O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, fevereiro 21, 2009

O SONHO DA BELEZA...

(...)
"Há em tudo um sentido para além da beleza: e que sinto ainda não consegui desvendar por fraqueza minha, falta de concentração. Parece que o mistério está ali, indefeso, prestes a rebentar, a dar-se, e que a culpa de sua negação é só minha.

Talvez que a beleza seja assim, transcendente. Contendo em si um sentido que não lhe pertence. Mistério que sinto para além do meu poder e que faz a dor da sua contemplação. A inatingível. Dura impossessão.

Talvez que ela seja aqui o único porto de abrigo. Mas aberto somente através dosofrimento. Porque a beleza é pungente.

E é esta a única marca da sua verdade."


in A cidade e o rio de Dalila Pereira da Costa

2 comentários:

Anónimo disse...

Se olharmos a Beleza com os olhos da carne,ela é realmente efêmera;a duração de uma flor,da infância,da juventude,da primavera;mas se olharmos com os olhos do espírito,a Beleza é eterna;na folha seca que tomba ao vento,no ciclo das estações,do nascimento à velhice do homem.Basta ter "olhos" para enxergar.A Beleza não está aqui,não está lá,ela está sempre no olhar de quem a vê.
A propósito,dê uma olhada no meu post

http://wwwjaneladaalma.blogspot.com/2009/02/gosto-das-mulheres-que-envelhecem.html

Abraços

Anónimo disse...

Tem toda a razão, concordo inteiramente consigo, mas quando nos toca a nós, no meu caso que me vejo já a envelhecer,custa-me a aceitar apesar de toda a preparação e consciência disso...

É tempo de olhar para dentro e ver a beleza na sua origem...
Obrigada pelo seu comentário. Eu já tinha lido o seu poste na altura que o publicou!

Um abraço grande

rleonor