O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, janeiro 17, 2012

DIGNIFICAR A MULHER E A MÃE....


SOMOS FILHAS DA MÃE… 

Minhas amigas...aqui, estamos interessadas em SENTIMENTOS...sejam eles quais forem.

Estamos interessadas EM EMOÇÕES PROFUNDAS, em saber de dentro de nós, do fundo de nós...em consciencializar aspectos obscuros do nosso ser e da nossa psique e da nossa alma.
Estamos interessadas em perceber onde a nossa cisão interior nos afecta e como e onde ela se iniciou...
Estamos interessadas em defender e DESENVOLVER as nossas ideias próprias, o que pensamos e sentimos  por nós mesmas, mas não como reacção do que outras dizem ou escrevem...

O que cada uma escreve vale por si e  deve ser um contributo ao conjunto e não um mero rebater de ideias alheias, para defender apenas a sua à força e pela violência verbal. Por isso estamos interessadas em trabalhar com cada uma de nós, de dentro para fora, com a nossa divisão interna, compreende-la e ver a razão do nosso conflito existencial, dual, a nossa luta de sobrevivência de algo em nós que sempre nos foge…
Estamos interessadas em solver os nossos antagonismos com as outras mulheres, A BEM E NÃO A MAL.... Estamos interessadas no diálogo construtivo umas com as outras, em sinceridade total, com autenticidade, sem rivalidade, com respeito e sem preconceitos de tipo nenhum,  para podermos contribuir assim, para uma evolução real da nossa consciência do feminino sagrado e da nossa psique antes de tudo porque sem um entendimento psicológico de base do nosso próprio conflito individual, não vamos a nenhum lado.

Há muita teoria, muita informação, muitas TERAPIAS, muitos pareceres e ainda muita moral subjacente, religiosa, católica e burguesa ou mesmo marxista ou libertina ou libertária...há muito julgamento umas das outras...daquela e daqueloutras...
 

MAS NEM TODAS AS MULHERES...SÃO MULHERES...

E com essas eu não tenho contemplações...
Eu incluo todas as mulheres no meu universo, não estou contra nenhuma, nunca estive e há quem me confunda, mas tenho uma questão de Princípio – o Principio Feminino – a defender e ele não se compadece com as traições que as mulheres se fazem a si mesmas, por isso excluo sem qualquer escrúpulo as teóricas, as revanchistas, as utópicas e as comunistas…São mulheres que defendem sempre o "inimigo", o marido que lhes bate, o carcereiro que as guarda, o polícia que as maltrata, o raptor que as viola...elas sofrem do Sindroma de Estolcomo...
Essas mulheres são sempre mais “homens” e pelos HOMENS e partilham mais do que eles pensam e as suas ideias do que se importam consigo mesmas – são elas as filhas do pai ou do papá, filhas saídas da cabeça de Zeus, não são “filhas da mãe” ao contrário do que possam pensar no duplo sentido da expressão…
Imagine-se a acepção e o significado que tomou a expressão "FILHAS (ou filhos)  da MÃE"…
Vejam a carga pejorativa de que as Filhas (e filhos)  da Mãe sofreram no tempo…
Quando antes, muito antes do Pai e do filho, os Mistérios eram da Mãe e da filha (os Mistérios Eulesianos); era A GRANDE MÃE E  as mulheres que geriam as sociedades mais antigas em equilibrio e equidade…

Perguntem-se porquê.


Porquê é a Mãe se tornou tão mal conceituada na sociedade patrista, e machista, sobretudo se for mãe solteira…mas depois, se se vender o “produto” da sua barriga transforma-se em “barriga de aluguer”, útil a sociedade... Que sociedade é esta que trata assim as mulheres? Como mercadoria sexual e procriadora, só porque a “esposa” - as duas mulheres se misturaram sem quase se distinguirem - já não tem o mesmo valor nem a conseguem deter nas malhas da instituição casamento e a prostituta já não se confina ao bordel e a rua?
O que esperam ainda desta sociedade e deste mundo que as divide assim, as mulheres?  Vivem e agem como se não percebessem que dentro dela são sempre “o elo mais fraco”, a parte da espécie que sofre todos os perjúrios todas as ofensas violências e perseguições…sendo ela a MÃE?

Na verdade digo-vos, eu não creio nas mulheres que se converteram totalmente ao sistema e que foram nele educadas, que se entregaram nas mãos dos seus patronos e ao serviço dos seus interesses e os defendem, conscientes disso ou não, perpetuando os seus valores, sejam as escritoras, as catedráticas e as doutoras, juízas ou médicas…Podem haver as tais excepções (não sou burra!!) mas não creio que a partir de uma mente tão deturpada por valores religiosos milenares e filosofias misóginas se possa sequer tentar restaurar nelas o feminino sagrado ou ir ao mais fundo das suas entranhas, ou propor soluções femininas de essência, quando são as próprias estruturas desta sociedade que as nega, e onde elas nunca serão aceites como seres autonomos, nem pelos seus valores intrinsecos como mulher-mulher. Nesta sociedade por mais que julguem que sim elas nunca serão livres, nem respeitadas por elas mesmas, mas apenas deturpadas e usadas de qualquer maneira, mudando as regras do jogo sempre em benefício dos homens. Não, não creio especialmente nas comunistas que são materialistas e portanto produtos de uma ideologia sem interioridade, e para quem a consciência da sua mística e a recuperação do seu ser como mulheres autênticas, para o sagrado e o espiritual, é impossível à partida e mesmo que lhes dessemos uma hipótese … o tempo e o trabalho para as demover ou fazer ver fosse o que fosse do outro lado, era inútil, e perderíamos todo o tempo em discussões estéreis. Já aconteceu.
 

 Assim, minhas amigas…bem vindas todas aquelas que se sentem FILHAS DA MÃE… e queiram integrar os valores de um feminino perdido, denegrido e voltar a ser o que sempre foram…

Mulheres e Mães e Amantes, iniciadoras de si mesmas e do/a filho/a. Não só do Pai e do Filho…
Filhas da Mãe... e Mulheres já sem medo de ter de agradar ao Pai e ao filho homem…ao ponto de se mutilarem para agradar e serem belas segundo as suas medidas de seios e de “bunda”, e seguir os padrões de beleza da mulher produzidos pelo homem e a sua indústria farmaceutica e de cosmética, que vive a conta do sofrimento da mulher.

Porque não me venham dizer que essas mulheres fazem isso por amor...nem me digam que elas se amam ou amam alguém…Mulheres que se mutilam e se vendem ou vendem o corpo por uma imagem NÃO SE AMAM. Elas desprezam-se e odeiam-se como odeiam a outra mulher. E tudo fazem para “seduzir” e ter o homem sem o qual elas não se sentem nada…
Porque é a mulher um ser que se mutila a si própria e faz implantes mamários como se isso não fosse uma facada no seu corpo...ou várias. Tanto alarde por uma facada alheia...tanta dor e sangue etc. e depois é a própria mulher (e o homem) que se vai mutilar por vontade própria, permitindo que o "médico" corte o seu corpo, o seus seios (ou os seus orgãos) em nome de uma imagem e de uma ideia de beleza???
Que aberração se tornou esta sociedade que não vê nisso crime...e sim "liberdade"? 
E pergunto-vos, alguma mãe de verdade iria dilacerar - cortar - o corpo do filho ou da filha menina para a tornar mais bonita? Faria a Mulher Mãe uma operação “estética” á sua criança, cortar-lhe o peito…ou pôr silicone no rosto, nos lábios ou no rabinho para o bebé ser mais bonito? Mas deixam as suas filhas ainda adolescentes fazer implantes de seios para o mercado de trabalho…?
Ora se a Mulher não se ama a si mesma como ao seu bebé…e se não tem o mesmo respeito pelo seu corpo que pelo do seu bebé (sei que também há excepções, não sou burra!) ela iria mutilar-se a si ou operar-se para ficar com mais ou menos peito, mais ou menos barriga, mais ou menos carne – digo silicone?
Sou radical talvez, pensem o que pensarem, e nada me interesssam os argumentos muito "amorosos" e solidários com a aberração que é a profanação do corpo sagrado da mulher, em nome  seja do que for. E embora isto nada pareça ter a ver com o assunto inicial, quis apenas demonstrar-vos que a MULHER NÃO SE AMA. Apenas isso. E que é por aí que TODAS TEMOS DE COMEÇAR! A AMAR O NOSSO CORPO E A RESPEITÁ-LO ASSIM COMO À NOSSA ALMA.
rleonorpedro

3 comentários:

Astrid Annabelle disse...

Li com muita calma, sorvendo o visível e o invisível!
Completamente de acordo...sem mais!
Beijos Rosa...
Astrid Annabelle

rosaleonor disse...

Obrigada Astrid...
Nem sabe o que me descansa a sua palavra...sempre o receio de ser radical demais...
grande abraço

rosa leonor

Astrid Annabelle disse...

Continuo completamente de acordo..apenas silenciosamente...
Beijos Rosa.
Astrid Annabelle