O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, dezembro 26, 2004


VOLTAR AO INÍCIO DOS TEMPOS,
Á ORDEM PRIMORDIAL
Á MULHER DEUSA COMO FONTE DE VIDA


“A Mulher é sempre um mistério insondável que atrai e mete mede ao mesmo tempo que dá vida e se torna devoradora, e que os moralistas cristãos se apressaram muitas vezes a identificar com o diabo, pelo menos com a ideia pueril que se tinha deste. Este mistério foi sentido pelos homens da pré-história, visto que os escultores e gravadores do paliolítico se abstiveram cuidadosamente de desenhar o seu rosto. Quem é essa Deusa dos tempos Primordiais, que tem sexo, mas não tem rosto? Será o eterno feminino tão caro aos poetas? (...)

Jean Markale “AGRANDE DEUSA"


O OROBOROS A SERPENTE QUE MORDE A CAUDA...

A Serpente símbolo da Grande–Mãe, regeneradora e mutante, “estava em contacto com os mistérios da terra, das águas, da escuridão –auto- suficiente, insensível, reservada, às vezes venenosa, capaz de deslizar sem deixar rasto, magicamente engolindo grandes criaturas e rejuvenescendo-se pela mudança da pele.” (...)

Consequentemente, a serpente tornou-se o maior símbolo animista e posteriormente ou paralelamente tornou-se para a Igreja católica simplesmente símbolo do pecado e da mulher pecadora para os padres misóginos e castradores e um “deus macho” que pôs inimizade entre as duas e separou assim as duas mulheres! Compra uma e vende “a outra!” Os homens do deserto contra a Senhora das Águas...“




1 comentário:

Vânia disse...

Excelente. Tao bom...