O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, maio 25, 2009

resposta a um anónimo...

“A apreensão do divino faz-se pela dimensão do feminino”*

HÁ UMA DIFERENÇA ABISSAL
ENTRE A "INICIAÇÃO FEMININA" E O FEMINISMO.

O feminismo ao buscar a igualdade entre os sexos anula de certo modo as diferenças fundamentais entre o feminino e o masculino e retira à mulher o seu poder intrínseco naquilo que é inerente à sua essência e que lhe permite atingir a dimensão cabal do seu ser impedindo-a de ter acesso à expressão da sua auto-iniciação. A Mulher é "o lugar onde se prova e experimenta a fonte transcendente de todas as coisas"* .
Sem essa dimensão do sagrado ela é apenas a "consorte" anulada pelo macho numa função reprodutora ou de prazer. Separadas na tradição católica e mais ou menos integradas a partir de uma base errada (o feminismo) nos nossos dias, essa divisão subsiste no inconsciente das pessoas. Deriva ainda dessa circunstância a dicotomia da "santa e da put...” dentro da própria mulher e essas expressões desusadas mas comuns e populares (de acepção mais ou menos depreciativas) representam ainda a divisão da natureza da mulher na sua expressão simultânea de amante e mãe em duas naturezas distintas. O que não é mais do que a separação da natureza erótica e iniciática da mulher da função maternal e reprodutora que assim foram antagonizadas pelo catolicismo. Não há "putas nem santas" mas a visão desses aspectos separados que gera o conceito da mulher ordinária e da mulher "séria"...

Quando me perguntam se a "minha menina puta" (o que é uma forma insultuosa de o fazer) já saiu do porão e pôs as suas flores no altar da deusa, alude-se àquilo que chamam a "prostituição sagrada" com essa acepção ou carga negativa do sexo e da mulher como put...quer ela o expresse quer ela o esconda (no meu caso?). Querem dizer que a mulher tem sempre lá no fundo uma put…escondida que não assumiu e que se faz de sonsa...ou de santa, o que é típico do pensamento masculino misógino onde também paira sempre uma pontinha de inveja...
mas a questão não está nem aí...
Aquilo que eles chamam de "prostitutas sagradas" não corresponde de forma alguma ao espírito do paganismo puro mas sim já ao preconceito religioso cristão que denegriu a função das sacerdotisas como iniciadores do amor da Deusa aos homens (a troco de eferendas à Deusa e não ao proxenta ou ao chulo...). No espírito pagão puro está implícita a união natural do erótico e do divino ou do sagrado ser igualmente erótico...e puro...

Eu podia até fingir ou fazer de conta que estava numa via espiritualista qualquer e deixar-me persuadir pelos que pensam que a mulher já está liberta e branquear simplesmente, como a maioria faz, aquilo que ainda não foi feito ao nível da consciência do SER homem ou mulher, para podermos entrar numa iniciação verdadeira e transcender os opostos. Mas não o farei, e reitero que sem a consciência de uma sexualidade sagrada, de um erotismo místico e divino nem o homem nem a mulher chegam a nenhum lado no caminho.
- Quanto a mim, já vivi o que tinha de viver...agora é tempo de ser sábia e ascender...eh ehe..eh...é de bruxa não é?
Ah! Já não preciso de soltar a minha "menina puta", como maliciosamente me sugerem, mas a bruxa sábia porque essa é quem realmente mais faz falta neste mundo onde há tantas "meninas putas" forçadas a serem-no e a serem violadas e vendidas nesta sociedade tão avançada e culta...

(*Michel Cazenave)

4 comentários:

NEANDERTHAL - AS PUTAS SÃO SINCERAS disse...

NEANDERTHAL CONSTATA QUE RETORNARÁ AO SEU PLANETA ORIGEM DEPOIS DE 2014. NÃO LEVARÁ NANA ODARA.

Nana Odara disse...

tbm nao consegui ler, minha cabeça ta baralhada com leitura, vista cansada... ontem estive ai perto mas não lembrei de levar o texto e tinha muita criança junto tbm... manha venho ler tudo com calma...
to super cansaaaaaaaaaaada
e nem vou ser abduzida, carambolas...

Anónimo disse...

Só a Vida é Verdadeira, ou só a Vida é sincera, para o caso serve.

Dizer que as putas são sinceras é apenas um cliché,
é estar a abismos de distância da historia real de cada puta, que é sempre uma historia de dor, mas duma dor que nenhum homem conhece ou pode conhecer, mesmo os que se prostituem, porque a natureza deles é outra.

Dizer que as putas são sinceras é não saber nem QUERER SABER nada do que se passa com cada uma delas, apenas querer usá-las.nem que seja com os olhos.
Quando os homens se deitam com uma mulher é lhe chamam "p..." ou derivados, eles não estão com aquela mulher, não estão unindo-se com aquela mulher, estão a obrigá-la a identificar-se com uma imagem, uma personagem , que a sua histeria(dos homens) fabricou.

Nunca uma Vestal, ou mulher consagrada ao eros divino, que as há, por aí, levaria a que um homem lhe chamasse isso. Para se poder deitar com ela, e banhar-se noutro nivel de prazer, ele teria largado há muito, essas toscas imagens, mecanicamente herdadas.`E que têm uma historia , ou muitas historias, tão tristes, por detrás.

UMA PUTA NUNCA È MENINA.
Ela perdeu para sempre o contacto com essa menina que em si existiu,mesmo que as vezes tenha de fingir esse disfarce.Para ser puta, a menina morreu. Ela carrega uma criança morta dentro de si.

A "menina puta" ou as "putas que são sinceras" são imagens-recurso de um estado doente. De quem, da mulher, nada toca e por nada , da mulher, verdadeiramente é tocado.
AS PUTAS SÂO SINCERAS??????????????

Anónimo disse...

As putas estão lá por dinheiro, enquanto as outras putas fingem q é por amor... acho q é isso q passa na cabeça dos homens...
E não sem razão pq eu conheço uma data de mulheres q só vai p cama com o marido qdo ele libera o cartão de crédito...

e essas não tem dada de vestais... mas entendo seu ponto e vist e a mulher q vc defende, mas está longe da mulher real e patriarcal... a maioria...

e se eu saio com alguém e pago a minha conta, todo mundo acha estranho: ué, que falta de generosidade...

uma faca de dois legumes isso...

Nana Odara