O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, novembro 08, 2010

A IMPORTÂNCIA DA SENSIBILIDADE EMOTIVA


O QUE É A CONSCIÊNCIA DA CONSCIÊNCIA,
OU A VERDADEIRA INTELIGÊNCIA?


"A CONSCIÊNCIA TEM FUNDAMENTALMENTE DOIS ASPECTOS:
UM É O RESULTADO DE COMPARAÇÕES, O OUTRO É O RESULTADO DA IDENTIFICAÇÃO; UMA É ORGÂNICA OU CEREBRAL, A OUTRA VITAL OU FUNCIONAL."

(...)

Quando queremos passar do saber clássico (esta esclerose do génio) ao pensamento fecundo não nos basta a mecânica cerebral. Quando antes dizíamos, que devemos dirigirmo-nos necessariamente ao que constitui a verdadeira Magia, a Evocação, que há acordo ou desacordo na conexão das noções e das memórias, recorríamos a outro poder em nós mesmos, o que procede da nossa consciência inata, fonte do sentido da Harmonia. Este poder será, se for efectivo, a causa do Génio, do Pensamento criador, no sentido em que ultrapassa o conhecido, o classificado.

Não é esta consciência uma via nova, imposta ao decadente mundo actual, a que incita a arte a destruir o Ídolo de ontem para tentar a expressão irracional?
Busca-se a concordância de elementos de “sensações” esquecendo a sua conexão racional – desejando-se levar por inércia do hábito adquirido. Criam-se meios, imagens, formas que “evocam” um sentimento, uma emoção e provocam uma reacção vital. E a Arte é o arauto da mentalidade de uma época, o porta voz da tendência íntima.

A Inteligência do Coração, que estabelece a relação da Consciência inata com a observação do facto, é a Identificação.
Identificação significa viver com e no feito observado, sermos nós próprios o feito, experimentar e actuar, sofrer, alegrar-se com ele.
Esta é a “Consciência Simpática” e não uma consciência subjectiva que a lógica pretende opor à Consciência objectiva. Sem dúvida, presta-se a confusões: a consciência cerebral se inscreve de maneira cerebral como acabamos de dizer e a Consciência inata inscreve-se na natureza dos organismos, ou seja, que o móbil da sua função é o impulso da sua necessidade, a Ideia o princípio de Harmonia. No ser humano, no animal superior, isto cria a emotividade.

Quanto maior é a sensibilidade emotiva, melhor se pode expressar a Consciência inata. Se o feito observado provoca uma “sensação”, uma reacção tipo egocêntrico, com que estamos ante a consciência subjectiva. Se o feito é observado por uma pessoa em estado de neutralidade, um estado impessoal, estamos diante da Consciência simpática. Daí todos estes problemas se resolvem numa cultura que implique um desprender-se do egoísmo e do domínio da parte mental (do filme cerebral).(...)

in “ESOTERISMO E SIMBOLISMO”
De: R.A. SCHWALLER DE LUBICZ

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