O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, abril 16, 2012

O QUE É O FEMININO E O MASCULINO


A REALIDADE DO LÓBULO ESQUERDO E DIREITO DO CÉREBRO



Quando da Queda da nossa humanidade,  enquanto seres humanos, fomos divididos cada um dos dois componentes da nossa espécie, em duas funções distintas e complementares que se manifestam cerebralmente através do lóbulo direito e do lóbulo esquerdo do nosso cérebro. Segundo o autor Drunvalo M. unidos esses componentes, não corresponderiam ao macho nem à fêmea, no entanto a meu ver, o lóbulo direito corresponderia naturalmente à mulher e o esquerdo ao homem, sendo cada um o representante da parte que lhe corresponde e como facilmente podemos ver ao longo dos milénios e da cultura em geral, o lado masculino superiorizou-se e dominou  o mundo que esteve debaixo da sua manifestação exclusiva, sendo o lado feminino e as mulheres reprimidas pela manifestação dos seus aspectos e disso não nos restam quaisquer dúvidas.

Assim é mais fácil perceber onde começou a cisão da mulher em si mesma e a separação  entre os dois seres da nossa espécie, homem e mulher. Impedida a mulher de Ser ela mesma e masculinizada, forçada a usar também o lóbulo esquerdo quase exclusivamente era simultaneamente ridicularizada pelas suas visões intuições e alta emocionalidade. Foi inclusive perseguida pelas religiões por manifestar o dom da visão interior e a sua intuição, percepção do absoluto em si, a sua capacidade de sítese. Isto aconteceu durante séculos…e ainda está a acontecer e não sei porquê os autores ou mentores espirituais raramente se apercebem deste facto. Continuam a branquear a questão do Feminino essencial e a ignorar essa cisão ou divisão da mulher...

Para o autor Drunvalo  M. “O lóbulo direito, que controla o lado esquerdo do corpo, constitui o nosso aspecto feminino, mas enquanto unidos não seriam em realidade nem machos nem fêmea. Trata-se simplesmente do nosso composto psíquico e emocional.”
O autor diz tratar-se no nosso composto psiquico e emocional, referindo-se ao homem e a si na medida em que é ele que filtra a experiência, mas não se   apercebe que no caso da mulher ela seja essencialemnte esse composto...Este ponto de vista é claramente masculino e o autor nem se dá conta…e continua, falando do feminino (no homem): ”Este composto conhece a verdade e sabe que não há senão um Deus e que a unidade é tudo o que existe. Este aspecto de nós mesmos não pode ser muito bem explicado, mas ele sabe intuitivamente o que é a verdade a propósito de tudo. Por consequência, poucos problemas surgem a partir do nosso componente feminino.” O autor faz esta afirmação e reforça a ideia  do masculino como sendo o lado do problema…sem nunca referir a mulher neste caso como fonte de concórdia..  

Diz ele: “O problema reside no lóbulo esquerdo do cérebro – nosso componente masculino. Dada a natural orientação do lóbulo esquerdo, que não é mais do que o reflexo inverso do lóbulo direito - o seu componente lógico aponta para a frente (domina em vantagem), enquanto no lóbulo direito, este componente lógico está em retracção (domina menos). O lóbulo esquerdo não faz a experiência da unidade quando observa a realidade ambiente; ele não vê pelo contrário senão divisão e separação. Eis porque o nosso aspecto masculino tem tanta dificuldade aqui em baixo. Os nossos livros sagrados, tal como o Corão e a Bíblia judaica ou cristã, eles mesmos classificaram tudo em termos de personagens e elementos variados que se opõem uns aos outros. O lóbulo esquerdo concebe que Deus existe mas também há o diabo – que não é talvez tão forte como Deus mas, que exerce uma enorme influência. Por consequência deus ele mesmo é um ser duplo, um ser no seio do qual residem as forças opostas de bem e de mal.
(…)
O espírito humano fica então preso neste dualismo e continua a sentir este sentimento de separação que o impede de fazer a experiência da unidade absoluta e de funcionar com o seu potencial máximo, até que seja capaz de ver a unidade que, tal como um fio de ouro, passa através de tudo, o que o fará realizar sem a sombra de dúvida, que uma só força, um só espírito, uma só consciência impregna absolutamente tudo na vida.”
(…)
Agora passamos para a questão mais relevante em que o autor cita como usuários do hemisfério direito os homens sensíveis e não refere sequer as mulheres, naturalmente…como a parte da humanidade que representa à partida o hemisfério direito...

Aqueles que de entre vós, utilizam principalmente o lóbulo direito do cérebro (os artistas, os intuitivos, os corações amantes, etc.) poderão sentir-se inclinados a saltar estas páginas de explicações intelectuais, que geralmente fazem as delícias do lóbulo esquerdo. No entanto é importantíssimo que tenham isto em conta porque é graças a um certo equilíbrio entre intelecto e intuição, entre os lóbulos esquerdo e direito do cérebro, que a saúde espiritual ocorre.
Quando o lóbulo esquerdo se apercebe da unidade absoluta que existe verdadeiramente em tudo e em todo o lado na vida, ele começa a relaxar e o corpo caloso (verdadeira ponte de fibras entre os dois hemisférios do cérebro) abre-se de uma nova maneira, permitindo assim a integração dos dois lóbulos. Este verdadeiro traço de união entre os lóbulos esquerdo e direito do cérebro aumenta e um rio de informação começa a passar de um ao outro.
(…)
Esta acção, por seu lado, activa a glândula pineal de uma forma diferente e a reactivação do corpo de luz MER-KA-BA torna-se possível durante a meditação. A partir desse momento, o processo inteiro de regeneração e de cura pode desencadear-se e nós podemos recuperar a nossa capacidade de nos ligarmos a níveis de consciência mais elevado. Tal é o processo de crescimento.”*

* in Drunvalo Melchizedeke - in L'ancien secret de la Fleur de Vie - tome I


Como acabamos de ler connfirma-se que mesmo os homens espirituais mais lúcidos continuam incapazes de pensar nos termos daquilo que foi a negação da mulher feita pelo patriarcado, nomeadamente no Corão e na Bíblia e a sua visão dualista de deus e de como a mulher acarretou com a culpa do pecado - por eles verem a vida com um só hemisfério, o masculino - e  que a ausência do hemisfério feminino  no mundo ou seja, a não activação e uso do lóbulo direito, pela sistematica negação da intuição e emoção do feminino na mulherao longo dos séculos, se reflectiu no mundo de forma desastrosa e trouxe a humanidade os piores acontecimentos e condições de vida, violências e atrasos, e lutas sem fim…Basta olhar para o quadro mundial e ver os efeitos do excesso de lógica e de poder racional sobre a natureza...

Agora o grande problema da mulher dos nossos dias é conseguir reencontrar essa verdadeira mulher dentro de si mesma e usar o seu lóbulo direito para enfim equilibrar a sua própria natureza e resgatar a fundo a sua natureza, e usar a sua essência primeira. Este é um trabalho que não podemos ignorar pois senão continuaremos a deixar o lóbulo esquerdo a funcionar e a nossa submissão aos homens e ao seu controlo também que como vimos está activo nas religiões que nos circundam e em que ainda acreditamos…
 rlp

ADENDA

Enquanto a mulher se projectar no homem ou no mestre em busca da sua espiritualidade ou complementaridade, a mulher não pode encontrar-se a si mesma enquanto ser total. Por mais que a mulher julgue, tal como foi induzida epla religião e cultura, a procurar a sua totalidade no homem, seja como amante seja como mãe, ou pela complementarização dos opostos, enquanto usar o intelecto, a razão e o conhecimento do masculino,  ela não se encontrará integralemnte  a si mesma.

Como vimos, usando o hemisfério direito, a visão global das coisas, sendo ela a mulher integral ela não depende do homem para SER.

A mulher tem em si mesma o potencial e a qualidade que lhe é inata de se reconstruir e ser em si sem precisar de ser iniciada porque ela é iniciada por natureza e esse facto deu-lhe de alguma forma a vantagem de poder ser sem depender do homem. E foi essa vantagem da mulher como contentor do homem desde que nasce que a superiorizou aos seus olhos e este não suportando esse facto, o de ser o contido, tentou e conseguiu dividi-la e desvalorizá-la enquanto ser humano, reduzindo-a a duas metades de si – a prostituição e o casamento são as formas de dividir a mulher em dois tipos de funções separadas, desligando a sexualidade do afecto e o afecto da sexualidade - e assim pode sem qualquer problema controlar e dominar a mulher e a própria natureza mãe. Caso isso não tivesse acontecido a Mulher não teria permitido ao homem a sua usurpação de poderes nem de violência sobre o mundo e a natureza, as mulheres, os animais e as crianças.

rosaleonorpedro

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