O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, novembro 08, 2006

O MONSTRO à solta…
A linguagem avança mascarada...



"Neutralidade e má qualidade"

“Infelizmente, a distinção entre masculino e feminino não permitirá, em caso algum, acabar com o patriarcado, na medida em que o monstro teve tempo suficiente para criar raízes e prosperar na cultura, na economia, nos cérebros e nos sexos. Contudo, permitirá pelo menos descrever a realidade, dizer a verdade, legitimar a palavra das mulheres.
Neste país, existe um problema grave de mentalidade sexista, mas não se pode falar nisso, porque as palavras traem e prevertem a realidade.
Porque a linguagem avança mascarada, porque a linguagem serve de folha de parra, e nunca este termo foi tão bem utilizado. Esta folha de parra é muito útil para a ordem estabelecida. Tal como já dissemos, os nossos académicos realçam, muito a propósito, que o francês contempla o caso neutro, contràriamente ao alemão ou ao inglês. Esta observação é muito subtil. No entanto, existem expressões que não permitem identificar o sexo do sujeito: são fórmulas neutras. É estranho que estas fórmulas não sirvam para descrever tudo o que se refere ao poder ou ao prestígio. Neste caso masculiniza-se ao máximo.Também não serve para descrever os grandes feitos das mulheres. Mas são sistemticamente utilizadas para dessimular os delitos dos homens. A língua é uma ferramenta ideológica, uma ferramente utilizada contra as mulheres como uma arma carregada, mas também para proteger os homens, os queridinhos do sistema.”(…)


Vale a pena ler o livro:
TODOS OS HOMENS SÃO IGUAIS…MESMO AS MUHERES
De Isabelle Alonso

(notícias ed.)

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