O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, dezembro 01, 2005

"Gato que me fitas com olhos de vida,
Quem tens lá no fundo?"


"Inventemos, escreve Pessoa, um Imperialismo Andrógino reunindo as qualidades masculinas e femininas; um imperialismo alimentado de todas as subtilezas femininas e de todas as forças de estruração masculinas. Realizemos Apolo espiritualmente. Não uma fusão do cristianismo e do paganismo, mas uma evasão do cristianismo, uma simples e estrita transcendência do paganismo, uma reconstrução transcendental do espírito pagão."


Ao longo dos séculos…
A Igreja de Roma, através dos seus patriarcas, destitui a mulher da sua dimensão ontológica de mediadora das forças cósmico-telúricas. Inferiorizou a mulher ao ponto de muitos dos seus santos e pontífices considerarem a mulher sem alma.

O Paganismo que se baseava no Culto ancestral das forças da Natureza e da Terra como A Deusa Mãe, anterior ao cristianismo, fundamentado na dimensão sagrada da Mulher pelo seu sacerdócio e função iniciadora, foi denegrido e apagado da história dos homens pela perseguição das mulheres e do seu Dom inato.
Começaram por adulterar a Génese colocado inimizade entre a Mulher e a Serpente seu símbolo maior, símbolo da corrente energética que faz evoluir o Ser Humano através da sexualidade igualmente sagrada, tendo a mulher como deusa-iniciadora. Para que isso não acontecesse, condenaram a mulher e a sua sexualidade assim como às dores de parto, impedindo todo o paliativo que as curandeiras e sacerdotisas prestassem às outras mulheres perseguindo estas como bruxas e demónios, obrigando a mulher a sofrer como castigo…

Nesse rasto ainda são perseguidas as parteiras e as enfermeiras que ajudem as mulheres na interrupção voluntária da gravidez e o ódio dos padres a essa acção como expressão da livre escolha da mulher que eles condenaram ao sofrimento.
A Igreja de Roma desde o início da sua fundação ostracisou e maltratou as mulheres sendo ela a grande precursora da toda a violência exercida hoje ainda sobre as mulheres do mundo inteiro. Violência que não é só “doméstica”, mas psicológica e subtil na forma como as mulheres hoje em dia acreditam que são emancipadas, quando apenas são transformadas em “homens” ao ser-lhes anulada a capacidade anímica, tornando-as “iguais” a eles na frente das suas batalha: na guerra, no ódio, e no conflito social e armado!
TUDO ISTO É O QUE AS MULHERES “FEMINISTAS” NÃO QUEREM VER POIS A TRANSCENDÊNCIA AS ASSUSTA E REJEITAM A SEMENTE DA DEUSA E A VOZ DO ÚTERO EM PROL DA RAZÃO APENAS E DA CIÊNCIA MASCULINA…

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