O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, julho 20, 2004

REPUBLICANDO TEXTOS...


“NÃO HÁ CRIAÇÃO SEM DOR, PODE TER-SE MAIS OU MENOS CONSCIÊNCIA DISSO, DEPENDENDO DO TIPO DE PROFUNDIDADE QUE SE ATINJA OU PROCURE ATINGIR. O MEU TRABALHO TEM UMA DIMENSÃO METAFÍSICA E ESSA TEM DE SER NECESSÁRIAMENTE DOLOROSA”.


“Senti-me sempre profundamente mulher. A mulher é muito diferente do homem. O criador não tem sexo, porém a criatividade não tem nada a ver com isso: há, no entanto, um carácter específico da personalidade feminina. Nisso sou exemplo típico. As mulheres são mais audaciosas. Mesmo caladas, e se analisarmos bem a História, são audazes. A mulher é muitíssimo mais forte, e eu sou uma mulher muito forte, porque faço da minha fragilidade força”.

(...)
Talvez o seu corpo astral esteja ferido. E se chorar cair-lhe-á dos olhos uma lágrima invisível porque o corpo é o leito onde dormimos permanentemente até ao momento de sabermos que estamos sempre abertos para a cegueira irreal, a única verdadeira.
E se o deslumbramento cessa, cessa o canto."

(In SIGMA - 1965)

ANA HATHERLY

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