O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, julho 02, 2008

A VIA DO MEIO


Eu abro o meu coração, mas ao mesmo tempo tenho medo,
fecho-o e protejo-me. Este vai e vem constante entre o ego
e o coração acontece de maneira inconsciente e muitas vezes
dolorosa. O nosso medo de amar está directamente ligado à nossa falta
de auto-estima, à ligação caótica do nosso masculino
com o nosso feminino. De um lado o nosso ego é fraco,
falta-nos a força da afirmação, por outro lado
nós não o sabemos ultrapassar e colocá-lo ao serviço
do Eros.
A verdadeira eclosão do amor tem esse preço
e é muitas vezes a obra de toda uma vida.
Aprendamos mais conscientemente a necessidade desta
coabitação entre o amo-te e o amo-me, eu dou e recebo,
para descobrir a via do meio
Eu sou amor.
Ousemos uma cultura de desejo,
cavalgando a paixão e o fogo
do sexo, deixando explodir o coração além das feridas
e abrir-se ao infinito do espírito.

Paule Salomon

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