O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, outubro 27, 2006

MESMO OS GRANDES MESTRES
REDUZEM A MULHER A CULPADA...


"Uma tradição relata que, no Paraíso, no jardim do Éden, Eva
superava todas as flores pelo seu perfume. Mas, após o pecado
original, que representa uma descida às regiões mais obscuras da
consciência, ela perdeu essa propriedade de exalar perfumes e as
flores não a reconheceram, pois as flores são puras, castas, não
têm qualquer desejo astral, e, ao verem o erro que Eva cometera,
recusaram transmitir-lhe, como antes, todas as suas virtudes.

É por guardarem no seu inconsciente a lembrança desse estado
antigo no Paraíso que as mulheres sentem necessidade de se
perfumar. Na realidade, elas poderiam voltar a ter esse perfume,
mas só restabelecendo em si o estado de pureza original, por
intermédio de pensamentos e, sobretudo, de sentimentos e desejos
de uma grande pureza."

texto de Omraam Mikhaël Aïvanhov


A BELEZA E PUREZA DA MULHER É INATA
A SUA CISÃO EM "DUAS" TORNOU-A INAPTA...


Seja qual for a Tradição e esse Paraiso, este “estado de pureza” que o autor do texto refere, que aceita o pecado de Eva, e continua a fazer da mulher a culpada de um pecado que paira sobre ela mesma e a humanidade, não é de todo a pureza ligada à castidade e a rejeição da sua sexualidade que a Igreja católica impôs para as mulheres, como se o desejo da mulher fosse a fonte desse pecado e perdição do homem, mas sim a sua libertação pela Consciência plena do seu Feminino e da sua força interior, atávica e inata, que se caracteriza pela capacidade de amar integralmente unindo a Terra e o Céu como mediadora das forças cósmico-telúricas que é.
Por isso, só quando ela justamente se libertar do maldito conceito do “pecado” que pesa sobre o seu ser e que as religiões e os patriarcais do deserto lhe impuseram, além de a fragmentarem, a diminuiram e trataram como uma sub-espécie, e desse modo foi explorada e crucificada ao longo dos séculos, como nascida da costela de Adão, culpada da queda da humanidade...ela será pura e perfumada!

Quando a mulher unir em si as duas mulheres cindidas pelas religiões misóginas que a dividiram entre a santa e pecadora, e a relegaram para um papel secundário, muitas vezes quase abjecto, tendo sido perseguida e queimada nas fogueiras da Inquisição por usar os seus dons de cura e amor incondicional à Deusa e à Natureza-Mãe, conhecimento das plantas e ervas, ou mesmo que mais tarde, tenha vindo a ser elevada a Virgem sublime, na condição da anulação da sua natureza de amante para ser apenas mãe-imaculada, não deixa de ser diminuida e dividida e fragmentada na sua totalidade de mulher amante e mãe.

Por isso,
só quando as mulheres unirem as três deusas e conciliarem as três fases da sua vida e se virem elas próprias como deusas,
quando servirem a Natureza viva e plena e ajudarem a libertar as mulheres, crianças e animais da prisão e da bestialidade do homem macho,
quando elas sentirem a força das árvores nos seus braços,
a força da terra nas suas pernas e da seiva no seu sexo,
quando sentirem no seu coração a força do (A)mar
e na sua alma a vibração do fogo e da água
forem fiéis a si próprias na síntese de todos os elementos,
e crentes nelas mesmas,
só então a Mulher será a Rosa não mais crucificada em deus-pai mas será por si mesma a Coroa de glória da Grande Mãe e as suas pétalas destilarão a fragância eterna do perfume dos céus e do Deus Pai-Mãe na Terra…

Esse é que o estado original de pureza da Mulher pelo Dom de si e não pela sua negação…

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