O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

A DEUSA BRANCA

Em redor da Lua os astros
Velam seu branco rosto quando plena
Inunda de resplendor a terra toda.
*
OH estrela da tarde,
dos astros todos o mais formoso...
SAFO - FRAGMENTOS


“É fatal fazer pouco de um poeta, amar um poeta, ser um poeta.”

“Il est mortel de se moquer d’un poète, d’aimer un poète, d’être un poète".

A função do SER poeta...

"A primeira função do homem poeta é a descoberta do verdadeiro significado do seu eu. O poeta tem de se conhecer a si mesmo, tem de desvendar a sua alma "inteira". Não é do eu individual que se trata, nesta procura, (os que ficam por aí são os limitados autores a que Rimbaud chama"egoísta", que não ultrapassam o domínio do ego) trata-se da imensidade da alma, de por a descoberto e percorrer os seus mais longínquos limites, os mais profundos conteúdos, nem que para isso haja que a desregrar, desiquilibrar, tornar mesmo monstruosa.


Ser "vidente", fazer-se "vidente" de todas as maneiras, para chegar a ser conhecedor de si mesmo, da "alma universal". Na alma reside o mistério. E vale a pena pagar todos os preços, mesmo o do crime, mesmo o da loucura, para se chegar a ele. Desvendar o mistério é chegar ao "desconhecido", e poder contemplá-lo e exprimi-lo é a suprema realização. O além ("là-bas") é o verdadeiro domínio do poeta, e a formalização dos conteúdos desse além a sua verdadeira missão. (...)"

Y.K.Centeno

("Tous les poétes dignes de ce nom, se reclamant de la Muse depuis que la poésie a commencé d'être, lui ont implicitement fait une déclaration d'amour:
"Dans tout l'univers, personne n'est plus grand que la Triple Déesse!")

“Todos os poetas dignos desse nome, reclamam para si a sua Musa desde que a poesia apareceu, e fazem-lhe implicitamente uma declaração de amor: “Em todo o Universo, nada nem ninguém é maior do que a Deusa Tripla!”

in "La Déesse Blanche" - Robert Graves

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