O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, novembro 07, 2009

uma voz de mulher no mundo, uma esperança mais


França

Prémio Goncourt atribuído a Marie NDiaye

A autora de 'Trois Femmes Puissantes', o livro distinguido, é filha de pai senegalês e mãe francesa

O Goncourt, o mais prestigiado prémio literário francês, foi ontem atribuído à escritora Marie N'Diaye, filha de pai senegalês e mãe francesa, pelo livro Trois Femmes Puissantes, a história de três destinos femininos divididos entre a França e a África.

NDiaye, de 42 anos, é a primeira mulher a ganhar o Goncourt desde 1998 e é a autora de cerca de 20 romances e antologias. A escritora, muito crítica da França de Nicolas Sarkozy, que classifica de "monstruosa", instalou-se em Berlim após as eleições presidenciais de 2007 com o marido, o também romancista Jean-Yves Cendrey.

Falando ontem à imprensa em Paris, NDiaye disse estar "muito contente por ter sido uma mulher a receber o Prémio Goncourt. Já tinha havido uma espécie de milagre com o sucesso alcançado pelo livro, e agora vem este prémio inesperado. É também o coroar e a recompensa de 25 anos de escrita".

A escritora havia já ganho o Prémio Femina em 2001, com o livro Rosie Carpe.

Publicado pela Gallimard, Trois Femmes Puissantes centra-se nas personagens de Norah, uma advogada parisiense que vai visitar o pai a Dakar, apesar de não se dar bem com ele; de Fanta, que deixa o seu Senegal natal para ir com o marido para França, mas não consegue adaptar-se ao novo país; e de Khady, uma jovem viúva que erra sem esperança entre a Europa e a África.

(…)

In DN

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