O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, março 30, 2011

A VERDADEIRA CAIXA DE PANDORA

"Poderiam os terrores e crimes de hoje serem possíveis se ambos os Princípios se tivessem mantido equilibrados? Nas mãos da mulher está a salvação da humanidade e do nosso planeta. A mulher deve consciencializar-se do seu significado, a grande missão da Mãe do Mundo; ela deveria preparar-se para assumir a responsabilidade do destino da humanidade. A mãe, a que dá à luz, tem todo direito de dirigir o destino de seus filhos. A voz da mulher, da mãe, deveria ser ouvida entre os líderes da humanidade. A mãe sugere os primeiros pensamentos conscientes de seu filho. Ela dá direcção e qualidade a todas as suas aspirações e capacidades. Mas a mãe privada da cultura do pensamento, desta coroa da existência humana, só pode contribuir para o desenvolvimento de expressões inferiores dos desejos humanos." - HELENE ROERICH



ABRIR A CAIXA DE PANDORA


Na filosofia pagã, Pandora não é a fonte do mal; ela é a fonte da força, da dignidade e da beleza, portanto, sem adversidade o ser humano não poderia melhorar. O nome "Pandora" possui vários significados: panta dôra, a que possui todos os dons, ou pantôn dôra, a que é o dom de todos/as (dos/as deuses/as).


...também significa a jarra (pithos) que “nada mais é que uma simples ânfora: um vaso muito grande, que serve para guardar grãos. Este vaso só fica cheio através do esforço, do trabalho no campo, seu conteúdo então simboliza a condição humana. Por consequência, será a mulher que a abrirá e a servirá, para alimentar a família.


OUVIR A VOZ DA DEUSA,

É OUVIR A VOZ DA TERRA, A VOZ DO ÚTERO


Eu há dias acordei com esta frase na cabeça: a Mulher tem de voltar a ser fiel à Terra…e ser senhora de si mesma… Era um sentimento de premência e de força que me invadiu ao acordar e sentiu-o em todos os poros…Não se pode adiar o amor diz o poeta…e eu digo, NÃO SE PODE ADIAR A TERRA…ELA É A NOSSA MÃE…


Tudo depende dela, como todos dependemos da Mãe ao nascer, da sua força e poder… também agora a mulher pode e deve salvar o Planeta e empenhar-se na sua regeneração… só assim dará à luz uma nova Humanidade renascida das suas entranhas e da terra… A Terra é um corpo inteligente e nós respiramos o ar que a envolve e todos os seres vivos a respiram. A Terra é o nosso Matrimónio…o nosso Templo vivo…Nós não vivemos no Céu…é na Terra que nascemos e é a Terra que temos de honrar, ao contrário do que as religiões do deus pai dizem e que mais não fazem do que adiar a vida nas suas contingências e paradoxos…A vida plena tem as suas raízes na Terra e só sendo fiel à Terra Mãe podemos partir em paz e ascender aos céus…

E a Chave que se perdeu é a mulher. A mulher que foi apagada da história e da vida dos homens como ser individual e senhora da sua vontade…A mulher que durante milénios cumpriu o pesado fardo de servir exclusivamente a humanidade homem na negação da sua individualidade ao serviço da espécie como mãe, mas em total sujeição ao homem. Cumpriu séculos de sujeição ao pai e ao filho. Agora é tempo de a mulher retomar as rédeas e voltar a servir a Terra e ser fiel à Deusa Mãe e a Natureza.

Por isso é urgente que a mulher acorde para si mesma, que desperte para uma nova consciência do seu SER em plenitude e para isso tem de se resgatar do fundo desse esquecimento de si mesma e do caos em que os homens a projectaram a si e à Terra…a Mulher tem de recuperar a sua memória celular, recuperar a sua identidade esquecida, a identidade que perdeu ao ceder ao homem o seu poder de cura e amor, o seu poder de amar e ser livre…o seu dom de visão e profecia, a sua alegria a mais genuína.

É inconcebível que a mulher só por ser mulher seja ainda castigada e estropiada, violada e morta nas guerras pelos homens em todo o mundo.

E fosse o que fosse que tivesse sido acordado pelas esferas superiores em relação à Mulher, nos céus ou na terra, pelos mitos ou nas histórias do mundo, nos eons, na roda das civilizações, ou nos ciclos da evolução da Humanidade, é tempo de a mulher ser respeitada por si mesma como ser individual e não colectivo e realizar o Matrimónio sagrado com a Deusa Mãe e consigo mesma, unindo-se à outra mulher-metade de si e da qual foi separada há milénios…

Durante milénios a mulher esteve submetida e incapaz de se erguer na sua natureza obedecendo aos padrões e leis do mundo apolíneo estritamente masculino na sua negação do ctnónico e do princípio feminino.


É tempo da mãe e da filha se unirem em vez de competirem entre si e lutar pelo homem. É tempo de a mulher se libertar das algemas do património e da escravidão do sexo.


É tempo de a mulher olhar para dentro de si mesma e descobrir o seu tesouro escondido, o seu tesouro sem fim, o “manancial fechado” que ela se tornou e abrir essa Caixa de Pandora, que ao contrário dos mitos que a anunciam como desgraças maiores causada pela Mulher – não pode haver maior desgraça do que a que os homens semearam na Terra – e que mais não fazem do que reflectir a milenar misoginia e medo ancestral da mulher, da sua força sensual e sexual, da seu poder magnético como fêmea, tal como o medo à força indomável da Natureza e que tanto assusta ainda os homens. Foi por esse medo e desejo de controlar o mundo ctónico que os homens reprimiram e condenaram a mulher, e a fecharam nessa Caixa de Pandora sob a ameaça de perigos medonhos... E assim, quer na religião quer o mito, fizeram pesar sobre a mulher a culpa do erro ou do pecado e dos males da humanidade, para a manter encerrada em si e calada, para a manter agrilhoada e incapaz de se defender ou agir por si mesma.


AO contrário do que muitos “espiritualistas”, guias e mestres antigos e modernos afirmam, não é verdade que a mulher sem caminhar no seu próprio caminho de retorno a si mesma, ao seu Útero e à Terra, para celebrar as suas núpcias secretas consigo mesma, possa evoluir e ser “igual” ao homem – não, eu não quero ser igual a este homem desnaturado - que quer ascender aos céus e ao cosmos, negando a sua natureza ctónica e a Mãe que o mantém no ventre o alimenta e lhe deu vida na Terra…


A mulher tem de reivindicar as forças telúricas para que ela e a terra sejam respeitadas, a Terra como um ente vivo, biológico e inteligente e não ser tratada como objecto de posse do homem cuja arrogância o leva a crer-se dono do mundo tendo-o dominado pela força e pela violência. Milhões de seres humanos mortos pela sua conquista de poder e acumulação de riqueza…

O Homem que desventra a Terra para lhe sugar o seu “sangue”…

O Homem que explora a mulher como mãe dos seus filhos e a viola como despojo de guerra…


- A Mulher tem de descer ao abismo do seu ser ctónico, descer às raízes da Terra Mãe, mergulhar no seu Útero caverna gruta oráculo de Delfos, o umbigo da Terra Mãe e reclamar essa voz que se perdeu nos confins dos tempos…a voz das pitonisas, das sacerdotisas e feiticeiras e das Eríneas que eram deusas ao serviço da Mãe, e que por veredicto de Atena – a filha do pai - são transformadas em megeras e monstros, “bruxas” condenadas como criaturas pérfidas e mortíferas…


- A mulher que se encontra a si mesma, a mulher que acorda para o seu poder interno, torna-se na guardiã que mantêm os segredos da vida e da morte e não os teme e por isso é a mulher que tem de acordar os seus poderes para assim poder curar as suas próprias feridas e as do mundo… as feridas das mil batalhas e das guerras, as feridas das armas e das bombas, dos desastres nucleares, da violência perpetrada com que o Homem a feriu no seu ventre e a ofendeu de morte – tanto à mulher como a Terra – tal como matou em si o seu feminino tornando-se no déspota e no assassino… Ele fez da mulher a primeira escrava e depois o homem inferior… o escravo fraco também… dividiu o mundo em partes e dividiu as mulheres em escravas concubinas e meretrizes… Esse mundo que fez a cisão da mulher em duas espécies é o culpado da divisão hierárquica do mundo e a exploração de seres humanos em todo o planeta.


ROSALEONORPEDRO

AS DEUSAS VOTADAS AO DESCRÉDITO


AS DEUSAS VOTADAS AO DESCRÉDITO E OSTRACIZADAS…

PELOS DEUSES DO OLIMPO…


NA Oristeia as Erínias são representadas normalmente como mulheres aladas de aspecto terrível, com olhos que escorrem sangue no lugar de lágrimas e madeixas trançadas de serpentes, estando muitas vezes acompanhadas por muitos destes animais. Aparecem sempre empunhando chicotes e tochas acesas, correndo atrás dos infractores dos preceitos morais.

As Erínias são divindades ctónicas presentes desde as origens do mundo, e apesar de terem poder sobre os deuses, não estando submetidas à autoridade de Zeus, vivem às margens do Olimpo, graças à rejeição natural que os deuses sentem por elas (e é com pesar que as toleram, pois devem fazê-lo). Por outro lado, os homens têm delas medo, mesmo pânico, e fogem delas. Elas eram forças primitivas da natureza que actuavam como vingadoras do crime, reclamando com insistência o sangue maternal derramado, só se satisfazendo com a morte violenta do homicida…

O veredicto de Atenas é condenar ao descrédito a Mãe e a Rainha e aceitar a sua morte pelo seu próprio filho a vingar a morta do pai e por ela – a nova deusa em vigor em Atenas – ter nascido da cabeça do pai depois que ele engoliu a sua mãe Métis, grávida de si... Esta imagem representa com efeito o que sucedeu na terra com os poderes da Deusa Mãe e com a Mulher…a mulher passou a ser “igual” ao homem e viver de acordo com as suas leis e Atena ao absolver Orestes que matara a mãe, alegando em sua defesa, não haver crime uma vez que não havia mãe, ou maternidade, mas sim Pai e o poder paternal anunciava um outro mundo. E é na base dessas leis e nesse Mundo que ainda todos os Sistemas patriarcais vivem.

«««


O MITO de PANDORA


"No mito de Prometeu e de Pandora, a mulher aparece como um "presente" dado aos homens. Semelhante às deusas ela foi moldada em suas feições recebendo ainda todos os dons divinos. E foi Hermes quem lhe pôs no coração a perfídia e os discursos enganosos, além da curiosidade. Desde então, a mulher é considerada a origem de todos os tormentos do homem. Tanto na tradição Grega quanto na Judaico-Cristã há uma tentativa de transgressão dos limites humanos e é a entidade feminina quem impulsiona o homem para tal ação. Na narrativa dos Hebreus a tomada de consciência era oferecida ao homem por Eva. No mito Grego, houve primeiro uma simulação frustada pela brincadeira de Prometeu ao tentar testar o poder e a clarividência dos Deuses. Depois o próprio Prometeu traz o fogo como presente mas os homens embevecido com a nova condição, se julgam iguais aos deuses e provocam uma situação de serem punidos novamente. Aí chega Pandora que ao abrir a caixa derrama sobre a terra todas as desgraças. E a conseqüência é a perda do paraíso. Mas também se não fossemos expulsos, não cresceríamos. Ainda hoje, a visão que se tem da mulher costuma ser permeada da influência desses dois mitos. Há quem a veja como uma bênção de Deus e daria tudo para ter a sua companhia. Há, por outro lado, quem pense diferente. Mas agora lembrem-se que estamos falando de uma realidade interna expressa nos mitos. Esta linguagem simbólica usada projetivamente se resume na busca do homem pelos segredos de seu próprio inconsciente; no encontro com a sombra e no restabelecimento do contato com o feminino. E neste clima de tensões , paradoxos e incertezas confrontamos a nós mesmos na busca pelo equilíbrio. Na procura de significado onde esta anima , tão bela e cheia de perfídia, nos faz crescer. "

Sérgio Pereira Alves

segunda-feira, março 28, 2011

Os Mistérios de Elêusis...


OS MISTÉRIOS DA MÃE E DA FILHA...


Hino a Deméter, 470-482


"Disse, e não desobedeceu Deméter de coroa formosa, e logo fez surgir o fruto dos férteis campos. Carregou-se de folhas e flor a vasta terra inteira. E a deusa foi ensinar aos reis justiceiros, a Triptólemo e a Díocles, domador de cavalos, a Eumolpo e a Celeu, condutor dos povos, os actos do ritual sagrado, e a todos explicou, a Triptólemo, a Políxeno e ainda a Díocles, os sacros mistérios, que não se podem transgredir nem divulgar: um grande temor dos deuses susta a voz.

Feliz quem, dentre os mortais, os pôde contemplar; quem não é iniciado, nem tomou parte neles, jamais terá sorte igual, mesmo morto, nas trevas bolorentas."


(Hinos Homéricos)

quarta-feira, março 23, 2011

Deusa em plenitude e graça...



“Em todo o Universo, nada nem ninguém é maior do que a Deusa Tripla!”


“Só quem vive em devoção pode sentir com esta profundidade de Amor…”
Íris

Ó Deusa Branca,
...Senhora das fontes e dos lagos,
esquecida nas brumas do tempo,
chamo-te do mais recôndito do meu ser,
em cada célula um apelo, no meu corpo,
em cada átomo.
Não sei porque te envolve esse véu diáfano,
que te esconde na penumbra dos meus sonhos,
onde às vezes por piedade me sorris
ou me tocas com teu manto que te esconde de mim .
Outras vezes,
afagas-me o rosto com uma pena das tuas asas
e foges para longe.
Queria amar-te mais se eu pudesse
e trazer-te para bem perto ...
Pedir-te Senhora, nunca me esqueças...
Tu és a razão única da minha vida,
tu és a minha essência e cada nervo.
A carne, o sangue e o tecido,
cada fibra do meu ser te pertence!

in "ANTES DO VERBO ERA O ÚTERO"
Rosa Leonor Pedro




Olá Rosa,

Adorei que lessem o seu texto no inicío da nossa celebração, muito belo e inspirador, como tudo o que escreve.
Fiquei feliz de saber que nos foi ver ao espectáculo das 18h, pois foi quando dancei o meu solo.
Gostaria muito de saber o que achou da nossa celebração, o que sentiu e se gostou de assistir.
Um abraço de amizade e tudo de bom para si
Felicidades


Sandra Maryam ♥


Querida Sandra,

Obrigada pelas suas palavras. Eu também me senti muito gratificada por o meu poema ter sido lido nesta celebração feita por mulheres que estão a ser iniciadas por uma verdadeira Sacerdotisa da Deusa...
Vi na vossa dança o romper dos limites do corpo objecto, como ele é olhado pela plateia profana, para uma dimensão de fogo - a beleza e amor estão na paixão dos gestos sagrados para além da evocação do sexo -mulher - e que só a alma pode transmitir...e dar plena dignidade à mulher...
Isso foi o que eu vi...e vi um Templo onde vocês se erguem como sacerdotisas da Deusa em plenitude e graça...com a liberdade de amazonas...com a força de deusas vivas...e bem hajam por isso pois no meu coração é um sonho que se está a tornar realidade...

rosa leonor

terça-feira, março 22, 2011

A UNIÃO DAS MULHERES NO MUNDO

- A ideia de criar a união das mulheres em todo mundo é mais do que oportuna. Nos dias difíceis dos levantes mundiais, da desunião humana, da negligência de todos os princípios superiores do Ser, que são os únicos doadores verdadeiros de vida, e que levam à evolução do mundo, deve ser ouvida uma voz chamando para a ressurreição do espírito e para a introdução do fogo da conquista em todas as acções da vida. E, com certeza, esta voz deve ser a voz da mulher, que durante milénios bebeu o cálice do sofrimento e da humilhação, e forjou seu espírito na maior paciência. Agora, que a mulher — A Mãe do Mundo — diga: «Haja Luz», e que ela afirme suas conquistas ardentes. Como será esta Luz, quais das suas conquistas serão as grandes e ardentes? A bandeira do espírito será hasteada e nela será inscrito «Amor, Conhecimento e Beleza». Sim, só o coração da mulher, a mãe, pode unir sob esta Bandeira as crianças de todo o mundo, sem distinção de sexo, raça, nacionalidade e religião. A mulher — mãe e esposa — testemunha do desenvolvimento do génio do homem, pode avaliar o grande significado da cultura do pensamento e conhecimento. A mulher — inspiradora da beleza - conhece toda a força, todo o poder sintetizador da beleza. A mulher — portadora do poder sagrado e do conhecimento do espírito — pode verdadeiramente tomar-se «A Líder». Portanto, ergamos sem demora a grande Bandeira da Nova Era — a Era da Mãe do Mundo. Que cada mulher amplie os limites de seu lar para abranger os lares de todo o mundo. Estes inúmeros fogos fortalecerão e enfeitarão seu próprio lar. Sabendo que a limitação leva à destruição e que a expansão gera a criação, aspiremos com todas as nossas forças à expansão de nossa consciência, ao refinamento do pensamento e do sentimento, de modo que possamos acender nossa própria lareira com o fogo criativo resultante. Coloquemos na base da União da Mulher a aspiração ao conhecimento verdadeiro, aquela que não conhece demarcações nem limitações humanas. Porém, podem nos perguntar como se pode alcançar o verdadeiro conhecimento. Responderemos: «Este conhecimento existe no seu espírito, no seu coração. Seja capaz de acordá-lo». (...) A humanidade deve conscientizar a majestosa Lei Cósmica da equivalência e da grandeza dos dois Princípios como a base da Existência. A predominância de um Princípio sobre o outro criou desequilíbrio e destruição, que podem ser agora notados em toda a vida. Porém, que a mulher que compreendeu esta lei e que aspira ao equilíbrio dos Princípios, que ela não perca a beleza da imagem feminina; que ela não perca a ternura do coração, a subtileza dos sentimentos, o auto-sacrifício e a coragem da paciência. A mulher, portadora do conhecimento sagrado, pode tornar-se uma força que convoca, acendendo com palavras ardentes as almas que estão prontas. É necessário dar a cada mulher de acordo com sua consciência e sem impedir seu crescimento natural e individual. É necessário, com toques cuidadosos, alargar o horizonte sobre a base do Ensinamento da Vida. Que cada alma se desenvolva de maneira natural, trazendo à luz o melhor que e a puder, de acordo com o nível de sua consciência. A beleza está na variedade, mas tudo deve ter uma base geral — a base de aspirar ao Bem Geral. A mais ampla cooperação está inscrita na Bandeira da Mãe do Mundo. Portanto, mostremos a maior tolerância. Irmãos da Montanha Dourada, um tempo bonito, mas perigoso, está à nossa frente — um tempo de grandes conquistas. Eu lhes envio o chamado do meu coração. Armemo-nos com aspiração flamejante e coragem, e levaremos a Bandeira da Mãe do Mundo acima de todos os obstáculos — a Bandeira do Amor, do Auto-Sacrifício e da Beleza — de modo, na hora da vitória, nós a fincarmos nos Picos do Mundo. (...) Cartas de Helena Roerich

segunda-feira, março 21, 2011

UM DIA DE POESIA...


...Lembro-me quando com respeito e gravidade pisávamos descalças a terra e nos inclinávamos reverentes diante da Deusa Mãe...sonho com cerimonias solenes, danças cantos e rituais de água e fogo ... rlp

…Vinde agora amadas Graças e Musas de belas cabeleiras!
SAFO

..Andamos pela terra e pelos mares, vimos a frescura das fontes e as meigas curvas dos rios, à flor dos lagos os nenúfares como brancos sonhos de virgens submersas em palácios de cristal e opala, os choupos sensitivos, ensaiando asas nos frémitos sãs suas folhas; andamos pelos céus e vimos astros ...

in ADORAÇÃO Leonardo Coimbra
(…)

(…)
“O desejo é a cimento do universo, ele vincula o electrão e o núcleo, o planeta ao sol, ele cria as formas, ele cria o mundo. Sigam o desejo até ao seu termo, unam-se ao objecto desejado até se tornarem esse objecto, até se tornarem a deusa.”

“Para a mulher, a deusa simboliza o seu ser mais profundo, o poder libertador, nutritivo e benéfico. O cosmo é modelado como um corpo de mulher, que é sagrado. Todas as fases da vida são sagradas. A idade é uma bênção, não uma maldição. A deusa não limita a mulher a ser um mero corpo, ela desperta o espírito, a mente e as emoções. Através dela a mulher pode conhecer o poder da sua cólera, assim como a força do seu amor.”
Star Hawk
*
Citações tiradas do livro:
Tantra – O Culto da Feminilidade - Outra visão da vida e do sexo
André Van Lysebeth


"os colares de corolas várias
e fragrantes
em redor de um colo delicado;

as essências de ervas raras
e um perfume real
derramado sobre a pele;

o leito onde o desejo
profundamente apaziguavas
a meu lado..."

SAFO

sexta-feira, março 18, 2011

A GRANDE LUA DO AMANHÃ...






"Temos geralmente tratado a Terra com grosseiro desrespeito por muito tempo. Temos descuidado amplamente nosso lugar junto com seus reinos mineral, vegetal e animal, e temos repetidamente demonstrado uma atitude de negligencia que revela a errônea crença da humanidade que os recursos do planeta são só para seus próprios fins egoístas e de exploração. A humanidade, como um todo, tem completamente passado por alto o feito que a Mãe Terra – Gaia – é um ser espiritual, comprometida com seu próprio desenvolvimento evolutivo, e quem amorosamente se esforça em prover um meio ambiente perfeitamente balanceado para a harmoniosa existência de diversas formas de vida, incluindo os seres humanos.

O assunto das eminentes mudanças na Terra como argumentação da negligencia e mal proceder da humanidade, é um tema bem discutido ao redor do mundo na atualidade, e os aspectos geofísicos dos eventos planetários por vir não serão detalhados aqui. Entretanto, ainda quando a humanidade tem aparentemente entendido até certo ponto a crise imediata com a qual toda vida tem enfrentado no planeta, temos claramente indicado que somos indócil ou incapazes de retificar o dano global extensivo que nos mesmo temos infligido. De modo que a poluição continua e ainda a violação do planeta Terra e a prostituição de seus recursos persistem. A paciente inteligência da Natureza só permitira que tal abuso persevere até certo ponte critico, suportando as violações da humanidade até que seja possível para que nos seja dada ampla oportunidade de aprender com nossos erros e por conseguinte mudar as expressões de nosso livre arbítrio. Tal é a grande compaixão da Mãe Terra por seus filhos."*

*Excerto do livro http://www.thenewcall.org/download/enl.zip
(Copiado de Conexão Terra Mãe)


OS HOMENS, MALTRATARAM A NATUREZA MÃE
DA MESMA MANEIRA QUE MALTRATARAM A MULHER...


“Os ciclos da natureza são os ciclos da mulher. A feminidade biológica é uma sequência de retornos circulares, que começa e acaba no mesmo ponto. A centralidade da mulher confere-lhe uma identidade estável. Ela não tem que tornar-se, basta-lhe ser. A sua centralidade é um grande obstáculo para o homem, cuja busca de identidade é bloqueada pela mulher. Ele tem que se transformar num ser independente, isto é, libertar-se da mulher. Se o não fizer acabará simplesmente por cair em direcção a ela. A união com a mãe é o canto da sereia que assombra constantemente a nossa imaginação. Onde existiu inicialmente felicidade agora existe uma luta. As recordações da vida anterior à traumática separação do nascimento podem estar na origem das fantasias arcádicas acerca de uma idade de ouro perdida. A ideia ocidental da história como movimento propulsor em direcção ao futuro, um desígnio progressivo ou providencial que atinge o seu apogeu na revelação de um Segundo Advento, é uma formulação masculina. Não creio que alguma mulher pudesse ter concebido tal ideia, já que a mesma é uma estratégia de evasão em relação à própria natureza cíclica da mulher, na qual o homem teme ser aprisionado. A história evolutiva ou apocalíptica é uma espécie de lista de desejos masculinos que desemboca num final feliz, num fálico cume”*
*
pERSONAS sEXUAIS - CAMILLE PAGLIA

quarta-feira, março 16, 2011

Venus de Willendorf



Faz a Vénus de Willendorf
justiça à experiência feminina?

"O sexo, como já disse é uma descida aos reinos inferiores, uma quotidiana passagem do culto celeste ao culto da terra.
É algo de abdominal e abominável, de demónico. A Vénus de Willendorf esta a descer a desaparecer no seu próprio labirinto. É um tubérculo, enraizado num pedaço de terra. K. Clark divide o nu feminino em dois tipos: a Afrodite vegetal e a Afrodite Cristalina. Inerte e comungando de si mesma, a Vénus de Willendorf representa os obstáculos do sexo e da natureza vegetal. É no seu santuário que prestamos culto durante o sexo oral. Nas entranhas da terra mãe, somos capazes de sentir, mas não ver nem pensar. A Vénus de Willendorf vai-se estreitando num duplo delta púbico, com os joelhos juntos, apertados, no pélvico ângulo agudo das suas largas ancas maternais, que a impedem de correr com facilidade. O meneio feminino é o andar bamboleante, de pato, da nossa chapinhante Vénus que nada no rio subterrâneo da natureza líquida. O sexo é exploração, sondagem, jorros e secreções. Esta Vénus dormita e sonda com a sua varinha de vedor, perscrutando a agitação no seu saco de águas.

Faz a Vénus de Willendorf justiça à experiência feminina? Faz. A mulher está presa no seu corpo aquoso, ondulante. Ela tem de escutar e aprender a partir de algo que a excede, mas ao mesmo tempos está dentro de si mesma. Cega, sem língua, sem cérebro e sem braços, de joelhos inclinados para dentro, a Vénus de Willendor parece o modelo depressivo do género feminino. Mas as mulheres são depressivas, abatidas pela gravitação da terra, que nos atrai para o seu seio. Iremos ver esse maligno magnetismo em acção na obra de Milguel Ângelo, pis foi um dos seus grandes temas e obsessões. No ocidente, a arte é uma forma de desbastar grosseiramente o excesso de natureza. A mente ocidental cria definições; ou seja, traça linhas. E isso é a essência do apolíneo. Não existem limites na Vénus de Willendorf, apenas curvas e círculos. Ela é o sem-forma da natureza. Está atolada no lodo miasmático que eu identifico com Diónisos. A Vénus de Willendorf, afundada, sostra e desmazelada, vive num buraco estupidificante – o útero-túmulo da mãe natureza.(…)

Como começou a beleza? Ao suprimir o olhar, o culto da terra encerra o homem no ventre das mães. Não há nada de belo, repito, na natureza. A natureza é um poder primevo, rude turbulento. O belo é a nossa arma contra a natureza; através dessa ideia criamos objectos, conferimos-lhe limites, simetria, proporção. A beleza detém e congela o fluxo fundente da natureza.
A beleza foi criada pela acção conjunta dos homens.”*

Adenda:

Neste excerto apenas quero salientar a forma como a mulher ao longo dos séculos de história e cultura ocidental se desviou do seu feminino essencial, desligando-se das forças ctónicas e dionisíacas para se transformar num modelo virtual e artístico do pensamento e arte apolínea, negando a sua natureza própria, elegendo o modelo fálico do homem de ascensão aos céus, virando-se para as construções faraónicas e de pedra, abandonando a terra e a Natureza Mãe e a si própria à depredação e conquista do homem , passando a ser apenas uma forma eleita de reprodução social e conceptual de beleza artificial ao seu serviço e do seu deus pai.
Quanto à autora do texto, apesar da sua visão profunda, e ser senhora de uma cultura colossal, é óbvio que está do lado da arte…e não da natureza-mãe...
rlp
* Personas Sexuais de Camille Paglia

O GATO É UMA LEI EM SI MESMO



“O gato é uma lei em si mesmo. Nunca perdeu o seu despótico ar de indolência e luxúria oriental. Era demasiado feminino para os gregos, amantes do masculino. Referia-me à invenção da feminilidade por parte dos egípcios, uma estética prática e social extraída do brutal feminino mecanismo da natureza. O traje das aristocratas egípcias, uma requintada túnica de linho transparente, com pregas, só pode ser qualificado de cingido (…)
Elegantes são também os furtivos movimentos do gato durante a noite. Os egípcios admiravam a macieza… (…)
Mas o carácter furtivo representa a sinuosa arte da obscuridade demónica, que o gato traz para a luz do dia.


Os gatos têm pensamentos secretos, uma consciência dividida. Nenhum outro animal é capaz dessa ambivalência, dessas ambíguas correntes de sentimentos cruzados, como quando um gato ronrona ao mesmo tempo que crava os dentes, em sinal de aviso, no nosso braço.
Quando um gato está preguiçosamente recostado, o seu drama interior é telegrafado através das suas orelhas, que se movem continuamente a fim de detectar qualquer ruído distante enquanto os seus olhos se fixam nos nossos, em fingida adoração; mas também através da cauda, que se agita ameaçadoramente mesmo quando o animal está a dormitar. Por vezes o gato finge não ter qualquer relação com a sua própria cauda, atacando-a de uma forma esquizofrénica. A sua cauda nervosa e chicoteante é o barómetro ctónico do mundo apolíneo do gato. É a serpente no jardim que golpeia e devora com premeditada malícia. A ambivalente dualidade do gato é representada pelo seu humor volúvel, pelas abruptas transições do torpor e do frenesim, com as quais ele refreia a nossa presunção: “Não te aproximes. Eu sou incognoscível”

In Personas Sexuais de Camille Paglia

segunda-feira, março 14, 2011

DE QUE TAMANHO SÃO OS HOMENS...


dO poder do SEU imaginário fálico...
"Os homens dominam coletiva e individualmente as mulheres. Esta dominação se exerce na esfera privada ou pública e atribui aos homens privilégios materiais, culturais e simbólicos. Um setor dos estudos feministas atuais tende, aliás, a quantificar estes privilégios e a mostrar concretamente os efeitos da dominação masculina.

A política atual, que, em nossa sociedade, visa a diminuir as "desigualdades", não deve nos deixar esquecer que elas perduram, sob pena de tomarmos nossos sonhos por realidade e não compreendermos mais nada.
A opressão das mulheres pelos homens é um sistema dinâmico no qual as desigualdades vividas pelas mulheres são os efeitos das vantagens dadas aos homens. Quando se atribui ao dividir uma torta sete partes aos homens e uma às mulheres, a luta por igualdade deve significar que se divida a torta em porções iguais. Logo, os homens terão menos! Não somente homens e mulheres não percebem da mesma maneira os fenômenos, que são no entanto designados pelas mesmas palavras, mas sobretudo não percebem que o conjunto do social está dividido segundo o mesmo simbólico que atribui aos homens e ao masculino as funções nobres e às mulheres e ao feminino as tarefas e funções afetadas de pouco valor.

Esta divisão do mundo, esta cosmogonia baseada sobre o gênero, mantém-se e é regulada por violências: violências múltiplas e variadas as quais "das violências masculinas domésticas aos estupros de guerra, passando pelas violências no trabalho" tendem a preservar os poderes que se atribuem coletivamente e individualmente os homens à custa das mulheres. A construção do masculino: dominação das mulheres e homofobia. "


Daniel Welzer-Lang

sexta-feira, março 11, 2011

A FALTA BÁSICA NA MULHER...


O VAZIO DA MÃE...

A falta de reonhecimento dos nossos desejos é uma falta de reconhecimento da nossa existência, posto que 242 que é o nosso impulso vital não encontra resposta. E isto produz-se depois do nosso nascimento no qual sofremos muito e nos sentimos morrer. Todo ele produz um sentimento de que a nossoa existência está seriamente ameaçada. A Falta Básica, no âmbito mais profundo da nossa psique, guarda essa angústia existencial, a angústia do questionamento da existência.

O vazio da mãe, como vemos neste livro, é o vazio que fica na mulher que foi excluída, proibida, enviada para os infernos; um vazio cheio de medos e de angústia, porque a mulher desnaturada não é capaz de reconhecer e de saciar os desejos do seu bebe e de lhe impulsionar a sua vitalidade.
A reivindicação da condição da mulher é a reivindicação de um outro mundo. Por isso a mãe, a maternidade, a mutterlich e a Muttertum são incompatíveis com a família e com o trabalho assalariado; nós, as mulheres, somos, na verdade incompatíveis com ela, com o Estado e com o Capital. Somos o real-impossível.

Quando formos capazes de ver o que foi destruído dentro de nós mesmas, a nossa sexualidade que perdemos, e por outro lado o vazio, essa falta interior, o sofrimento que a a nossa anulação desencadeia, seremos a maior força revolucionária jamais vista ou imaginada, impulsionadas por um caudal infinito de energia libinal liberta.

(in REFLEXIONES SOBRE LA VIOLENCIA INTERIORIZADA EN LAS MUJERES)

Casilda Rodrigáñez Bustos.

quarta-feira, março 09, 2011

TEMENOS: O CORPO FEMININO...


“Aquilo que o ocidente reprime na sua visão da natureza é o ctónico, termo que significa “da Terra”, mas das suas entranhas, não da superfície.”

Camille Paglia

temenos

É uma palavra grega que significa lugar sagrado e protegido:

“O corpo feminino é um espaço secreto, sagrado. É um recito ritual, um temenos, palavra grega que adoptei nos meus estudos sobre arte. No espaço marcado do corpo feminino, a natureza opera o seu registo mais tenebroso e mecânico. Cada mulher é uma sacerdotisa que guarda o temenos dos mistérios demónincos.
(…)
O corpo feminino é o protótipo de todos os espaços sagrados, desde a caverna-santuário, ao Templo e à Igreja. O Útero é o velado santo sanctorum, um grande desafio, como veremos, para polemistas sexuais como William Blake, que procura abolir a culpa e o secretismo do sexo. O tabu que envolve o corpo feminino é idêntico ao que sempre paira sobre os lugares mágicos.
A mulher é literalmente o oculto, o esconso. Estes misteriosos significados não podem ser alterados, podem apenas ser suprimidos temporariamente, até irromperem de novo na consciência cultural. Nada pode fazer contra o arquétipo. Só destruindo a imaginação e a lobotomizando o cérebro, só castrando e operando, é que os sexos se tornariam iguais. Até lá, temos de viver e sonhar na demónica turbulência da natureza.”

In Personas sexuais de Camille Paglia

NOTA A MARGEM:

As mulheres, dentro do SISTEMA PATRIARCAL apesar de, hoje em dia, se julgarem libertas e emancipadas do ponto de vista social económico e político, ainda acusam todas o mesmo sindroma de sujeição e rendição ao homem e aos seus padrões culturais e religiosos, nomeadamente quando se trata de um mentor espiritual, um presumível mestre…tal como o faziam com os pais e os padres …é ver a luta entre elas e as suas manobras para serem as primeiras das capelinhas de qualquer Bairro esotérico…ou como na Roma antiga ou Grécia, num Harém…ou num gineceu…
A ver quais as mais virtuosas, santas ou as mais devotadas, neste caso…para que o olhar redentor do Homem as salve da sua miséria e do pecado….
RLP
***

temenos

É uma palavra grega que significa lugar sagrado e protegido; psicologicamente, indica tanto um recipiente pessoal quanto o sentido de privacidade que cerca um relacionamento analítico.
Jung acreditava que a necessidade de estabelecer ou preservar um temenos é muitas vezes indicada por desenhos ou imagens oníricas de natureza quaternária, como as mandalas.
O símbolo da mandala tem exactamente este significado de lugar sagrado, um temenos para proteger o centro. E é um símbolo que é um dos mais importantes motivos na objectivação das imagens inconscientes. É um meio de proteger o centro da personalidade, pois impede que ela seja atraída para fora ou que seja influenciada pelo mundo exterior.

in "Léxico Junguiano" de Daryl Sharp, pág. 153-154

terça-feira, março 08, 2011

MULHER - C O R O N A M U N D I

Eu sou a tua Coroa e o teu diadema,

A Rosa que se abre no meu peito

Quando o ar que pela tua boca respiro

Entra na minha e te beijo...

(rlp)



"Quem pode "dizer" o milagre da MULHER melhor que a Vida mesma que Nela se forma e emerge, que Nela adquire contorno e som?

Quem pode "representar" esse milagre? Quem pode reinventar o poder delicado e o abismo simétrico da MULHER? Quem pode teorizar sobre o perfume da exótica alegria, sobre a tristeza que é sorriso e sobre a dor que é a Vida?

Quem pode mascarar o prazer latente e o diálogo aquático e sem fim? Quem pode calar o vasto murmúrio do movimento perpétuo do amor ou o grito da justiça alada?

Quem pode dar nome vivo ao Nome Vivo que é MULHER? Que anjo impossível fará a vez do canto materno? Que virtude muda pode eclipsar a exuberância das colinas? Que sinfonia pode fazer crescer as plantas mínimas e multiplicar as células vibrantes? Qual a formula para o milagre que respira?

Quem, senão Ela, olhou, com olhos divinos, a substancia adormecida e, mudando uma era, afirmou: também tu existes, matéria! E que entendimento respira no peito, Dessa, onde o Coração Universal arde?

Arte nenhuma e toda a Arte, a MULHER calou o esteta e paralisou o violento. Até os demónios escuros emudeceram quando a Deusa se desvelou e mesmo os astronautas choraram como crianças quando contemplaram a joia safira, ópera matemática e física sob o Sol.

Quem pode abençoar a colheita e ainda assim rir da ambição? Quem guardará das ondas do medo o cordeiro e o bezerro e ainda assim rugir como leoa? Que ideia pode nascer onde a MULHER secou? Que lar maior pode erguer-se onde a MULHER se calou?

Um milhão de anos passaram e a esfinge de carne e luz, doce e exacta, em cada MULHER, ainda mantém as pálpebras descidas, em vigília secreta, longe do pântano da História: cada guerreiro que cai, cada criança no nevoeiro, cada ancião sem rosto, uma flecha no Seu corpo.

Nas grutas oceânicas com cabelos verdes, nas gazelas humanas dos Massai, nos bordados filandeses, nos pináculos de Constantinopla, em Milão de design subtil, ela existe plena e desconhecida, focada e desfocada, mítica e tangível.

Quem pode conter a perigosa ousadia de Artemísia, quem mumificará Atenas? E quem domesticará Perséfone? Que máquina se chamará Demeter? Quem decepará o braço erguido de Héstia? Quem pode julgar a dança vermelha de Afrodite? E quem olhará alguma vez Sophia nos olhos?

Quem curou o corpo e encantou a alma do soldado? Quem tocou o metal perigoso e radioactivo? Quem calou a multidão e escutou o profeta? Quem subiu a montanha para encontrar a raíz preciosa? Quem chamou amigo aos animais e ainda assim afastou a hiena? Quem manteve o fogo aceso na noite de chuva?Quem moeu o pão e salgou o peixe? Quem desenhou no quadro as primeiras linhas dos sons da fala?

Quem atravessou o deserto cantando para os homens e caindo, e cantando? Quem guardou o livro do génio enlouquecido? Quem confraternizou com o marinheiro e se perdeu na distancia? Quem escreveu A Obra ao Negro? Quem viu as órbitas dos astros no seu útero? Quem escutou a Voz e escreveu a Yoga do Fogo?

Quem, em Veneza, atravessou a noite para amar? Quem, em Assis, aspergiu água pura na testa do Visionário? Quem viu pela primeira vez o corpo ressurrecto do Apolo da Nazaré?

Esta, e estas, e tu mesma, sempre, és o veio radiante onde o templo antigo se renova rumo aos futuros de neon iridescente, onde veados de quartzo vivo e cetáceos de neon consciente transportam as crianças alucinantes da Alegria Vertical.

Dizer "ergue-te da teia do tempo e liberta-te das mentes arcaicas" é dizer muito, e pouco, porque tu guardas a Coroa do Mundo, a coroa que será doada a todos os homens no Dia Puro, o Dia da cura das Nações.

Em ti, MULHER, o meu olhar se perde e o meu coração canta, as minhas veias enchem-se de honra e poder, a minha alma se significa mais, o meu corpo se encontra e o meu Espirito se revela.

Não te esqueças de nós, os loucos, hombres, compadres, compañeros, esposos, amantes, guerreiros, reis rídiculos, escultores, quixotes patéticos, cosmonautas, mártires e messias, governantes e errantes...

Não te esquecas de nós, faroleiros, geómetras, los machos, vastos, toscos, renascentistas, pais severos, heróis assustados de alma fragmentada e coração suspenso, esvaídos nas cavernas da líbido e nas arenas da guerra, nos mundos das mentes sem eixo , no mundo de todos os descontentamentos... nas catedrais de silencio ... nos violoncelos azuis...

Encontrar-nos-ás no cume da falésia, frente ao mar, sempre, segurando a Rosa que é o Tesouro do Ser.. para ti...

Porque só tu poderás curar este mundo, MULHER."

Andre Louro 2011

segunda-feira, março 07, 2011

la división que encontramos entre una mujer y otra mujer


REFLEXIONES SOBRE LA VIOLENCIA INTERIORIZADA EN LAS MUJERES

Casilda Rodrigáñez Bustos. Vitoria, noviembre 2003
"Sin madre no puede haber hermandad; el fratricidio es la
consecuencia inmediata del matricidio, de la falta de madre. "

La mujer se encuentra desde el principio sin una forma propia de existir,
como si el existir de la mujer se hallase ya incluído en una forma de existir (mujer, madre,hija, etc.) que la niegan en cuanto a mujer. Ser madre significa existir y usar el propio cuerpo en función del hombre, y por lo tanto una vez más carecer del sentido y del valor del propio cuerpo y de la propia existencia a todos los niveles. Esta negación de sí misma es interiorizada a niveles tan profundos que es como si las mujeres, a lo largo de toda su historia, no hiciesen más que repetir esta experiencia de autodestrucción. Por eso, el discurso sobre la violencia masculina, sobre la vejación, sobre la dominación, sobre los privilegios, etc. seguirá siendo un discurso abstracto si no se tiene en cuenta el aspecto interiorizado de la violencia , la violencia como negación de la propia existencia. La negación de sí misma empieza a funcionar desde el nacimiento, a partir de la primera relación con la madre, donde la madre no está presente como mujer con su cuerpo de mujer, sino que está allí como mujer del hombre, para el hombre (...)

El hecho de que la niña viva la relación con la persona de su sexo sólo a través del hombre, con esta especie de filtro que hay entre ella y la madre, es la razón más profunda de la división que encontramos entre una mujer y otra mujer; las mujeres estamos divididas en nuestra historia desde siempre, (...) al no conseguir mirarnos la una a la otra, al no ser capaces de contemplar nuestro cuerpo sin tener siempre presente la mirada del hombre.(...)

Del hecho de que la mujer no encuentra en la relación la madre el reconocimiento de su propia sexualidad, del propio cuerpo, procede después toda la historia sucesiva de la relación con el hombre como relación donde la negación de todo lo que tú eres, de tu sexualidad, de tu forma de vida, ya se ha producido.

Lea Melandri. La infamia originaria (1)
(subrayados de ella)
(pintura de Lena Gal)

sábado, março 05, 2011

FALA-ME DE TI...


HINO PAGÃO


Fala-me da Terra Mãe e do chão que pisas e das sementes que semeias…
Fala-me dos elementos, do que te alimenta e dá verticalidade e anseias…

Fala-me da brisa quente e das papoilas que bailam ao vento vermelhas,
E voam na planície livres como gotas de sangue…
Fala-me das árvores e das suas raízes e de como te ligam a ela…

Fala-me dos animais, das aves, das borboletas e das flores...

Fala-me do ar que respiras e do teu coração que bate...
Ao ritmo da vida que pulsa em ti e em mim quando me abraças…

Oh fala-me da Deusa que te habita e do teu anelo com ela,
Da esperança de uma nova Terra bela, mais justa e pacífica…
E não de outras dimensões e de mundos paralelos…

Fala-me das antigas sacerdotisas que dançavam descalças…
À volta do fogo sagrado… vivendo em êxtase profundo com a Deusa Mãe…

Fala-me das Mulheres que de mãos dadas e em círculos nos davam a coragem de sermos inteiras e de ventre a ventre nos ligavam à terra e às suas entranhas…

Fala-me de ti e de como te sentes viva e vibras nesta evocação….
Diz-me como vives a plenitude do teu ser no júbilo da sua sagrada união!

Ah! Mas não me fales mais do pensamento dividido nem das estrelas longínquas…nem do céu lá em cima sem que cumpras o teu destino…
E te dês de corpo alma e espírito…antes de tudo, fiel à Deusa Mãe…


Rosa Leonor Pedro

quarta-feira, março 02, 2011

O LABIRINTO...



O MEDO DA MULHER...

"O CORPO FEMININO É O LABIRINTO ONDE O HOMEM SE PERDE"



“A PASSAGEM DO CULTO DA TERRA AO CULTO CELESTE DESLOCOU A MULHER PARA A ESFERA INFERIOR”*.

“É correcta a identificação mitológica entre a mulher e a natureza. O contributo masculino para a procriação é fugaz e momentâneo. A concepção resume-se a um ponto diminuto no tempo, apenas mais um dos nossos fálicos pico de acção, após o qual o macho, tornado inútil, se afasta. A mulher grávida é demonicamente (diamon), diabolicamente completa. Como entidade ontológica, ela não precisa de nada nem de ninguém. Eu defendo que a mulher grávida, que vive durante nove meses absorta na sua própria criação, representa o modelo de todo o solipsismo, e que a atribuição do narcisismo às mulheres é outro mito verdadeiro. A aliança masculina e o patriarcado foram os recursos a que o homem teve de deitar a mão a fim de lidar com o que sentia ser o terrível poder da mulher. O corpo feminino é um labirinto no qual o homem se perde. É um jardim murado, o hortus conclusus do pensamento medieval, no qual a natureza exerce a demónica feitiçaria. A mulher é o construtor primordial, o verdadeiro Primeiro Motor. Converte um jacto de matéria expelida na teia expansível de um ser sensível, que flutua unido ao serpentino cordão umbilical, essa trela com que ela prende o homem.”*

Percebo que tanto homens como mulheres se sintam incomodados por eu “defender” exaustivamente as mulheres e por isso me acusam de radicalismo, quando não de outra coisa qualquer. Tanto os homens como as mulheres reagem às minhas tomadas de posição e me acham exacerbada ou tendenciosa…O que eu queria porém esclarecer é que de facto eu não pretendo criar antagonismo nem divisão entre o homem e a mulher. Não é aí que está o cerne da questão. O meu trabalho nada tem a ver com oposição ou antagonismo em relação ao ser homem. Apenas trabalho com a consciência do ser mulher em si dado o afastamento da mulher comum da Mulher original, coisa que os próprios homens não podem entender à partida e naturalmente julgam-se injustiçados por aqui se defender as mulheres sem evocar os homens bons ou justos…os homens femininos… (curiosamente acho que a virilidade de um homem está mesmo no seu feminino integrado, o contrário disso são os machos que hoje em dia preferem machos a fêmeas).

Eu sou uma Mulher, feminino versus masculino integrados, mas é como mulher que reflicto e expresso o que sinto. Falo da natureza do ser Mulher. Não entendo como há mulheres a falar sobre a natureza dos homens nem como há homens a falar sobre a natureza das mulheres porque obviamente são naturezas distintas e reflectem aspectos da vida opostos ainda que complementares no caso de ambos os seres estarem em paridade interior digamos o que não acontece em geral.
O que acontece com a mulher, do meu ponto de vista e entendimento (e não com o homem) é que ela está dividida em dois aspectos de si – de um lado o maternal e do outro o erótico – e isso causou uma cisão na própria mulher que a divide em duas. Pretende-se que hoje essas diferenças não existam, mas é pura ficção. Será assim tão difícil o que estou a dizer sendo tão óbvio na nossa sociedade a existência das duas mulheres? Não é assim que vemos de um lado a pobre prostituta e a desgraçada, ou a mulher fatal e do outro lado a mulher honesta, séria e recatada, ainda hoje? …De onde vem essa divisão e essa distinção e essa separação; onde é que ela começa senão na cabeça dos homens que a projectaram nas mulheres considerando uma mulher boa e outra má e pecadora de acordo com os conceitos religiosos de quase todas as cosmogonias e o pecado (a sujidade da mulher associada ao sangue da vida… e não da morte) e toda essa inacreditável pregação milenar religiosa que sempre perseguiu as mulheres? É mentira que a Inquisição existiu? Que perseguiram e mataram milhares de mulheres em fogueiras os cristãos? Que a percentagem de mulheres e homens queimados faz a diferença abismal dos 90 por cento ou mais?
Eu não estou com isto a acicatar as mulheres contra os homens nem a culpá-los individualmente. É uma realidade histórica abafada tal como a Deusa Mãe o foi. Se os homens se sentem discriminados ou fora do texto, é porque não querem ver onde e como o mundo subjugou a mulher e a manipulou e ele próprio se sente ainda tão senhor de si mesmo que nem pensa ou olha os factos reais.

NO meu trabalho eu procuro apenas trazer à mulher uma consciência de si que ela não tem e que se perdeu nos confins do tempo dessa saga milenar de luta do homem contra a natureza e a mulher pelo medo de ser submerso pelas forças instintivas. Trata-se da consciência do seu ser em profundidade, a parte que a sociedade patriarcal de facto conseguiu suprimir e alienar na mulher tornando-a um ser metade de si mesma. Este aspecto que eu foco nada tem a ver com a dualidade na manifestação, mas numa cisão da mulher em si. Isso acontece porque a mulher na sociedade ocidental, pela força dos arquétipos da Virgem por um lado e da Pecadora por outro, está dividida em dois estereótipos ou mais que a dilacera e nem ela mesma tem consciência disso e é por essa razão que assistimos a tamanhas discrepâncias na sociedade em relação ao ser mulher e a própria mulher aceita submissamente toda essa divisão, julgando que ela é sempre a aceite…e não a rejeitada…ou a enjeitada, ela é sempre a senhora e a outra é que é a culpada.

Mas digamos que não há culpados nesta história mas sim responsáveis…e no caso específico do nosso mundo é o homem quem assumiu o controlo da natureza e da mulher a seu belo prazer e isso são só os factos históricos. O que está por detrás dessa história porém é algo muito mais atávico e que se baseia no medo da morte e na incógnita da vida e do mistério da Natureza que o homem não conhece e a qual a mulher está indissociavelmente ligada…

“Os ciclos da natureza são os ciclos da mulher. A feminidade biológica é uma sequência de retornos circulares, que começa e acaba no mesmo ponto. A centralidade da mulher confere-lhe uma identidade estável. Ela não tem que tornar-se, basta-lhe ser. A sua centralidade é um grande obstáculo para o homem, cuja busca de identidade é bloqueada pela mulher. Ele tem que se transformar num ser independente, isto é, libertar-se da mulher. Se o não fizer acabará simplesmente por cair em direcção a ela. A união com a mãe é o canto da sereia que assombra constantemente a nossa imaginação. Onde existiu inicialmente felicidade agora existe uma luta. As recordações da vida anterior à traumática separação do nascimento podem estar na origem das fantasias arcádicas acerca de uma idade de ouro perdida. A ideia ocidental da história como movimento propulsor em direcção ao futuro, um desígnio progressivo ou providencial que atinge o seu apogeu na revelação de um Segundo Advento, é uma formulação masculina. Não creio que alguma mulher pudesse ter concebido tal ideia, já que a mesma é uma estratégia de evasão em relação à própria natureza cíclica da mulher, na qual o homem teme ser aprisionado. A história evolutiva ou apocalíptica é uma espécie de lista de desejos masculinos que desemboca num final feliz, num fálico cume”*
A mulher como Mãe e Deusa foi detentora de um poder inexplicável que levou o homem a adorá-la tanto como a odiá-la. Sabemos que os místicos a adoram enquanto pura e imaculada nos altares do mundo mas à mulher real, a mulher sexual instintiva foi e é projectara nos infernos…rejeitada… Adoram e rezam à deusa virgem que concebe sem pecado, mas a mulher sua mãe…e a sua mulher proibiu-a de ter prazer e amar o seu corpo e se dar…e o pior, obrigou-a a vender-se….e ainda hoje é essa a realidade das mulheres embora a nível inconsciente e não só porque é mais que evidente a violência sobre as mulheres a nível sexual embora se diga o contrário.

Calhou na história da humanidade a Mulher ser o espelho da Natureza cíclica e ctónica, por isso obscura e temível, e por medo das forças incontroláveis da natureza, o ser homem reflectiu no ser mulher o seu desejo de controlar o que lhe escapava ao seu domínio procurando ter poder sobre a mulher e a Natureza ao mesmo tempo…E o que fez à Mulher fez à Natureza e vice-versa. E o que hoje vemos no mundo em termos do mal, prostituição, degradação, exploração e depredação do homem à natureza e a mulher é bem patente na fauna e na flora e nas crianças no mundo abandonadas à sua sorte e isso é algo de abominável…
Só não vê isso quem é cego.

O homem por medo da mulher e do seu próprio abismo – nascimento e morte - destruiu a vida e a natureza… Nada o salvará senão a descida ao Labirinto…
rlp
*In Personas Sexuais de Camille Paglia

terça-feira, março 01, 2011

As nossas raízes pagãs, o nosso fogo interior…


A Deusa Brigit
O seu nome significa "flecha de poder".
Brigit era chamada A Poetisa.
Brigit tinha uma ordem dedicada a ela, formada só por mulheres, em Kildare, na Irlanda, que se revezavam para manter o fogo sagrado sempre aceso. Deusa do fogo, da fertilidade, das lareiras, de todas as artes e ofícios femininos, agricultura, criação de gado, curas, medicina, artes marciais, inspiração, aprendizagem, poesia, adivinhação, profecia, amor, feitiçaria, ocultismo.

Precisamos de encontrar a nossa origem cultural, as nossas raízes pagãs, o nosso fogo interior…


- Acordei hoje a pensar com profundo desgosto e cólera – sinto que me torno mais radical à medida que envelheço... - em como as mulheres perdem a sua beleza interior por medo de si mesmas e das outras mulheres, por medo de se olharem nos olhos e tocarem...
Em como essa Grande Magia Feminina se perdeu no medo, na obsessão do sexo (do falo) e do poder, sem saberem da separação do seu ser essencial. Só a Alquimia das mulheres unidas e em círculo permitirá de novo essa Magia...
Os patriarcas sabiam...por isso as dividiram em dois seres inimigos dentro delas mesmas...mulheres cindidas, nascidas a odiar a Mãe, a Velha e a Sábia para competirem umas com as outras pelo poder do dinheiro e do homem...eternas mulheres-crianças... perdidas de si e da sua beleza interior...doentes e mentirosas...servas do Sistema que as mutila e as torna meros objectos sexuais...barrigas de aluguer...vendendo filhos para a guerra...

O poder espiritual da Mulher está no seu Útero, que a liga às forças telúricas; são as suas raízes na terra, através do seu poder interno que se estendem e a ligam ao céu e ao Cosmos...Sem essa ligação entre o que está em baixo com o que está em cima, a Alquimia do Ser não se realiza. Por isso o homem precisa da mulher com a mulher precisa do seu dom de criação...o mais é desvirtuar a essência das coisas, é alienar-se dos fundamentos da vida. A mulher só é um Pilar da construção do novo mundo se estiver unida ao seu ser essencial. E só assim o homem também poderá ser o outro pilar...

rlp