O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, setembro 12, 2005

AS TORTURAS QUE A IGREJA DE ROMA FAZIA ÀS MULHERES

“As Mulheres Sentiam Um Medo Especial da Inquisição”

Se uma mulher fosse acusada de bruxaria, ficava na iminência de sofrer uma tortura muito especial por parte do clero sedento de sexo. Como você descobrirá ao ler o "Malleus Maleficarium", o manual operacional da Inquisição, as mulheres eram especialmente visadas para perseguição como prováveis bruxas. Se uma mulher fosse meramente lançada de um lugar alto, como vemos aqui, podia chamar a si mesma de sortuda por ter uma morte relativamente rápida e com pouca dor. Como demonstraremos, um espírito demoníaco de obsessão de desvio sexual e luxúria soprou em toda a Inquisição depois da publicação do "Malleus Maleficarium"; em 5 de dezembro de 1484, o papa Inocêncio III emitiu a bula papal que estabeleceu esse documento como o padrão pelo qual a Inquisição deveria ser conduzida. O celibato clerical já estava em vigor há 361 anos, tempo bastante para tornar os sacerdotes em verdadeiros desviados sexuais.

Essa obsessão sexual rapidamente cresceu ao ponto em que uma mulher vivia com medo de que um dia, a partir do nada, pudesse ser acusada por alguém de ser uma bruxa; visto que a acusação era equivalente à culpa, aquela mulher podia esperar uma morte lenta sob tortura nas mãos de sacerdotes celibatários e com desvio sexual. Essa declaração é fato histórico, e provaremos isso, por meio do documento oficial da "Santa" Inquisição católica romana, o "Malleus Maleficarium".
Decidimos não inserir a maioria das gravuras que temos retratando mulheres desse período histórico sofrendo abuso sexual e sendo humilhadas durante a Inquisição, simplesmente por que não desejamos mostrar partes sexuais neste site; entretanto, esta gravura demonstra o fato que as mulheres sofriam abuso sexual durante a Inquisição, sem ser tão visualmente obscena.


Aqui, vemos uma mulher condenada, acusada de bruxaria, despida e sendo forçada a engatinhar, diante dos olhares lascivos da multidão, para uma gaiola onde ela será colocada e depois pendurada para todos verem. Os padres acreditavam que uma bruxa perdia seus poderes quando era suspensa do chão; portanto, quando os soldados da Inquisição prendiam uma mulher acusada de bruxaria, podiam puxá-la fisicamente do chão e carregá-la à masmorra de confinamento. Essa gravura transmite a essência dessa crença ridícula.

Um dos mais hediondos de todos os instrumentos de tortura utilizados contra as mulheres na Inquisição eram os "fura-bruxas", mostrados em seguida. Como você pode ver, esses instrumentos são na verdade facas. O "Malleus Maleficarium" declarava que as bruxas têm uma "marca do Diabo" em algum lugar em seu corpo. Isso exigia que o sacerdote investigador fizesse ele mesmo uma inspeção minuciosa no corpo nu da pobre mulher. Essa inspeção era freqüentemente realizada em meio a um grupo de homens que agiam como voyeurs, mas ostensivelmente eram forçados a testemunhar essa "inspeção" por causa de seu ofício religioso!

"Para aumentar o número de toques [perfurações], foi inventada a noção sutil de que a marca do Diabo deixava um ponto insensível à dor, discernível apenas por um inspetor perito com uma ponta afiada [uma dessas facas]. Assim, surgiu uma guilda de 'perfuradores de bruxas', que eram remunerados apenas quando descobriam uma bruxa, o que por sua vez levou à 'prova cabal' do sistema de usar uma ponta retrátil auxiliar. O 'perfurador' oficial, tendo dolorosa e visivelmente retirado sangue de vários pontos da vítima nua, penetrava o perfurador substituto [a faca] ao máximo, surpreendendo a multidão, e assegurando seus honorários pela bruxa entregue para julgamento." [Thomkins, pg 391]
Em outras palavras, essa faca retrátil não penetrava na carne quando era pressionada com força, mas retraía para dentro do cabo. No entanto, a multidão não sabia disso, e acreditaria que a razão por que a mulher não gritava, e por que não jorrava sangue ao ser perfurada, era por que ela era uma bruxa.
Esses "fura-bruxas" procuravam também outras "marcas do Diabo" no corpo da mulher.

"Segundo a Igreja, em algum lugar no corpo da bruxa, o Diabo deixava sua marca, a mais óbvia das quais era um mamilo supranumerário - 'sinal seguro' de dedicação à deusa Diana, de muitos seios, a rainha das bruxas. E, enquanto a profissão médica moderna estima que três de cada cem mulheres tenham tais vestígios, as chances de 'encontrar' uma bruxa eram consideráveis. (Nota: O Novo Dicionário Aurélio define "supranumerário" como "que excede o número estabelecido"; portanto, uma mulher com um mamilo a mais tem um "mamilo supranumerário")
Certamente, os sacerdotes celibatários e "castos" estariam muito interessados em examinar cem mulheres para encontrar três que tivessem um "mamilo supranumerário"!


No entanto, os "fura-bruxas" penetravam cada uma dessas "marcas do Diabo" com um desses "perfuradores", essas repugnantes facas de exame. Visto que o episódio inteiro era conduzido por um sacerdote celibatário e "casto", eles ficavam excitados sexualmente ao examinar as mulheres dessa maneira. Assim, você pode compreender a próxima revelação de Thomkins.

"... havia aquela depravada compulsão, descrita por Wilhelm Reich como a 'praga emocional', em que indivíduos sexualmente não-funcionais, incapazes de sentir prazer na prática natural do sexo, começam a aliviar sua sexualidade reprimida cortando, dilacerando e queimando a própria carne que não podem nem beijar, nem acariciar, nem inflamar com prazer." [Ibidem]

Assim, o celibato - a "doutrina de demônios" - invadiu e tomou posse de uma parte enorme da "Santa" Inquisição. Para Satanás, foi fácil invadir a Igreja Católica poderosamente, pois já a tinha movido para a prática da feitiçaria desde o ano 321, quando o imperador Constantino afirmou seu comando sobre a igreja. Quando finalmente esse período da Inquisição começou, a Igreja já estava separada da videira verdadeira - Jesus Cristo - há mais de 800 anos.

Portanto, a madeira estava muito seca, suscetível ao fogo do Inferno que Satanás soprou, usando a Inquisição. Um praticante de Magia Negra pode confirmar para você que o espírito do demônio sexual, Larz, e suas hordas demoníacas, virtualmente tomaram posse da Inquisição com sua luxúria e suas obsessões sexuais, uma conquista que foi extremamente fácil devido à imposição do celibato. Os sacerdotes católicos tornaram-se assassinos, estupradores e voyeurs. Um número estimado de 75 milhões de pessoas pagou o preço final, enquanto milhões de outras foram intimidadas, torturadas, e forçadas a manter relações sexuais pelos sacerdotes que manejavam essa arma terrível contra as mulheres que queriam levar para a cama!

Sugestões de leitura:

O Martelo das Feiticeiras (Malleus Maleficarum), Heinrich Kramer e James Sprenger, Editora Rosa dos Tempos, tradução de Maria Lopes José da Silva.
O Manual dos Inquisidores (Directorium Inquisitorum), Nicolau Eymerich, Editora Rosa dos Tempos, tradução de Paulo Fróes.

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4 comentários:

Anónimo disse...

Boa noite.
Não sei de onde tiraram tais informações sobre o "Malleus Maleficarum", mas é importamte que saibam a sua origem. Este manual foi elaborado por Heinrich Kraemer e James Sprenger, e não pela Igreja Católica. A Igreja não somente proibiu o livro, colocando na lista de Obras Proibidas (Index Librorum Prohibitorum) como condenou Kraemer na Inquisição em 1490 por causa do livro. O livro ainda existe após de mais de 16 reimpressões e recebeu uma nota falsa de aprovação pela Igreja. Peço para emitirem uma nota de desculpas e reeditarem o site.
Para mais esclarecimento:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Malleus_Maleficarum

marco_etb@yahoo.com.br

Anónimo disse...

Mais um comentário. A Igreja Católica foi a primeira instituição em toda a história a editar normas para as torturas, buscando o respeito da saúde, da moral e da ética, impondo inclusive que um médico deveria estar presente. E fez isso na época da Inquisição.

Marco Aurélio disse...

Boa tarde, Sra Rosa Leonor.
Vamos aos fatos e documentos. As torturas sempre existiram em toda a história, e ocorreu, também pela Igreja há aproximadamente 500 anos. Estamos falando de um contexto histórico diferente, veja que hoje a Igreja é contra a pena de morte, não podemos julgar uma atitude de séculos passados com o olhar atual. Ocorreu, porém, não como a Sra pensa ter ocorrido. Disse que o autor Kraemer foi condenado pela Inquisição, não disse que foi morto, eu disse? Para se ter uma noção:
Revela o historiador Borromeu sobre os processos e condenação referentes ao tribunal católico: “dos 125.000 processos de sua história, a Inquisição espanhola condenou à morte 59 «bruxas». Na Itália, acrescentou, foram 36 e em Portugal 4. Se somarmos estes dados --comentou o historiador-- não se chega nem sequer a cem casos...” A Inquisição na Espanha, afirmou o historiador, em referência ao tribunal mais conhecido, celebrou entre 1540 e 1700, 44.674 julgamentos. Os acusados condenados à morte foram 1,8% e, destes, 1,7% foi condenado em «contumácia», ou seja, pessoas de paradeiro desconhecido ou que em seu lugar se queimavam ou enforcavam bonecos]. (Agência Zenit, Sunday, June 20, 2004 1:17 PM.)
A Sra. consegue enxergar que não conhece bem o que foi a Inquisição(que significa Investigação)?
O historiador Henry Charles Léa, cita 47 bulas católicas, nas quais a Santa Sé continuamente insiste na jurisprudência que deve se observar nos tribunais eclesiásticos católicos. Alertam para não cair na violência e injustiças freqüentes dos juízes leigos. (Fonte: Henry Charles Léa, A History of the inquisition of the Middle Ages, 3 vols. Nova Yorque, Happer, 1888, principalmente vol. I, pp. 137ss; tradução de Salomon Reinach, Historie de L’Inquisition au Moyen-Áge. Ouvrage traduit sur l’exemplaire revu et corrigé de l’auter, 3 vols., Paris, 1900-2 vol. 3.)
Haviam torturas sim, e por católicos sim, porém, que não obedeciam as Bulas Católicas, e quando a Igreja pede perdão, pede por aqueles que a desobedeceram e que acabou marcando a Igreja, mas ela não errou, pois temos as Bulas, documentos históricos que provam que ela não aceitava tais práticas. E quanto às formas de torturas que lhe são conhecidas não foram praticadas pela Igreja Católica, mas fazem parte da ficção de Kraemer, Malleus Maleficarum, que já discorri em outro e-mail.
Viu os dados da Inquisição Católica Espanhola, a inquisição mais conhecida pela História(Cerca de 0,1% dos acusados foram, de fato, mortos)? Agora vou lhe mostrar uma parte da história que não deve conhecer, para fazer um contraponto à Inquisição Protestante. Todos são trechos de livros históricos que citarei a fonte em seguida:

Marco Aurélio disse...

"As posições de Lutero, contra os anabatistas, causaram a morte de pelo menos 30.000 camponeses" (VEIT, Valentim, História Universal, Livraria Martins Editoras, SP, 1961, Tomo II, pp. 248-249.);
"O luterano Benedict Carpzov... contra a bruxaria, que considerava merecedora de torturas três vezes intensificadas com respeito a outros crimes, e cinco vezes punível com pena de morte... Assinou sentença de morte contra 20.000 bruxas"(Benedict Carpzov, Practica Nova Rerum Criminalium Imperialis Saxonica in Tres Partes Divisão, Wittenberg, 1635.);
"Outro famoso perseguidor de bruxas na Alemanha, foi Nicholas Romy, considerado grande especialista e que escreveu um longo tratado sobre bruxaria, teve sobre sua consciência a morte de 900 pessoas."(Nichólas Romy, Daemonolatriae Libri Tres, Lião, 1595; Colônia, 1596; Frankfurt, 1597.);
"Em Bamberga, sob a administração de um bispo protestante, queimou-se 600 pessoas. Na Genebra protestante, foram queimadas 500 pessoas no ano 1515." (W. Bommbeg, The mind of man: the history of man’s conquest of mental illness, 2ª ed., Nova Yorque, Harpel, 1959; tradução: La mente del hombre, Buenos Aires, 1940.)
Acho que a história que a Senhora deva conhecer não é da Igreja Católica. Provo que as torturas não ocorrem como pensa, através das Bulas Católicas e a ficção condenada de Kraemer, Malleus Maleficarum. Provo que as penas de morte e a fogueira na Inquisição foram pouquíssimas usadas. E tento provar que o seu ódio à Igreja se sustenta não pelo que a Igreja é, mas pelo que pensa ser a Igreja, de modo enganada.
Se precisar de mais esclarecimentos, contate-me.
Marco Aurélio. (marco_etb@yahoo.com.br)
Fique com Deus.