O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, maio 11, 2006

“Mais do que nunca, a Virgem Maria ia tomar o lugar de todas as deusas da antiguidade, suavizando os seus traços, abandonando a sexualidade, mas permanecendo sempre aquela que dá a vida e o alimento”.(...)

"A Grande Deusa era adorada em todo o mundo antes da nossa história e já no Egipto, Isis era a Senhora por Excelência e cuja imagem vem a corresponder à imagem adoptada pela Igreja Romana com o menino ao colo e que por volta do séc. VI - no obscurecimento do seu verdadeiro culto e origem – é reencontrada em Maria, mãe de Jesus, e a liturgia bizantina celebrava a "Dormição da Mãe de Deus" - antes era a Deusa! - Mas por hora ela "dormia" e antes que acordasse eles tomaram conta... Na época, o Imperador Maurício fixou a efeméride para o dia 15 de Agosto e até aos nossos dias ficou assim registado. Através de muitas lutas, e petições, o dogma da Assunção Corpória da Nossa Senhora levou muitos séculos a ser aceite até que no séc. XVIII foi assinada a bula que o admitia, embora a Igreja Católica sòmente em 1950 através do Papa Pio XII a tenha oficializado.
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"Substituindo assim, “uma divindade feminina cuja função materna se desdobrava necessariamente numa função erótica. Sabemos muito bem que essa função erótica iria ser escondida desde o início de um cristianismo inteiramente orientado para uma masculinidade triunfante e uma castidade exemplar, resultante a maior parte do tempo de um terror instintivo relativamente aos mistérios da mulher”
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in A GRANDE DEUSA Jean Markale

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