O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, maio 20, 2011

O MEDO DE SER BRUXA OU FEITICEIRA...

HECATE PRESIDE SOBRE OS MOMENTOS DE VERDADE




 


“Quando se fala de verdade para alguém, tal verdade abala os fundamentos de uma premissa, este momento se torna uma encruzilhada na estrada. Do mesmo modo, quando se perde a verdade, Hecate é a sabedoria interior que prepara a pessoa para ouvi-la. Às vezes, a pessoa pode encontrar-se inesperadamente no entroncamento de Hecate quando algo acontece que a coloca na berlinda. Pode ser uma exposição pública que exija uma declaração oficial. Ou sabendo que “calar é consentir”, a pessoa pode dar-se conta de que esse é o momento de se contar a verdade doa a quem doer. À parte o facto da influência que se possa ter sobre a situação, tais momentos de decisão são verdadeiros aparadores de arestas da alma.

Às vezes, quando se sabe o que se tem a fazer pode parecer meio herética, surge um medo irracional, uma reacção emocional que parece antecipar o grito de “Queimem a Bruxa”. Esse medo é transpessoal e parece estar alojada na psique feminina, bem próximo da superfície, onde ainda se esconde o pavor de ser rotulada e perseguida como feiticeira. Sentir o medo e fazer o que precisa ser feito, não obstante exige muita coragem. Com o efeito do campo mórfico, quanto mais mulheres confrontarem esse medo colectivo, mais fácil se tornará para outras fazerem o mesmo.

Quando Perséfone voltou do mundo subterrâneo, Hecate tornou-se a sua companheira constante. E assim funciona connosco. A sabedoria de Hecate se adquire com a experiência da vida – de se ter vivido uma longa vida. Com Hecate, a idade se torna sabedoria.





In  AS DEUSAS E A MULHER MADURA

JEAN SHINODA BOLEN

2 comentários:

Marizei disse...

Rosa

Creio que o medo advém daquilo que não conhecemos . e não se estar preparada para admitir o verdadeiro eu . o ser mágico que existe dentro de nós com os poderes os dons que temos .
já faz tempo que esta figura mora dentro de mim mas aceitá-la tem demorado.

:) grata
Maria Ramos

Ná M. disse...

Maria Ramos que lindas suas palavras..... !
Sim !!!!!!!!!!!!!!!
Quanto mais verdade, mais nosso ser se revela... Pq quando crianças, fomos obrigadas a nos calar.. tivemos que reprimir partes nossas para ser aceitas.. Isso é tão cruel , minha Mãe =(((( que tristeza me dá ....
E então algumas de nós vão crescendo e pensando.. não deixam de pensar e questionar , e observar, buscar informações ....
E é difícil nos abrir.. (eu mesma o lugar que mais consigo me abrir é aqui...)
É difícil também agirmos diferente ..... sim ....