O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, julho 05, 2010

A DEUSA SELVAGEM...


"E eu não resistirei à tentação de citar Robert Graves, de todos os poetas o mais apaixonado da Deusa Branca:

“Vão me objectar que a pretensão do homem à divindade é tão válida como a da mulher. Mas isso não é verdade senão de um certo modo: um homem não pode ser divino senão em parceria com um gémeo, mas ele não o pode ser na sua pessoa única. Como Osíris, o espírito do ano crescente, ele é ciumento do seu gémeo pendente, Seth, o espírito do ano decrescente e vice-versa: ele não pode ser os dois ao mesmo tempo salvo por um esforço intelectual que destrói a sua humanidade, e nisso reside o erro fundamental dos cultos apolínios (de apolo) ou jehowistes (de jeová). O homem não é senão um demi-deus: ele tem sempre um pé ou outro na tumba. A mulher é divina porque ela sempre pode ter os dois pés num mesmo teatro: ou bem que no céu, assim como no mundo subterrâneo, ou sobre a terra.
(…)
A mulher adora o macho criança, não o macho adulto. A evidência da sua divindade é que o homem depende dela para viver, tão simplesmente como isso.
"

In LA DÉESSE SAUVAGE de Joelle de Gavelaine

3 comentários:

Helena Felix (Gaia Lil) disse...

Sagrado Feminino hoje em dia é brincadeira...Foi o que li por acaso em dois blogs num a mulher do feng shui fala de ter partcipado de sagrado feminino que é uma coisa que parece uma brincadeira homenagem nas palavras dela...E no outra a mulher tirou fotos de moda de suas roupas e pois no titulo Sagrado Feminino com letras maiusculas, não que eu não ache que ela não devia mas acho que no fundo no fundo, somos só nos as bruxas, más e velhas ou mesmo jovens que o valham que realmente fazem este trabalho com alguma dignidade...As outras querem é ser as Deusas da Beleza que é pra encantar, agradar os homens e poderem se envaider deliciadas...Não sei.
Talvez eu que seja muito rigida, talvez deve se brincar de fadinha e prender fitas nos meus cachos quem sabe?
Aposento ou não aposento o punhal e a vassoral em troca da varinha com glitter e as flores de plastico?

Helena Felix (Gaia Lil) disse...

Ou talvez eu seja preconceituosa e esteja errada mas me parece estranho citar ou falar de sagrado feminino sem se referir a alma da mulher e da Deusa, seu poder doador de vida, a cura de suas feridas...Compreende ?

rosaleonor disse...

Não, eu percebo o que diz...Há oportunismo por todo o lado, mas nós creio que temos de estar no nosso caminho de verdade e continuar a busca da nossa verdade interior para lá de todas as falsidades, as nossas e as dos outros. A mentira está entranhada nas nossas células, o ser humano é um impostor, homem ou mulher. Além disso não há nada a esperar do sistema, ele é a grande mentira. Nada podemos fazer neste mundo senão sermos nós mesmas verdadeiras em toda a dimensão do nosso ser...Semeiam-se as sementes na terra e a que foi tratada recebe e desenvolve a semente, a que é árida e seca não pode dar fruto...e é assim com tudo.
No mundo virtual é quase tudo mentira...
Um abraço grande

rosa leonor