O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, dezembro 13, 2010

A MULHER, SENHORA DE SI, NÃO DONA DE NADA!



Queremos a Mulher, Senhora de si e não Dona de nada…

“Avatares, pregadores, profetas, gurus e budas são todos masculinos”

AS MULHERES DENTRO DA ESPIRITUALIDADE NOVA ERA
(…)
Há quem pense que a "espiritualidade", só por si, pode trazer à mulher a libertação, mas quanto a mim isso não acontecerá se a mulher não se encontrar primeiro a ela mesma, e esse “ela mesma” não se refere ao mesmo propósito do homem quando procura ele também a sua essência, e isso confunde ambos. O que acontece é que a mulher viveu um apagão histórico, cultural e anímico e até físico, enquanto que o homem sempre conviveu naturalmente com o seu potencial embora afastado do seu lado feminino por não ter na mulher o seu espelho. Obviamente saiu prejudicado, mas não foi amputado do seu masculino como a mulher foi do seu feminino.

Muita gente confunde esta questão e pretende partir de um pé de igualdade entre a mulher e homem quando assim não acontece. É como se numa corrida o homem corresse com as suas duas pernas e a mulher só uma…ela nunca ganharia a corrida nem a perna…É assim que eu vejo a mulher dentro da espiritualidade. Amputada da sua verdadeira identidade, a identificar-se com os processos do homem! Sim, porque os processos são diferentes e as funções também. Não se pode inverter os pólos neste caso. A mulher sendo iniciada por natureza, é ela que inicia o homem. Tal como o dá à Luz…duas vezes…o fará. Foi este princípio que o patriarcalismo perverteu há séculos por medo da mulher. Um velho cisma ainda não resolvido que só se a mulher o encarar como tal sairá senhora de si! Senhora de si e não Dona de nada…

Para quem quer escamotear a questão alegue-se o óbvio: as mulheres foram de tal modo esvaziadas do seu ser em todos os sentidos durante milénios de história e religião que agora não conseguem olhar para o que foi a sua perda, a perda da sua identidade profunda; elas não sabem como olhar para os confins dessa história apagada dos registos, em que deixou de existir e em que foi também ela apagada ou simplesmente adulterada a sua missão de iniciadora do amor; isso aconteceu quando ela deixou de ser sacerdotisa e livre e de amante passou a ser concubina escrava ou esposa. O Sistema explora ainda essa condição em que escravizou a mulher ao seu belo prazer e a mulher real morreu, esqueceu-se de quem era… Mal nasce, a mulher é anulada na sua individualidade para servir o homem e a sociedade…
Os filmes, os vídeos e a televisão, a publicidade em geral encarregaram-se de a continuar a alienar propagando o ódio e a violência contra as mulheres. Não é por acaso que elas são violadas e perseguidas ou afrontadas hoje até nas universidades, num país tão livre como o Brasil…ou queimadas na Índia e lapidadas no Iraque e no Irão.

Talvez nas últimas décadas essa mentalidade se tenha atenuado, mas o Sistema encontrou logo maneiras de a reprimir e impedir de adquirir uma verdadeira consciência de si mesma. Sim, pode ser diferente hoje nas novas gerações, mas a mãe não tem referências dessa essência-mulher para dar à filha e ela amalga-se à cultura do homem e é um homem nos seus valores, mesmos os espirituais de onde ela foi igualmente excluída…Por isso há cada vez menos mulheres!

Isso acontece portanto na vida normal das sociedades a todos os níveis incluindo o nível “espiritual” em que a mulher serve apenas para o homem (monge) atingir a iluminação sem que ela seja considerada, nomeadamente no caso do Oriente. Digo Oriente porque no Ocidente, no caso dos padres e monges cristãos, deu-se pura e simplesmente a total rejeição da mulher para por si mesmos e pelo ascetismo atingirem essa libertação…do pecado!
Mas hoje em dia o que mais me choca são os nossos espiritualistas “nova era” que respeitam muito as suas companheiras e discípulas e no entanto continuam a ver a mulher vulgar como mulher objecto e divertir-se com a sua imagem degradada…

(…)
(excerto de artigo plus...)
ROSALEONORPEDRO

4 comentários:

jozahfa disse...

Olá Rosa Leonor, como vai?
Passei por aqui para deixar um link que remete a uma discussão que vem num crescente aqui em Pindorama, principalmente após as últimas eleições presidenciais. Em meio aos comentários senti falta de uma visão como a sua. Um abraço!

rosaleonor disse...

Olá Jozahf

Que prazer em tê-lo de novo aqui. Um dia destes há já talvez umas semanas, visitei-o e quis deixar um comentário porque me sinto em falta consigo, mas não consegui e apagou-se...perdi a coragem...mas deixe-me dizer-lhe que sinto um enorme apreço por si e não me leve a mal. Aborrece-me esta selecção de identidade etc.
Um grande abraço
rl

saracarvalho disse...

olá gosto muito do seu blog..mesmo..
Permita-me que deixe aqui um link sobre um assunto que acho que merece a nossa atenção..eu só lhe dei quando tive um problema de saúde, por isso acho que vos devo alertar, espero poder ajudar nalguma coisa com o simples facto de deixar aqui o link http://bit.ly/d1HUy3

Ná M. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.