O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, março 05, 2010

PARA ONDE ESTAMOS A IR?


O VIRTUAL NÃO PRODUZ NEM PROMOVE A CONSCIÊNCIA DO SER...


Neste mundo em que vivemos cada dia mais tudo se torna virtual…

Parece que estamos todos condenados a viver através do mundo virtual…

Gastamos a maior parte do nosso tempo, à parte o trabalho, para quem trabalha 8 horas por dia, dentro da rotina e do mecanicismo habitual, a ver televisão, filmes, vídeos e internet, ou ainda, telefone, telemóvel e jogos de computador…


Mesmo as refeições, seja em família seja entre amigos, se passam muitas das vezes diante do ecrã de televisão a assistir às maiores tragédias do planeta como aperitivo e as pessoas mesmo nos restaurantes onde hoje em dia já não se fala entre si; não se pode ter uma conversa porque se olha quer queira quer não para a televisão…

No quarto adormece-se a ver qualquer filme de terror em vez de se falar com a mulher ou o marido…

Por ironia, a espiritualidade também é servida em cassetes...as palestras, as iniciações e as aulas de yoga também são por vídeo…


O que é que se passa com esta humanidade civilizada que vive fora do tempo real, fora do seu ambiente natural e não faz senão assistir a uma qualquer ficção de um mundo imaginário ou a uma projecção absurda da sua vida no ecrã e não vive já a sua própria vida em família, com amigos, e nem tem tempo para estar ou falar com alguém, senão diante da televisão ou de telemóvel na mão? Sempre que se está com alguém é para segundos depois uma delas atender o telemóvel e ir para um canto da sala falar com outra pessoa…e isto constantemente, sem se poder dar qualquer rumo a uma conversa.


Será que ninguém se apercebe disto?

Será que ninguém quer ver para onde estamos a ir?

Ninguém se pergunta em que mundo é que estamos a viver?

Será que não vemos que estamos robotizados, maniatados pelo Sistema.


Criamos quintas virtuais, plantamos couves virtuais, formamos comunidades espirituais virtuais, somos virtualmente solidários, criamos personagens fictícios, compramos roupas virtuais, fazemos sexo virtual, temos carros virtuais, damos nomes inventados, criamos ilusões e mais ilusões de um mundo que não existe e não falamos já como humanos nem de viva voz com ninguém…não nos olhamos nos olhos, não nos tocamos, não rimos uns com os outros e começamos a nem sequer querer estar com os amigos porque é mais divertido estar no computador, protegido e mentindo ou vivendo uma aventura virtual?


Não, ninguém quer ver porque ninguém se quer expor na sua verdade, nos seus sentimentos, no seu corpo real, na sua verdade…fingimos que somos todos o que não somos, que somos felizes e contentes, de acordo com os padrões virtuais e que por isso somos inteligentes ou especiais…e depois vemos os outros, a grande maioria das populações do mundo, os que não têm acesso a este mundo virtual, nas suas desgraças, na sua pobreza e na doença, as vítimas dos tremores de terra e tsunamis…e escrevemos emails para as famílias que nunca saberão da nossa fraternidade virtual, mandamos emails contra os políticos, contra a corrupção e a guerra, abaixo assinados também virtuais…


Fugimos todos da nossa vida concreta e temos medo da vida real…


O Ser Humano está a ficar um autómato electrónico, manipulado e manietado pelo ecrã…a sua vida tem a sua medida de 30 por 60 centímetros no mínimo ou no máximo…

Julgamos que estamos a ser criativos…que estamos a ser produtivos, que estamos a amar a evoluir?


Mas como e para onde é que estamos REALMENTE a ir?


Eu não vejo que todo este universo “paralelo” tenha alguma coisa a ver com a nossa realidade viva mas sim que é mais fácil estar deste lado do ecrã a dizer o que calha do que ter um interlocutor de pele e osso ou de sangue e carne…ter alguém que nos confronte e olhe nos olhos…que nos toque com a sua verdade, com o seu riso ou com o seu choro. Estamos todos a ficar robotizados…


Não, nós já temos um ombro amigo, nem uma mão estendida, nem o colo de alguém onde buscar conforto, amizade ou ternura…porque está tudo “dentro”… do ecrã…

Estamos cada vez mais isolados e mais sós, a beleza do mundo, as mais belas paisagens, tudo é “vivido” através do ecrã …o mar, a terra e as flores são por isso virtuais, assim como os corações que enviamos uns aos outros, ou os sorrisos do bonequinho, de um sol que não nos aquece e provavelmente não, porque deixaremos em breve de sair à rua e olhar à nossa volta…porque a realidade nos vai assustar…e esse desequilibro ou abismo entre a realidade lá fora e as nossas vidas fictícias nos vai assustar. E muito.

A Humanidade está a ficar cada vez mais viciada mais alienada, completamente prisioneira da electricidade estática…

rlp


A título de curiosidade:


“A electricidade estática é o fenómeno de acumulação de cargas eléctricas em um material qualquer, condutor, semicondutor ou isolante. No material isolante, este efeito é facilmente detectado devido à dificuldade de deslocamento de cargas; quando o material isolante é eletrizado, ou seja, de alguma forma sofre um desequilíbrio entre cargas positivas e negativas, a natureza tende a reestabelecer o equilíbrio, mas isso leva algum tempo, e durante esse intervalo o material é capaz de atrair ou repelir outros isolantes devido à força columbiana. Nos condutores, o desequilíbrio de cargas altera o potencial eléctrico do material, isso faz com que surja uma diferença de potencial entre o material condutor electricamente carregado e a Terra, cujo potencial é considerado absoluto (V = 0).”*

*Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

P.S.


Vão me perguntar então porque escrevo aqui e tenho um Blog? Para ter a perfeita consciência de que não serve para nada!

Não há sequer interacção de coisas sérias e tudo o que a Blogosfera quer é intriga social, enredo político, facilidade, conversa de chacha, mentiras e vídeos...entretenimento fútil e fácil, sem qualquer compromisso ou verdade. Desculpem mas é assim que vejo e sinto. E um dia destes em que resolver ser coerente, apago tudo e vou fazer voluntariado...


5 comentários:

Juliana Xavier disse...

Acertou no ponto...
mais uma vez...

mas, por outro lado, por aqui, no mundo virtual, tbm tive acesso a muitas coisas q na minha vida cotidiana não teria...

não é de todo mau...
mas tbm me vejo num futuro proximo, menos virtual tbm...

rosaleonor disse...

tem coisas úteis é verdade, não nego!
mas veja...de milhares de pessoas que por aqui passaram, de dezenas que me visitam diariamente só conheci você...e só uma encomendou 3 livros, lembra?

abraço

rosaleonor

jozahfa disse...

O amor, dizem, é incondicional.

rosaleonor disse...

tem razão Jozahfa...mas falamos de coisas práticas, resultados concretos,e sobretudo meu amigo creio, que a Consciência só se atinge e permuta ou interage através da energia vital, dos corpos subtis...da alma ou o que sejam os fios...mas nunca os eléctricos...

abraço

rosa leonor

MOLOI LORASAI disse...

eu já teria apagado. Li um texto no jornal gratuito POR DO SOL, do Rio de Janeiro e aí foi que entendi bem a coisa da DEUSA.