O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, junho 04, 2007

NÃO SEI PORQUE ME LEMBREI DESTE TEXTO...



Estava a pensar apagar-te da memória quando um gesto teu súbito te acordou em mim. Não estavas, nem nunca estiveste tão perto desse gesto brusco com que o teu corpo astral me sacudiu.

Apagar-te do ecran, por assim dizer, apagar as palavras com que nunca disseste o essencial de ti, da tua alma velada pela louca personagem que encarnas e arrastas atrás de sonho de vida...Há séculos que corres com o vento em vestes negras envolta...

És a viúva de um deus morto ou a Senhora das Encruzilhadas?

Deusa esquecida nos escombros da guerra bárbara que nos reduziu a nós mulheres a nada. Rostos sem voz, cara coberta, envoltas em véus, disfarçadas de bruxas, condenadas a vagar sem eco nem paz..

Não, não sei quem és. Nunca te encontrei aqui. Aqui onde sou só e habito o espaço inventado de uma tempo que não existe. A névoa do mundo cobre a realidade interior, ínfima, a única que nos resgata, o fio que tecias quando eras jovem Ariana..

Ia apagar-te da memória, mas mais uma vez fiz-te renascer da Sombra da mulher de ontem que podia ter sido e não sou. Este labirinto onde me perco de cada vez que a tua voz se distancia ...
rlp

Uma voz me disse à noite, em segredo:-

Não existe tal voz que sussurra em segredo na noite!

( Haidar Ansari )

2 comentários:

Anónimo disse...

Rosa, passei rapidamente e nem li todos os posts. Vi que você mudou o layout e vi também algo que você fala sobre acabar com o blog. Seria uma pena! Tenho sempre este blog como um referencial de alguém que busca sempre a consciência,uma postura crítica. Além do que, as imagens que você posta também são um referencial para mim. É muito bom quando se passa por transformações, mudanças. Se acabar com o blog te fará bem, te fará renovada, que seja o melhor pra você. No entanto daqui, posso dizer que seria a perda de um blog de muita qualidade, mesmo que o teu foco é falar para o universo feminino.

rosaleonor disse...

Vou ter em conta todas as apreciações das minhas amigas leitoras, mas isso não altera o meu sentimento de momento que e´de pelo menos um enterregno...que tanto pode durar dias como semanas...de qualquer modo eu sei que no essencial não mudo, não mudo de facto, mas de ângulo talvez. E nunca apagaria todo este trabalho. Ficaria sempre por aqui até o blogger apagasse...
Obrigada e um abraço
Rleonor