O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, novembro 26, 2005

COMO É QUE O VATICANO IRIA ADMITIR QUE UMA MULHER BELA E SENSUAL E LIVRE CANTASSE DIANTE DE RATZINGER O MAIS MISÓGINO E ASCÉTICO DE TODOS OS PAPAS, O INQUISIDOR MOR DO SANTO OFÍCIO?

QUERIAM QUE ESTE PAPA APLAUDISSE DANIELA MERCURY???
SE ELES PUDESSEM MANDAVAM-NA ERA PARA A FOGUEIRA...


Como é que se faz tanto alarde de uma coisa destas, como se as mulheres não soubessem que seja de que maneira for não têm voz activa nem para cantar diante de tais sumidades tão alérgicas às mulheres? Isto é apenas um pretexto para afastar uma mulher que afronta por si mesma e que não é submissa nem freira nem “santa”…
Qual é a novidade disto tudo? Porque insistem as mulheres em querer agradar quando são rejeitadas há milénios pelo Vaticano? Como seguem um deus que as ostraciza e as olha sempre como pecadora? Não fizeram isso à Mulher mais santa, Maria Madalena?


CARTA DE DESAGRAVO pelo veto à participação de DANIELA MERCURY no show de abertura do Ano Xaveriano no Vaticano.- Redigida por Claudiney Prietto (excerto)
“Lamentamos profundamente a proibição da participação da cantora Daniela Mercury no show de abertura ao Ano Xaveriano em honra a São Francisco Xavier, com a presença do Papa Bento XVI. Postura injustificável, sustentada na alegação da inadequação da artista perante às posturas e olhos da Santa Sé devido às amplas e ativas participações da cantora nas campanhas de apoio ao combate à AIDS e conscientização da necessidade do uso do preservativo no Brasil e no mundo como forma eficaz de evitar a infecção pelo Vírus HIV.
É sabido que os efeitos do vírus são devastadores sobre as famílias, comunidades e países. Segundo dados publicados pela ONU no relatório do Programa das Nações Unidas para a Aids (Unaids) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de portadores do vírus HIV no mundo bateu recorde em 2005, com 40,3 milhões de infectados, dos quais cerca de 5 milhões contraíram Aids no ano de 2005. Estima-se que 14 mil pessoas são infectadas pelo vírus por dia. (….)

Ao que parece, a escuridão dominou a racionalidade, o bom senso, a compaixão e o respeito ao próximo da liderança da maior religião cristã do mundo, que faz vistas grossas frente a esta potencial arma de morte em massa chamada AIDS.
O desrespeito aos direitos humanos é disseminado irresponsavelmente pela Santa Sé mundial sobre os seguidores de sua religião e sobre os muitos que não professam tal fé, mas que são afetados direta ou indiretamente pelos valores cristãos que regem a cultura ocidental moderna. A proibição da participação da cantora Daniela Mercury no show de abertura do Ano Xaveriano só comprova a continuidade desta triste alienação perpetuada há séculos.”(…)

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