O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, maio 30, 2012

PARA ONDE VAI O NOSSO MUNDO


AQUI NA TERRA COMO NO CÉU…


A mim, como ser humano neste plano terráqueo, não me foi dado aceder NATURALMENTE a nenhum outro plano ou dimensão fora do tempo e do espaço linear; e creio que eu me recuso a isso...tudo o que a minha compreensão humana não possa abranger e descodificar de forma inteligível e eu não digo de forma razoável, mas sensível, extra-sensorial mesmo, eu não quero; enquanto o meu ser não esteja preparado para abarcar outras formas de linguagens, de vida e planos de existência, de forma natural e equilibrada e sem o risco de ruptura com este plano, eu não quero nenhuma visão especial. E não é por não aceder a esses mundos que eu os nego. Primeiro nem os nego, mas sou eu que não quero o que sei que não posso abranger dentro dos limites da minha compreensão humana.  Claro, ninguém sabe bem o que é a INTELIGÊNCIA ou sabemos que apenas usamos uma percentagem mínima do nosso potencial…

De facto, admito e aceito e sei até um certo ponto, sim, posso percepcionar outros mundos e outras dimensões, e nessa expansão de consciência há grandes probabilidades de alargar o nosso conhecimento através da alteração do nosso ADN etc., mas note-se, por exemplo, esse não é ainda o caso das canalizações, ou outras formas exteriores a nós de aceder a informações, digamos, de aceder a outros planos. A questão é que eu não quero o que eu não posso processar eu própria, integrar neste plano ao nível da minha psique e tornar real na minha vida, consequentemente. De que me servem informações se eu as não puder equilibradamente validar? E fazer delas uma realidade aqui? Para que viveria eu, como tanta gente que conheço, totalmente desfasadas deste mundo real (Maya, pois) e desses universos paralelos de que falam – luz amor e plenitude - e em completa alienação de si como seres humanos?  

Para mim É uma questão de “bom senso” sem o qual se perde a noção dos limites e das fronteiras: a mim nada me garante a certeza dessas informações; de tudo o que tenho lido e ouvido, elas são tão contraditórias por vezes como as fontes e tão absolutamente antagónicas que não me é possível acreditar nelas como plausíveis...Ninguém, vejo, tem garantias desses universos paralelos, ninguém...e eu não estou a duvidar de quem diz que sim, mas dos processos...e porque mais simplesmente não sei para que servem, sinceramente. Essas mesmas pessoas estão tão desestruturadas humanamente, tão sem saber do mais básico de si mesmas, perdidas sexual e emocionalmente e querem chegar a mundos perfeitos e inatingíveis...Quase todas elas em risco de loucura…

O meu ponto de partida é este, de que me serve ter acesso a esses mundos e até fazer contactos com seres de luz ou extraterrestres…se eu continuo um ser humano limitado em si mesmo, sem capacidade de me elevar ao mais alto da minha condição apenas como ser humano, coerente, coeso e amoroso…Sim…o meu ponto de vista é que de nada me servem os dons e as visões e os contactos e as revelações, se não me tornar mais humana…mais amorosa…mais verdadeira, mais eu mesma AQUI NA TERRA!

Eu tenho tempo quando partir, de chegar onde é suposto eu chegar.

A minha estadia na terra é para cumprir uma elevação da matéria, espiritualizar o meu corpo, elevar-me na minha condição humana e ser fiel à minha verdadeira dimensão, a dimensão do meu coração a única a que tenho acesso e se não for por essa via eu aqui na terra não vou a nenhum lado! Sim, de que servem todos esses dons, visões e revelações …se as pessoas continuam a rejeitar este mundo ou odiar a Terra? Odeiam-se umas às outras, invejam-se tão visceralmente, são predadoras, vampiros de energia, exploram e mentem-se uns aos outros...totalmente desequilibradas e sem “suporte vibratório” para as energias que dizem tocar e o óbvio é sem dúvida o risco de loucura...e nada acrescentam de “melhor” ao mundo senão ao seu próprio ego espiritual INSUFLADO  de se convencerem de que são seres excepcionais, os “escolhidos”, e dão-se nomes pomposos...Tudo isso lhes é dito…e elas convencem-se enquanto se alienam da terra…e do propósito de estarem vivos, aqui e agora.
RLP

Adenda...
Não estranhem as minhas amigas este parêntesis no assunto habitual "mulheres e deusas"...
Este texto responde a algumas das minhas questões, mas não responde a questão essencial do SER MULHER e talvez a descoberta do que é ser mulher seja uma Chave e uma resposta global para toda esta questão, dado que a mulher tem à partida as ferramentas para aceder a planos de consciência do Ser em si e como mulher e que se perderam completamente desta humanidade pela sua cisão interior. Aí está a chave talvez da falta de uma dimensão acessível a todos os seres humanos de forma humana e natural, terrena e divina sem a alienação da Terra nem do Céu. A separação da mulher em duas anulou a manifestação do princípio feminino e portanto do hemisfério direito e as suas faculdades...e esse é o ponto de focalização emergente para a Terra. Se acedermos e desenvolvermos os dois hemisférios cerebais em paralelo - o feminino e o masculino integrados - talvez possamos atingir planos de consciência na terra que nunca sonhamos mas  para isso e antes do mais a Mulher tem de integrar ou unir essas duas mulheres que o patriarcado dividiu em duas...

terça-feira, maio 29, 2012

AS ENERGIAS CÓSMICO OU TELÚRICAS...


AS DUAS ÍSIS…


(…)

“A busca da verdade é também a busca do outro. Essa questão toca bem claramente o problema da dualidade masculino/feminino, dia/noite….Quando essa dualidade é dominada, leva a um outro nível de consciência, tal como é expresso na grelha integrada. A mulher – conhecimento/sabedoria – tem um substrato de facto, enquanto o homem precisa partir sem demora em busca de si mesmo. A mulher é para ele uma iniciação ao progresso, um catalisador do futuro. Nesse sentido a mulher parece ter vantagem em relação ao homem.


As duas buscas de Ísis demonstram muitas facetas dessas vantagens. Considerando Osíris como o representante do homem mítico a construir, vemos que ele precisa a toda a hora de ser reconstruído. Os catorze pedaços são catorze centros energéticos e esses mesmos centros foram escolhidos para nomear províncias do Egipto, os nomes. O corpo decepado do deus vivo que se tornará deus morto. É o fio invisível que assegura a continuidade ao longo da alternância vida/morte. É também o símbolo do grão que morre no solo para renascer em outro ser. Cada grão de Osíris estava ligado a uma província do Egipto. Ísis não encontrou o sexo, engolido por um peixe. Não existe província ligada ao sexo. Esse facto evoca outras ideias que encontramos em muitas religiões – reveladas ou não -, a de que o deus fundador foi concebido sem reprodução sexuada. O segundo aspecto está ligado ao facto de que são as mulheres que concebem. As mulheres são MA e o AM. A primeira matéria realizada seria a da mulher.

Existem tipos de fecundação em que podemos questionar qual é o verdadeiro papel do macho. Em certas fêmeas, o espermatozóide só traz um sistema de forças criador, apenas um stresse para o óvulo. Não existiria transmissão de património genético proveniente do macho, enquanto as recombinações genéticas teriam lugar unicamente no material genético proveniente da fêmea. A mulher já tem nela as infrastruturas para criar o ser inteiro. Falta-lhe justamente o impulso criador. Na Bíblia, o episódio da costela de Adão apresenta as cosias de maneira inversa.

Com a linguagem vibratória, a tradução da mulher dá a letra Z. E a constela de Adão seria a letra Z, que significa responsabilidade. Ora, a letra Z pertence ao mundo transcendental. A mulher já é portadora do mundo transcendental (A Virgem maria, Ísis, as virgens negras etc.). O homem, em contacto com a mulher, teria acesso ao germe da iluminação. E o casal alquímico exteriorizaria isso.

(…)
Chegarei mesmo a dizer que, nesta evolução do conhecimento, a mulher leva vantagem, mas não sei se ela sabe disso. Ainda mais que na situação actual ela se choca com o poder do homem. Sejamos claros: constitutivamente não existem relações de superioridade ou de inferioridade entre o homem e a mulher. Tudo depende do contexto sócio-cultural da época considerada cujas consequências extremas se manifestam nas sociedades do tipo patriarcal e matriarcal. O facto principal que se expressa no caso ideal é a complementaridade da infra-estruturas constitutivas de cada um…O resultado no mais alto nível vibratório de tal complementaridade é a fusas integral dos duplos que se traduz por um alargamento prodigioso do campo de consciência do casal alquímico. Trata-se de um verdadeiro processo de transcendência cujas consequências são múltiplas, principalmente transformações profundas e duráveis de cada um dos componentes do casal. Penso mesmo que esse estado ideal e final do casal alquímico, caracterizado pela fusão dos duplos, continua após a morte física. Mas atenção: eu não digo que tal resultado do casal alquímico seja verdadeiramente realizável.”

(…) 

Etienne Guille

O homem entre o Céu e a Terra

sábado, maio 26, 2012

A VOZ DA MÃE…




“Um Sifu me contou que lutadores de certos clãs no antigo Cantão quando tinham um oponente muito forte procuravam antes estudar o tom de voz da mãe deste (na época era fácil isso, as famílias viviam juntas, numa mesma casa várias gerações).
O tom de voz da mãe atravessa as barreiras defensivas em nós porque o ouvíamos como vibração, quando estávamos no útero.”
 
In pistas do caminho – nuvem  que passa


LEMBRAM-SE? OU ESQUECERAM?


Muitas mulheres estão a despertar...elas começam a sentir o que está mal...elas sentem na sua pele o incómodo, mas ainda querem ser boazinhas...balbuciam meias verdades...Todavia ainda não conseguem resgatar a sua palavra a partir do útero, de verdade, do seu amago. ainda disfarçam. Não conseguem gritar o que lhes vai na alma. Ousar dizer o que as oprime. Um enorme peso, o silêncio de séculos, o medo - pesa sobre as suas cabeças...Cabeças sempre postas a prémio..."se falas...morres...se dizes mato-te...se ousas abandonar-me, direi que és louca, se te atreves a denunciar-me vais para o hospício...direi que és bruxa...que és puta, que és má mãe...Vão tirar-te os meus filhos...eles são meus e trazem o meu nome. Tu mulher és nada...És um verbo de encher com esperma, uma barriga de aluguer..."

Lembram-se...é esta história repetida em todas as histórias velhas e novas...e de todos os cantos do mundo ela vem...ah! não, os filmes e as telenovelas... esses são já para nós fazer esquecer, para nos iludir, para nos confundir...eles dizem, "tu és livre, dizes e fazes o que queres, tens tudo o que precisas, carros e batons e és presidente e médica e política, escolhes e dormes com os homens que queres"...E assim tu esqueces.  Eles dizem, não, "não houve opressão da mulher, ela é que teve a culpa...ela é Lilith, um demónio, ela é astuciosa e má, a mãe negra que come os filhos a mulher vampira que engole meninos à nascença...ela é a vlha bruxa megera..."

Parece que esta história já não se usa...que foi ultrapassada, mas é a história que está selada nas nossas células, na nossa memória...no nosso ventre, que nos persegue e não é branqueando e fazendo de conta que não foi nada, que já não dói, que eu sou livre... que ela se apaga...Não. É lembrando é integrando essa Sombra que nos atormenta, essa memória que nos angustia, indo ao fundo de nós mesmas e ao magma da terra, bem ao fundo da nossa psique ver essa cisão intertna quenos separa umas das outras, para a resgatarmos e só assim a libertaremos para sempre e sermos quem sempre fomos...unas e inteiras, mães mulheres e amantes...como um todo e não fragmentadas e separadas, e fechadas em prisões onde nos meteram para nos usar de acordo com as suas leis...esposas e prostitutas, concubinas e escravas...

A mulher tem de acordar e resgatar a Voz do Útero, é urgente e é preciso. O mundo depende da Mulher...agora mais do que nunca a Terra e a Mulher têm de ser Uma.

 Rlp



A voz de uma leitora:


Uma coisa que sinto é que a voz do útero é a voz do amor. Ele se contorce porque ainda estamos amarradas e aprisionadas a estas questões, sofrendo por elas. Os tempos atuais são outros, o feminismo abriu caminho às avessas mas foi um movimento importante de conscientização. As mulheres confusas e por isso cindidas não reconhecem a supremacia do amor que brota do seu ser. Esta é a sua finalidade última. É a questão de sua energia, é a função de sua essência. Sinto que há um aprisionamento deste útero que quer amar e não sabe porque se aprisiona em sua própria dor, não vê saídas, não vê perspectivas, se vê algemada o tempo todo. Vê que o mundo ainda lhe submete, a constrange por toda essa história que já conhecemos. Será que não está na hora de olharmos para este corpo de dor e fazer um ritual de despedida? De limpeza, de cura? Não conseguimos ser inteiras porque o corpo de dor vive nos remetendo a essas injustiças que recebemos, tal qual uma criança que não aceita mas também não se mexe, só reclama e se submete. Amar é essencialmente a nossa função. Não é ser boazinha é ser boa. Não é ser passiva, é ser consciente de seus movimentos e quando deve fazê-los. É ter voz. É alcançar a nossa SABEDORIA perdida por entre várias opiniões, teorias e etc... É reconhecer e se apropriar inteiramente de nosso poder. Já está na hora a meu ver da força se expandir, não é lutar é amar. Lutar aqui num sentido de guerra dos sexos ou coisa que o valha. Mas é lembrar de como se ama, e devemos nos amar, e nós já sabemos, para poder curar o que nos cerca de ignorância e temor, dentro e fora de nós. Consciência sim, tudo o que é exposto aqui e é com muita propriedade, é necessário mas precisamos nos libertar emocionalmente e mentalmente dessas questões para sermos verdadeiramente LIVRES. Eu não sei se vou me fazer entender mas eu acho muito necessário conhecermos nossa história antropológica, nossa história espiritual, etc... Mas precisamos SER ESTA MULHER, ainda estamos profundamente condicionadas as nossas dores. Uma coisa é ter consciência delas, outra coisa é tê-las como "armas" de proteção ou mesmo vinganças veladas ou não. Livrai-nos oh mãe dessa dor que a mulher acaba cultivando em si. Para além de todas as pressões que ainda sentimos e vivemos, devemos seguir sem medo a mensagem da rosa, a essência do feminino em sua leveza, pureza, em seu aroma, em sua beleza, no amor que espalha e nos seus espinhos que revelam que ela não é frágil e nem tampouco desprotegida. É consciente de sua força, beleza, sabedoria e dignidade!

 Rosa Barros


quarta-feira, maio 23, 2012

HONRAR AFRODITE

 
 
Dia 23 de Maio:
"É o momento em que as rosas expressam o seu simbolismo ligado ao amor. Em cada botão de rosa vive a essência de Afrodite, a bela e suprema deusa do Amor e da sensualidade - os expontes do desenvolvimento equilibrado da personalidade humana. Façam como o rebento de rosa que se abre à suavidade do beijo do sol, ao afago gentil da brisa da primavera, e com estes estímulos vence a f...rieza da geada. É dia do festival das Rosas ou Rosália e tempo para o sentimento mais nobre do ser humano. Honrem Afrodite ou Freya e todas as suas facetas que podem ser reconhecidas em todas as culturas pré-cristãs. Integrem a fragância da rosa e deixem-se levar pelos fluídos da intensidade do amor. A deusa renasce dentro de nós!!!!"
Cristina Valquíria Valhalladur Aguiar

segunda-feira, maio 21, 2012


- PORQUE NUNCA FALO DO  HOMEM,
NEM DO MASCULINO SAGRADO

A visão dos homens sobre o sexo é uma e a das mulheres é outra. O erotismo das mulheres é um, de Vénus, o dos homens é outro, de Marte. Por isso este espaço está exclusivamente reservado se quiserem ao erotismo feminino, ao Feminino Sagrado, mais a Vénus e Afrodite do que Eros e Marte.
Os seres femininos são diferentes dos masculinos. O seu erotismo é diferente e ponto final.
A aprendizagem pode ser a experiência dos dois em UM, mas nunca antes de a mulher ser mulher e o homem ser homem...e aí é que começa a discórdia. porque nem o a mulher nem o homem são seres féis ao Pincípio respectivo, havendo uma total preponderância do princípio masculino em detrimento do princípio feminino. Temos por isso de rever toda a história da Humanidade.
Há séculos que o Falo impera através da guerra, da violação e da violência sexual sobre as mulheres; o Falo é símbolo de domínio, de valor, de supremacia, imperativo até na linguagem: o Homem, a autoridade e jactância masculina plenas. O falo tem sido um sexo de domínio sobre as mulheres, de afronta às mulheres...

Sei que não é simpático dizer isto a mulheres jovens e mulheres na força da Vida e em plenitude sexual ou casadas...mas ainda aí e a risco de me considerarem androfóbica, ou sofrer de misandria, eu defendo e digo que aqui do que se trata É do ÚTERO...do Útero e dos Ovários, centro de poder interior da mulher e correspondente ao "ter tomates". Importante aqui é o Sangue e as Faces da Deusa e da Lua e não do deus cornudo...nem do masculino sagrado, desculpem mas esse é o FOCO, não o Falo.
Já chega: Vivemos numa sociedade absolutamente falocrática, e num sistema que elege o falo como único princípio e expressão/opressão das mulheres...inclusive verbal - Lacan diz: “a linguagem é o falo a mulher é silêncio” – por isso tenho instintiva e naturalmente alguma relutância em dar espaço entre mulheres e deusas a esta questão...que não nos pertence de nascença...e à partida, embora tenham feito de nós seres inferiores por não possuirmos um...

Freud disse isso, que nós mulheres tínhamos inveja do pénis. Nunca tive inveja do Pénis...e achei essa análise um erro crasso, no entanto acabei por constatar, tardiamente, que isso é muito o caso das mulheres que vivem obcecadas pelo dito...e muitas não amam o homem, conheci algumas, mas desejariam ter um órgão de poder e de posse e de violência - a espada...elas querem possuir o homem para se apossar do falo…as ninfomaníacas não são outra coisa senão isso…
Esta sociedade actual de homens é imperativamente dominada pelo...cara....-…A linguagem dos jovens e dos homens começa e acaba com essa maravilhosa interjeição a toda a hora e em qualquer lugar...a das mulheres de hoje em dia também...
Há pouco tempo fiz parte de um grupo - vrtual - no facebook  de suposta “sexualidade sagrada”... que a breve trecho virou pornográfico...o uso e abuso da linguagem falocrática e a exploração da mulher objecto…

Por outro lado Sei como facilmente as mulheres se interessam e viram com muito mais entusiasmo para falar dos homens e do Falo, da sexualidade e erotismo a dois, sobre os homens em geral, do que sobre elas próprias e esse é o risco...
Sei que as mulheres viveram séculos a fugir delas próprias do seu útero, tão abusado, tão mal tratado, tão vilipendiado...do seu sexo tão denegrido, dos seus ovários cortados...dos seus seios feridos, lacerados...
Sei que pareço uma velha controladora, como já me caracterizaram num grupo, uma madre superior a castigar as meninas que falam de sexo; sei que posso parecer retrógrada e talvez reaccionária. Sei que vão ficar aborrecidas ou mesmo  ofendidas por eu tocar nesta questão desta maneira; eu não odeio os homens de per se, mas a sua história e o seu comportamento colectivo em relação às mulheres em todo o mundo. Ainda ontem vi numa reportagem a forma como os homens da resistência francesa - quando a ocupação nazi acabou -, penalizaram de forma horrível as mulheres que tinham tido amantes alemães…a violência atroz dos cidadãos franceses que lutaram contra o nazismo foi tão feroz ou mais nazi do que estes foram com essas mulheres que amaram…As mulheres são sempre as cruxificadas nas guerras e primeiras vítimas dos dois lados das fronteiras…
Eu nasci no fim dessa guerra, mas sinto que vivi isso na pele, não sei como, pois nasci logo após essa obscura idade média que foi o nazismo, mas nazis ou comunistas, liberais ou utópicos, os homens face à mulher são sempre os mesmos…e isso não me permite dar-lhes espaço aqui. Amo os homens como irmãos, como filhos, mas como amantes  eles não o eram e raros ainda o saberão ser…mas o caminho do masculino sagrado é deles e não meu…
Por isso o meu foco é este trabalho de SER MULHER inteira e busca identitária – sem precisar do complemento homem para ser…eu. Isto é praticamente inconcebível pela grande maioria das mulheres! SEREM MULHERES APENAS, sem serem mães nem amantes, mas seres independentes e conscientes de si mesmas enquanto entidades.

Sei bem e compreendo o legítimo interesse das mulheres pelo falo, pelo homem e pelo sexo... Como sei que corro o risco de mais uma vez ser mal interpretada aqui ao contrariar isso...mas sou velha e sei a importância relativa que o sexo e o dito falo possa ter no somatório de uma vida. E não quero esquecer nem alienar-me um só momento do que seja e do que é ainda o imperativo do sexo num mundo FALOCRÁTICO, a dominação das mulheres.
Portanto minhas amigas, por tantos séculos de poder falocrático, é tempo de nos ocuparmos unicamente da Mulher essencial, do Feminino Sagrado, da Yoni se quiserem, mas não do falo…nem do masculino sagrado. Porque isso não nos acrescenta nada…e continuaremos presas ao seu domínio.

 Resgatemos o Feminino Sagrado em nós antes de tudo e no fim…ou no meio, ou como quiserem, vivam e busquem o masculino sagrado mas só se for em plenitude de vocês mesmas e em total reciprocidade, respeito e amor…Não antes…nem de outra maneira!
rlp

REPUBLICANDO...


A DIVISÃO DA MULHER
"…a mulher dividida em sua essência nunca poderá alcançar a plena união com o homem, porque essa divisão tornou a mulher um ser incompleto, incapaz de manifestar a sua verdadeira natureza. Com a mulher incapacitada de expressar a sua unicidade, ambos, homem e mulher estão fadados a um eterno desencontro, enquanto perdurar a divisão interior do sexo feminino. Estando dividida, ela não sabe o que é ser mulher, como poderá, então, se colocar perante o outro em equilíbrio com o seu ser e o dele?
Existe outro domínio da associação para o qual somos chamados à consideração. Isto porque o caminho da associação pode conduzi-lo à realização de uma união ainda maior" a união com o Eu Superior, a união com o Divino.

OU O FEMININO SAGRADO
Aí está, creio eu, o grande problema criado pelo patriarcado e que gerou todo o desequilíbrio atual e na relação entre homens e mulheres: como a mulher e o feminino foram inferiorizados, desprezados e maltratados em sua condição, o divino foi expulso da união do homem e da mulher e da própria vida (…)
Só quando a mulher se colocar (…) inteira, perante o homem e a sociedade se restabelecerá a união sagrada que deveria se realizar entre os dois opostos e que traria o equilíbrio que esse mundo tanto precisa. Mas para isso acontecer, a mulher tem que reconquistar a sua integridade.
ELA TEM DE VIVENCIAR A SUA Integralidade, aquela que sua natureza requer. Ela encarna o impulso para a auto-realização e indica a senda que você deve tomar, não induzindo por motivos ulteriores, mas pelo cerne de sua individualidade.

IGACI - uma leitora brasileira

quarta-feira, maio 16, 2012

PORQUE HÁ PERVERSIDADE...


*E AS MULHERES SÃO AS PRINCIPAIS VÍTIMAS...
 
Caracterizam-se pela maldade, pela ausência de sentido moral, pela aptidão pelas relações sociais – que ajuda à manipulação e mesmo à subordinação dos outros -, pela tendência e facilidade em mascarar as suas intenções.

Nas relações sociais do perverso de caráter, a dominação e a influência ocupam um lugar privilegiado. Ele manobra habilmente para submeter o outro a pouco e pouco. Animada pelo ódio, a sua vontade procura apagar aquilo que o outro tem de singular. Cada uma das suas formas e variantes da perversão moral responde a apetites particulares: o escroque procura o despojamento económico do outro; o sádico moral centra a sua ação na crueldade, o masochista moral na submissão; o voyeurista moral deseja provocar a vergonha e o exibicionista moral, o escândalo. Quanto ao perverso-narcísico, ao jogar com a necessidade de afirmação de si, deseja alterar o valor do amor-próprio do outro. Daí que estabelecer relações íntimas com um perverso e ligar-se a ele é pura perda. Quem o faz nunca sai incólume: perde o sorriso, torna-se amargo, sente-se fraco. Aliás, atenção: a perversão moral joga-se muitas vezes na relação, e a vítima pode também ser cúmplice, tirando daí vantagem…apenas durante algum tempo.” (porque depois da sedução, vem o desprezo, sem contudo abandonar jamais a sua vitima, acrescento eu).

Alberto Eiguer Pequeno Tratado das Perversões Morais, Climepsi

segunda-feira, maio 14, 2012

As diferentes Faces da Deusa, as diferentes idades da mulher


 OS RITUAIS DE PASSAGEM.


"A expressão francesa “Rites de Passage” foi adoptada por antropólogos e escritores europeus para definir todos os rituais e cerimónias que propiciam a passagem de uma pessoa para uma nova forma de vida ou um novo status social. Segundo o escritor Arnold van Gennep, os ritos de passagem são cerimónias que existiram e existem em todas as culturas, antigas ou contemporâneas, primitivas ou urbanas, acompanhando cada mudança de idade, de lugar, de estado ou de posição social.

Infelizmente, nas sociedades modernas estas celebrações foram sendo reduzidas - algumas delas mesmo ignoradas - e outras deturpadas.

Um rito de passagem totalmente relegado ao esquecimento é a celebração da menopausa.” - Mireille F.



Estava a pensar justamente nesses RTUAIS DE PASSAGENS e em como seriam úteis agora, devido a alguns confrontos que de vez em quando acontecem entre gerações, como nós agora dizemos, para concluir para mim mesma, a noção de que não podemos discutir experiências e vivências ou mesmo as crenças umas das outras, sem ter em conta essas diferenças de idade ou de gerações como se diz. Porque aquilo que faz de nós a conhecedora é a experiência e a vivência; e essas experiências e vivências têm de estar de acordo com os estádios da sua vida – que são patamares distintos ou degraus - que concluem o somatório dessas vivências em significados…e que estes correspondem por sua vez, quer queiram quer não, às suas idades que são símbolos das diferentes Faces da Deusa...

Depois da Jovem, da Mãe e da Velha temos "a sábia" - aquela que sabe - e não o digo apenas por me encontrar na idade ou fase da vida que me coloca nesse sentido numa posição privilegiada, à partida, mas pelo facto de ter passado pelas diferentes idades e estágios da mulher. É certo que não fui Mãe mas resgatei a Mãe para mim…e esse foi o meu trabalho pessoal, o meu parto de alma. Resgatar a Mãe para a Filha….

Assim, não há como contornar a questão da Mulher Jovem, da Mulher Madura e da Mulher Velha. São fases distintas da vida que correspondem a vivências e patamares diferentes...de acordo com essas Faces da Deusas...

Bem sei que neste mundo moderno, em que não há ensinamentos ou iniciações de acordo com essas idades na mulher (e tão pouco no homem), não há também por consequência nenhum respeito por essas fases e tudo se mistura; e para agravar as cosias temos uma cultura que se pretende abrangente e que não faz mais do que perverter a nossa realidade interior pela ideia deturpada de uma suposta "igualdade e democracia" e assim ninguém ouve ninguém nem ninguém respeita ninguém...Vemos esse exemplo nas escolas entre alunos e professores e mesmo dentro das famílias ou em grupos. Já ninguém sabe qual é o seu lugar. E toda a gente pretende ter razão e assim em vez de nos basearmos na nossa experiência de vida, baseamo-nos em ideias da vida…em psicologias, em filosofias em pedagogias, temos técnicas disto e daquilo, mas sem a uma verdadeira experiência ou vivência do real, uma Consciência do ser que não é só mental intelectual mas principalmente conhecimento adquirido pela experiência, saber integrado. E há coisas que só a idade e a experiência nos pode ensinar e por mais livros que leiamos e saibamos de tudo isso não significa SABER verdadeiramente. E isso é válido para todas as idades…

rlp  

sábado, maio 12, 2012

A mão sobre o peito segura as lágrimas.




HA UMA MULHER QUE CHORA...

Há uma mulher que chora dentro do vestido da terra.
Uma mulher nuvem que se dissipa e morre tocada de ausência.
Uma mulher que semeia na terra o nome do que sem nome brota.
A mão sobre o peito segura as lágrimas.
Porque as lágrimas têm um caminho que não se confina na terra nem no azul do vestido do céu.

No jardim onde as almas se sentam no banco de pedra da sua mesma morte corre um rio sem tempo agarrado aos torrões da luz.
O corpo é uma lembrança fugidia e a realidade é um traço de vento no caderno das liliputianas palavras.


maria sarmento

sexta-feira, maio 11, 2012

Em que ao fundo brilha o horizonte certo.


PARA A AGRIPINA


Amanheceu a minha vida no teu rosto

 De uma doçura intensa e tão suave

 Como se um divino fundo nele brilhasse

 Eu era o que nascia soberanamente leve

 E encontrava na limpidez centro do equilíbrio

 Só em ti cheguei amanhecendo na minha madurez

 Entrei no templo em que a luz latente era a secreta sombra

 Foste sonhada por meus olhos e minhas mãos

 Por minha pele e por meu sangue

 Se o dia tem este fulgor inteiro é porque existes

 E é porque existes que se levanta o mundo

 Em quotidianos prodígios

 Em que ao fundo brilha o horizonte certo.


ANTÓNIO RAMOS ROSA,
in O TEU ROSTO
(Ed. Pedra Formosa, 1944)

terça-feira, maio 08, 2012

SÓ DENTRO DE NÓS...


As pessoas falam e buscam A ”felicidade”…

Toda a gente fala e quer a felicidade…ricos, pobres, ignorantes e cultos, classe média ou alta, aristocratas, marxistas e idealistas…drogados e sóbrios, religiosos e ateus…e até políticos, claro a sua dita e não a do “povo”…mas isso é outra história…


A Felicidade…não sei porque, porque raio, sim digo, por raio a mim essa palavra não me faz nenhum sentindo, não tem em mim nenhum eco…nenhuma ressonância… a menor atracção, e sobretudo nenhuma credibilidade…De certo que o meu conceito ou noção de felicidade não é igual à de ninguém neste mundo e isso ainda é mais estranho. Porque será que para mim a Felicidade não me diz absolutamente nada e me enerva e quase me irrita esta alienação de pretender uma coisa que não existe e que nunca existiu a face da Terra e toda a gente se perde à sua procura?

Felicidade…"ser feliz" dizem, quero ser feliz ou sou feliz…mas o que mais se constata é de facto o inverso…a infelicidade…mas não será a infelicidade que todos sentem só e apenas o reflexo de uma procura de algo que não existe e que não existindo ninguém pode encontrar e em nome dessa felicidade inventada e projectada em mil ideias, perde-se isso sim,  A VIDA NORMAL, A VIDA EM SI e as suas nuances e contradições e paradoxos,  só porque um ideal, uma utopia macabra vitimou toda a gente na terra – toda a gente, não, só os “civilizados” - que em vez de acreditar e procurar o sentido Real da Vida, o sentido profundo da vida em si e o seu mistério, a sua grandeza, fazer a sua conexão com a própria natureza e viver a vida tal como ela é, tão imensa e tão bela, procura uma felicidade que nunca existiu, uma felicidade fictícia…isto cheira-me a “esturro”…Quem foi que inventou essa felicidade? Sim, ser feliz, estar contente, estar satisfeito, estar bem, é o que as pessoas mais sonham e anseiam…e quanto mais sonham e anseiam a “felicidade”mais longe estão da realidade e daquilo que nos traz o amor e a paz que é estar e ser AQUI E AGORA, na plena aceitação do que se é e como se é e com o que se tem…Sim, RESPIRAR o prana…sentir o éter, deixarmo-nos envolver por tudo o que nos faz viver e não depende de nada…Essa sim é a VIDA. Sim, porque a “felicidade” e o eu “ser feliz” neste mundo de consumo e alienação depende…da saúde, do par certo, do espaço perfeito, da companhia certa, da mulher séria, da casa ideal, de um casaco de peles, do carro brutal, de roupa de marca, dos filhos engenheiros, do marido rico, da filha bem casada, do sucesso na escola ou da carreira, do dinheiro que se tem, da fama ou do prémio do euro milhões etc.

Digam-me se esta felicidade é incondicional…

Digam-me se esta felicidade é viver apenas a vida sem depender de mais nada para a extrair e assim estar pleno? …digam-me se a felicidade está em cada esquina e em cada dia e no seio da nosso família e se eu tu és feliz sem precisar mesmo de nada e por estares apenas viva? Não, tal não existe, nem nada é mais condicional e condicionante neste mundo do que a tal felicidade tal como o dinheiro…

Então a felicidade é algo que se tem de construir com algo, implica sempre o TER…a felicidade é então TER e Haver…a felicidade não é SER, nem sentir…a felicidade não é “eu sinto-me feliz porque o meu coração bate”…porque respiro o ar…porque estou viva? Não, é: eu sou feliz porque tenho a mulher ideal e se tenho isto ou aquilo ou se isto e aquilo acontecer.

Então que felicidade é essa que garantias tenho de ser feliz se implica Ter e é ter o que toda a gente persegue e não encontra e para isso e pulando mesmo por cima dos outros, reduzindo-os a pó, ou esmagando muita gente à sua volta, e até matando animais homens e crianças e destruindo tudo o que impeça para garantir a sua felicidade, a ambição, o luxo, a ganância e o poder, que é o que os ricos, os mafiosos, os ditadores, os banqueiros e os políticos fazem, tudo fazem para serem felizes e realizados, porque venceram e são “grandes”? E à custa de quem se monta a felicidade de cada um?

Como é que se pode ser tão fútil, tão superficial e pensar nestes termos e viver como máquinas a produzir consumir e a morrer como vermes…

Como é que se pode, num mundo como o de hoje, dizer-se e querer ser feliz porque se tem ou se obtém algo?

…como se não soubéssemos que é tudo uma farsa e uma mentira este sistema de crenças e que somos todos manipulados e explorados nesta sociedade, neste mundo que nos ilude e engana acerca de tudo…e nós sumamente ignorantes e dóceis acreditamos que a Terra é só a sua superfície e que não há extraterrestres e a Lua é vazia e nós pecadores, impotentes e fracos precisamos de psiquiatras e médicos e químicos porque entregamos o nosso poder pessoal nas mãos daqueles que nos prometem a “FELICIDADE”, justamente esses que a inventaram e com ela nos enganam há séculos; sim esses que nos prometeram essa felicidade NA TERRA OU NO CÉU, esse paraiso sempre adiado, e que nos garantiram que ele existe e assim nos desviaram da vida natural e simples…desviaram-nos do nosso centro, do nosso coração, do nosso saber intuitivo, da nossa capacidade individual, da nossa natureza humana e divina…

Sim, eu sei finalmente que é por tudo isto que eu não suporto a ideia, a menor ideia de “felicidade” e que esta palavra me repugna como a maior fraude do último século. E é por causa dessa fraude que não procuramos a Chave da verdadeira vida, do verdadeiro amor, que está inteiro e intacto dentro de nós…e foi mesmo isso que eles, sejam “eles” quem forem, que não quiseram que nós soubéssemos…pois perdiam o controlo da humanidade…então inventaram para nós uma felicidade que nunca existiu…e nós todos como os burros andamos à nora atrás da cenoura…enquanto eles dominam as mulheres, o mundo e a finança!

rlp

A CÂMARA SECRETA... 

"As nossas colunas estão rachadas pela base, porque tivemos infâncias difíceis, ou porque fomos parar a uma estúpida de uma incubadora e alguém desligou o interruptor, ou porque foi violado aos 4 anos, ou porque o pai tinha um complexo de autoridade... a pessoa não se esquece! Esta coluna psicológica está toda em ruínas mas se um indivíduo consegue sentir o perfume, atravessar estas malhas todas, isso implica uma câmara. Neste momento ninguém se consegue perceber a si próprio se não for para dentro de uma cápsula."


A.L.A.


sábado, maio 05, 2012

O CAMINHO DE VOLTA...


A DEUSA BRANCA
*
"A visão da mulher tem um papel importante na Obra de Alquimia.
A mulher que se vê - companheira, amante, ou deusa iniciadora - é a projecção de um oposto a integrar nessa união superior a que se aspira.
É a força transformadora, ela mesma transformada - em mineral, vegetal, animal, ou ainda num dos elementos, ou um astro, ou logo em divindade "
(...).
in A ALQUIMIA DO AMOR
Y.K.Centeno



"Era uma vez uma Virgem ou uma Deusa branca completa em si mesma e absolutamente transparente. Esta deusa vivia em comunhão com o seu habitat interior e exterior, que pode ser visto como a montanha branca. Na base desta montanha existia uma imensa floresta e para além desta, estava o desconhecido. A Deusa continha os códigos de toda a criação, de todas as possibilidades, ela é primordial pois está no início da história.

Há um momento em que a Deusa sente necessidade de se doar, mas não sabe a quê, nem como. A sua primeira reacção é começar aos poucos a descer a montanha até á orla interior da floresta, no entanto, quando tenta atravessá-la não consegue. Ela vai tentando por vários caminhos mas não consegue e nesse momento descobre que na passagem para o exterior existem quatro caminhos que vão dar para além da floresta. Neste momento, interroga-se: “Eu estou aqui nesta montanha e busco a forma através da qual me posso doar?” e uma voz dentro de si responde, “Tens quatro caminhos, tens que te dividir em quatro e no entanto permanecer uma, cada uma das tuas divisões vai percorrer cada um dos caminhos, mas tu mesma agora não os podes atravessar.”

Então esta Deusa branca, Lux Aeterna, concentra-se e divide-se em quatro deusas e cada uma delas começa a entrar na floresta, emanando uma cor: vermelho, verde água, azul água e dourado. No entanto, a Deusa Mãe permanece do lado de dentro dos quatro caminhos e tem a estranha experiência de passagem do Um ao quatro. À medida que as deusas avançam, tornam-se cada vez mais poderosas; cada uma delas vai-se tornando cada vez mais absoluta dentro da sua existência fragmentada. No momento em que cada uma chega à orla da floresta e vê o mundo e pode começar a criar vida.

A primeira deusa que se diferenciou foi a Deusa do Fogo, depois a Deusa do Ar, depois a Deusa da Água e finalmente a Deusa da Terra – todas elas são aspectos da Deusa mãe, que ficou na montanha Branca. Estas deusas são quatro grandes correntes de força que permitem a existência da psique humana e da alma individual. Se não houvesse esta diferenciação da força divina em quatro, não podia haver consciência e existência humana.

Estas deusas começam a criar e a nutrir toda a Criação combinando-se entre si gerando formas e seres. A Deusa dourada, que corresponde ao elemento fogo, é a deusa do entusiasmo, da irredutibilidade da fé, da criatividade, do brilho, da genialidade e do riso cósmico. A Deusa azul, elemento ar, guarda o movimento, as ligações, as articulações, as adaptações e a compreensão. A Deusa da água guarda o desejo, a possibilidade de ligar à Terra, é a força do desejo de vida sem a qual a Terra não se ligava às outras duas nem as outras duas à Terra. A Deusa da Terra é a deusa da forma, da materialização.

Estas quatro deusas depois de se afastarem muito da floresta começam gradualmente a entrar em amnésia, esquecendo-se gradualmente da Deusa branca, a Deusa mãe. À medida que este esquecimento acontece as coisas começam a ficar complicadas e confusas pois começam a conter mais elementais do mundo que vieram nutrir, do que energia Una da origem. Deste processo resulta uma Terra suja, uma água turva, um ar desassossegado, irrequieto e ansioso, e um fogo que já não sabe o que veio nutrir nem porque está a arder. Até que há um momento em que estas deusas sentem que se continuarem esquecidas vão acabar por se destruir a si próprias, perdendo não só a sua Origem como também o motivo e o gozo da Criação. A partir de certa altura, torna-se absolutamente essencial que reencontrem o caminho para a floresta e assim que esse caminho de retorno acontece, surge uma coisa maravilhosa: começam a ficar cada vez mais transparentes, mais puras, mais límpidas.

Ao fazerem o caminho de volta à origem para se alimentarem, para se nutrirem, as suas cores, vermelho, azul, verde e dourado começam gradualmente a ficar translúcidas. Essa transparência, a pureza original, não pertence a nenhum dos quatro elementos, ela é guardada pela quinta-essência, que é também a primeira: o éter primordial. É isto que significa a energia de Virgem, a pureza é aquilo que a quinta-essência dá às quatro sem as destruir nem dissipar, mas misturando-se com elas, tornando-as transparentes – a quinta-essência é o elemento de permeabilidade ao Divino."


Retirado do livro Terra Ultima---André Louro de Almeida

sexta-feira, maio 04, 2012

SER OU NÃO SER... EIS A QUESTÃO...


MULHER E HOMEM...

E O JOGO DOS ESPELHOS...

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Já em tempos escrevi um pouco sobre o que penso da questão homossexual…não que eu queira debater o tema ou entrar em discussão aberta sobre o assunto. Tenho a minha própria visão e experiência e é nela que me baseio. A questão pode ser muito nobre à partida, mas é ainda mais complexa e merece uma atenção especial, mas partindo de outros pressupostos e com fundamentos sobre o nosso Ser Maior, cuja alma não é feminina nem masculina e por isso tratada a um nível bem superior do que estamos habituadas a ouvir e a ver.

Por essas razões não me debruçarei sobre o tema, mas mantenho apenas a minha visão e posição corroborando a ideia, uma vez mais, de que o SER Humano, está muito acima e além da questão de superfície tão propagada, de género e sexo, tanto como a vida humana é em si mais longa e significativa, do que a fase que vai da eclosão da sexualidade ao seu término, embora, como a vemos ser debatida ao nível dos média e através de grandes audiências se incuta a ideia de uma sexualidade "eterna" como se essa fosse a única razão de viver e único sentido de vida do ser humano.

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Tornou-se assim um assunto consensual para os políticos e jornalistas falar em temas fracturantes, pois deste modo desviam as populações dos assuntos graves que nos afligem, provocando a polémica social em todos os sectores da sociedade, desviando-se das questões graves e verdadeiras, passando-as para trás das costas...ocupando a toda a linha da frente com este folclore dos direitos gays e do seu direito de adopção de crianças. Nisso além do lobby gay e a falocracia do sistema, estão interessadas também as forças involutivas que o Sistema patriarcal serve, opressores da individualidade, a quem o verdadeiramente SER humano nada interessa.

Portanto a ninguém mais interessa, senão ao próprio individuo que busca o verdadeiro sentido da vida, olhar as questões de fundo e com verdade, enquanto as forças de controlo alimentam as massas em temas e debates de superfície, em prós e contras  para as enganar e iludir criando controvérsia e oposição, e assim entreter a multidão e disfarçar a crise e todos os danos colatrais de um política de negação de valores verdadeiramente humanos.
Neste jogo de hipocrisias e histerismos colectivos, vividos a superfície o que se quer escamotear é que o ser feminino, a verdadeira mulher, está mais uma vez a ser atingida no seu cerne e o que se quer é fazer perder este impulso de consciência e crescente valorização do feminino para que a mulher volte a perder terreno mais uma vez e o poder falocrático continue no poder, neste caso o poder "gay e lésbico"...como caricaturas do ser homem e do ser mulher. Como se o SER HUMANO não fosse de facto mais do que uma mera inclinação ou preferência sexual...que tanto pode variar como mudar e que dura um periodo longo de vida, mas NÃO TODA A VIDA.

DO DESEQUILÍBRIO DOS PÓLOS FEMININO E MASCULINO, todo o mal do mundo...
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Para mim, a verdadeira questão e o que neste tempo verdadeiramente urge é essencialmente uma Nova Consciência da Mulher e do verdadeiro feminino: esta é que é a grande questão de fundo que ninguém quer ver debater porque essa consciência pode e deve expressar uma nova consciência humanan e social, através da qual será veiculada uma nova informação planetária e cósmica…um novo Paradigma social e humano!

A abertura e desenvolvimento do hemisfério direito, o lado feminino do cérebro vai trazer as faculdades da mulher de novo para o mundo e equilibrar os pólos da Humanidade. E em vez de por toda a ênfase no sexo será de facto a alma a parte mais importante a considerar na pessoa humana. Assim, paulatinamente, as falsas questões sobre a “sexualidade” e o género serão clarificadas e transcendidas num novo paradigma. O Ser Humano não pode ser definido a partir da sua sexualdiade seja ela qual for...
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Se falei dos gays foi porque as mulheres podem achar que os homens se estão a tornar mais femininos e que isso acresce algo de positivo à causa do feminino no mundo, o que não é de todo verdade. De um certo modo até poderia ser pois julgo que essa feminilidade nos homens lhes falta de facto, mas manifestada de forma superior e equilibrada pois não é mais do que um prenuncio da manifestação dos aspectos do cérebro direito - sensibilidade, emoção, receptividade, síntese - e o aparecer dos valores intrínsecos do lado feminino da humanidade que foi completamente ignorado e por consequência desactivado...

Se o homem se abrisse ao seu feminino interior poderia desse modo ajudar a evolução da consciência do feminino no mundo, mas infelizmente, no caso dos gays, o nível a que isso acontece é meramente o lado sexual do indivíduo e a um nível muito baixo ou básico. Visto que o feminino que exibem da mulher é tão só a imagem de uma caricatura da mulher e até mesmo do homem; essa deformação da imagem da mulher que hoje a cultura gay exibe é por sua vez um sub-produto do imaginário masculino macho e por isso digo que ela se virou também contra a mulher, longe da essência e da realidade do próprio ser que se afirma gay ou mesmo macho. Na verdade o “orgulho gay” não é senão um espectáculo de folclore como outro qualquer e ainda por cima americanizado. Ele pertence e é reacção ao sistema dominador falocrático, onde ainda os gays querem defender os seus direitos, extensivos agora ao casamento instituição, para continuar a defender a propriedade e a violência de um sexo de afronta, como o faziam primitivamente com as espadas e o fazem ainda na guerra. Não é por acaso que a dita sub-cultura pretende ser realmente uma cultura de macho man.

Pertence a esse sistema também a mulher que é representada nas capas de revistas e na pornografia ou mesmo na moda e é justamente essa mulher que tem de se libertar da sua sujeição aos padrões masculinos, mesmo gays - são todos gays os estilistas - e deixar de ser aquilo que o homem em geral quer que ela seja, aquilo que a canga da cultura e de todas as sub-culturas, aprisionando-a nos seus modelos, a condiciona a ser apenas um ou mais estereótipos, deixando inclusive que os homens a procurem como mero instrumento de prazer, incluindo para satisfazer os seus desejos de sodomia.

POR ISSO A NECESSIDADE DO EQUILÍBRIO DA BALANÇA DOS PÓLOS É URGENTE TORNANDO-OS COMPLEMENTARES E NÃO OPOSTOS E ANTAGÓNICOS COMO O SISTEMA PATRIARCAL OS TORNOU, SUPRIMINDO O FEMININO DO MUNDO.

O peso excessivo do racionalismo exacerbado pela actividade exclusiva do hemisfério esquerdo, que corresponde ao domínio do princípio masculino no mUndo, que gerou até à exaustão no exercício da força bruta e da violência, a guerra, como apanágio dos valores estritos do masculino e que se impôs também na LINGUAGEM, NA ARTE E NA CULTURA, toda ela patriarcal, coloca o homem como superior e a mulher inferior - é risível a leitura de textos biblicos e outros em que a mulher é um sujeito manhoso como as cobras e apenas sensível à sedução do macho e cativa da sua sexualidade diabólica.

Isto aconteceu durante séculos de domínio religioso o que nos leva agora a sentir e a ver a necessidade de ser dada toda a prioridade ao Princípio Feminino, ao lado intuito do ser, esse lado receptivo e amoroso da parte feminina da humanidade que foi condenada ao descrédito desde Abraão a Apolo e que toda a nossa cultura civilizacional repercutiu em uníssono....
Sem dúvida que os dois princípios pertencem inerentemente à nossa espécie e sabemos que devemos integrar e desenvolver um e outro INTERIORMENTE tanto quanto possível na sua manifestação equilibrada, mas não há dúvida que o peso enorme e bestial do masculino asfixiou todas as qualidades do feminino na vida - excepto a mulher como reprodutora e como prostituta, em estritas funções sexuais, uma na casa e outra no bordel - e nenhum dos lados da humanidade beneficiou com isso e o resultado catastrófico é o caos a que toda a humanidade chegou nos dias de hoje e está a vista de todos!
Portanto, hoje mais do que nunca, com tantas vezes digo, o foco e o empenho deve ser na Mulher, na busca da verdadeira mulher para que a mulher possa ser enfim o espelho da Mãe fecunda e da amante sensual, gerando um novo homem e dar lugar às energias que o mundo precisa para construir uma nova Terra e uma Humanidade. Una
Penso que sem esse trabalho da mulher e na Mulher mais dificilmente o mundo chegará ao seu propósito…é neste sentido que continuo a apostar na causa que para mim ainda é Mulheres & Deusas…
rosa leonor pedro

(escrito em 2009 e republicando)

quinta-feira, maio 03, 2012

SERMOS O QUE SOMOS


TRABALHAR A ACEITAÇÃO DE NÓS...

NÓS NÃO SOMOS SÓ O QUE PARECEMOS NEM APENAS O EXTERIOR...
NÓS SOMOS O QUE SOMOS DENTRO DE NÓS...QUANTO MAIS FORMOS POR DENTRO MAIS SEREMOS POR FORA, E MENOS NOS IMPORTARÁ A IMAGEM...

O grande trabalho e a grande alquimia da vida é trabalhar em primeiríssimo lugar o nosso ser interno...as suas emoções e complexos, os seus medos e anseios...essa mistura incrível que faz a miséria e grandeza humana... mas com a Visão ao centro...para não pendermos para nenhum dos lados...porque nada se resolve pendendo ora para um ou para o outro lado da Balança senão integrarmos os dois lados do nosso ser, interior e exterior, Luz e Sombra…

 Se cada uma de nós se aventurasse mais a ser aquilo que é sem medo de se dizer, sem medo daquilo que é...todas nós teríamos imenso a ganhar com as partilhas umas das outras. Nós aqui não estamos a fazer de conta de nada. Nem ninguém é mais do que ninguém ou sabe mais ou é obrigada a ser diferente...cada uma sabe o que sabe e aprende mais com a sua sinceridade, com a sua realidade, do que com informações vastas de mundo imaginários e formações e frases bombásticas e sábias...

Nós só somos grandes a partir da nossa verdade ínfima...e é a partir da nossa "insignificância", da nossa ignorância talvez que a verdadeira sabedoria se manifesta, sim quando já não há pretensão de querer saber ou ser aquilo que se não é. Todas somos muito mais do que pensamos e todas temos um valor incrível desde que sejamos honestas connosco mesmas e umas com as outras...Não há uma mulher melhor do que a outra...e a Deusa não se manifesta através de ideias de bem e de mal...antes pelo contrário...A Deusa Mãe conhece-nos como ninguém e sabe o ponto exacto onde estamos e o que precisamos para evoluir e sermos completas. Basta-nos confiar na nossa intuição e sermos fiéis a nós mesmas, às faces diferentes do nosso ser, aceitando tudo o que somos, incluindo as nossas contradições...e paradoxos. Porque se não é disfarçando defeitos que evoluímos também não é negando-os que crescemos. Não há futuros nem serviço à humanidade ou aos outros senão não formos nós mesmas um exemplo de verdade e de coerência. Porque o que quer que seja que procuremos no mundo como verdade ou como finalidade maior só tem valor se começar a ser real em nós mesmas...agora e aqui. E nunca isto me pareceu tão certo e tão verdadeiro para mim. A Vida plena está em mim e eu sou a sua expressão ou não...se o quero ser basta-me ser o que sou...se quero o futuro então projecto-me na ilusão de um mundo que invento...e deixo de ser quem sou aqui...negando-me a mim e a minha realidade concreta.

A única Magia válida no nosso tempo, é a magia do amor que se opera a partir de dentro de nós e em nós e essa não precisa de rituais nem de templos, pois o nosso corpo é que é o verdadeiro templo, a nossa alma o sacrário e o nosso coração o altar…

A acção mais bela e eficaz da nossa vida recai sobre o nosso próprio ser e na elevação da sua condição em todos os aspectos da nossa vivência quotidiana. Não há acção meritória naquele que vai limpar o quintal do vizinho e deixa a sua casa apodrecer...

rlp