O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, outubro 31, 2006

O CAMINHO SAGRADO

"As mulheres honram o seu Caminho Sagrado quando se dão conta do conhecimento intuitivo inerente a sua natureza receptiva. As mulheres precisam aprender a amar, compreender, e, desta forma, curar umas às outras. Cada uma delas pode penetrar no silêncio do próprio coração para que lhe seja revelada a beleza do recolhimento e da receptividade".
Jamie Sams


"Na Babilônia, Ishtar é a antiga divindade que representava a fertilidade. Suas histórias são oriundas das histórias de Inanna da Suméria, mas seu culto floresceu na Babilônia dos Assírios, quando Ishtar era a principal divindade, e se expandiu por quase toda a Ásia, usualmente com outros nomes. Ishtar era importante como uma Deusa-Mãe, deusa da terra, deusa do amor e da guerra. Nas antigas religiões do oriente médio, e posteriormente na Grécia, Roma, e no oeste da Ásia, Ishtar é a deusa mãe, o grande símbolo da fertilidade da terra. Ela é adorada sob vários nomes (Astarte, Ceres, Cybele, Deméter, Ishtar, Isis, etc...). Com o passar do tempo, as divindades masculinas influenciam a história de Ishtar, e as divindades masculinas passam a ser adoradas em histórias de morte e ressurreição que simbolizam os poderes regenerativos da terra. Da mesma forma como Inana, Ishtar desce ao submundo, e deixa para trás todos os seus pertences na terra. Posteriormente retorna, simbolicamente ressurgindo para mais um ciclo de morte e renascimento.

Ela desce ao submundo procurando o elixir sagrado para restaurar a vida de Tammuz. Ao passar pelos sete portões, ela vai deixando todos os seus pertences, todas as jóias e roupas, assim como todos que entram nos domínios dos mortos. Segundo alguns estudiosos, o mito da descida ao submundo representa a época do ano quando os suprimentos de comida estão em seu ponto mais crítico, no final do inverno. A sua morte representa o término da comida que havia sido guardada, e a sua ressurreição representa a nova colheita que enche de novo os depósitos. A fertilidade dos campos, e o mistério que envolve as colheitas anuais, se reflete no ritual, onde a fertilidade feminina é adorada.
A fertilidade é um mistério, e então as mulheres passam a representar o papel de portadoras deste mistério. Uma das conseqüências destas adoração da fertilidade como mistério é a adoção de rituais ligados ao sexo.

(…)
A prostituição sagrada funcionava mais ou menos colocando a mulher como a mediatrix entre dos homens e os deuses. Ele passa a ser aquela que fica entre dois mundos para facilitar a troca de favores, ou para reconciliar as partes. Este conceito de mediatrix pode ser encontrado na tradição católica, com a Virgem Maria, que como valorosa mãe de Deus, e cheia de graça, ocupa a posição do meio entre deus e suas criaturas. O encontro sexual era tratado como um rito de unificação entre homem e deus (ou deusa), ou como uma maneira para que o macho tenha iniciação no conhecimento dos reinos físico e espirituais.”

Robert G. Ingersoll

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