O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, julho 03, 2007

O ORGULHO DO SER...


É UMA MANEIRA DE FAZER RESISTÊNCIA

"Nos nossos dias, é difícil falar de erótica. De resto, é preciso falar dela? A erótica está profundamente ligada ao segredo do ser. Se existe qualquer coisa de verdadeiramente fundamental neste mundo, é a noção do segredo. O que me choca mais, actualmente, é a desocultação, este nivelamento do mistério, que permanece certamente, mas a beleza já não é mais reverenciada.

Ora,
“apenas aquele que sabe
pode mostrar àquele que sabe”.

Só aquele ou aquela que teve a experiênciado amor, pode entender e ser entendido por aquele ou aquela que teve essa experiência do amor, na sua carne, ou em sonhos, ou alhures noutros mundos, noutras vidas. Agora, menos do que nunca, não se deve admitir o compromisso, a transigência, a explicação.
Existe inversão, mais do que preversão. Hoje é preciso dançar para sentir o êxtase, enquanto que, na verdade, será por eu participar no divino que eu danço. Da mesma maneira, porque eu estou transfigurada pelo amor, eu posso fazer amor, estar em festa no acto amoroso, não é fazendo o amor que eu atinjo a iluminação.

(…) É preciso escrever um livro branco, no sentido em que não existe nada para nele escrever; o barulho das páginas folheadas nos daria o desejo de partir em demanda. Hoje o livro não é mais do que um produto. Obstrui-se a Criação, perturbando o espírito das pessoas. Mais do que nunca, convém calar, guardar segredo. É uma maneira de fazer resistência."

Jacqueline kelen
In o Louco de Shakti

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