Do antiquíssimo de nós

De uma oculta vontade de soluçar,
Talvez porque a alma é grande e a vida pequena,

Vem e embala-nos,
vem e afaga-nos,

Vem cuidadosa
Vem maternal,


fernando pessoa
INTERNO, INTERIOR, ÍNTIMO

Enquanto o ouroboros continuar dormindo em nós seremos sempre corpos de uma outra cabeça.
De cada vez que uma só gota do teu íntimo se escape verás que ela se condensa e de tal modo se adensa que entre ti e aquele que entreviu apenas só cílio do teu íntimo se erguerá uma grade, uma barreira, uma lança.

E essa lança é a ti próprio que fere.

O íntimo é aquela substância, lagarta em permanente metamorfose de que tu és apenas o invólucro, asegregação visível da glândula ìntimo e as tuas metamorfoses aão as tuas.

(...)

ANA HATHERLY - Sigma

quarta-feira, maio 05, 2004

uma lágrima invisível...

(...)
"Talvez o seu corpo astral esteja ferido. E se chorar cair-lhe-á dos olhos uma lágrima invisível porque o corpo é o leito onde dormimos permanentemente até ao momento de sabermos que estamos sempre abertos para a cegueira irreal, a única verdadeira.
E se o deslumbramento cessa, cessa o canto.”



In SIGMA - 1965
ANA HATHERLY

terça-feira, maio 04, 2004



MUSA

Aqui me sentei quieta
Com as mãos sobre os joelhos
Quieta muda secreta
Passiva como os espelhos
Musa ensina-me o canto
Imanente e latente
Eu quero ouvir devagar
O teu subito falar
Que me foge de repente


sophia de mello breyner andresen

...

Nunca amamos alguém. Amamos, tão somente, a ideia que fazemos de alguém. É um conceito nosso – em suma é a nós mesmos - que amamos.
Isto é verdade a toda a escala do amor.
(...)

As relações entre uma alma e outra, através de coisas tão incertas e divergentes como as palavras comuns e os gestos que se empreendem, são matéria de estranha complexidade. Na própria arte em que nos conhecemos, nos desconhecemos. Dizem os dois “amo-te” ou pensam-no e sentem-no por troca, e cada um quer dizer uma ideia diferente, uma vida diferente, até porventura, uma cor ou um aroma diferente, na soma abstracta de impressões que constituia actividade da alma.
Estou hoje lúcido como se não existisse. (...)


O LIVRO DO DESASSOSSEGO
Fernando pessoa

"sINTO E ESQUEÇO. uMA SAUDADE, QUE É DE TODA A GENTE POR TUDO INVADE-ME COMO UM ÓPIO DO AR FRIO. hÁ EM MIM UM ÊXTASE DE VER, ÍNTIMO E POSTIÇO."



Surge dos lados do oriente a luz loura do luar de ouro.
O rastro que faz no rio largo abre serpentes no mar.


DEPOIS DURMO, DEPOIS...


Não durmo. Entressou.
Tenho vestígios de consciência. Pesa em mim o sono sem que a inconsciência pese...Não sou. O vento...Acordo e redurmo, ainda não dormi. Há uma paisagem de som e torvo para além de que me desconheço. Gozo, recato, a possibilidade de dormir. Com efeito durmo, mas não sei se durmo. Há sempre no que julgamos (?) que é um som de fim de tudo, o vento no escuro, e, se escuto ainda, o som dos pulmões e do coração.

O vento levanta-se...Primeiro era como uma voz de um vácuo...um soprar do espaço para dentro de um buraco, uma falta no silêncio do ar. Depois ergue-se um soluço, um soluço do fundo do mundo, o sentir que tremiam as vidraças e que era realmente vento. Depois soou mais alto, urro surdo, um urrar (?) sem ser (...) um ranger de coisas, um cair de bocados, um átomo de fim do mundo

Depois parecia que...


O LIVRO DO DESASSOSSEGO
fernando pessoa

segunda-feira, maio 03, 2004

PORQUE O HOMEM PERDEU A RELAÇÃO COM O SEU LADO SENSÍVEL ELE EXERCE A VIOLÊNCIA SOBRE A EXPRESSÃO DO SEU LADO FEMININO DIRECTAMENTE SOBRE A MULHER



" A mulher tem em si uma sabedoria, uma espécie de sabedoria inata,
um catalizador único de realização.
(...)
"A mulher está de si potencialmente ligada ao conhecimento e à sabedoria."
(...)
"A mulher realizada tem a "maitrise" da dualidade e ajuda o homem a transcende-la.
Enquanto que o homem tem acesso ao conhecimento, que é sobretudo, vontade."


Etiènne Guiellé
>Porque já não há poetas...

A MUSA TRANSFORMOU-SE EM "DOMÉSTICA"...
(na visão ainda pueril do grande poeta)
A MUSA TRANSFORMOU-SE EM POLÍTICA E IDEIA ABSTRACTA
DEPOIS A MULHER TRANSFORMOU-SE EM MINISTRA E DEPUTADA também...


"A razão óbvia pela qual há tão poucos jovens no nosso tempo que continuam a publicar poesia passando dos vinte anos, não é necessariamente como eu pensava, pelo desaparecimento do mecenato e a impossibilidade de assegurar uma forma de vida decente escrevendo apenas poesia. Há na verdade muitas maneiras de providenciar as necessidades da vida que podem coexistir harmoniosamente com o facto de se escrever poesia e nem é difícil publica-la.

A razão é que qualquer coisa morre no poeta.

Talvez ele tenha comprometido a sua integridade poética dando mais valor a uma ou a outra das suas diversas experiências, literária, religiosa, filosófica, dramática, política ou social, do que á poética.

...
Ou talvez ainda ele tenha perdido o seu sentido da Deusa Branca:

A mulher que ele tinha por Musa ou que era a Musa transformou-se na mulher “doméstica” e podendo mesmo ele estar a em vias de se transformar ele também no homem caseiro: a lealdade impede-o de negligenciar a sua companhia, sobretudo se ela é a mãe dos seus filhos e que se tornou orgulhosa em ser uma boa dona de casa; e como a musa se desvanece, assim se desvanece o poeta."

Robert Graves - 1978
"A PERDA DA SUA INTERIORIDADE,
SECOU A VIDA INTERNA NA MULHER.
VIDA COMO FONTE DE INSPIRAÇÃO,
COMO VISÃO INTERIOR."


IN o RETORNO DO FEMININO-m.f.m.

Barry Sharplin


A DEUSA QUE OS POETAS ESQUECERAM ...


"Através da tradicional veneração da Deusa Branca ela torna-se uma com a mulher real, sua representante humana, sacerdotiza, profetiza ou rainha-mãe. Nenhum poeta que exalte a Musa pode experimentar conscientemente a existência senão na sua experiência da mulher pois temos de considerar que é na mulher que reside a Deusa seja em que grau for.(...)

Um poeta que exalte a musa abandona-se absolutamente ao amor e a mulher que ele ama na vida real é para ele a encarnação da Musa.
(...)

Mas o verdadeiro poeta, perpetuamente obsediado pela Musa, faz a distinção entre a Deusa na qual ele reconhece o poder supremo, a glória da sabedoria no amor de uma mulher, e a mulher indivíduo que a Deusa pode tornar seu instrumento por um mês, um ano, sete anos ou mesmo mais. O que é próprio da Deusa fica; e talvez o seu poeta tenha de novo a possibilidade de a reconhecer através da experiência que possa vir a ter de uma outra mulher "


in "A DEUSA BRANCA "
de Robert Graves


domingo, maio 02, 2004

A ALQUIMIA DO AMOR

"A visão da mulher tem um papel importante na Obra de Alquimia.

A mulher que se vê - companheira, amante, ou deusa iniciadora - é a projecção de um oposto a integrar nessa união superior a que se aspira.

É a força transformadora, ela mesma transformada - em mineral, vegetal, animal, ou ainda num dos elementos, ou um astro, ou logo em divindade "(...).


Y.K.Centeno

A MÃE

"Eu sou a flor do campo, o lírio do vale. Eu sou a mãe do amor e do medo e do conhecimento e da esperança sagrada. (...)

Sou a mediadora dos elementos, fazendo com que combinem um com o outro; o que é quente faço frio e vice-versa e o que é seco faço húmido e o que é duro amoleço. (...)

Sou a lei no sacerdócio, a palavra no profeta e o conselho no sábio. Mato e faço viver..."


JUNG

sábado, maio 01, 2004


O RETORNO DO FEMININO

MATER OU MATÉRIA,
A sua correspondência ao nível Psíquico
É a Mãe.

O ARQUÉTIPO FEMININO
Tem como resposta última
a Maternidade.
A capacidade de Sustentar,
Nutrir e Conservar a Vida

m.f.monsaraz


“Andar sempre à procura de “experiências transcendentes”, mais variadas e intensas, é uma forma de fugir da realidade presente, daquilo que é, ou seja, de nós mesmos, da nossa própria mente condicionada. Uma mente desperta, inteligente, livre, que necessecidade tem dessas experiências?


A Luz é Luz; não anda à procura de mais Luz.”

In MEDITAÇÕES
J.Krishnamurti



A MEDITAÇÃO É O TOTAL LIBERTAR DA ENERGIA


Caminha envolto em segurança porque já não há estranhos, porque estás em harmonia com a Natureza e com todas as suas criaturas.

• Ama livremente através do verdadeiro poder, porque já não receias nem a rejeição, nem a dor.

• Dá a partir de ti mesmo, sabendo que a rejeição é um sinal de que os outros são incapazes de receber o que tu és!

• Deixa de competir com demais, porque a competição implica vergonha e nega a maestria de uns e outros; reconhece que, em última instância, estás a competir contra ti mesmo. O verdadeiro poder coopera sem egoísmo, reconhecendo que ninguém o pode explorar.

• Perdoa incondicionalmente sabendo que fluis através da vida reconhecendo que comparticipas na criação de cada acontecimento das tuas vidas.

• Não atires a culpa para cima de ninguém, nem sequer de ti mesmo, porque vives permanentemente na esteira do ESPÍRITO.

• Não julgues nada nem ninguém, pois o julgamento está ancorado na vergonha; ao invés, considera o ESPÍRITO para saber o que é verdadeiro em cada momento. A partir desta perspectiva passas a ver tudo com os olhos do ESPÍRITO que se expressa e passa a trabalhar através da tua personalidade.


in MANUAL DE ASCENÇÃO:
SERAPHYS