O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

"Suprimindo a noção de Mãe-Divina, ou submetendo à autoridade de um deus-pai, desarticulou-se o mecanismo instintivo que fazia o equilíbrio inicial: daí advém todas as neuroses e outros dramas que sacodem estas sociedades paternalistas."
In LA FEMME CELTE - de Jean Markale


QUANDO UM HOMEM SE COMPORTA "COMO UMA MULHER"
FACE À MULHER...


“Mahesh, não se comparava com outros homens, nem se julgava a si mesmo de acordo com um ideal masculino; Mahesh limitava-se a ver o corpo que agradava a Shoba. Ele via-se a si mesmo com os olhos da mulher; e era por isso que, apesar de ser seu amigo, eu considerava que a sua devoção a Shoba tinha feito dele um meio homem, uma criatura ignóbil.”

Extraído do livro “A Curva do Rio”
V.S. NAIPUL - Prémio Nobel de 2001


Uma mulher “naturalmente” e ao longo de milénios não se viu nunca a ela própria como um ser inteiro ou um indivíduo autónomo, mas exclusivamente em função do homem e através dos olhos dele. Exclusivamente quase como um Corpo ou um sexo e em função da reprodução.
Mas quando esses valores se invertem, por exemplo na paixão, eis o que um homem pensa de si mesmo ou de outro homem! Esse homem pode ser africano, indiano, muçulmano ou ocidental...

Deste pequeno excerto é fácil extrair a ideia de que a mulher sempre foi vista pelo homem como meia mulher e certamente uma criatura ignóbil... Só a própria mulher não percebe que sempre foi meia mulher e ignóbil para a grande maioria dos homens. E que por isso mesmo é estúpida e se o deixasse de ser o mundo DOS HOMENS pararia! As mulheres são sempre, senão mais, a metade de uma população, mas apenas uma metade de meias mulheres e ignóbeis, do ponto de vista masculino.

O QUE É QUE FAZ COM QUE O HOMEM SE PENSE INTEIRO E À MULHER UMA METADE?

Gostaria de lançar um repto às mulheres que me lerem a responder ao que entendem por esta afirmação:

“AS MULHERES SÃO ESTÚPIDAS. MAS SE NÃO FOSSEM ESTÚPIDAS O MUNDO PARARIA.”
(Do mesmo autor e do mesmo livro)

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