O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, julho 29, 2011

O CHAMAMENTO DA MUSA


"O CAMINHO DA DEUSA "


Enlouqueci ou a Musa chama-me?
Não a ouves?
Não a ouves nas folhas que sussurram,
na voz suave do vento, no riso da água?
Não a ouves?

Se é loucura, que eu enlouqueça!
Que eu parta em busca dela, gritando
ao céu brilhante: desce deusa que cantas, desce:
traz-nos a tua música imortal:

O som das flautas que tocam como o vento
sobre a erva que se curva, ao som das cordas tangidas
como a súbita luz do Sol, o som límpido
da tua voz que emociona o mundo inteiro.

de Patricia Monaghan


“Sem mãe não se pode amar, sem mãe não se pode morrer”

- Deste trecho salienta-se sem dúvida a importância da Mãe iniciadora, da Mãe que dá a vida e a morte...Quando se conclui que sem Mãe não se pode amar nem morrer, está-se a dizer mesmo sem querer que a sociedade patriarcal ao matar a mãe e anular a mulher está a impedir todos os seres de amar e de saber morrer, porque só se pode saber morrer amando a vida e quem nos dá a vida e representa as forças da própria Terra. Quem não ama a mãe, não respeita as mulheres, não pode respeitar a natureza. É por isso que o mundo se encontra neste estado de desequilíbrio e guerra onde os filhos sem mãe ou os filhos da ”puta” que os homens criaram ao dividir a mulher em duas, só sabem odiar e matar e ver no próximo um inimigo a abater.
Sem a Grande Mãe, sem a Deusa e sem o princípio feminino o Mundo caminha para um caos em que as sociedades belicosas e falocráticas se armam e recorrem aos exércitos para se defenderem e atacar em vez de se darem e amarem como seres humanos e fraternos. Vivemos num mundo às avessas...em que as mulheres divididas em si lutam umas contra as outras em vez de se unirem...e fazerem tudo para salvar o Planeta…
rlp

terça-feira, julho 26, 2011

CAMPOS MORFOGENÉTICOS...

Ana Paula Ivo deixou um novo comentário na sua mensagem


"MULHERES: O MEDO DE SI MESMAS E DAS OUTRAS MULHERES...":

Rosa Leonor,

Quem de nós a poderá interpretar mal ou, simplesmente, não a compreender quando se disponibiliza exemplarmente para escrever (materializar) a sua visão (reflexão consciente) sobre a mulher que há em si, uma "fatia da grande tarte universal" da qual todas nós fazemos igualmente parte. Só posso agradecer-lhe por não desistir e por insistir na divulgação, na chamada de atenção e, até de muito pedagógicamente, nos instruir insistentemente. Eu agradeço, até porque acredito nos campos morfogenéticos, e sei que um dia estaremos todas unificadas.

Deixo-lhe um muito carinhoso e solidário Abraço de Luz.

Ana P. Ivo
»»«
ANA: Aproveito para lhe agradecer aqui as suas palavras de incentivo e reconhecimento. E porque o que diz é extremamente importante. Não encontrei o texto onde fez o comentário e li-o através do correio...
rlp


AS VEZES, A TRAVESSIA DO DESERTO...

No tempo do deserto tudo é imensamente lento... é o tempo da alma. É o tempo em que nos aproximamos do nosso outro eu, da essência, daquela que viveu noutros espaços que faz parte de nós, que não está aqui aqui, mas que sentimos próxima....
É o tempo em que captamos os sonhos. O deserto aparece nesse espaço em que ainda não sabemos o que é, mas sabemos que existe.... é o espaço do pressentir....por isso a inquietação, a má lua, a saudade...
O tempo do deserto é o tempo do ser feminino, que acolhe o universo em si. É também o espaço da sede e da busca do oásis e por vezes das miragens.....mas esta só se sacia quando o pressentir se transforma em sentir consciente, quando a inquietação dá lugar ao sentido, à imagem, à ideia, ao conceito... Assim é o tempo do ser mulher; Um tempo que passa por desertos e oásis.

ANA VIEIRA

sexta-feira, julho 22, 2011

MARIA MADALENA


"Eu estou aqui para lhes dizer como a energia feminina é preciosa e quanto a voz feminina precisa ser ouvida neste momento. Mulheres – como portadoras das sementes de sua linhagem, vocês são da máxima importância. E vocês sabiam que o seu sangue e os fluídos do seu corpo são especialmente codificados? E as vozes da Deusa – virgem, mãe, idosa – estão se lamentando, se lamentando, se lamentando, sentindo a destruição da Terra. Vocês podem ter notado a quantidade extraordinária de chuva ultimamente e que os oceanos têm se desequilibrado. Os fluidos da Terra estão perturbados.

O Poder das Mulheres

Observem o que aconteceu às mulheres neste momento na história humana. As mulheres assumiram por algum tempo o papel tanto do masculino quanto do feminino. A energia feminina quer resplandecer no mundo, mas há ainda há estimulação a ser feita! As energias masculinas precisam fazer parte do equilíbrio. As mulheres usam muitos chapéus; freqüentemente elas são mulheres de carreira, esposas, mães, cozinheiras e donas de casa, todas em uma. Isto pode se tornar opressivo. Muitos – os médicos com os seus hormônios sintéticos, os políticos com as suas agendas exaustivas e inoportunas – não estão compreendendo as necessidades das mulheres.

As mulheres são intrinsecamente fortes, elas vêem o que precisa ser atendido e elas o fazem. Algumas argumentariam que elas são muito mais firmes na longa jornada do que os homens da espécie, capazes de executar várias atividades ao mesmo tempo, muito mais adaptáveis, intrinsecamente envolvidas pela cooperação ao invés da competição. E estes traços não são extremamente necessários no século vinte e um?

A questão para a mulher moderna é: "Eu posso ser única e eu mesma enquanto ainda trago a essência do que é feminino?" Por que vocês acham que tantos estão interessados em minha verdadeira natureza neste momento? Talvez a minha súbita revelação seja apenas um reflexo do que as mulheres estão finalmente se questionando:


"Qual é a minha verdadeira imagem? Como eu quero ser vista no mundo? Os outros me vêem por quem eu verdadeiramente sou, ou eles vêem somente o que eles querem que eu seja – dócil, subserviente? Eu sou atraída pelo que os outros esperam de mim? Eu permito que os outros me vejam bem menos do que eu sou destinada a ser?"

Eu, Maria Madalena, levo a intenção de iluminar o divino, o poder sagrado do feminino. Eu encarnei nesta existência em particular, com o compromisso, a paixão e a excitação pela minha jornada, pela minha participação no drama divino. Nesta existência, eu fui sábia, sacerdotisa, amante, mãe, mística. Eu era algo como uma agitadora, e os homens deste tempo não sabiam o que fazer comigo. E, entretanto, eu não estava preocupada com o que os outros pensavam de mim, contanto que eu realizasse a minha missão. As pessoas sempre tiveram uma forte opinião sobre mim, de um modo ou de outro. Parece que eu trago opiniões extremas com a minha energia. Bem, eu sempre fui uma apaixonada.
(...)
Texto canalizado, atribuido a Maria Madalena.
através de Suzanne Gould 2007

quinta-feira, julho 21, 2011

Lilith ainda...na poesia de uma escritora libanesa...




O REGRESSO DE LILITH (excertos)
Joumana Haddad

Eu sou Lilith, a deusa das duas noites, que regressa do exílio.Sou Lilith, a mulher-destino. Nenhum macho pode escapar à minha sorte, e nenhum macho lhe quererá escapar.

Eu sou as duas luas Lilith. A negra é complementada pela branca, pois a minha pureza é a centelha do deboche e minha abstinência, o princípio do possível. Eu sou a mulher-paraíso, que caiu do paraíso, sou a arrasa-paraísos.

Sou a virgem, rosto invisível da devassa, a mãe-amante e a mulher-homem. A noite porque eu sou o dia, o lado direito porque sou o lado esquerdo, e o Sul porque sou o Norte.

Eu sou Lilith dos seios brancos. Irresistível é o meu encanto, pois os meus cabelos são negros e longos e de mel os meus olhos. Diz a lenda que fui criada a partir da Terra para ser a primeira mulher de Adão, mas não me submeti.

Sou a mulher-festa e os convidados da festa. Feiticeira alada da noite é o meu apelido, e sou deusa da tentação e desejo. Chamaram-me patrona do prazer gratuito e da masturbação, liberta da condição de mãe para ser o destino imortal.

Eu sou Lilith, que retorna da masmorra do esquecimento branco, leoa do senhor e deusa das duas noites. Recolho na minha taça o que não pode ser recolhido, e bebo-o pois sou a sacerdotisa e o templo. Esgoto todas as intoxicações para que não acreditem que eu posso beber. Faço amor comigo mesma e e reproduzo-me para criar um povo da minha linhhagem, depois mato os meus amantes para dar espaço àqueles que ainda não me conheceram.

Regresso do calabouço do esquecimento branco para quem ainda me não conhece, volto para marcar lugar e para que não creiam que eu posso beber, da brancura do esquecimento para enraizar a vida e para que o número cresça, para matar os meus amantes eu regresso.

Eu sou Lilith, a mulher-floresta. Não vivi uma espera desejável, mas sofri os leões e as espécies puras de monstros. Fecundo todas as minhas costas para construir a história. Agrego as vozes nas minhas entranhas para que o número de escravos esteja completo. Como o meu próprio corpo para que me não tratem como faminta e bebo a minha água para nunca sofrer a sede. As minhas tranças são longas no inverno, e as minhas malas não têm tecto. Nada me satisfaz, nem me sacia, e eis que regresso para ser a rainha dos perdidos no mundo.

Sou a guardiã do bem e do encontro dos opostos. Os beijos no meu corpo são as feridas de quem tentou. Da flauta das duas coxas sobe o meu canto, e do meu canto a maldição espalha-se em água sobre a terra.


Sou Lilith, a leoa sedutora. Mão de cada servidor, janela de cada virgem. Anjo da queda e consciência do sono leve. Filha de Dalila, Maria Madalena e das sete fadas. Nenhum antídoto para a minha condenação. Da minha luxúria, erguem-se as montanhas e abrem-se os rios. Venho de novo para furar com as minhas ondas o véu do pudor, e para limpar as feridas da falta com o perfume do deboche.


Da flauta das duas coxas sobe o meu canto

E da minha luxúria abrem-se os rios.

Como não poderia haver uma maré

de cada vez que entre os meus verticais lábios brilha um sorriso?


Porque eu sou a primeiro e a última

A cortesã virgem

O medo cobiçado

A adorada desprezada

E a velada desnuda

Porque eu sou a maldição do que precede,

O pecado desaparecido dos desertos quando abandonei Adão.

Ele andou aqui e ali, quebrou a sua perfeição.

Desci-o à terra e acendi para ele a flor da figueira.


Eu sou Lilith, o segredo dos dedos que insistem. Quebro caminhos divulgo sonhos rebento as cidades do macho com o meu dilúvio. Não reuno dois de cada espécie na minha arca Em vez disso, volto a eles, para que o sexo se purifique de toda a pureza.

Eu, versículo da maçã, os livros escreveram-me, ainda que não me tenham lido. Prazer desenfreado esposa rebelde o cumprimento da luxúria que leva à ruína total. Na loucura se entreabre a minha camisa. Os que me escutam merecem morrer, e aqueles que me não escutam morrerão de despeito.

Eu não sou nem a rebelde nem a égua fácil.

Antes o desvanecer do pesar último.

Eu Lilith o anjo devasso. Primeira fuga de Adão e corrompidora de Satanás. O imaginário do sexo reprimido e o seu mais alto grito. Tímida pois sou a ninfa do vulcão, ciumenta pela doce obsessão do vício. O primeiro paraíso não pôde suportar-me. E caçaram-me para que eu semeie a discórdia na terra, para que governe nos leitos os assuntos dos meus sujeitos.

Sorte dos conhecedores e deusa das duas noites. União do sono e do despertar. Eu, o feto-poetisa, ao perder-me ganhei a vida. Regresso do meu exílio para ser a esposa dos sete dias e as cinzas do amanhã.

Eu sou a leoa sedutora e volto para cobrir as submissas de vergonha e para reinar sobre a terra. Venho para curar a costela de Adão e liberar cada homem da sua Eva.

Sou Lilith

Regresso do meu exílio

Para herdar a morte da mãe a que dei vida.

Joumana Haddad

(Traduzido do francês por Mariana Inverno)

terça-feira, julho 19, 2011

DESCUBRIENDO A LILITH



La desconocía y ya habitaba en mí

El deseo tornóse núcleo de la vida, de la identidad

Deseo, luego soy dice Lilith

y no puedes conformarte siendo objeto

porque tu cuerpo es vida, da vida, es un don...


La desconocía y ya habitaba en mi...


Recorre mundo, experimenta, siente, piensa, reflexiona

No puedes someterte y reducirte a una apertura de piernas

para la entrada de un falo vencedor


Lame, muerde, mira la rosa entre las piernas

que goza al abrirse al carmín

Carmín...

Carmín de sangre, carmín de labios, carmín de vulva


Recuerda, siente, conciencia la fuerza que vitaliza tu existencia


Goza y goza...sufre y sufre

porque no hay Paraísos prometidos salvo para los ilusos y sumisos;

para las mujeres-objeto, huríes cuya existencia se limita a dejarse penetrar

por los terroristas suicidas de la Humanidad


Aprende,siente, experimenta,

piensa, habla, escribe...

Fuerza, fuerza y camina...


No tiene identidad, y no obstante, dota de fuerza y movimiento a mi yo...


No es nadie y es la Madre de mi vida

Me hace múltiple y dota de fuerza mi individualidad



Es Lilith...
 
Ana Cortiñas

A questão da Sexualidade da Mulher

E AS DUAS MULHERES....




Resumidamente para mim a mulher perverte ou deixa perverter a sua sexualidade ao ser culturalmente manipulada pelo homem que lhe impõe as suas regras e o seu prazer e isto ao longo de anos e pouco se importou o homem com o prazer da mulher, bem pelo contrário: tapou-lhe o rosto, não a deixou sequer exprimir-se e chamou-lhe puta sempre que a mulher sentia prazer, violou-a, espancou-a etc....e digamos que este conflito vem desde Lilith...que se recusou a ficar por baixo de Adão...e as escrituras diabolizaram por desobedecer a Deus e ao Homem.
Claro que a questão não depende de práticas, nem de mentalizações, meditações ou de umas tantas posições do Kamasutras, nem de se realizar pelo Tantra… nem de qualquer outra especialização nas artes…Podem ajudar…mas sem a conciência e inteireza da mulher no seu veiculo físico e sem essa integridade interior, ela será sempre amputada de uma parte de si mesma.
Porque, quer queiramos ou não, antes de mais e à partida a sexualidade da mulher depende inteiramente dela ser uma mulher inteira e perceber quem é ela própria, depende de ela sentir-se livre para poder por si expressar-se à medida que se descobrir; e ainda que isso se possa revelar na relação homem-mulher ou mulher-mulher, tanto num caso como noutro, o modelo é-lhe imposto e não só num caso, a mulher vive a sua sexualidade manietada pelo homem-parceiro, como no outro entre mulheres, regra geral, uma delas faz-se de macho…e a outra tenta, como no casal “normal”, responder aos mesmos padrões....e o círculo é vicioso.
Seja como for, a mulher tem uma sensualidade própria, um erotismo que não se limita aos órgãos sexuais ou às zonas erógenas...e o homem como não ama a mulher de per se, não a conhece e raramente a respeita ao fazer sexo, (porque a sociedade não permitiu que a mulher fosse total e íntegra na manifestação do ser Mulher inteira) ela nunca se descobre e fica sempre aquém do seu potencial ou insatisfeita.
No entanto penso que se o milagre de Amor acontecer...e tudo depende do milagre de amor...o que é raro, pois não passa de um flache…pode-se ter uma percepção do que seria a fusão de duas almas e corpos…para além do orgasmo… o êxtase que não pode ser fabricado.
Enfim a questão é muito mais complexa e a continuar não sei onde iríamos parar…

Mas uma coisa eu sei, tudo se prende no facto de quem devia iniciar o homem ao amor deveria ser a Mulher, ela sim iniciada por natureza, e para isso teria de ser inteira – não poderia haver essa cisão das duas mulheres – erro (pecado?) que vem da profanação do sagrado que é em si o corpo da mulher, substituído pela ideia de corpo=objecto de desejo e não a mulher como pessoa que deseja…uma vez que lhe foi retirado esse direito.
Assim, a fragmentação da mulher em duas metades…a casta esposa virgem e sem prazer e a puta que dá o prazer e a quem se paga o serviço, é a causa directa do sofrimento da mulher em grande escala e à escala mundial. Manter essas duas mulheres, divididas nesta prática secular, é um crime e uma aberração contra a mulher genuína e inteira. E como digo algures, não é invertendo os termos do contracto e da exploração da mulher…que está a solução…
Porque a verdadeira mulher, a mediadora das forças cósmico-telúricas, que cumpria essa função de iniciadora do amor, revelação dada como sagrada, enquanto sacerdotisa da Deusa e iniciava os homens a essa união como Deusa do Amor, essa Mulher não existe há muito…
Não se tratava pois de “prostituição sagrada” como vulgarmente se diz, mas de uma iniciação no Templo da Deusa, uma preparação para a vida amorosa do homem. Quando o culto da Deusa foi suprimido isso sim e paulatinamente a mulher foi dividida nas suas funções, a de mãe por um lado e a de mulher de prazer por outro…digam lá o que disserem hoje, e tudo isto é escamoteado, nada mudou no inconsciente colectivo dos indivíduos…
E, para mim, sem essa grandeza de valores originados na Mulher Mãe e Amante, as duas na mesma mulher, vivemos num pântano de ideias, de conceitos, de obsessões, e de práticas e mesmo de iniciações falsas que não passam de abusos ou de aberrações…
rlp

sábado, julho 16, 2011

Mulheres honrem a Menopausa, Honrem a vossa idade

AS DIFERENTES IDADES NA MULHER:

Eu não tenho estado muito presente porque tive subitamente de fazer várias coisas que me levaram a passar muito tempo fora e casa...ao contrário do que é habitual. Normalmente estou aqui a escrever mas sempre atenta, e por isso, como tenho o face aberto, venho logo responder ou intervir...e desse modo á mais fácil criar uma dinâmica porque uma chama outra e outra e outra...mas espero que a ENERGIA que sustenta este espaço seja mais do que uma manifestação momentânea...embora saiba que há amigas que intervêm só por reacção. Às vezes negativa. Mas adorava e do fundo do coração desejo que, com o passar do tempo, aprendêssemos a confiar umas nas outras e não nos afectassem as diferentes opiniões ou pontos de vista...as discordâncias...porque elas são salutares.

Percebo que somos todas diferentes, e isso gera diferentes maneiras de ver, mas sobretudo para além das diferenças de entendimento, entra um aspecto fundamental...As nossas idades, isto é: as diferentes fases da mulhjer que correspondem obviamente a fases de percepção e interesses diferentes...Quando somos jovens o nosso foco é naturalmente o homem...a busca de um parceiro! Querer ter filhos...e amar...é o tempo das ilusões e das realizações nesse plano. Como Mãe, a mulher muda mas o foco continua a ser os filhos e a casa ou a profissão o sustento etc. Mas de facto há uma terceira idade...em que a Mulher já não tem ilusões e sofre isso sim, a dor das desilusões...a dor de tudo o que não foi e já não pode repetir ou então beneficia do que foi bom mas já é passado...e compreende a força dos ciclos, e é então que, liberta de apegos (?) ou não, fica mais disponível para se entender a si mesma e aliás vai ter uma ajuda natural na sua condição, se seguir a sua intuição! Porque é nessa fase que se abrem nela os poderes, os dons, a mediunidade. Toda a mulher que não faça obstrução ao seguimento da sua transformação, encarando a sua vida apenas como "velhice" e perda de libido ou de pujança de vida, segundo os padrões desta sociedade (que é ser nova e bela e sexy), tem na 3ª idade uma possibilidade de ser ELA MESMA, mais do que nunca e mais do que nunca um elemento activo na família ou na vida, dando amor e espalhando sabedoria...e tal como aqui, cada uma de nós tem a sua função...aprendamos a respeitar isso sem julgamentos nem reprovação...
Claro que eu me entendo e tenho maior afinidade com as mulheres que atravessaram o Climatérico e estão hoje na Menopausa...
E é pena que mais mulheres não valorizem esse período no qual começam a ficar livres do imperativo biológico do instinto, e deixa de haver o estímulo hormonal a pedir que enfim, se misturem os genes…e viver continuamente nessa tensão, escravas do instinto e talvez mais do que isso. 
É também importante verificar porque é que muitas de nós não quer ver a profundidade desta informação e ver que ela ainda não foi devidamente compreendida pela grande maioria das mulheres de hoje…

E Porquê? Podíamos perceber que já não somos um produto vendável…ao nível dos cremes e das roupas etc., porque somos menos sugestionáveis e também menos motivadas…

E
 é por isso que o Sistema acaba por nos considerar “LIXO” a fim de que as Farmacêuticas inventem novos produtos para as nossas depressões, cancros e neuroses – lembremos a “Medicina de Morte” – e estão mais interessadas em inventar inclusive mais doenças para que sustentemos as suas máfias médicas e para que continuemos eternas clientes dos seus hospitais (mais parecidos com o inferno do que qualquer outras coisa), do que evidentemente apostar na ciência da descoberta do potencial inato e regenerador da mulher…em todas as idades, mas especialmente nesta!

Por isso peço: Mulheres honrem a Menopausa, Honrem a vossa idade e salvem-se das garras dos médicos e de toda a parafernália montada para nos sufocar em todas as idades…e condenar-nos a morte prematura…Confiem em vós e na Mãe Natureza e não deleguem a vossa vida nas mãos criminosas dos que dizem curar…O Sistema Mundial de Saúde é um logro…que defende as Farmacêuticas e os Impérios e não as pessoas. As mulheres são 90% dos seres humanos que alimentam esses sistemas e eles vivem à custa da ignorância e desespero das mulheres.

Parece que desviei o rumo do meu tema central, mas não…porque são os medicamentos e os medos que eles criam e propagam nos seus anúncios e que nos vendem à força, (prevenções e mais prevenções, e em nome das prevenções cortam seios e arrancam ovários e úteros sãos…) que nos impedem de seguir os ciclos da vida e da idade e assim deixamos de poder enfrentar a Vida e a Morte a seu tempo com naturalidade …

rlp

(Publicado em simultâneo co o grupo mulheres & deusas blog no facebook.)

quinta-feira, julho 14, 2011

Não há como aprender Tantra em livros...


O Tantra tem sido usado atualmente por muitos como desculpa para uma sexualidade desequilibrada por parte de indivíduos que possuidores da preguiça e da arrogância típica não desejam fazer nenhum trabalho sobre si mesmos e acreditam que a evolução acontece por inércia.

O aspecto sexual é um dos lados desse complexo caminho.
A meditação, os pranayamas (exercícios respiratórios) e outros tantos exercícios, além de um profundo trabalho psicológico são partes importantes e inseparáveis do Tantra, sem os quais teremos apenas desequilíbrio.

Não há como aprender Tantra em livros.

Como todo os conhecimentos profundos e dotados de grande poder o Tantra exige estudo e supervisão.
Aprender Tantra por livros é tão tolo e perigoso como se alguém tentasse aprender a nadar em um rio de forte correnteza a partir de um curso por correspondência.

Fomos criados em uma civilização muito desequilibrada e é óbvio que nossa psique ficou muito afetada por isso.
Portanto temos que trabalhar com nossa própria realidade interior antes de dar qualquer passo nesse caminho.
(…)
Como homem não compreendo o treinamento feminino para o Tantra, embora saiba que é profundamente diferente do nosso.
Mas sei que nesta primeira fase ele é idêntico.
Homens ou mulheres temos que começar nosso trabalho pelo psicológico.
Temos que remover aquilo que não somos, que foi imposto pelo condicionamento desequilibrante que chamamos de educação.

Homens ou mulheres somos entidades complexas, essências adormecidas envoltas por personalidades que se desenvolveram em respostas aos estímulos do meio.
Se concordamos que o meio é desequilibrado diferente não pode ser o estímulo que dele recebemos e menos pior não é o efeito.
Fica pois o alerta aos que dominados por uma imaginação doentia vêem no Tantra uma nova forma de satisfazer suas taras sexuais.
Para um tantrista a mulher é o mistério supremo.
(…)
Quando fantasiamos ao invés de estarmos presentes aqui e agora estamos jogando pela janela este dom maravilhoso, mágico que é o momento presente, único, irrecuperável.
Também no Tantra a fantasia inexiste.
É a contemplação entre os amantes, o observar do que são de fato, o brilho do olhar trocado, progredindo para as carícias, que vão pouco a pouco alimentando o fogo alquímico do sexo.

A mulher tem uma característica que noto é ignorada por grande parte delas.

Enquanto nós homens desde a puberdade até a andropausa somos sempre férteis, as mulheres todo mês tem um período no qual não são férteis.
Isso é muito revolucionário.
Vocês mulheres tem um período no qual estão livres do domínio biológico do instinto, não há um estímulo hormonal gritando:
“ Misturem os genes, continuem a espécie.”

A profundidade dessa informação não foi ainda suficientemente compreendida pela maioria.

Eu posso apenas dizer o que vejo nas mulheres xamãs com as quais convivo, que sabem ser a famosa T.P.M. (tensão pré menstrual) apenas um sinal da imensa porta que pode se abrir para todas as mulheres nesse período.
O nível de poder que observo nas minhas companheiras nesse período é algo que não posso descrever aqui, apenas citar, numa pálida alusão a este ser maravilhoso chamado mulher que felizmente pude aprender a respeitar e amar me libertando do condicionamento desta cultura decadente que ainda nos domina.
Portanto para um verdadeiro tantrista a mulher é o mistério supremo.
É a face amante da Deusa, que nos permite ir além de nossos limites, que nos nutre de uma nova energia, a qual não temos como encontrar em outra fonte.
Se a face mãe da Deusa nos amamentou quando éramos indefesas crianças é a amante que nos dá esse novo alimento que nos torna homens de fato, orgasticamente felizes.
A felicidade é profundamente ligada a realização orgástica, mas a realização orgástica não é apenas sexual.(…)

Nuvem que passa
in pistas do caminho

quarta-feira, julho 13, 2011

VOLTANDO AO ASSUNTO...





MULHERES e “Máscaras”

"Há mulheres que, por mais que as pesquisemos, não têm interior, são puras máscaras. É digno de pena o homem que se envolve com estes seres quase espectrais, inevitavelmente insatisfatórios, mas precisamente elAs são capazes de despertar da maneira mais intensa o desejo do homem: ele procura a sua alma - e continua procurando para sempre".* 
Friedrich Nietzsche

E foi em consequência de um longo processo DE DESNATURAMENTE, de alienação do seu ser essencial, do seu potencial, que a mulher, no desenrolar dos séculos, desde há milénios, expresso inicialmente na Oristeia, de Esquilo, que teve como função cultural matar a Grande Mãe e a Deusa, neste caso a Rainha que é assassinada pelo filho Orestes…e absolvido por Atena - a deusa saída da cabeça do Pai (Zeus terá engolido a mãe dela quando esta estava grávida) – e que a história, a religião e a literatura em geral, não só completaram a obra de desnaturamento e desamantelamento do princípio feminino dominante, matando a Deusa Mãe e o seu culto de que Clitmenestra era representante, como mutilou e deformou a mulher em todos os sentidos. Daí em diante já no patriarcalismo reinante, quase todos os autores, sucessivamente denegriram e dividiram a mulher em máscaras e subprodutos derivados da sua mente, da sua filosofia ou cultura misógina, de acordo com a sua fantasia sexual, da sua própria indefinição sexual, inventando e reinventando uma mulher que nunca se pode definir a si mesma, que não pode nunca ser ela própria, justamente porque foi totalmente desnaturada e o termo desnaturada aqui aplica-se de forma soberba, porque desde que a mulher nasce ela é dividida em máscaras e muito particularmente cindida em dois estereótipos, típicos e sem os quais a literatura e a cultura ocidental – baseada no romantismo – nunca teria tido lugar. Trata-se como sabemos sobejamente dos dois mais famosos estereótipos da nossa história contemporânea, a da mulher e da amante, da esposa e da cortesã ou concubina. Hoje em dias essa divisão é bastante mais alargada no seu sentido genérico, mas basicamente com a mesma carga pejorativa referente aos dois aspectos da sua divisão: de um lado a mulher que se expõe na sua sensualidade e sexualidade, e do outro a mulher a quem é exigido, normalmente a casada, antes de casar a castidade depois o recato, acabando na frigidez.

A mulher foi obrigada a viver esses aspectos da sua natureza em duas mulheres - uma em casa e outra no bordel – e antagonizadas não só fora de si como dentro delas. Toda a senhora tem uma “puta” dentro dela…e toda a puta tem uma senhora dentro de si….e esta definição ou tipificação da mulher, feita pelo homem, é a maneira arranjada pelo Sistema falocrático de dividir as mulheres e as impedir de viver a sua totalidade de per se. Desse modo, criando inimizade entre as mulheres, também se dividiu metade da humanidade para que as mulheres não exercessem o seu poder e os homens pudessem controlar tudo.

 Assim, não admira que hajam homens como Nietzsche e tantos outros, que não encontravam a alma na mulher…e eles lá teriam as suas razões…pois se ficaram por aí…Na realidade que eles criaram sem a MULHER , poucas Mulheres originais e autênticas houve na história e, graças a eles, filósofos, escritores e padres!

rlp




“A Oresteia é um cume da arte literária do Ocidente. Lirismo e drama raramente realizaram uma simbiose tão perfeita no afrontamento das grandes questões morais e religiosas que se põem à consciência do homem na sua caminhada ao longo da História: os grandes temas da culpa e da expiação, do significado do sofrimento humano, da responsabilidade do homem face aos outros homens e o sentimento frente ao destino são-nos apresentados com uma acuidade a que a longa marcha do tempo ainda dá mais brilho.”*

 In Wikipédia

terça-feira, julho 12, 2011

"Possuir uma mulher"

(...)
Antes era pecaminoso e vergonhoso a mulher sentir prazer, agora ela “tem” que ter prazer para o parceiro sentir-se o poderoso sedutor.
ssim, o homem cobra da mulher o prazer, o gozo para garantir que seu papel é perfeito, ele não apenas possuí a mulher, mas é tão poderoso que a faz sentir prazer.
Esse é o enfoque para muitos.

“Eu dou prazer a minha parceira”.
Aliás os termos associados ao ato sexual denotam bem como ele é encarado.
“Possuir uma mulher”; “Fazer amor”; são dois termos que revelam a profunda incompreensão por detrás da sexualidade. Pensem nos outros!

Não podemos deixar de lembrar que existe um componente biológico, instintivo no sexo, regulado por hormônios e mecanismos outros puramente ligados a continuidade da espécie.

Como Tantrista gostaria de abordar a sexualidade neste artigo.

O renascimento do feminino pode nos levar a um novo enfoque da questão sexual.

Novamente gostaria de lembrar que considero o renascer do feminino como algo muito importante não só às mulheres, mas também a nós homens que podemos recuperar o contato com nossa anima em toda sua amplitude e assim recuperar nossa condição de homens, perdida quando a civilização dominante nos limitou a sermos machos.
Mas o homem ao dominar o mundo impôs também quais seriam os arquétipos permitidos a mulher, assim a mãe se tornou a via predominante, ao lado da virgem.
A mulher pode então ser mãe, ou ser pura e virgem, mas é desprezada, de forma explicita ou implícita se ousa aderir a outros arquétipos, não oficiais.
Antes de mais nada o que é o Tantra?
Sob este termo existem linhas tão contraditórias que seria bom começarmos por estabelecer o que entendemos por Tantra.
Ao contrário das religiões que conhecemos, alguns ramos orientais não colocam o sexo como algo pecaminoso ou maligno.
Consideram que o sexo, como algo dotado de poder, pois é capaz de gerar uma vida, coisa que você nunca conseguiria rezando, por exemplo.
Como dizia um ocultista que conheci, com seu jeito irreverente:

- “Reze trinta terços ao lado de uma mulher e ela quando muito dormirá, mas uma única relação sexual concluída e o milagre da vida se manifesta.”

Para entendermos o Tantra temos de compreender certos paradigmas das culturas que o adotam.A visão do ser humano é um dos pontos fundamentais.
Para o mundo racionalista o ser humano é um conjunto de átomos que se organizaram em moléculas que se organizaram em organelas, que se organizaram em células, que se organizaram em tecidos, que se organizaram em órgãos que se estruturaram num organismo.
No artigo anterior citamos a visão mecanicista ainda dominante no pensamento científico, dentro da qual somos apenas máquinas complexas, compostas de partes que se juntam e criam um corpo.
Assim faz parte dos instintos, uma espécie de “programa” dessas máquinas, estabelecer um conjunto químico de estímulos e respostas que levam um homem a procurar uma mulher e a liberar dentro dela seu sêmen para que os genes se encontrem e a vida continue.

Essa abordagem nada tem a ver com a visão de outros povos que consideram presente no ser humano um outro aspecto, algo que podemos chamar de espiritual, embora este termo também tenha sido muito deturpado.Note que as religiões mais conhecidas apenas citam que existe um algo a mais no ser humano, confusamente chamam esse algo a mais de “alma” ou “espírito” e o contrapõe ao corpo.
Nas religiões oficiais a alma é algo que pode se salvar ou se perder pela eternidade se o seguidor acata ou não as verdades prontas que a religião lhe dá.
“Aceite sem questionar nossas verdades e será salvo, questione e penará no fogo eterno.”
No fundo esse é o regulamente implícito na maior parte das religiões.
Ainda, para uma grande maioria dos seres, mesmo entre os tidos por “esotéricos” o corpo é o veículo impuro e imperfeito onde a alma está “presa” neste mundo de dor e sofrimento.
Assim negar o corpo e seus “desejos” impuros é o objetivo mais ou menos confesso de muitos, e, por extensão, o sexo faz parte das impurezas a serem “sublimadas”.
Para os xamãs e certos ramos do misticismo oriental somos muito mais que isso.
Somos um todo complexo , energia em vários graus de manifestação.
Essa energia é dual, não em oposição, mas em complementação.
Assim o corpo físico é a densificação de uma outra realidade, uma realidade que podemos chamar de energética sutil.
Dentro do conceito físico moderno, que matéria é apenas energia condensada, fica mais claro, quer falemos do corpo físico quer de sua contraparte energética, que estamos apenas falando de dois aspectos de um mesmo fenômeno.
Num mundo onde sabemos que a luz e o elétron é um fenômeno complexo que se manifesta ao mesmo tempo partícula e onda fica mais fácil lidar esse aparente paradoxo.
Assim como o gelo e a água num copo são dois estados diferentes da mesma substância o corpo de energia e o corpo físico são dois estados diferentes da mesma energia universal, atuando em meios distintos, mas mutuamente equilibrados.
Mas cada um desses dois planos tem suas leis e suas peculiaridades, entretanto não se opõe, complementam-se.

Em nenhum momento o puro misticismo apóia a divisão esquizofrênica que se estabeleceu entre corpo e espírito.
Para podermos de fato entrar em níveis mais amplos de consciência, nos chamados estados amplificados de consciência, ou ainda, nos estados de consciência intensificada precisamos de energia.
E aqui uma analogia pode nos ser útil.
Os elétrons ao redor dos núcleos atômicos não estão aleatoriamente distribuídos, mas existem áreas que eles tem a tendência de existir.
Essas áreas são chamadas de orbitais.
Para um elétron passar de um orbital mais perto do núcleo para outro mais distante ele precisa ter energia para isso.
Analogamente dizemos que a percepção para ir a níveis mais amplos de consciência precisa ter energia.
Sabendo o imenso poder do sexo fica claro que podemos dele tirar essa energia que necessitamos.
Estamos num campo científico, não o cientificismo estreito, mas ciência no sentido de conhecimento acumulado por observação e experimentação.

As religiões conhecidas são extremamente moralistas e se baseiam apenas em dados morais absolutos para falar de evolução.
A ciência dos iniciados, dos yogues, dos budistas esotéricos, dos lamas e dos xamãs tem um aspecto ético sem dúvida, mas vai muito mais além.
Sabe que estados mais amplos de consciência são atingidos por trabalhos específicos que envolvem a ampliação da energia pessoal.
Dois caminhos existem àquele que deseja ir a estes níveis mais amplos de consciência, não ocasional e acidentalmente, mas de fato nele mergulhar e aí viver.

(…)
GUERRERO – Nuvem que passa
In Pistas do Caminho http://pistasdocaminho.blogspot.com/

UM DISCURSO CORRECTO...




O "ANTES"  E O DEPOIS...
(...)

"Antes era pecaminoso e vergonhoso a mulher sentir prazer, agora ela “tem” que ter prazer para o parceiro sentir-se o poderoso sedutor.

Assim, o homem cobra da mulher o prazer, o gozo para garantir que seu papel é perfeito, ele não apenas possuí a mulher, mas é tão poderoso que a faz sentir prazer.

Esse é o enfoque para muitos.

“Eu dou prazer a minha parceira”.

Aliás os termos associados ao ato sexual denotam bem como ele é encarado.

“Possuir uma mulher”; “Fazer amor”; são dois termos que revelam a profunda incompreensão por detrás da sexualidade. Pensem nos outros!

Não podemos deixar de lembrar que existe um componente biológico, instintivo no sexo, regulado por hormônios e mecanismos outros puramente ligados a continuidade da espécie.

Consideram que o sexo, como algo dotado de poder, pois é capaz de gerar uma vida, coisa que você nunca conseguiria rezando, por exemplo.

Como dizia um ocultista que conheci, com seu jeito irreverente:

- “Reze trinta terços ao lado de uma mulher e ela quando muito dormirá, mas uma única relação sexual concluída e o milagre da vida se manifesta.”

Para entendermos o Tantra temos de compreender certos paradigmas das culturas que o adotam.

A visão do ser humano é um dos pontos fundamentais.

Para o mundo racionalista o ser humano é um conjunto de átomos que se organizaram em moléculas que se organizaram em organelas, que se organizaram em células, que se organizaram em tecidos, que se organizaram em órgãos que se estruturaram num organismo.

No artigo anterior citamos a visão mecanicista ainda dominante no pensamento científico, dentro da qual somos apenas máquinas complexas, compostas de partes que se juntam e criam um corpo.

Assim faz parte dos instintos, uma espécie de “programa” dessas máquinas, estabelecer um conjunto químico de estímulos e respostas que levam um homem a procurar uma mulher e a liberar dentro dela seu sêmen para que os genes se encontrem e a vida continue.

Essa abordagem nada tem a ver com a visão de outros povos que consideram presente no ser humano um outro aspecto, algo que podemos chamar de espiritual, embora este termo também tenha sido muito deturpado.

Note que as religiões mais conhecidas apenas citam que existe um algo a mais no ser humano, confusamente chamam esse algo a mais de “alma” ou “espírito” e o contrapõe ao corpo.

Nas religiões oficiais a alma é algo que pode se salvar ou se perder pela eternidade se o seguidor acata ou não as verdades prontas que a religião lhe dá.

“Aceite sem questionar nossas verdades e será salvo, questione e penará no fogo eterno.”
No fundo esse é o regulamente implícito na maior parte das religiões.

Ainda, para uma grande maioria dos seres, mesmo entre os tidos por “esotéricos” o corpo é o veículo impuro e imperfeito onde a alma está “presa” neste mundo de dor e sofrimento.

Assim negar o corpo e seus “desejos” impuros é o objetivo mais ou menos confesso de muitos, e, por extensão, o sexo faz parte das impurezas a serem “sublimadas”.

Para os xamãs e certos ramos do misticismo oriental somos muito mais que isso.

Somos um todo complexo, energia em vários graus de manifestação.

Essa energia é dual, não em oposição, mas em complementação.

Assim o corpo físico é a densificação de uma outra realidade, uma realidade que podemos chamar de energética sutil.

Dentro do conceito físico moderno, que matéria é apenas energia condensada, fica mais claro, quer falemos do corpo físico quer de sua contraparte energética, que estamos apenas falando de dois aspectos de um mesmo fenômeno.

Num mundo onde sabemos que a luz e o elétron é um fenômeno complexo que se manifesta ao mesmo tempo partícula e onda fica mais fácil lidar esse aparente paradoxo.

Assim como o gelo e a água num copo são dois estados diferentes da mesma substância o corpo de energia e o corpo físico são dois estados diferentes da mesma energia universal, atuando em meios distintos, mas mutuamente equilibrados.

Mas cada um desses dois planos tem suas leis e suas peculiaridades, entretanto não se opõe, complementam-se.

Em nenhum momento o puro misticismo apóia a divisão esquizofrênica que se estabeleceu entre corpo e espírito.

Para podermos de fato entrar em níveis mais amplos de consciência, nos chamados estados amplificados de consciência, ou ainda, nos estados de consciência intensificada precisamos de energia.

E aqui uma analogia pode nos ser útil.

Os elétrons ao redor dos núcleos atômicos não estão aleatoriamente distribuídos, mas existem áreas que eles tem a tendência de existir.

Essas áreas são chamadas de orbitais.

Para um elétron passar de um orbital mais perto do núcleo para outro mais distante ele precisa ter energia para isso.

Analogamente dizemos que a percepção para ir a níveis mais amplos de consciência precisa ter energia.

Sabendo o imenso poder do sexo fica claro que podemos dele tirar essa energia que necessitamos.

Estamos num campo científico, não o cientificismo estreito, mas ciência no sentido de conhecimento acumulado por observação e experimentação.

As religiões conhecidas são extremamente moralistas e se baseiam apenas em dados morais absolutos para falar de evolução.

A ciência dos iniciados, dos yogues, dos budistas esotéricos, dos lamas e dos xamãs tem um aspecto ético sem dúvida, mas vai muito mais além.

Sabe que estados mais amplos de consciência são atingidos por trabalhos específicos que envolvem a ampliação da energia pessoal.

Dois caminhos existem àquele que deseja ir a estes níveis mais amplos de consciência, não ocasional e acidentalmente, mas de fato nele mergulhar e aí viver.

(…)

GUERRERO – Nuvem que passa

In Pistas do Caminho http://pistasdocaminho.blogspot.com/

Olhar para dentro da alma da mulher

A IMPORTÃNCIA DAS RELAÇÕES COM AS NOSSAS ANCESTRAIS...




Olhar para dentro da alma da mulher é ir ao encontro de um sofrimento abafado há milénios...não é tarefa fácil. Por isso estamos aqui, para que juntas percorramos esse caminho da exploração de nós, do inconsciente feminino.


A história, tal como é ensinada, conta só metade da mesma e há nela lacunas imensas, sendo a mais importante, a história vivida e vista pelas mulheres. Esta parte da grande história da humanidade não está escrita em pergaminhos e encontra-se fechada à chave nas nossas memórias individuais e colectivas. Cabe a cada uma de nós ir ao encontro da sua, a da nossa linhagem feminina.
Na minha perspectiva é um trabalho importante a fazer para o resgate do feminino sagrado; como é que na minha família as mulheres se situam, que lugares ocupam elas na dinâmica familiar? Quais foram os legados das minhas antepassadas? O que me foi dito em surdina ou explicitamente sobre os homens, sobre as mulheres? Como me sinto eu na relação que tenho com elas; Com a mãe, com as irmãs, com as avós? E finalmente, o que escolho eu de largar e o que vou eu guardar delas?

Deixo-vos meditar

Ana Vieira

segunda-feira, julho 11, 2011

MULHERES: O MEDO DE SI MESMAS E DAS OUTRAS MULHERES

MAS TÊM MEDO DE QUÊ AS MULHERES?




Estava a pensar como as mulheres em geral se refugiam numa "PARTILHA" de INTERESSES, LITERATURA E ARTE, TERAPIAS e CURSOS, PALESTRAS, YOGA etc. – Falam sobre as mais variadas coisas, tais como canalizações e astrologia, taralogia, quiromancia; ocupam-se de outros planos e dimensões, ovnis e chakras e auras, corpos astrais - e enfim também coisas da natureza é certo, especializam-se em hortas, plantas, a tratar dos animais e das árvores e claro tudo em nome da alma ou do espírito de deus e do céu ou mesmo da Terra...mas minha Mãe, minha Deusa...elas, no seu interior, no seu íntimo, no mais fundo de si, naquela parte que grita e chora… ficam sempre para trás...
Pensam que se realizam abordando temas espirituais ou dedicando-se a artes florais…fazem meditações e rezam orações e mantras…
Mas no fundo, vivem é escondidas ou escudadas com todas essas projecções ideias, as grandes teorias do que há-de vir...do que virá...de anjos e santos e almas puras e irmãs, que nos virão salvar, mas nunca tratam delas concretamente, nunca aprofundam a sua alma e o seu ser MULHER, nunca vêem o que mais as atormenta, nem a sua sombra; vivem contra natura, contra a sua natureza que desconhecem, vivem contra elas próprias...dedicadas ao amante controlador e ao marido que as asfixia e aos filhos que as absorvem e depois são abandonadas ou morrem de cancro...

De que têm medo as mulheres, porque têm tanto medo de si próprias e de enfrentarem medo das suas emoções ou das outras mulheres, que as espelham, para se escudarem em tanta coisa que por vezes as nega e as omite e não se querem ver a elas mesmas...
SIM, TÊM MEDO DE SI MESMAS E DAS MULHERES E ESSE MEDO É O que as impede de se libertarem e serem mais cooperantes umas com as outras, mais abertas…E quando as outras mulheres as espelham temem o que vêm em si e negam-se a ver quando precisamente deviam avançar, certas de que era por aí que deviam ir…mas não, o medo das emoções e dos espelhos tolhe-as e preferem agarrar-se ao velho mundo e entregarem-se de olhos vendados, cegas e carentes aos homens que as exploram a todos os níveis e as vampirizam energeticamente.
Se há uma coisa emergente neste momento e isso diz respeito a todas as mulheres, é a tomada de consciência do SER MULHER EM SI...um trabalho primordial para toda a mulher que se quer conhecer e aprofundar a questão essencial do seu Ser total.
Enquanto a mulher continuar dividida em estereótipos de acordo com a filosofia do masculino e da formatação que recebeu de uma cultura que omite sistemicamente a Mulher como ser individual, como um todo em si, vendo-a apenas como um objecto de desejo, de prazer, ou de produção...de mãe a barriga de aluguer, de esposa a prostituta...nunca será uma mulher inteira! E inverter os estereótipos e deixar de ser esposa para ser a amante ou a barriga de aluguer...não é a solução. Não é essa a saída, como vimos neste momento as novas feministas ao desfilarem sem soutien, a reclamar os direitos das putas, afinal de contas... chamando-se a si mesmas de "vadias"...
Não, não creio que seja por aí...e não é preconceito...nem a rejeição de nenhum tipo de mulher que sobrevive nessas divisões do seu ser sem saber e sem culpa...mas uma questão de LUCIDEZ...implacável talvez, mas não sem amor e muita compaixão pelas lutas e sofrimentos da mulheres ao longo dos séculos.

PODEMOS SAIR DESSE IMPASSE...PODEMOS UNIR EM NÓS TODAS AS MULHERES QUE O PATRIARCADO DIVIDIU E ESTIGMATIZOU, mas dentro de nós...na união do nosso ser interior e na união das mulher no mundo...

E Não me interpretem mal por amor da Deusa...

rlp

sábado, julho 09, 2011

UM SONHO EM COMUM…


MULHERES DEUSAS E SACERDOTISAS...


Sinto que um período de grande questionamento está a chegar aos nossos corações. É um período difícil, mas imprescindível, ele leva consigo a energia da criatividade e por vezes a da esperança...não me apetece nada, não tenho grande paciência para nada. Irrita-me o Facebook e os bandos de carneiros atrás dos "mestres", irritam-me as verdades espirituais descontextualizadas e feitas só para quem tem poder de compra. Irritam-me os mercadores do templo que vendem o fim do mundo e a salvação só para alguns. É caso para perguntar: que fazer minha Deusa?

 Depois chegam-me imagens de grande doçura, as do templo para as mulheres, para o sagrado feminino e aí sei interiormente o que não quero:


-Não quero um templo elitista

-Não quero um templo que busque o exotismo pelo exotismo das palavras

-Não quero um templo que se fique só por conceitos intelectuais

-Não quero um templo que seja uma empresa, cujo objectivo é o de ganhar dinheiro


Dito isto, tudo o resto é válido.

Que seja um templo que tenha várias vertentes, sempre direccionadas para o feminino sagrado: a vertente terapêutica, a vertente de estudo e pesquisa, a vertente de apoio às mulheres em dificuldade e a vertente cerimonial.

 Um templo no sentido antigo, em que tudo é consagrado, as próprias paredes, o chão e o espaço exterior. Sei que é possível, vi muita coisa em sonho e em visões, tentei mesmo fazer um esboço do plano de negócios para que pudesse ser viável economicamente e acredito nele.

Um templo querida Rosa, onde a mulher se pudesse encontrar, onde pudesse ser tratada, lavada da história e do patriarcado e depois, que pudesse voltar ao mundo mais forte e consciente dela própria.

Sei que por vezes se sente sem forças, desanimada…

Envio-lhe muito carinho e doçura para que a esperança toque de novo à porta do seu coração.

Ana Vieira

A TENTAÇÃO DA CONFUSÃO...

PARA MULHERES SEM AMOR-PRÓPRIO,
MULHERES SEM AUTO-ESTIMA


'"Sê e diz e faz o que queres ser e dizer e fazer. Se te apetece abrir os braços a quem te magoou: abre; se te apetece abrir as pernas a quem te fez sofrer: abre; se te apetece enfiar a língua na boca de quem devias odiar: enfia. Despreza as desprezíveis leis do amor-próprio. O amor-próprio é uma treta. Só te amas se te sentires bem contigo. E só te sentes bem contigo se estiveres bem com tudo aquilo que és. E se amas quem amas só te sentes bem com tudo aquilo que és se te sentires bem com aquilo que amas. E quando se ama quase tudo (ou tudo) aquilo que és é aquilo que amas." (Pedro Chagas)  


Pois é, conheço mulheres que se deixaram levar por essa suposta liberdade quando mais novas e hoje nenhuma está satisfeita com o rumo que sua vida amorosa tomou. Acho que existem mulheres, principalmente as jovens, que se deixam seduzir por este tipo de homem por causa da educação repressora que impera, e rivaliza com seus desejos mais internos de liberdade, aliada às mensagens confusas que se recebe (somos santas, somos putas, somos nada) num ambiente hiper-sexualizado. Quando vêem uma chance de mandar tudo 'pró inferno' e liberar toda essa energia doentia que se formou, acho que é como um alívio. Já que não instrumentalizamos mulheres para lidarem com tanto assédio e deturpação de sua moral feminina particular (seja ela qual for, para cada uma de nós) muitas tombam. O peso é grande demais para ombros que se enxergam frágeis. Não é difícil entender o apelo.

Homens assim tem um campo vasto de atuação enquanto houver mulheres confusas e sobrecarregadas. Lembro de ter sido sondada e ter achado toda aquela conversa estranha a minha pessoa. Pagamos um preço muito alto por nos recusarmos a fazer esse papel, só que um preço maior ainda por fazê-lo.


Lina


sexta-feira, julho 08, 2011

MORTE DA MUSA E DA POESIA NUMA VOZ INFAME

A ESCRITA COMO FORMA DE ALIENAR A MULHER E A  MANTER PRISIONEIRA NUM QUADRO DE RELAÇÕES DESTRUTIVAS E ABUSIVAS.


O NOVO escritor das mulheres…?

Só mulheres infantilizadas, alienadas, sem identidade, por isso promíscuas, sem centro, nem conhecimento de si mesmas, deixam-se seduzir por um travesti das palavras.

Um escritor que escreve para as mulheres e as transforma a todas em pegas e rameiras…reduzindo-as ao coito histérico de maneira quase épica, como se fosse esse o apogeu de toda a mulher, prisioneiras de sempre das suas pulsões sexuais.

Não é a criação de uma personagem demonizada, num determinado contexto, não, mas todos os textos do autor revelam o mesmo sentido de tornar a mulher sem “amor-próprio”, sem vontade própria…reduzida a um sexo alarvado…


E diz…entre outras tantas e incomensuráveis alarvidades, isto:

 “Sê uma rameira, uma prostituta, uma vadia, uma meretriz. Sê fácil para quem amas. Perdoa quem amas. Dá uma trancada no orgulho e dá uma trancada – ou várias – em quem amas. Não evites viver. Não evites, também, sofrer e fazer sofrer de novo, magoar e ser magoada de novo, chorar e ser chorada de novo. Não evites arriscar, não evites temer estar a ir longe demais. Não evites: não te evites. Porque é viver, e mais nada, que é inevitável.”*

 E ainda:

"Sê e diz e faz o que queres ser e dizer e fazer. Se te apetece abrir os braços a quem te magoou: abre; se te apetece abrir as pernas a quem te fez sofrer: abre; se te apetece enfiar a língua na boca de quem devias odiar: enfia. Despreza as desprezíveis leis do amor-próprio. O amor-próprio é uma treta. Só te amas se te sentires bem contigo. E só te sentes bem contigo se estiveres bem com tudo aquilo que és. E se amas quem amas só te sentes bem com tudo aquilo que és se te sentires bem com aquilo que amas. E quando se ama quase tudo (ou tudo) aquilo que és é aquilo que amas."*  


* De Pedro Chagas Freitas



Este texto demonstra:  “Uma falta de maturidade psicológica  extraordinária. Uma mulher que é mal tratada por um homem e que não consegue resistir ao impulso destrutivo de se abandonar de novo a alguém que a desrespeita, não se ama a si mesma. De facto, o sentimento de culpa, de desprezo por si mesma e enorme e vive como que 'armazenado' no seu corpo, algo que lhe corrói o espírito e o corpo.

 O que ele chama 'aquilo que és' e o impulso de auto-destruição do amor doentio que muitas mulheres sentem em relações destrutivas com homens, mas esse impulso nao é ' aquilo que és' mas a sombra não assumida e ignorada que deve ser reconhecida e integrada no todo. Obviamente, esse reconhecimento libertaria a mulher da sua dependência doentia do amor tóxico e levaria a um aumento da sua auto-estima. Este texto não fala do amor profundo e do abandono profundo de dois adultos que se respeitam e se amam mas sim do amor tóxico e doentio e esse tipo de amor aqui exaltado, mantém a mulher em relações abusivas."

 Sophia Duke



Aqui está um texto que se pretende libertador e que não passa de um amontoado de frustrações e de pulsões mal integradas. Representa tudo o que detesto, na dita "libertação sexual" à maneira das séries americanas “sex in the city” e outras. Gostaria de antemão frisar que não sou moralista em matéria de sexo e que cada um vive o sexo que quiser, desde que seja praticado em consciência e respeitando os parceiros.

Mas aqui, a meu ver, não se trata disso; Aqui não se trata sequer de desejo sexual, mas sim de pulsão. Na pulsão o outro é negado, não existe o ser nem o corpo, nem o desejo, nem o olhar. A pulsão é a antítese do amor consciente. Este é um texto perigoso, não só para a mulher mas para todos os adolescentes que o possam ler. Há nele uma palavra de ordem que é; vivam as vossas pulsões! E depois? Depois assistimos à violência nas escolas, depois assistimos a violações colectivas de miúdas, para só citar esses exemplos.

Anda no ar uma enorme irresponsabilidade dos adultos, de nós, ao proferirmos frases do género “sê quem és”, não te preocupes com os outros...Se é verdade que estes conceitos são libertadores para uma grande maioria de adultos nevróticos, também é verdade que podem ser verdadeiras fábricas de jovens egóticos e à deriva. Parece-me ser o caso deste aqui.

 Ana Vieira


O mais grave é que ele mistura a alma e o amor e o coração com  merda, ao mesmo tempo que fala de pureza e da grandeza de ser fodida, contra as convenções...faz uma mixórdia incrível com as palavras e os conceitos...desestrutura tudo, mas sempre à custa da mulher e em nome da criatividade onde toda a ética da linguagem e todo o sentido do profundo e do belo se perde...é como uma criança amorosa mas ordinária que diz tudo pela boca fora de forma vertiginosa e envolve a mulher de todas as maneiras...Um menino lindo a sorrir e a amar muito...na merda… mas com grande coração...etc. Ele faz com a linguagem o que geralmente os "homens" homossexuais fazem (e para isso  têm que “descer” à condição de "mulheres"), imitar as prostitutas...e engatar nas ruas e serem fodidos como pegas, pensam eles de que...este fá-lo na  escrita,  misturando nesta linguagem desenfreada O AMOR...e diz “ama-te a ti como tu és”...uma grande puta...é isso que ele diz ás mulheres diz como é que é suposto amar...  

 “Ama-me como se me fodesses e fode-me como se me  amasses”…

 Este é o novo evangelho do Chagas…O criativo por excelência…e ensina a escrever…

Todo este incrível enrolar das palavras e das mulheres...e fixando-se obsessivamente na puta, no sexo e na cama...faz-me crer que nele existe, sem dúvida, uma sombra de mulher - ele mesmo – e tal como os travestis...só que sendo intelectual e não diria muito "inteligente" mas esperto, prefere as palavras às vestes das mulheres, mas condena todas a rameiras e putas...é esse o padrão que ele tem de mulher...um menino da mamã que foi as putas forçado pelo pai?

E não podíamos nós também especular...acerca dos homens...como ele faz?


Ps. Peço desculpa de usar esta linguagem ordinária a ilustrar o tal escritor…


Eu posso ter a alma de um cavaleiro sonhador da Dama e da Rainha, da Mulher divina e da Deusa (que incluía a mulher sensual e livre e amante), posso querer elevar a mulher aos píncaros da Lua e torná-la uma fada, uma feiticeira, uma sacerdotisa…mas esse garoto tem uma pega na cabeça...ou algures e escuda-se dela...escreve para ela/ele...E tal como há os travestis que adoram vestir-se de putas e andar pelas ruas…  há os que se trasvestiam com a escrita...e transformam as mulheres todas nas rameiras que eles sonhariam ser...o pior é que as pobres adolescentes vão atrás deles e transformam-se nisso mesmo...(caso de uma garota de 16 anos fascinada com a frase: "ama-se como se me fodesses e fode-me como se me amasses" e como isto é literatura de lixo e já que andamos todos no LIXO...é o Lixo que triunfa.


Rosa Leonor Pedro

O DESEJO DO HOMEM DE SER MULHER É VELHO COMO OS TEMPOS...



Eu Queria ser Mulher
Eu queria ser mulher para poder me estender ao lado dos meus amigos, nos cafés.

Eu queria ser mulher para poder passar pó de arroz pelo meu rosto diante de todos,nos cafés.

Eu queria ser mulher para não ter que pensar na vida...Conhecer muitos velhos, a quem eu pedisse dinheiro.

Eu queria ser mulher para passar o dia inteiro falando de modas, fazendo fofocas, muito entretida.

Eu queria ser mulher para mexer nos meus seios, aguçá-los ao espelho antes de me deitar.Eu queria ser mulher para que me fosse bem todos esses ílios. Esses ílios que no homem, francamente não se pode desculpar.

Eu queria ser mulher para ter muitos amantes, e enganá-los, a todos, mesmo ao predileto.Como eu gostaria de enganar o meu amante loiro, o mais esbelto, o mais bonito. Enganá-lo com um rapaz gordo, feio e de modos extravagantes.

Eu queria ser mulher para excitar quem me olha.

Eu queria ser mulher para poder me recusar.

Mário de Sá-Carneiro
***
- Os homens desejam sempre não ser A Mulher...mas na verdade "a puta"...e isso graça à sisão das mulheres em duas e à confinação de uma ao lar e a exposição da outra nos cafés....

terça-feira, julho 05, 2011

A MARCHA DAS "VADIAS"...


Acontece que quando eu falo da integração das duas mulheres na mulher, a união da santa e da prostituta, por assim dizer, referindo-me aos dois estereótipos principais em que o patriarcalismo dividiu e sujeitou a mulher durante séculos, eu não quero com isso dizer que todas as mulheres agora terão de se comportar como “prostitutas” ou “vadias” - para utilizar o termo recente dado à manifestação das mulheres no Canadá e no Brasil - pois não é numa mudança de vestuário ou de atitudes, provocar os homens ou despir-se na rua (como foi queimar os sutiãs na década de 60) ou pedir aos homens que não lhes digam como vestir… (porque normalmente eles fazem a moda que elas seguem ou instigam-nas a despirem-se para a Play Boy…e pagam-lhes bem!) que se vai mudar alguma coisa!


Não é desta maneira igualmente provocatória e ostensiva, por reacção à provocação - pois estamos a responder aos seus conceitos e preconceitos sem os banir - que as mulheres vão afirmar essa união interna das “duas mulheres” nem restabelecer o seu valor nem a sua autonomia nem o respeito que merecem…Não faz sentido estarmos a despir-nos como não faz sentido seguirmos as modas ditadas por estilistas gays, porque isso é obviamente um absurdo tão grande como o foi durante anos e anos as mulheres mais sensuais, ou mais sexuais, digamos, terem de se comportar como virgens ou santas de altar, senhoras bem comportadas, de acordo com os ditames da sociedade e negar a sua natureza profunda acentuadamente erótica e…sexual.


SER uma Mulher Inteira não quer dizer agora voltar as coisas ao contrário…e a ”assumir” a puta ou a lésbica, porque não se trata mesmo de ser esta ou aquela, pender para este ou aquele lado. Nem as mulheres domésticas virarem estilo prostitutas com lingerie de bordel e apetrechos de plástico supostamente estimulantes sexuais para os maridos. …Não, nada disso! Não é fora mas dentro da mulher que essa metamorfose tem de acontecer e não é excluindo uma trocando-a pela “outra”…que se vai mudar alguma coisa; é sendo completa e não negar nenhuma das suas facetas…sejam ela a maternal ou a erótica (hetero ou homossexual) sendo essa integração ou assimilação da mulher total algo a realizar dentro e de dentro para fora e não o contrário.

Antes de tudo, e o que urge agora, mais do que nunca é as mulheres integrarem em si todas as facetas do seu SER FEMININO reprimido ou omisso sem obedecer a qualquer estereótipo redutor ou idealização religiosa ou mística que os homens projectaram sobre elas durante dezenas e dezenas de anos…

Os homens quiseram e dividiram as mulheres nessas duas categorias básicas: uma esposa casta e discreta em casa e a “outra”, na rua ou no bordel, descarada, vadia e provocante que servia para satisfazer os seus desejos sexuais de acordo com os seus apetites…E isto foi tão longe quanto possível nas suas variantes…

Aparentemente talvez já não se distinga uma senhora de uma prostitutamas os conceitos e os preconceitos e o julgamento da mulher que não seja “séria” (ou católica) prevalecem… E se agora as mulheres casadas pensam que todas têm a liberdade das “outras” seja das prostitutas de rua ou das acompanhantes modelos ou das actrizes da moda, influenciadas pelos filmes e telenovelas, vão fazer essa enorme confusão não percebendo que não vamos além do absurdo deste oscilar dos extremos e que mais não são do que uma mera inversão dos valores…e não a sua transformação e dignificação.

O que eu defendo como integração das duas mulheres é o equilíbrio natural desses dois lados da mulher, é a assimilação do sexual erótico ao mesmo nível que o afectivo maternal, como expressão do seu ser e não como qualidades ou defeitos, lados que nunca deviam ter sido separados pois não podemos dizer que estes são os dois lados da mulher mas apenas dois aspectos dos muitos aspectos da sua manifestação afectiva e emocional de acordo com a natureza de cada uma. E a mulher total e integrada não precisa obedecer a nenhum estilo nem moda nem programa, moral ou ideal…mas viver sem medos nem preconceitos, em plenitude e liberdade, sempre de acordo consigo mesma e aquilo que sente!   

Penso sinceramente e a risco de ser condenada pelas feministas em geral, que não vale a pena o confronto directo com o Sistema, não vale pena a exposição das mulheres em público ou em manifestações. Porque o que acontece, com estas manifestações é o perigo de não percebermos o pouco dignificante que é responder aos homens (polícias, padres ou políticos) dentro da sua própria linha de ataque que é gerado dentro do Sistema patriarcal, e inerente a ele, criando mais atrito. É não ver que este ataque à mulher partiu e parte ainda de um inconsciente colectivo activo que vê sempre a mulher como culpada, a culpada da Queda do Homem, e que vem do fundo do uso do seu poder e domínio através das religiões e estados, e que nunca darão à mulher a sua liberdade interior de SER. Fazê-lo é pois entrar em mais uma luta sem tréguas e sem saída…porque nunca ganharão nada por esses actos de insurreição, para mim puramente gratuitos.


Ai é que reside o grande equívoco das mulheres de hoje, como aliás já foi o erro das feministas, não verem que, em termos de obterem uma igualdade de direitos com os homens, não era isso que devolveria à mulher a sua dignidade nem a sua totalidade, mas sim, uma questão muito mais profunda que tinha a ver com a mulher em si e a sua essência. O caminho da Mulher tal como do homem de hoje já não é o materialismo nem a economia de mercados ou o consumo exacerbado…

O caminho da Mulher e do Homem é agora o encontro consigo mesmos a nível individual. Mas a mulher tem ainda um trabalho maior pela frente pois foi desviada da sua natureza intrínseca e não se conhece como mulher…  

Sem mudar o Sistema e este Paradigma vigentenão vai haver benefícios nem valorização do SER MULHER em si. E se as mulheres quiserem mudar alguma coisa AGORA comecem por mudar-se em si mesmas, comecem por SE ASSUMIREM E AFIRMAREM quem são interiormente, pelos seus valores, unindo-se a outras mulheres, fazer as pazes com a Mãe, a irmã e a rival… É aí que começa o verdadeiro Trabalho, num processo de consciencialização individual a sério feito com a ajuda de outras mulheres em pequenos grupos e em círculos, de mãos dadas e não viradas de costas umas para as outras, cada uma a lutar pelos seus interesses, a sua família ou o seu negócio….

Rosa Leonor Pedro  

segunda-feira, julho 04, 2011

Eles tratam a Terra como a sociedade trata a mulher


"Quando a relação homem-mulher se desequilibra, então a relação humana com a natureza também se desequilibra de maneira perigosa. Eles tratam a Terra como a sociedade trata a mulher. Na minha opinião, a crise ambiental do Ocidente baseia-se em modelos de relacionamento"...
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Como vemos E FACILMENTE PODEMOS DEDUZIR...que o caos em que vivemos é o resultado das relações homem - mulher...Que mundo poderiamos nós esperar quando vivemos séculos de desiquilíbrio...em que a relação entre os sexos foi de domínio e poder absoluto e  exclusivo da parte masculina sobre a feminina  através da anulação e sujeição da mulher e da Mãe, assim como vimos as gureras e toda a violência sobre a Natureza e a Terra.
Vivemos há séculos este Sistema de domínio abusivo de uns seres sobre os outros e só agora chegamos ao momento de nos apercebermos como é enorme e  extrema a loucura dos homens de poder  e como a sua insanidade matou milhares de seres humanos em guerras e por ganância destruiuram a Terra; só agora vemos como  a injustiça e a exploração dos seres humanos por outros foi uma calamidade absoluta...
Durante séculos consideramos normal todos esses acontecimentos e só se tornou óbvio e claro agora para nós essa loucura com a queda de todas as idelologias e dos seus hipócritas representantes, tanto como as suas religiões cujos dignatários, que diziam defender as pessoas,  só se preocuparam  em ganhar dinheiro, em acumular riqueza à custa da miséria, da ignorância e da vida de milhares e milhares de pessoas ao longo dos séculos...

Mas no meio deste caos, guerras, violência e abuso, há um SER que foi sempre o mais castigado, violentado, explorado e sujeito: A MULHER...Em todos os sistemas, ordens, grupos, países, crenças e ideologias ou religiões, a mulher foi sempre o ser mais perseguido e mais penalizado pela insanidade dos homens...

É TEMPO DISSO MUDAR...


É TEMPO DAS MULHERES RESGATAREM A SUA VERTICALIDADE
A SUA DIGNIDADE, A SUA TOTALIDADE...

Só quando a mulher for respeitada e elevada a sua condição de ser humano é que poderá haver Justiça e Verdade.  Para isso é fundamental que a mulher se relacione  consigo mesma, vendo-se a si com os seus próprios olhos e não mais viver em função do homem;  é preciso  alterar todo o sistema de relacionamento entre os seres humanos pois só assim o mundo poderá mudar. Só quando a mulher resgatar a sua automia e dignidade poderá haver equilíbrio na terra; então sim, o mundo poderá viver em paz e harmonia. 
Porque sem que isso aconteça a curto prazo temo que a Humanidade não se poderá salvar...
Penso sinceramente que a Paz do mundo depende das mulheres...e da sua consciência do feminino sagrado.
rlp