O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, julho 15, 2005

O SONHO DE UM SONHO
Sonho ainda poder viver nesta terra em harmonia e paz com com a Deusa e outros seres humanos, sem conflitos nem guerras, nem lutas inúteis pela diferença de ideias... E quando digo guerras, não falo das que matam e vertem sangue, mas apenas da guerra e contenda diária pela afirmação de crenças, ideologias de medo e egos, que fazem depois a guerras maiores e mais mortíferas.
Talvez ainda nesta vida, penso, nos anos que me restam, possa viver em paz comigo mesma e com outros seres humanos em dádiva e abertura de coração na partilha de bens e dons. Isso é o meu sonho...

Em vez de viver cada um por si a trabalhar e a lutar diariamente por um mundo de consumo e guerra, de violência e ódio permanentes, de diferenças sociais e raciais, por interesses mesquinhos e bens materiais acumulados, sempre na mira do lucro e da superioridade social, em que tudo se vende e compra e nós vendemos todos a alma ao diabo, atiçados pelos Mídia, eu quero e sonho ainda salvaguardar alguns anos que me restam na Terra e desfrutar da natureza Mãe e da sua dádiva...em vez de a ajudar a destruir e poluir tanto como ao meu corpo, matando animais e comendo cadáveres, vivendo em cidades de betão armado e alcatrão, onde a poluição infernal a um ritmo acelerado mata paulatinamente quem nela vive, sem apelo nem agravo.

Queria, e sonho ainda, em vez de viver asfixiada a cumprir um horário e uma rotina e fazer algo que me deprime e de que não gosto, só para ganhar dinheiro para sobreviver, poder dar de mim o melhor, ser criativa e sentir a vida na sua plenitude o que só a liberdade interior e exterior nos permite.

Pergunto-me contudo se há seres humanos capazes de abdicar das suas falsas seguranças, das suas casas privadas, do seu conforto burguês e do seu dinheiro no banco, dos seus cartões de crédito e dos carros...para viver uma vida simples e natural entre as árvores, despojados de bens supérfluos e da posse dos que “ama”, dos sentimento de pertença que nos separam, e são um país, a família e o sangue e formar comunidades universais, formadas no Amor da Terra e da Deusa em que se possa viver em Paz connosco mesmos e com os anjos, sem diferenças de cor, nem de sexo, nem de religião...

Pode parecer estranho o meu sonho...ou uma já gasta Utopia, mas esta vida como a vivemos todos, no seio das Cidades e da insanidade e loucura geral que é mundo, em que apenas servimos para “produzir, consumir e morrer”, cheios de doenças e ódios, cansados de “trabalhar e descontar” para uma “previdência” que nada nos dará e a reivindicar pensões mais altas ou regalias no trabalho e que na “reforma” já não temos nem saúde nem vontade de viver, como velhos arrumados a um canto, abandonados pela família, se não morrermos antes de um enfarte miocárdio ou de cancro!...

Quando será que veremos que somos todos escravos modernos, presos ao consumo e aos créditos, aos “nossos bens” ao dinheiro no Banco, que não são mais do que as nossas correntes invisíveis? As mesmas que tínhamos quando éramos escravos da galera...mas disfarçadas!

Sim, sonho com o Um Paganismo Verdadeiro

R.L.P.

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