O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, maio 13, 2009

A 13 DE MAIO...



VOLTANDO AO VELHO CISMA

Estava a pensar como as mulheres se pensam a si exclusivamente em relação e função dos homens, como se pensam ou posicionam sempre em relação às outras mulheres em função da relação dessas outras mulheres com os homens…sempre em função do seu comportamento em relação aos homens…Como se vêem a si mesmas e às outras mulheres pelo filtro ou olhar dos homens…As mulheres comuns fazem isso sem o perceber sequer mas as mulheres mais inteligentes fazem-no deliberada e conscientemente ou com espírito crítico…colocando-se a elas no sítio certo que é ver as outras mulheres todas como sedutores irreversíveis e de todos os tipos, como se fossem doentes: ninfomaníacas, “piranhas” ou prostitutas ou ainda oferecidas e outras “bandidas”, mas elas não…elas são as únicas que amam os homens da maneira certa e as outras mulheres continuam a ser olhadas não só como rivais, porque elas são superiores, mas como uma pobres coitadas e o desprezo ou o ódio pelas "outras" mulheres sobe sempre à flor da pele…

A minha questão é: porque se odeiam e julgam tanto as mulheres? Ou porque não se amam naturalmente as mulheres? Porque nunca se solidarizam umas com as outras e tomam sempre o partido dos homens, dos filhos, dos amigos e ficam sempre contra as outras mulheres de forma declarada ou de forma subtil? Às vezes nem parece de tal forma é subtil a maneira como exalam esse desprezo.
Esta competição acérrima entre as mulheres, porque no fundo é disso que se trata, existe porque as mulheres só tem existência e significado através do homem e dos filhos…só o homem, como par ou o casamento como finalidade ou os filhos dão sentido à sua vida. Daí eu dizer que a mulher não tem identidade própria e não tem…
A mulher não sabe ser um indivíduo independente nem auto-suficiente porque ela é só uma metade de si mesma: ela foi induzida a pensar e a sentir, durante centenas de anos, que o homem é a metade que lhe falta; essa é a cultura, essa é a história de todos os romances, mas na verdade, ele não é a sua metade; ele pode ser um complemento, um igual, um amante, o marido e o filho ou o pai, mas o que falta à mulher é uma metade de si mesma; falta-lhe a sua identidade profunda, a sua verticalidade que vem da Base: falta-lhe unir as duas mulheres divididas em estereótipos cada vez mais variados – ainda mais agravados por aquela ideia separatista das deusas à guerra por Zeus no Olimpo – as ditas diferentes faces da Deusa em cada mulher, o que as dividiu ainda mais (na luta pelo deus homem, já não por um Zé ninguém) porque elas afinal não integraram as duas mulheres cindidas pelo evangelho católico (maria madalena e a virgem) e isso é o núcleo do seu problema e continuam assim a servir muito fielmente a causa patriarcal. E mais uma vez essa visão das deusas em cada mulher – em luta por Zeus - impede as mulheres de se verem como irmãs e iguais e apenas atiça mais a rivalidade entre elas sem nenhuma compreensão da “outra” (que é o seu espelho!) e mais uma vez, em vez de se amarem, continuam a odiar-se, a antagonizarem-se umas com as outras, seja aqui na Terra seja no Olimpo.
O mais estranho é perceber como as mulheres que se julgam inteligentes se odeiam ou se desprezarem com tanto ou mais fervor entre si do que as mulheres pouco cultas ou ignorantes e por mais que o queiram disfarçar são incapazes de ser fraternas e cúmplices nem que seja por um momento de rasgo ou lucidez uterina… porque são incapazes de se amarem nem que seja por uma vez na vida e estarem ao lado umas das outras como iguais. As que o fazem são ou pensam-se lésbicas e fazem-no por mera atracção sexual provavelmente, mas a competição e o ódio permanece lá no fundo, à espreita do momento de vingança, em que esse desprezo por si mesma na outra vêm à tona.
A razão desta separabilidade e antagonismo entre as mulheres é muito simples: falta-lhes a todas o reconhecimento da voz do útero e do coração, porque a trocaram pela voz do intelecto e da razão dos homens…
Na verdade elas venderam a alma ao diabo...quer dizer: trocaram a alma e a intuição por uma inteligência racional, lógica; elas em vez de dar voz ao seu coração e se darem as mãos, dão-se exclusivamente aos homens e à sua mente … e a mente é a personificação do diabo...
rlp
E OS COMENTÁRIOS IN-SURGEM-SE...

Anónimo disse...
Ai, essa carapuça tá apertada demais pra mim... mas uma parte serve, tenho de admitir...
...eu bem sei como é dificil ultrapassar isso na vida real, pq bem q dá uma vontade de dizer q não sou leal às mulheres patriarcais, mas essa nem é uma desculpa inteligente... afinal, são essas que mais precisam de lealdade feminina... ou não?!!!
Dona Nana Odara... sentada encima do rabo (ciúme) pra falar do rabo dos outros...

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marian disse...
Livra, carissima! abaixo as generalizações... rss
conheço um cento de mulheres que não tem nada a ver com esse retrato que voce traçou. eu inclusive. -reconheço que é um retrato real mas só válido para mulher bu... (ai que eu agora ia meter os animais na história e eles sem culpa nenhuma das aberrações humanas) digo, pouco auto-consciente!
(vulgo: maria-vai-com-as-outras)

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Resposta:

Eu sei que generalizo demasiado, e que HÁ mulheres diferentes, mas as excepções são raras. Mulheres lúcidas mesmo e capazes de manter esse discernimento conheço muito poucas...porque uma coisa é pensar que sim e outra coisa é na prática e aí é quando realmente quase todas as mulheres falham...mesmo as que defendem a causa da mulher ou do feminismo ou até uma via de espiritualidade. Por isso eu digo que não é fácil haver uma Lealdade Feminina...
*

13 comentários:

Anónimo disse...

Ai, essa carapuça tá apertada demais pra mim...
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk...
mas uma parte seve, tenho de admitir...

eu bem sei como é dificil ultrapassar isso na vida real, pq bem q dá uma vontade de dizer q não sou leal às mulheres patriarcais, mas essa nem é uma desculpa inteligente...
afinal, são essas q mais precisam de lealdade feminina...

ou não?!!!

Dona Nana Odara... sentada encima do rabo (ciúme) pra falar do rabo dos outros... kkkkkkkkkkkkkkkkk...

Marian - Lisboa - Portugal disse...

Livra,carissima! abaixo as generalizações... rss
conheço um cento de mulheres que não tem nada a ver com esse retrato que voce traçou. eu inclusive. -reconheço que é um retrato real mas só válido para mulher bu... (ai que eu agora ia meter os animais na história e eles sem culpa nenhuma das aberrações humanas)digo, pouco auto-consciente!
(vulgo: maria-vai-com-as-outras)

Anónimo disse...

Eu entendo Rosa leonro,as vezes olho para meu lado obscuro e deixo vibrar mas quando faço isso sinto que sou temida ou odiada por mulheres e homens ,quando deixo o prazer fluir no meu corpo e meu poder pessoal transbordar sobre mim,as pessoas olham para mim dizendo que estou "estranha" com o olhar "concentrado" como se pudesse ver atraveis delas com se me permiti se ser eu mesma,mas ao meso tempo que deixo isso fluir eu noto que quando sinto esse prazer de alam,quando sou genuinamente bondosa(não boa como oas pessoas acham que devem ser)quando trato as pessoas com sinceridade é quando sou exatamente mais atacada.......acabo sempre evitando estar em contato com essa parte mas profunda exatamente por isso....por mais desagradavel que venha ser o que eu digo a mulher é menos atacada quando esta alienada....mas mesmo assim o ataque continua,mas quando me sinto desperta sinto que as agreções verbais,fisicas e espirituais se tornam mais fortes...mas por outro lado sentir essa outra parte oculta de m mesma é algo maravilhoso me sinto "Teleia":plena me sinto bem em mim mesma,sinto que não necessito de mais nada do que mim mesma,nem mesmo a Deusa porque nesse momento tenho a Deua encenada dentro de mim pulsando e vibrando os ossos quente e feminina...por isso DIGO QUE APESAR DAS INJURIAS ESTAR DESPERTA VALHE MUITO A PENA

Carinhosamente Gaia Lil

Anónimo disse...

Eu entendo Rosa leonro,as vezes olho para meu lado obscuro e deixo vibrar mas quando faço isso sinto que sou temida ou odiada por mulheres e homens ,quando deixo o prazer fluir no meu corpo e meu poder pessoal transbordar sobre mim,as pessoas olham para mim dizendo que estou "estranha" com o olhar "concentrado" como se pudesse ver atraveis delas com se me permiti se ser eu mesma,mas ao meso tempo que deixo isso fluir eu noto que quando sinto esse prazer de alam,quando sou genuinamente bondosa(não boa como oas pessoas acham que devem ser)quando trato as pessoas com sinceridade é quando sou exatamente mais atacada.......acabo sempre evitando estar em contato com essa parte mas profunda exatamente por isso....por mais desagradavel que venha ser o que eu digo a mulher é menos atacada quando esta alienada....mas mesmo assim o ataque continua,mas quando me sinto desperta sinto que as agreções verbais,fisicas e espirituais se tornam mais fortes...mas por outro lado sentir essa outra parte oculta de m mesma é algo maravilhoso me sinto "Teleia":plena me sinto bem em mim mesma,sinto que não necessito de mais nada do que mim mesma,nem mesmo a Deusa porque nesse momento tenho a Deua encenada dentro de mim pulsando e vibrando os ossos quente e feminina...por isso DIGO QUE APESAR DAS INJURIAS ESTAR DESPERTA VALHE MUITO A PENA

Carinhosamente Gaia Lil

Nana Odara disse...

Ai, eu quero conhecer esse cento de mulheres portuguesas aí q vc falou Marian... onde elas estão? ocupadas demais pra se reunir com outras mulheres? pra falar sobre a mulher? hum, não sei não... eu, apologista nº1 da lealdade feminina admito q com mulheres patriarcais(e não bu...) é dificil chegar num acordo, seja o problema um bofe ou não... mas tenho mesmo de admitir, o q é muito mais dificil ainda é qdo eu ainda tenho atitudes patriarcais... e as tenho, pq não sou uma mulher total ou perfeita, sou uma mulher em transição... é preciso ver com clareza as nossas atitudes, e onde erramos tbm com as outras mulheres patriarcais (e não bu...) pq não estamos acima delas, somos elas!!!

Anónimo disse...

Pois é minhas queridas, só nas situações nos revemos e percebemos a distância que vai da teoria à prática...é aqui que eu digo que sem passar pela experiência do confronto com as situações reais é sabemos realmente o que somos. eu também vivi as minhas contradições e só a idade me libertou delas...mas nunca podemos ficar muito seguras, porque as surpresas acontecem quando menos esperamos. Por isso o trabalho de consciencialização da mulher é árduo e implica estar atenta ao mais fundo de si mesma onde os esterótipos e os registos atávicos permanecem à revelia dos nossos conhecimentos teóricos e boas vontades, à revelia das nossas aspirações a sermos justas e imparciais. O ódio da mulher pela outra mulher ou por si mesma é tão antigo que esquecemos a origem...por isso defendemos os homens e atacamos as mulheres, quase sempre...somos antagónicas com as mulheres e cúmplices do homem, é a sobrevivência do mais fraco...e não vamos negar que vivemos assim séculos. A ideia de que podemos compor tudo numa década...é ilusória se não formos ao fundo, bem ao encontro d anossa Sombra e a enfrentarmos sem medo nem disfarces...
O nosso corpo de dor é bem superior ao do homem há muitos séculos no domínio e isso não muda com umas pinceladas de alternativas, mais umas doses de esoterismo e uma grande medida de qualquer poção mágica e temos a OBRA realizada, não...

eu vou desenvolver isto e publico...
beijinhos e paciência para nós.

rleonor

Anónimo disse...

Nana, nao tenho rigorosamente a menor dúvida que tu tambem seras uma mulher patriarcal... apesar de as combateres -o que na realidade só significa que estás no mesmo diapasão delas.
O mesmo para a Rosa Leonor, para mim, para... para... Eis que estamos todas (os?) no mesmo caldeirão!
Abordei o assunto muito ao de leve qd. estive com a Rosa. Na realidade trata-se de um pormenor de identificação e atenção.E grau. Se o nosso coração e mente está em permanente ligação com o que detestamos -mesmo em processo de recusa, então algo em nós está ainda LÁ ainda de certeza, somos parte disso, alimentamos isso (porque amor e odio são face da mesma moeda e ligam igualmente)
Não quero com isto sugerir que a solução passa por ignorar ou negar. Ha que reconhecer e mudar.
Mas com um nivel de consciencia alto.
Nao conheço um cento de mulheres, conheço vários centos de mulheres -portuguesas -ou de qq parte do mundo, que ponho a minha mão no fogo por elas, estando no caldeirão nunca se deixarão contaminar por ele.Nao me revejo numa unica palavra da Rosa descrevendo o estereotipo da mulher que ataca mulheres e defende os homens e tive o cuidado de dizer que sabia que havia... claro que há! tropecamos nelas todos os dias, (e claro, com pessoas com pouca auto-consciencia independente do sexo é sempre mais dificil comunicar) como tambem há um milhao de maneiras de estar desalinhado com o seu proposito de alma, para o qual ser homem, mulher, alto, baixo, arabe ou caucasiano são apenas cenários e não estado de ser.
O SER está para alem de todas as divisoes, não é homem nem mulher, nao tem tempo, nem planeta. EXISTE simplesmente. E fica quase sempre com a alma em muito mau estado quando pensa que o cenário é ela/e propria/o.
minha querida Nana, eu espero que tu tenhas a boa vontade suficiente para me poderes compreender só um bocadinho que seja. e que possas continuar o teu percurso sem te deixares contaminar muito por cenarios.
Bjs
Marian

Anónimo disse...

Rosa, lealdade feminina nao é nada facil, nao. Aliás nem a simples ética entre seres humanos!
Já pediamos só bom senso, mas tambem não se encontra aos pontapes...
Enfim, podemos sempre fazer a nossa parte tão bem feita quanto gostariamos de ver os outros fazerem, certo?
Bjs
Marian

Anónimo disse...

Enquanto aproveitava a minha hora de almoço para vos teclar eis que quase em sincronização com a imensa desfunção humana que todas nós, cada uma a sua maneira, acaba de aludir, acontece a poucos metros de mim um assalto. Estava eu no 1ª comment... eu muito "british" quase nem paro de teclar. Nao vale a pena, foi tudo muito rápido e teclar nao me impede de ver e ouvir
A uns quantos metros de mim uma rapariga razoavelmente nova, com ar bem humilde (socialmente) grita -ai! meus deus! larga! socorro! aaaaaiiiii! Quando eu levanto a vista nao acreditando nos meus ouvidos, vejo um maltrapilho com o mesmo perfil fisico que ela degladiando-se por um objecto: a mala. Toda a energia dela estava concentrada em guinchar. nao há no corpo qq. vestigio de insubmissão, de furia por ter seu espaço/pertences intrometidos brutalmente. um pensamento atravessa-me: "nao acredita ganhar dele, está preparada para perder. Nao é mulher para o tratar em igualdade. está habituada a que ELE ganhe. Se fosse outra mulher no lugar dele estaria diferente" Foram decimos de segundo. o homem conseguiu arrancar a mala e vai longe, correndo a bom correr. os primeiros movimentos das pessoas que ficaram atordoadas a olhar só agora começam. um homem grita inutilmente para o ladrao. pessoas aproximam-se da rapariga no chao que grita com uma carga emocional de alguns 10.000 volts -"Aaaiii! onde está o chaval?! aaaiii! estou desgraçada! aaaiiii! meu deus!" É a imagem da vitima. Tenho pena de nao conseguir reproduzir o tom dela. é muito atávico. 1 igual a milhoes.
E o tom das mulheres agredidas que se encolhem e não ripostam (sim, eu conheço esse tom -não em causa propria por absoluta impossibilidade vibracional)ou sequer perto de mim, mas conheço.
Aliás conheço o tom das pessoas que cultivam numa espécie de inconsciente atracção por essas coisas: Ontem numa paragem para tomar cafe num bairro típico um homem desdobrava-se na porta do cafe em pormenores num semi-consciente deleite masoquista "Então ele foi buscar um pau e deu-me tantas, mas tantas, tantas, que eu fiquei inconsciente ali estendido. Foi o X... que me encontrou e levou para o hospital. mas foram tantas, tantas, que eu nao conseguia ver nada!" e recomeçava o relato outra vez...
Antes que digam que eu tenho mas é sorte de não apanhar situaçoes violentas pela frente porque aí, ha, seria diferente, falar é bonito, o pior é na practica, informo que já as apanhei. tinha dezasseis anos e já o mesmo corpo de hoje quando veio o 1º embate fisico com a realidade. Num estacionamento sem ninguem um grupo de rapazes mais velhos -4, meteram-se comigo. eu estava a passear o cao e tinha-lhe tirado a trela, ele tinha desarvorado para longe. Cachorrito que era se me visse lutar com alguem devia pensar que era brincadeira... nao podia contar com ele pelo contrario tinha que o defender!. A correia do cao, de metal, estava enrolada no meu braço como sempre fazia. eles meteram-se e eu ignoreio-os. sem arredar pé. tinha o meu percurso e nao era um grupo de retardados que se iria interpor (sim eu ao dezaseseis era um bocadinho mais intolerante do que sou hoje. Hoje ponderaria se valia a pena sujar-me por cauda dos ditos retardados) aproximaram-se cada vez mais agressivos e tentaram atirar-me ao chao do nada. foi então que a correia do cão entrou em funçoes que eu nunca pensaria dar-lhe. Eles acabaram saindo muito mais cedo e rápido do que tinham planeado e mesmo comigo correndo atras deles fizeram questão de mostrar-me que eram mais rapidos. ok , nao se pode vencer em tudo, mas fiquei contente de saber que as aulas de capoeira e capacidade de manejar muito bem o nunchaku, na moda na altura, podiam ter aplicaçoes positivas e inesperadas.
quando cheguei a casa com a roupa suja e um joelho esfolado -sim eu rolei com eles no chao, talvez nao da maneira que eles queriam, mas rolei! o pai perguntou porque e eu expliquei. ele ficou furioso com os ilustres desconhecidos e orgulhoso da sua menina (sim, sou filha do pai! -um pai especial)perguntou-me se eu queria que ele tratasse do assunto. eu disse que ja estava tratado. A mae estava ausente. a avó ficou maçada com a roupa rasgada e mermurou qq coisa calmamente tipo " para que vais p/ esses sitios sozinha?"
antes que pensem que tenho 200k informo que nao tenho. tinha e tenho 55 -a Rosinha é testemunha! -e tem dias que ja acho demais.
Sei que nao sou imune a nada. como é logico, posso estar sujeita a agressao como qq mortal. nao a procuro, mas se ela vier tentarei ser inteligente e manter a calma. E sobretudo nao me encolher, nem de corpo e nunca de espirito.
Vou acabar. está chegando um corpulento polícia mais o seu rádio cheio de comunicaçoes cruzadas. pena vir atrasado p/ o ladrao. a assaltada esta levemente mais calma e deram-lhe qq coisa p/ beber. continua a chamar por deus e a dizer que está desgraçada. vou embora porque meu tempo aqui acabou e tambem porque nao quero acreditar nela
Marian

Anónimo disse...

Oi Marian...
não sei se estás aborrecida, ou se está aborrecida comigo...
não quis te atacar qdo disse q gostaria de ver as mulheres de quem vc fala, q estão centradas na mulher... pq as q eu conheço nem querem saber do assunto, para além de receitas de relacionamento... tudo na vida delas gira em torno do homem, enfim...

e continuo curiosa por saber delas... uma vez q como ja apregoaram várias mulheres em obras magníficas, sobre o assunto, as mulheres precisam se unir e se reunir, ando atrás disso há muito tempo, e cada vez q formamos um grupo ele se desfaz em menos q nada, por não se superar o mais básico ítem da tolerância, mínima q seja com as diferenças entre as mulheres...

não basta ser mulher, temos de dar as mãos... pq o equilíbrio de cada uma passa sim por mudanças sociais, q só acontecerão qdo as mulheres forem todas uma só, antes de irem atrás da igualdade com os homens...

mas acho q a Rose Marie já disse tudo e muito bem no texto dela...


a última coisa q eu quero é continuar na energia desse tipo de dor... mas continuamos a conversa (pesada) de forma mais amena algures...

Entendo a sua energia depois da dor vivida e revivida...

e sei a sua indignação com a fraqueza da mulher, simplesmente por não se saber forte... e é...

Somos todas...

Nana

Marian - Lisboa - Portugal disse...

Ah Nana, nao estou nada aborrecida. isso eu garanto. tenho sempre que moderar a minha assertividade senão as pessoas assustam, fazem interpretaçoes erroneas. pensam que estou zangada com elas e eu tão longe disso !
*suspiro*
Enfim, mal-entendidos são o prato preferido do dia-a-dia.
Só me surpreende que as pessoas, prefiram sempre a pior parte, como se estivessem programados para isso e vivam tão oprimidos e sempre se oprimindo mais e mais. é porque são homens, sao mulheres, e eu que tenho mais dinheiro, eu que tenho menos beleza, eu que sou mais novo, ela que é mais velha. sempre procurando uma frestinha de competição, onde possam encontrar uma alegada fraqueza no outro como se sua força dependesse disso...
humm esse não é o caminho de certeza. e desconfio que somos todos capazes de fazer bem melhor!
Quanto a encontrar mulheres liberadas de opressoes, pode ser simplesmente uma questão de contexto, ja te ocorreu? em tempo, vale nao esquecer que atraimos aquilo que mais tememos. fica uma historia veridica a ilustrar a pergunta: Um dia assisti a uma conversa divertida sobre um tema não tão divertido entre duas mulheres que nao se conheciam sendo eu o elo comum: -"mas voces falam de animais maltratados como se houvesse milhares deles no mundo!(*) Eu nunca vi um animal a ser maltratado, nunca tive conhecimento de nenhum animal maltratado e custa-me realmente acreditar nessas barbaridades que voces contam. Todos os animais que conheço são amados e respeitados seja na minha familia ou amigos e tem optimas condiçoes de vida".
Fim de citação
Bom, ela estava certa! relativamente a si propria isso era verdade: onde transitava e se movia só havia animais felizes. já a outra amiga vivia no outro extremo da realidade: no bairro onde vivia os atropelos ao espaço de qq ser eram uma constante, muito dificil era ver o contrario e cada vez que o via chamava-lhe "colirio para os olhos"
Já eu andava ali no meio, consciente das duas realidades.

*(e há!)

Nana Odara disse...

Oi Marianzita...
que bom q não está zangada...
mas pode ser assertiva qto quiser... entendo a questão dos contextos...
meu contexto é q procuramos mulheres para formar um círculo de mulheres e elas sempre fogem pq estão mais interessadas em outras coisas do q na MULHER, ou seja em si mesmas...

Mulheres com o foco em si mesmas e no feminino, apareçam, vamos nos reunir... vamos por os ciclos em função por cá... na prática da vida real... não basta ser mulher, temos de dar as mãos, esse é um chamamento sagrado q temos de ouvir com o útero e responder com a alma...
no aguardo...
câmbio, descanso...

Ná M. disse...

Oi Rosa...
Vc pode falar um pouco sobre como o homem ve a mulher, nesse sentido ? Ele ve tbm como uma parte que lhe falta, ou nao ? Eu creio que o homem a ve como uma "princesa boa e pura", certo ? mas isso eh uma extensão de sua identidade? obrigada