O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, janeiro 30, 2012

A MULHER E A SUA ESSÊNCIA



SOMOS TODAS TÃO DIFERENTES...

Nem sempre é fácil reunir consensos...conviver com as diferenças...e percebo que mesmo neste campo de diálogo aberto entre mulheres - no caso de um Grupo - ainda não conseguimos aceitar as diferenças nem interagir os aspectos que nos parecem discordantes e isso corrobora o que eu penso e sinto e que é a necessidade das mulheres se elevarem acima das suas diferenças...
Embora como é óbvio tenhamos todas posições diferentes e estejamos cada uma de nós em fases da vida em que os nossos interesses também são forçosamente diferentes...é natural que os manifestemos, mas quando eu pretendo manter um FOCO e digo que não sei entrar em questões que já não me dizem respeito - tal como a menstruação, a libido, os casos e as apetências sexuais, as preferências, se for caso disso, e ainda os problemas com filhos e maridos ou namorados e mesmo questões de saúde - é porque tento fazer um trabalho que diga simultaneamente respeito a Todas nós para lá deSsas diferenças e diferentes situações de vida e isso só pode ser um trabalho de conhecimento teórico à partida...Um conhecimento mais vasto,  ontológico, mas começando por um conhecimento psicológico e de todos os aspectos da psique que permitam a uma mulher se tornar cada vez mais  consciente do que significa na verdade SER MULHER. TOTAL. É nesse sentido que procuro livros de escritoras/es e textos do maior interesse para todas nós e os divulgo aqui há já uns largos anos...
 
Quando eu escrevo sobre a urgência e a importância máxima da mulher ser uma "mulher integrada" e unir "as duas mulheres em si" - que no fundo acabam por ser muitas mais num leque extenso de diferenças entre os dois extremos de cada arquétipo...- eu NÃO ESTOU A NEGAR NEM A ATACAR AS DIFERENTES IDADES OU FASES DE VIDA E PORTANTO AS VIVÊNCIAS DAS OUTRAS MULHERES! 
Mas isso gera quase sempre controvérsia...
 
...Estou efectivamente cansada da ideia já tão banalizada da Deusa...que serve para todos os desvarios e práticas e oportunismos...Infelizmente é assim, e se me disserem que eu nada tenho com isso, para mim, a ideia da minha vida não é "viver e deixar viver"...E pelo facto de me empenhar em desmistificar lugares comuns e tanta banalização, não quer dizer com isso que DEIXO DE  RESPEITAR AS DIFERENTES OPÇÕES DAS MULHERES EM GERAL, mas sim e APENAS continuar a esforçar-me por uma Consciência Superior e mais abrangente do SER HUMANO e muito particularmente, neste caso, da MULHER, da sua Essência, a Essência  da Vida em si...e disso não me posso alienar.
Só não entendo sinceramente porque se sentem por vezes "atacadas" as mulheres que não pensam como eu pela posição que aqui tomo, defendendo esta prioridade do trabalho da mulher consigo mesma e colocar isso acima de tudo. Essa é a única diferença que eu noto...e claro...lamento, mas na verdade...na minha idade de quase anciã...e com muito orgulho em ser "A Velha" (às vezes a custo...)  já não me identifico com as questões sexuais tão sobrevalorizadas nem com os rituais de fertilidade etc...
A Deusa Mãe é um Princípio da manifestação...é a referência do princípio feminino abulido nas sociedade patriarcais há séculos e que queremos de novo honrar mas não só fora, no altar ou nos TEMPLOS e lugares onde a Deusa era cultuada...Para mim não se trata de recuperar rituais nem lugares sagrados. Para mim Ser Mulher em si é que é SAGRADO... e eu, como qualquer mulher, sou o meu Templo, cada Mulher é o seu Templo e o seu Altar...
Não precisaremos de rituais nem amar a Deusa fora de nós quando cada mulher se amar e se respeitar nessa dimensão que a eleva a DEUSA_MULHER em si, DENTRO DE SI. Quando a mulher se amar e amar o seu corpo como sagrado, cada partícula do seu corpo, cada célula, cada átomo...e assim TODA A HUMANIDADE
 
RLEONORPEDRO

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