O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, dezembro 05, 2012

A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES NA ESCRITA

AVISO:
ESTE TEXTO É UMA AFRONTA À CONSCIÊNCIA DA MULHER

ESTA É UMA FORMA  BANAL DE VIOLÊNCIA ATRAVÉS DA ESCRITA CONTRA A DIGNIDADE E SEXUALIDADE DA MULHER VERDADEIRA…

OS ROMANCES DA POP-PORNOGRAFIA DE PEDRO CHAGAS – O DEUS FALO, LOGO EXISTO ou o exemplo da sua escrita fálica…

"UM BRINDE ÀS MULHERES COM CLASSE
A classe de uma mulher mede-se pela forma como pratica sexo oral. Isso mesmo: a classe de uma mulher mede-se pela forma como pratica sexo oral. E sim: a mulher com classe pratica sexo oral. Pratica com prazer, com loucura, com dedicação até. Mas a mulher com classe consegue fazer um fellatio como se estivesse a caminhar sobre a mais vermelha e glamorosa das passadeiras. A mulher com classe faz do fellatio uma festa de sentidos, sim. Mas uma festa de sentidos que poderia aparecer na capa da Lux ou da Caras. A mulher com classe vê no fellatio aquilo que ele é: um acto de amor. E ter o sexo ou os lábios de quem ama na boca é exactamente o mesmo: um acto de amor. E é isso - essa capacidade de amar para além dos gestos, dos sentidos, dos preconceitos, das peles - que é amoroso.
 (...)
... E uma mulher que pratica um fellatio com o mesmo carinho com que acarinha uma pele, com a mesma ternura com que embala um berço, é a mulher mais pura do mundo, a mulher que vai à procura do que a faz feliz e do que faz feliz quem ama (e a ama). E encontra. A mulher com classe – mais do que uma mulher com classe – é uma mulher feliz. Uma mulher que se esquece do que não pode ser, do que não deve ser. E que faz aquilo que tem de ser. Aquilo que só pode ser. Aquilo que amar só pode ser. É isso que és?

É pela forma como pratica sexo oral que uma mulher te merece ou não. Mas não porque o faz melhor ou pior – muito menos porque te dá mais ou menos prazer. É pela forma como pratica (como te pratica) sexo oral que uma mulher te merece ou não porque é nesses instantes que - se olhares para o que não se vê, se esqueceres a pele e a boca e os lábios e te concentrares nos olhos que olham e nos gestos que envolvem - uma mulher que te ama te mostra, em plenitude, que tem classe. E que, para ela, oferecer-te um fellatio é tão digno como oferecer-te um Rolex ou um perfume Chanel. Mais ainda: para a mulher com classe, oferecer-te um fellatio é oferecer-lhe um fellatio. Oferecer-se um fellatio. Porque, quando se ama, não existe dar e receber. Amar é uma dádiva dos dois lados de dar e receber. Não existe dar amor – como não existe dar um fellatio. O que se dá no amor é exactamente, sem tirar nem pôr, o que se recebe no amor. E isso sim é classe.
 in "EU SOU DEUS"
 
Nota à margem:

Gostaria que as mulheres que se sintam indignadas com este tratamento "DE CLASSE" se manifestassem  de algum modo...ou que dissessem como se sentem tratadas como objectos...ou se pelo contrário isto mexe com elas...ou ainda se sentem coagidas e incapacitadas de dizer o que verdadeiramente sentem...

2 comentários:

Anónimo disse...

Não sei o que dizer, sinceramente.
Eu sou o prazer que posso proporcionar, é isto?
Mais uma versão de "a mulher tem que ser uma dama na sociedade, uma mãe em casa e uma puta na cama?"

é por estas e mais outras que sinto que ficarei comigo depois de dois casamentos. E não, eu não sou feia, nem velha e nem puritana, simplesmente cansei de ser objeto.

PPV disse...

Este texto é uma vergonha e absolutamente indigno.

PPV Portugal Pro Vida