O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, agosto 13, 2009

Oh! meu amor hei-de pôr-te uma estrela no peito


A TUA FIGURA

Andamos pela terra e pelos mares, vimos a frescura das fontes e as meigas curvas dos rios, à flor dos lagos os nenúfares como brancos sonhos de virgens submersas em palácios de cristal e opala, os choupos sensitivos, ensaiando asas nos frémitos sãs suas folhas; andamos pelos céus e vimos astros (oh! Meu amor hei-de pôr-te uma estrela no peito e sobre o coração!), e tocamos os sóis e os laboratórios dos mundos; andamos pelas almas e vimos alegrias sussurrantes que eram os seus ribeirinhos e sacrifícios de amor que eram a lenha dada ao fogo, subindo em prece de luz, e vimos sobretudo (Oh minha Beatriz, oh minha eterna saudade do Céu) um infinito Mar de silêncio em cujas praias, extáticos, nos quedamos a sonhar…

Dá-me os teus olhos, oh meu amor, que neste mar infinito eu me quero aventurar.
Enche-me de astros o Silêncio deste Mar, oh minha Lira-Mãe das esferas que rolam, dos Sóis de manto doirado e dos olhos que te rasgam na imensa face do firmamento!

Fecha agora os teus olhos oh meu Amor, e deixa-me ver o teu Nascimento…

Adormeceram as águas, fizeram silêncio as almas, e, sobre as ondas do grande Mar do silêncio, caminha para nós a serena Aparição da tua figura.(…)
E, como sobre uma multidão que espera a manhã para transpor o rio que os há-de salvar do inimigo, flutua de asas abertas o seu próprio sonho de resgate, assim, sobre o mundo e as almas, o grande lenço branco da despedida se fez asa, protecção, carinho, sonho, êxtase, e é o manto que te cobre, e às almas, oh minha virgem, minha Senhora da Aparecida!(…)
Oh amor do meu Exílio, meu estranho amor, de onde vens tu meteoro das almas, que elas, à tua passagem, reacendem-se em lembranças e são mais puras, mais brandas, mais líquidas e dadivosas, espraiadas duma humildade sem fim?(…)

De serra em serra, por caminhos de seixos e urzes, vejo-te subir a todas as serras de Portugal; de dor em dor, por caminhos bravios e espinheiro, vejo-te subindo a toda a altura da minha alma.
Névoa da terra e das almas, sonho do meu amor divino, branco dossel de todas as saudades, o aroma para além da flor a bondade para além das almas, Alegria flutuando em espuma por sobre todo o Mar, és o trono da Terra, a Senhora da Graça e a minha andorinha, removendo as asas da Ascensão!

Eu te adoro: deixa-me ir contigo, oh meu Amor com asas!...

Excertos do livro ADORAÇÃO de Leonardo Coimbra

O LIVRO QUE MAIS TOCOU A MEU CORAÇÃO AINDA MUITO NOVA.
O LIVRO QUE MOLDOU A MINHA ALMA NA ADORAÇÃO DA MÃE E DA MULHER DE FORMA TÃO PROFUNDA TÃO MAIS PROFUNDA DO QUE O CÂNTICO DOS CÂNTICOS…
Devo a este livro o meu primeiro livro e o caminho percorrido do Sagrado Feminino por ter sido o mais belo Cântico pagão que li em português feito em adoração da Deusa, da Mulher e da Terra!
Um livro que andava perdido de mim há mais de trinta anos e que agora reencontrei publicado por António Telmo conjuntamente com A VERDADE DO AMOR…
ed. Zéfiro…

rlp

Imagem: Art Montserrat: http://www.thesacredfeminine.com/

2 comentários:

Anónimo disse...

Oi Rosa Sua amiga do Brasil, passou por aqui,
bjs
lizalinda

Anónimo disse...

não deixe de passar...

rosa leonor