O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, agosto 04, 2009

AS DEUSAS... E AS MULHERES...


Índia: “um terrível lugar para nascer mulher”
(Dezembro 2, 2007 – 12:03 am
Publicado em Infanticídio)

“Mulher indiana sofre e a sua consciência tortura-a”
Na Índia, o nascimento de crianças do sexo feminino é um desaire para a família, incluindo para a própria mãe, para a qual, pior do que as dores do parto, é o facto de saber que deu à luz uma menina. Os olhares, vozes e gestos dos membros da sua família e comunidade são de repúdio, consternação e incúria. Muitas parturientes de meninas são negligenciadas, maltratadas e, inclusivamente, abandonadas pelos seus maridos.

De acordo com a UNICEF, o distrito de Shravasti constitui a pior região indiana para nascer mulher. No “Global Gender Gap Report 2007”, a Índia ocupa a 114ª posição, num conjunto de 128 países: a igualdade na educação, a saúde e a economia são muitíssimo débeis no país.

Para a sociedade indiana, a mulher representa um pesado encargo financeiro, uma vez que, aquando do casamento, a família da noiva terá de efectuar o pagamento do dote. Na verdade, o sistema tradicional do casamento indiano determina que “as raparigas deixam a casa dos seus pais permanentemente no dia do seu casamento” para integrar o núcleo familiar do seu marido, acompanhadas por um “montante significativo”. Não obstante a ilegalidade do dote – desde 1960 –, este é uma prática corrente entre os indianos, e fundamente nefasta para a mulher. Nela, vêem somente o dispêndio de cifrões em vez da sua identidade própria, confinam-na ao menosprezo e à segregação, cerceiam os seus direitos fundamentais.

“Ouço-as gritar dentro de mim: mamã não me mates!”

Na índia, bem como no Paquistão e na China, o infanticídio e o feticídio femininos são amplamente praticados. Por meio de “um processo psicológico que a comunidade desenvolve”, as indianas são instigadas a matar as suas próprias filhas. A pressão recai sempre na mãe da criança, consideradas, frequentemente, culpadas pelo nascimento de uma rapariga – “há cada vez mais sogras a queimar as noras vivas”. Por isso, muitas indianas matam as suas filhas antes ou após o parto. Com o desenvolvimento tecnológico, muitas recorrem à selecção pré-natal do sexo da criança no sentido de evitar o nascimento de meninas. Este recurso redunda, frequentemente, no feticídio feminino. Na Índia, estima-se que cerca de 10 milhões de fetos femininos foram abortados nos últimos 20 anos. A erradicação de tais práticas exige uma mudança de atitudes, o banimento das barreiras mentais edificadas pelo patriarcado e nutridas pela pobreza e fechamento intelectual. Secundando a especialista em Política Social da UNICEF, Rama Subrahmanian, “não é possível para estes lugares não mudar. Mas a absorção no mainstream não acontece rapidamente”.

Anabela Santos

4 comentários:

Anónimo disse...

O mudno é incrivelemten injusto contra nos as pessoas diferentes e as mulheres....Parece que esta todo mundo contra a mulher ou qualquer coisa em que o feminino se manifeste como se isso "mancha se" as virtudes.Um mundo imerso em sangue e guerra,ontem eu vi um filme brasileiro chamado a cidade do sol aonde meninas que nem chegaram ao 18 anos erram ameaçadas de morte caso tentassem fugir do rpostitbulo da casa "vermelha"(nome alias apropriada para um casa de sangue e dor) fica dificil falar da Deusa a essas mulheres que foram feridas por outras mulheres que se associaram ao patriarcado...Fica pesado ajudalas....por isso agradeço a todos os meus "demonios" interiores pos apesar do patriarcado odialos foram eles que me manteram quem fogo de vida com uma raiva das leis que pode ser transmutadora.Agradeço a Deusa caso alguma mulher consiga sobreviver ao caos dos mundos de hoje.

Disa

Nerfetiti disse...

Nossa!!! que aula recebi agora ao ler essa postagem... incrível...Nossa se todas as mulheres pudessem ler esse blog...

rosaleonor disse...

Se todas as mulheres pudessem pensar como você pensou...era um grande avanço para a humanidade! as mulheres que pensam que são livres nem sonham como milhares de mulheres vivem no mundo...

rleonor

rosaleonor disse...

Disa: este mundo é violento com as mulheres e é como você tem dito... porque será que se fez e faz tanto sofrer as mulheres?
- o que têm as mulheres tão especial para serem assim tratadas por quem julga que tem poder e usa da força para as explorar e violar?
é uma velha história ainda mal contada...

abraço
rleonnor