O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, julho 25, 2005

"Sou um cristão gnóstico,
inteiramente oposto a todas as igrejas organizadas e,
sobretudo, à Igreja de Roma."


“É por isso que, sabendo nós que, actualmente, o cristianismo é o velho, o decadente, a esterilidade e o inútil – nós, conquanto não saibamos claramente, nem nitidamente prevejamos o que se lhe seguirá, temos ainda assim a consciência de que , atacando-o trabalhamos pela nova fé; (...) preparamos o terreno para o edifício novo; que, arrancando as plantas que degeneram em bravias, nós deixamos o lugar livre para a semente que germinará em planta, para no fim, degenerar também em bravia (...), e ser arrancada por outros, para que outras plantas novas nasçam, e assim indefinidamente e incompreensivelmente no suceder-se dos séculos, e em favor do mystério infinito.”

FERNANDO PESSOA
iN "Pessoa por conhecer - Roteiro para uma Expedição" de Teresa Rita Lopes



O REGRESSO ÀS NOSSAS ORIGENS...

(...) “A saudade pertencendo ao caminho da Lua, sua salvação é dada no mundo sublunar da transformação, do retorno cíclico da terra ao céu e do céu à terra, através da encarnação e reminiscências; tal ainda aquele regido e simbolizado pela serpente e pela espiral, (...)
Toda a estrutura da saudade pertencerá à metafísica lunar: como nesta, a sua ideia central é a do ritmo, na sucessão e união de contrários através do devir, por um dualismo solucionado numa integração final. (...)

A saudade, dentro de todo o seu contexto histórico, será marcadamente feminina, sua forma de ser e conhecer, fazendo-se preferentemente pelo sentimento, tal como essa religião e culto do passado galaico-português. Ela tece os fios do tempo na teia do devir, tal como a Grande –Deusa tecedeira, unindo passado e futuro. Assim já tecia a deusa lunar, como mediadora e senhora do tempo: com uma roca era representada a deusa encontrada em Tróia, assim como Isthar e a grande deusa hitita. E assim também as sucessoras da Grande-Deusa aqui neste mesmo território galaico-português, sobrevivendo através das lendas e tradições populares, as Mouras encantadas, também tecedeiras, como Circe ou Penélope, ou fiandeiras: defronte de seu tear ocultas no seu mundo subterrâneo, fazendo-se ouvir na noite de sua epifania, a noite se S.João; (...)
A saudade precederá também, na actual Galiza e Portugal, à chegada dos celtas, e será, com os vestígios megalíticos, a tradição matriacal e agrária, a demanda do Graal e o regresso ao Paraíso, uma herança do seu fundo pré-ariano.” (...)


in “DA SERPENTE Á IMACULADA”
De Dalila L. Pereira da Costa


"HÁ QUE VALORIZAR NOVAMENTE O YIN,
PARA QUE O ADVENTO DE UMA NOVA CULTURA,
UM NOVO TEMPO SOCIAL,
POSSA ILUMINAR A HUMANIDADE."

in o retorno do feminino (m.f.m.)

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