O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, julho 31, 2013

UMA REALIDADE...



UMA REALIDADE INCONTORNÁVEL
(e que as feministas não querem reconhecer...)

“Nuestro cuerpo de mujer está colonizado y responde a la ideología del colonizador. La liberación sexual de los años sesenta no fue en realidad para la mujer sino en el sentido masculino del término y en relación a los intereses de os hombres”.

Leonor Taboada


NAS SOMBRAS DA HITÓRIA...

"Esta mulher estava, como se ela tivesse nascido, nas sombras da história onde as mulheres viveram desde que houve história, pois a história foi escrita por homens"

Rosemary Haughton

GOSTO DISTO...





 “Uma margem de ilusão resta sempre para toda a vida em todos nós – e é o que nos permite o poder criativo e tempera os momentos de tristeza. Sem ela seríamos autómatos, robôs, máquinas pensantes, ficaríamos reduzidos a um pensamento operacional. Mas é igualmente necessário que o processo de desilusão nos conduza a uma razoável aceitação da realidade tal como ela é; de contrário, a frustração será sempre excessiva, traumática, patogénica – direi incontrolável e insuportável.
A aceitação da realidade é uma tarefa humana jamais acabada; mas que está na mira do comportamento lógico, adaptado, e do conhecimento científico."
António Coimbra de Matos O desespero Climepsi
Nostálgicos de um mundo sem tensões internas, sem conflitos com o outro, entregamo-nos à ilusão que a realidade, apesar de nos consumir, termina aqui, sem razão para a modificarmos.
Julgamos não saber como enfrentar o real, lidar com o incerto. Mas seria preciso nos entregarmos à desilusão, ao não distorcer os fatos, aceitando-os, e ajustando o conceito que temos de nós, a essa realidade, que a mesma se tornaria suportável, porque transformada para melhor.
Por Cristina Simões - in incalculável imperfeição
 
 
 
 

segunda-feira, julho 29, 2013

O ÚTERO QUE OS HOMENS TANTO INVEJAM


 
"O Princípio Feminino e o poder da Mulher  vem agora para quebrar as cadeias de todas as rotinas e tiranias"
 
Há sempre uma enorme "décalage" (desfasamento, discrepância...) entre as questões espirituais em geral e as questões da mulher na ESPIRITUALIDADE...e acertar ou clarificar o seu papel nela é muito difícil nas diferentes tradições...nomeadamente as cristã, hebraica e muçulmana, ou seja as religiões de origem judaico ou cristã.
Já todas nos apercebemos que o caminho espiritual que se diz ser  comum a todo o ser humano e dito normativamente do Homem, não inclui de facto a mulher como um ser individual, nem na sua nomenclatura, mas sempre e ainda  como mãe pura e sacrificada ao filho e ao pai ou então a pecadora, extraviada; ela é tradicionalmente oculta (e devia tapar o rosto na igreja cristã)e sem direito ao púlpito ou a oficiar rituais...A ela ficava e fica ainda entrega a limpeza ou os serviços de caridade...mas o espantoso hoje é que as mulheres continuam a seguir esses modelos e pautam-se por eles sem se diferenciarem das suas antepassadas submissas e ignoradas, pelos homens em geral e pelo clero e quando não (as insubmissas)  perseguidas ou dizimadas, ou queimadas nas fogueiras como na inquisição...
Acontece porém que aqui e ali começam já a surgir pequenos focos de insurreição feminina e que nada têm a ver com as antigas manifestações das feministas, nem das Femens ou das Marchas das Vadias - que mais não são do que focos de revolta e ignorância desse feminino sagrado e por isso destroem imagens de nossas senhoras e santas - mas sim de  uma nova consciência do feminino sagrado, ancestral e original, o da verdadeira essência do feminino,  em que a mulher se apercebe de que  afinal ela é um individuo completo antes do mais  e como tal não tem que ser aglutinada ao homem, nem depender dele para nada e nem precisa de copiar as suas práticas nem a sua linguagem, porque ela não é "igual" ao homem. Aí há quem defenda - ainda e quase sempre os homens - que a espiritualidade não se refere a sexos e que é igual para todos/as mas isso não é de todo verdade e cada vez mais isso se torna evidente para algumas mulheres...

A MULHER COMO MATRIZ E SUSTENTO

“As mulheres julgam muitas vezes que elas não servem senão para gerar filhos e que nesses corpos se vêm fixar as almas. Mas não! As mulheres são desde toda a eternidade a Matrizes e o Sustento de muitas outras coisas. Elas são antes de tudo o mais, as reveladoras do Conhecimento. O Princípio Feminino e o poder da Mulher vem agora para quebrar as cadeias de todas as rotinas e tiranias. Esse poder fala da “curiosidade imaginativa” sagrada e cria assim um espaço em constante expansão na Consciência da Humanidade. É aí que se encontra o verdadeiro papel da Matriz. Ela gera e alimenta “outra coisa” de  “doutra maneira” e é essencial e necessária para a Vida concluir a sua obra.”*
O GRANDE PAPEL A DESEMPENHAR PELA MULHER

"É por isso que eu vos digo, é preciso que a mulher veja a Mulher que ELA É em si mesma e que o homem  aceite nele próprio o seu lado feminino. O acordar deste mundo exige essa mutação! O Fogo feminino é um fogo da Terra, e reparem, se temos necessidade do Ar que vem do Céu, o inverso não se pode negar. Todos os que sabem ou entendem o que eu digo, veem que o Céu e a Terra se atraem um ao outro, que não existem independentes um do outro. Por isso é preciso que os homens aceitem este ensinamento e que as mulheres não temam mais desvelar a sua função...e só então o mundo entrará em metamorfose”.*

- A mulher já não tem como negar a sua individualidade nem um possível caminho do qual ela é afinal a iniciada por natureza e também ela a iniciadora do homem. Esse é um dos factores pouco conhecido e pouco mencionado. A mulher não aparece nessas vias de culto ou de devoção religiosa senão na sua anulação (as freiras) ou na negação do seu ser, porque na verdade a mulher não é iniciável...é preciso negar, rejeitar e apagar a mulher da vista de todos, porque afinal é ela que detém o poder de Mãe e a associação com a Natureza e assim o homem nega-lhe um valor e uma natureza porque afinal a mulher é ela a iniciada por natureza é ela a mãe e é nisso que se baseia  o medo e o perigo que ela encarna para o homem; ela não só o dá a luz como o inicia também ao amor da Deusa que por sua vez o religa à Terra e ao Céu e foi precisamente essa natureza iniciática da mulher  que lhe foi negada e é completamente escamoteada nos nossos dias porque essa foi a verdadeira razão que fez a sua exclusão e o o usurpar do seu papel pelos padres da igreja; assim sendo eles excluíram a mulher de um papel fundamental como nos processos iniciáticos da evolução da consciência (hemisfério direito) e a sua ligação com as forças telúricas e do cosmos. Assim, poucas ou raras tradições incluem de forma significativa a mulher e o seu poder. A única excepção que conheço é a védica que em geral e à sua maneira, parte muito da grande importância das deusas ...e é das cosmogonias  que mais respeita a Deusa na sua função Shakti e Kali...embora a mulher na India sofra dos mesmo ostracismo e abuso.

Rosa Leonor Pedro
* Omissão involuntária do autor das citações..

domingo, julho 28, 2013

COMO ACABAR COM O DESEJO FEMININO

 
TORNANDO A SEXUALIDADE FEMININA
PATOLÓGICA
 


 "Em 1789, com a Revolução Francesa, e em 1848, no resto da Europa, havia uma atmosfera de igualdade social. Mas as mulheres não podiam estar inclusas nessa igualdade. Um meio de mantê-las no seu lugar era controlá-las sexualmente. Pipocaram teorias “científicas” que desejo sexual era coisa de homem, e que inexistia, até biologicamente, nas mulheres. “Como resultado, as mulheres de classe média adotaram a 'pureza' sexual como sua principal virtude, apesar da explosão da prostituição”. A sexualidade feminina passou a ser patologizada. Aquele negócio da normalidade, sabe? Que “normal” era a mulher só querer transar pra engravidar, ou pra agradar seu marido, sem querer prazer algum pra ela. O padrão passou a ditar que o instinto maternal era o oposto do desejo s...exual masculino. Qualquer resquício de desejo feminino era perigoso pra mulher ― podia até afetar seus órgãos reprodutivos, juravam os cientistas. Uma relação sexual “normal” era aquela que culminava no orgasmo masculino (e que fosse rápido, pra não comprometer a honra feminina).
Naomi lembra que houve outras contribuições para acabar com o desejo feminino. Mulheres de classe média usavam corsetes, que apertavam suas costelas, prendiam sua respiração, ocasionalmente danificavam seus órgãos internos, e as faziam desmaiar com frequência. Exigia-se que elas ficassem em casa, sem fazer qualquer tipo de exercício físico, o que, inclusive, pode ter tornado a experiência do parto ainda mais dolorosa. Assim como é difícil sentir desejo sexual no meio de uma dieta alimentar que nos priva de combustível para sobreviver, devia ser meio impossível sentir tesão usando um corsete. Não é irônico que a marca de lingerie Victoria's Secret (nome em homenagem à Era Vitoriana) seja quase sinônimo da nossa sexualidade atual? (irônico nada: Susan Faludi, no fabuloso Backlash, explica o sucesso da marca. Algum dia falo disso)."

escreva lola escreve
copiado de naosoueueoutra

quinta-feira, julho 25, 2013

UMA VERDADE INSOFISMÁVEL



Laclos no seu discurso considera que:

«não há forma nenhuma de aperfeiçoar a educação feminina porque a sociedade transforma a mulher em escrava e os escravos não se educam, revoltam-se.»

A MULHER NATURAL

Ó mulheres, aproximai-vos e ouvi-me.
Que a vossa curiosidade, uma vez dirigida para objectos úteis, contemple as vantagens que a natureza vos deu e a sociedade vos tirou. Vinde aprender como, nascidas companheiras do homem, vos tornastes suas escravas; como, caídas neste estado abjecto, chegaste-lhes a tomar-lhe o gosto, a considerá-lo o vosso estado natural; como, finalmente, cada vez mais degradadas por um longo hábito de escravatura, preferistes os seus vícios aviltantes, mas cómodos, às virtudes mais penosas de um ser livre e respeitável. Se este quadro fielmente traçado vos deixar frias, se podeis considerá-lo sem emoção, voltai às vossas ocupações fúteis. O MAL NÃO TEM REMÉDIO, OS VÍCIOS TRANSFORMAM_SE EM COSTUMES. Mas se, perante o relato das vossas infelicidades e das vossas perdas, ficardes com as faces rubras de vergonha e de cólera, se lágrimas de indignação se soltarem dos vossos olhos, se estiverdes consumidas pelo nobre desejo de reaver as vossas prerrogativas, de reassumir a plenitude do vosso ser, de não vos deixardes mais iludir por promessas enganadoras,

NÃO ESPEREIS SOCORRO DOS HOMENS, autores dos vossos males: eles não têm nem a vontade, nem o poder de lhes pôr cobro, e como poderiam querer formar mulheres diante das quais seriam forçados a corar? Sabei que só se escapa à escravatura com uma grande revolução. Será esta revolução possível? Só vós o podereis dizer, uma vez que ela depende da coragem que provavelmente tereis. A este respeito, não digo nada; mas até ela chegar, e enquanto forem os homens a reger o vosso destino, estarei autorizado a afirmar, e ser-me-á fácil provar que não há nenhum meio de aperfeiçoar a educação das mulheres.
Onde existe escravatura, não pode haver educação: em todas as sociedades as mulheres são escravas; portanto, a mulher social não é susceptível de educação. Se as premissas deste silogismo forem provadas, não poderemos negar a conclusão. Ora, que onde não há escravatura não pode existir educação é uma consequencia natural da definição desta palavra; o próprio da educação é desenvolver as faculdades, o próprio da escravatura é abafá-las; o próprio da educaç~so é orientar faculdades desenvolvidas para utilidade social, o próprio da escravatura é tornar o escravo inimigo da sociedade.

Este texto que vós acabaste de ler, é de um homem, de seu nome: Pierre-Ambroise Choderlos de Laclos, oficial de carreira do exército francês.
As palavras acima que transcrevi do livro, foram escritas em Março de 1783, quando Laclos decidiu participar num concurso organizado pela academia de Châlons-sur-Marne. A pergunta a ser feita e a qual Laclos teria de responder: « Quais os melhores meios de aperfeiçoar a educação das mulheres?» Respondeu-a, o que levou a que todos tivessem ficado chocados. Contudo, Laclos, por ter ficado particularmente interessado no assunto, no ano seguinte, resolveu escrever um ensaio sobre a Mulher Natural. O texto, só foi publicado em 1903, quer dizer pouco mais de 100 anos depois.

Teresa Sousa de Almeida que escreveu o prefácio do livro, «Da Educação das Mulheres» diz que: « Tanto o discurso como o ensaio tentam pensar a situação da mulher, mas equacionam simultaneamente impossibilidade desse mesmo pensamento: o primeiro debate-se com a recusa de encontrar uma solução não revolucionária e o segundo é uma espécie de utopia situada num passado mítico. Nesse sentido, representam uma das visões mais originais que o Iluminismo ofereceu.

Laclos não foi, pois, original ao preocupar-se com a educação das mulheres. Contudo, a sua resposta é revolucionária...laclos no seu discurso considera que: « não há forma nenhuma de aperfeiçoar a educação feminina porque a sociedade transforma a mulher em escrava e os escravos não se educam, revoltam-se. »
Parafraseando Rousseau, cujo pensamento misógino subverte, LACLOS, dirige-se directamente às mulheres devolvendo-lhes a responsabilidade pelo seu próprio destino e afirmando muito claramente que não poderiam esperar qualquer ajuda por parte do género masculino: « não espereis o socorro dos homens. autores dos vossos males: eles não têm nem a vontade, nem o poder de lhes pôr cobro...»
Se só as mulheres podem libertar as mulheres, o que é que o um homem pode fazer? Calar-se? Esperar que as mulheres se revoltem? Denunciar sua escravidão? Demonstrar que a sociedade não concede nenhum espaço de autonomia ao género feminino?

No segundo ensaio deste livro que estou apresentando, laclos, «Trata de denunciar, por um lado, a degeneração de uma sociedade responsável pela escravidão das mulheres, contrapondo-lhe a imagem alternativa de uma mulher liberta de constrangimentos sociais. Como afirma Paul Hoffmann, a MULHER NATURAL não é um mito como o tinha sido o homem natural criado por Rousseau, mas uma espécie de modelo normativo que se transforma num desafio ao género feminino.

****
O Livro Da Educação das Mulheres foi escrito em 1783

SOFISMAR: Enganar ou lograr através de sofismas; encobrir com razões falsas.
Destorcer um assunto, dar aparências de verdade ao que é falso.

terça-feira, julho 23, 2013

Há mulheres que trazem o mar nos olhos...

 
 
Há mulheres que trazem o mar nos olhos
Não pela cor
Mas pela vastidão da alma
E trazem a poesia nos dedos e nos sorrisos
Ficam para além do tempo
...
Como se a maré nunca as levasse
Da praia onde foram felizes

Há mulheres que trazem o mar nos olhos
pela grandeza da imensidão da alma
pelo infinito modo como abarcam as coisas e os Homens...
Há mulheres que são maré em noites de tardes...
e calma


Sophia de Mello Breyner Andresen

AMOR E AMIZADE...


 
"Só amamos quando aceitamos a absoluta solidão do ser, quando reconhecemos que o outro não vai acabar com a falta que origina o nosso desejo. Amar exige aceitar a precariedade dos laços, reconhecer-se separado para ver-se ligado, conhecer seus limites para contemplar o outro. Amor é devoção, é manifestar a gratidão por quem te faz sentir ligado, quando na verdade somos sós. O amor é o presente de sentir que existe o laço com outro ser, quando na verdade vivemos o abismo do abandono diante do mistério da vida e da morte. Diante do milagre do amor, o outro é o altar onde eu celebro o mistério. Devo tocá-lo com o cuidado que o sagrado exige. Nossa união deve ter a delicadeza de um laço."*

Ando já há algum tempo para escrever sobre o amor e a sua faceta na amizade...
Não há dúvida que idealizamos imenso tanto o amor como a amizade...e quase sempre nos referimos ao amor e à amizade idealizada, mas na verdade além da cada uma de nós ter os seus conceitos e vivências, o amor entre as pessoas e a amizade é sempre muito relativa...e falha, seja qual for a razão de uma das partes!
É portanto um assunto muito delicado...extremamente delicado. Porque misturamos tanto o que pensamos/idealizamos ou expectamos do amor/amizade, que confundimos a realidade dos laços afectivos ao passarem pelo crivo dos nossos julgamentos e pelas circunstâncias que apertam ou deslassam esses laços...
Mas é obviamente utópico dizer que amor é devoção...a alguém, por suposto, embora a gratidão seja indissociável da partilha e da dádiva. Mas devoção é um estado superior de amor que só um ser muito elevado e puro nos merece…

E quando se diz, "O amor é o presente de sentir que existe o laço com outro ser, quando na verdade vivemos o abismo do abandono diante do mistério da vida e da morte. Diante do milagre do amor, o outro é o altar onde eu celebro o mistério. Devo tocá-lo com o cuidado que o sagrado exige. Nossa união deve ter a delicadeza de um laço.",* esta é uma verdade sublime mas muito pouco real...Ninguém mais do que eu, acreditem,  sonhei toda a vida com esse encontro sagrado de laços eternos, mas ainda que existam esses laços eternos entre as almas, quase sempre, neste estádio da Humanidade, e portanto na prática e nesta realidade esses encontros são frequentemente interrompidas por circunstâncias adversas... e aparentemente os laços desfazem-se muitas vezes com dores profundas e irreparáveis. Não é por acaso que o desencontros das almas " gémeas e irmãs... nesta vida, é das coisas mais dolorosas e das feridas mais graves ou mais pungentes, por que cada uma de nós porventura  passamos...pelo menos é isto que me diz a minha experiência. Eu como toda a gente também busquei esse amor e laços sagrados…

Por outro lado é verdade que no caminho da nossa evolução individual, sabemos que "Só amamos quando aceitamos a absoluta solidão do ser, quando reconhecemos que o outro não vai acabar com a falta que origina o nosso desejo. Amar exige aceitar a precariedade dos laços, reconhecer-se separado para ver-se ligado, conhecer seus limites para contemplar o outro.”* – mas este nível de amor  já se trata de uma outra consciência e outro estado de ser que não é comum aos seres comuns…que vivem de apegos e paixões cegas…Não há dúvida que aqui o autor fala de um amor sublime que é aquele, como ele diz, ser  um “…presente de sentir que existe o laço com outro ser, quando na verdade vivemos o abismo do abandono diante do mistério da vida e da morte. Diante do milagre do amor, o outro é o altar onde eu celebro o mistério.”* E sim, essa celebração do amor sagrado entre dois seres, por suposto homem e mulher, é já do domínio do divino…É a revelação suprema do amor de Deus/Deusa na união perfeita entre dois seres complementares em profunda comunhão e elevação de almas, só assim ele será possível a esta humanidade. Sim, esse Amor hoje, só pode ser um Milagre…
Mas eu queria voltar à amizade…como amor ou como laço entre seres do mesmo sexo ou não. O amor onde não há pulsão sexual mas vibração amorosa simplesmente, falando de laços afectivos entre amigas/os como um encontro também de almas mas sem a finalidade da fusão entre corpos…

Essa amizade baseada em laços profundos é possível? Existe essa amizade entre seres humanos comuns…creio que não…há só laços de sangue e de família, de negócios, interesse e trocas…Mas existe, creio,  a amizade amorosa entre amigas e amigos cujos laços se mantêm se as relações forem de verdade e sem omissões…se as relações forem de confiança e de entrega, de partilha e de abertura, de total verdade…sem isso penso que não é possível essa magia seja ela do amor a dois seja ela da amizade…A transparência e a confiança é que solidificam os laços de amizade e do amor, embora o Amor Mágico transcenda o plano da nossa humanidade e não precise de provas porque está bem acima da dualidade bem e mal, certo e errado.

O que nós sabemos aqui  é que, neste mundo, a paixão das pessoas é quase toda e quase sempre baseada na competição dos sexos, na traição, na intriga, no ego…na vontade de domínio ou de sedução…na manipulação do outro na perversidade, na neurose, na mentira…
Estamos assim ainda muito longe da premissa deixada pelo autor…
Lamento ser tão céptica…

rlp
*Excertos de citação de ROBERTO PATRUS-PENA

segunda-feira, julho 22, 2013

A PSIQUE INSTINTIVA

"Quando perdemos contato com a psique instintiva, vivemos num estado de destruição parcial, e as imagens e poderes que são naturais à mulher não têm condições de pleno desenvolvimento. Quando são cortados os vínculos de uma mulher com sua fonte de origem, ela fica esterilizada, e seus instintos e ciclos naturais são perdidos, em virtude de uma subordinação à cultura, ao intelecto ou ao ego — dela própria ou de outros. A Mulher Selvagem é a saúde para todas as mulheres. Sem ela, a psicologia feminina não faz sentido. Essa mulher não-domesticada é o protótipo de mulher... não importa a cultura, a época, a política, ela é sempre a mesma. Seus ciclos mudam, suas representações simbólicas mudam, mas na sua essência ela não muda. Ela é o que é; e é um ser inteiro."
 


« Vieste ter comigo, vindo do nada. Nunca te tinha encontrado na vida frente a frente no caminho, entre limiares, fronteiras, mundos. Beijaste-me a face de repente num salto, com toda a ferocidade do Universo e, disse-te para não me devorares. Olhei-te intensamente e nossos olhos ficaram fixos um no outro. Pedi-te tanto. Tanto. Tanto que não devorasses. Tinhas a tua boca toda abocanhada em mim, tudo em ti era feroz. No meio de todo o assombro do terror, tu, Lobo, poupas-me, no mais profundo dos meus silêncios, com o meu coração a gritar por compaixão!. Retiras o teu focinho e fechas a boca. Deixas meu rosto inteiro. Olhas-me com uma calma, perante o meu assombro de estar inteira. Fiquei ali, perguntando a mim mesma, porque me poupaste??
Ficamos sentados a conversar. Numa linguagem qualquer esquisita. De repente meus olhos transmutam-se. Mais tarde, dei-me conta que estava à tua procura, mesmo sabendo de toda a tua natureza selvagem... »

NãoSouEuéaOutra in Crónica de um Sonho Iminente

...durante muito tempo, e acho que, desde sempre nunca me interessei por este animal. nada me dizia. estive em contacto com eles na infância, era normal vê-los no cima de uma das minhas colinas. lembro-me dos seus olhos como duas lanternas. não havia problemas com eles, desde que não os assustássemos. eles vinham e partiam.
sempre li coisas, por aí, sobre a devoção ao lobo. continuei a ignorar e não dar importância. nunca me interessou ver vídeos ou documentários.
certo é que há tempos dei de caras com um... e a coisa mudou de figura.

 in NãoSouEuéaOutra

 MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS

"Chamo-a de Mulher Selvagem porque essas exalas palavras, mulher e selvagem, criam llamar o tocar a Ia puerta, a batida dos contos de fadas à porta da psique profunda da mulher. Llamar o tocar a Ia puerta significa literalmente tocar o instrumento do nome para abrir uma porta. Significa usar palavras para obter a abertura de uma passagem. Não importa a cultura pela qual a mulher seja influenciada, ela compreende as palavras mulher e selvagem intuitivamente. Quando as mulheres ouvem essas palavras, uma lembrança muito antiga é accionada, voltando a ter vida. Trata-se da lembrança do nosso parentesco absoluto, inegável e irrevogável com o feminino selvagem, um relacionamento que pode ter se tornado espectral pela negligência, que pode ter sido soterrado pelo excesso de domesticação, proscrito pela cultura que nos cerca ou simplesmente não ser mais compreendido. Podemos ter-nos esquecido do seu nome, podemos não atender quando ela chama o nosso; mas na nossa medula nós a conhecemos e sentimos sua falta. Sabemos que ela nos pertence; bem como nós a ela. Foi dentro desse relacionamento essencial, fundamental e básico que nascemos e na nossa essência é dele que derivamos. O arquétipo da Mulher Selvagem envolve o ser alfa matrilinear. Há ocasiões em que vivenciamos sua presença, mesmo que transitoriamente, e ficamos loucas de vontade de continuar. Para algumas mulheres, essa revitalizante “prova da natureza” ocorre durante a gravidez, durante a amamentação..." *
 
** clariça pinkola  estees

sexta-feira, julho 19, 2013

UMA MÃE MAIOR

 
 
 
Não falo aqui muito do Ser Humano em geral,  mas da mulher em particular, muitas vezes, pela sua obsessão/fixação ao "amor" do homem (ou mulher) como forma de superar a solidão inicial...
Este trecho, escrito já há alguns anos, abarca o Ser Humano na Essência, não trata da Mulher cindida em duas nem do seu conflito emocional/psíquico...
Tenho ultimamente dado prioridade quase sempre a questões relacionadas directamente com a mulher em si e os seus conflitos em família e em sociedade, pois este blog trata preferencialmente uma ferida muito particular na metade da humanidade que é a Mulher cindida em duas (a "santa e a puta") e do seu conflito pessoal  e luta interior ao nível da sua personalidade e não face ao universo, digamos...

MAS A NOSSA FERIDA DE AMOR é também esta...

...
O desejo do amor obsessivo e exclusivo de alguém, para além do nível de consciência do individuo e o seu estado evolutivo, é talvez um sintoma de uma doença comum a toda a humanidade, um estigma que nos marca logo ao nascer neste mundo. Por mais que tenhamos consciência dessa quase anomalia, essa premência cujo sintoma ou delírio equivale ao síndroma da privação dos drogados, ela continua lá como um registo inconsciente, celular, impossível de descartar por vontade própria, assim, só porque disso temos consciência ou intuição... Pode levar uma vida inteira a superar essa carência, esse anseio ou sonho, quem sabe muitas vidas... À partida, a busca da "mãe ou do pai", no amante, da "alma gémea", pela  necessidade do consolo ou de abrigo, de protecção ou de defesa, seja pois do amante ideal, quer na mulher quer no homem, é sinal da nossa separabilidade e incompletude à nascença; por isso todos queremos, de uma maneira ou de outra, voltar aos braços de uma Mãe Maior ou ao seu útero, ou simplesmente à origem - que no fundo é o AMOR que todos procuramos - e essa é certamente a grande dor e a grande caminhada na terra e a razão porque nascemos presos por um fio, um cordão umbilical e procuramos toda a vida o prolongamento desse fio no Fio de Ariana, ainda a Mãe, a mulher-deusa ou deus-amor...que nos faça sair do Labirinto, ou da nossa cegueira congénita...
rosa leonor pedro

quinta-feira, julho 18, 2013

SALVEMOS A LÍNGUA PORTUGUESA




Portugal tem sofrido muitos atentados à sua integridade e está a ser seriamente atacado em todas as frentes...

Uma dela é a LINGUA PORTUGUESA

Pela cobardia, ignorância e mediocridade de presunçosos Ministros da Cultura e outros, escritores  e pretensos poetas, usurpadores da PALAVRA,  traindo nomes de autores consagrados, conspurcam a língua materna e traem-na sem escrúpulos, os vendilhões da pátria...
rlp
 

quarta-feira, julho 17, 2013

A MORTE INICIÁTICA

ISIS A INTEMPORAL MÃE,


A INICIADORA DA VIDA E DA MORTE...

” Eu, ISIS, senhora dos mistérios da natureza, me dirijo a ti:”

“Tu, neófito que buscas atravessar o portal da iniciação, e tu, profano que lês por curiosidade, serena teu espírito, clareia a tua mente, acalma as  tuas emoções.
Distancia-te do mundano ruído, abriga-te no manto de teu próprio EU para que possas transpor sem perigo o umbral que conduz à morada dos bruxos.
Lança os teus prejuízos; despoja-te de teu egoísmo, foge por um instante do personalismo e da insensatez; analisa com olhar sereno.”

“Não temas senão a ti mesmo, não duvides senão do que analisas superficialmente, não negues sem primeiro refletir. Separa-te da multiplicidade que obscurece as  tuas ideias; sê tu mesmo e pensa por ti mesmo; não te limites.”

“Tu, buscador de maravilhas, tu, candidato à iniciação, não olhe para a distância, reúne todas as tuas energias em ti mesmo. Esquece-te da Índia e do Tibet, não clames a Deus, Alá ou Jesus Cristo.

O que buscas está aí mesmo onde tu estás neste momento. Sim, deixa de olhar para fora e sepulta teu olhar no mais profundo de ti mesmo. Aguça a tua percepção, afina os teus sentidos, e aí no centro de teu ser estarás tu mesmo, teu EU, tua verdadeira essência, a verdade detrás da mentira, a energia imortal que anima o barro.
Olha com atenção e reverencia, porque és luz….essa luz que te cega, é Deus. Escuta como diz: Eu sou o caminho e a vida.”
“Mas…,cuidado!, não se pode contemplar a Deus cara a cara sem morrer.
Estás disposto a seguir? Posso conceder-te um grande dom.
Te ofereço….a morte!
Não temas, esta morte é o dom dos imortais, é  da fênix que renasces gloriosos de entre suas próprias cinzas.
Para ser, é prévio não ser; para nascer e ser, se deve morrer primeiro. Se o consegues, serás chamado o Duas vezes nascido.
Não desdenhes a minha oferta, pensa bem; mais vale morrer agora que viver à espera da morte.
Não acredites que se me rechaças poderás seguir indene o teu caminho, pelo contrário, todos os caminhos conduzem a mim; ignora-me e serás como os órfãos, que não conhecem a seus pais.
Somente tens dois caminhos: ou te devoro, ou te casas  comigo.

Tua, e só tua é a escolha.”

“Se escolheres ser devorado, dedica-te a gozar da vida, apura a cálice do prazer até a última gota, fecha a mente à voz do  teu espírito, entrega-te à besta, e desfruta do prazer sensual da matéria.
Assim, quase sem dar-te conta, chegará o momento da antropofagia final. Acreditas acaso que me compadecerei de ti?
Te enganas, não tenho sentimentos, estou mais além do prazer e da dor, mas além do bem e do mal, sou como o sol que se levanta nas manhãs para alumbrar a todos por igual.
Depois de tua morte serás somente um despejo e uma recordação. Depois…nem sequer isso.”

“Se anelas desposar-me deves estar disposto a sofrer a morte iniciática, terás que passar as provas às quais te submeterá sem piedade a terrível Esfinge para aquilatar teu valor espiritual e a qualidade de teu templo.
Eu me entrego somente ao que chegou à crucificação, resistindo aos embates dos quatro elementos.
Amo somente aos que tem sabido apurar o cálice da amargura, das traições, do escárnio e a mofa, perseguições, calúnias e difamação; aos iniciados que tenham persistido com valor, sofrendo da solidão do espírito em um mundo de animais.
A mim se chega depois de haver recebido a calúnia e a difamação, que são as provas do ar; dos golpes e das perseguições, que são as provas da terra; dos vícios e das tentações sensuais, que são as provas da água, e depois de haver dominado as ambições descontroladas, que são as provas do fogo.”

“Não acredites que no mundo existem só os nascidos uma vez e os duas vezes nascidos; também existem, por desgraça, os uma e meia vez nascidos, e os abortados.
Guarda-te de engrossar suas filas convencido por sua maquiavélica linguagem, já que estes não vivem nem neste mundo nem no outro; são aqueles que em verdade não são nem iniciados nem profanos, os imitadores dos mestres, os semi-sábios, os semeadores de mão suja, os seguidores da letra morta, e os magos negros, que me cobiçam e se vangloriam de meu amor, quando não são dignos sequer de meu sorriso.
(…)
 
in El hombre Estelar", de John Gaines

A RIVALIDADE DAS MULHERES...



AS MULHERES TÊM DE TER "RÉDEA CURTA..."

Há certos trechos que escrevo aqui que são baseados nos comentários que muitas vezes  faço no Facebook e depois desenvolvo no Blog Mulheres & Deusas...como é o caso de um último que aqui partilhei sobre as relações entre as mulheres serem potencialmente uma bomba sempre pronta a explodir...e que uma amiga brasileira publicou no seu mural, concordando, como dizia de "fio a pavio" com o que eu dizia. Depois, num comentário, um amigo seu disse que estava muito espantado com o facto de pela primeira vez ter lido  a culpa disso ser  atribuída aos homens deixando subentendido  um certo sentido de injustiça, quando ele, disse, sempre ter visto aquela inimizade ou rivalidade entre mulheres...e como se evidentemente o homem nada tivesse a ver com aquilo. O seu espanto era genuíno...
DE facto o homem olha para essa rivalidade entre as mulheres como se isso nada tivesse a ver com ele e até fica cheio de orgulho ao presenciar essa rivalidade quando há aquelas cenas de mulheres a puxarem os cabelos umas as outras por causa do ciúme ou a lutar por uma macho...e isso quase sempre aparece nas telenovelas ou filmes...

Mas, mais uma vez, e como eu digo sempre, ao mesmo tempo que a mulher menina cresce e é "educada" socialmente para o casamento, ela é esvaziada de si e de uma sua parte integrante, normalmente a sensual e sexual, e a sua potencial sedução que é olhada como crime quase. O que aconteceu entretanto é que a partir disto a mulher acabou por ficar dividida em duas espécies de mulheres em TODO O MUNDO.
Essa divisão interior da mulher em duas espécies de mulheres como eu retrato aqui tantas vezes, é bem visível e baseia-se  na cisão milenar da mulher em a "santa e a puta" - promovida e "consagrada" pela instituição casamento/religião -  acabando essa cisão por se reflectir e repercutir na vida pessoal de cada mulher até hoje, em termos sociais e psicológicos, em que na vida no dia a dia,  uma delas acaba sempre por projectar na "outra" a parte de si que reprimiu...e vemos e ouvimos isso nos nomes que se chamam uma a outra quando se esgatanham! - e embora o leque desses estereótipos sejam extensos e variados, (já não há só por um lado a ideia "da esposa fiel" e frígida e do outro a mulher da rua, ordinária e provocante etc...., mas muitos tipos de performances que se adaptam a um e ao outro termo, escuso de exemplificar), o facto, óbvio e evidente é que a mulher acaba sempre por virar-se contra a sua rival intima que ameaça "roubar-lhe" o marido o namorado ou o filho...e vou mais longe, donde é que julgam que vem o ódio das sogras às noras e vice-versa?
São sempre a mesma histórias: mulheres dividas entre si e dentro de si que se projectam no Homem como única razão de ser e querem-no possuir (o filho ou o amante) e manter como única razão que justifica a sua vida á priori: E a não ser que se descubram ou busquem a sua essência perdida, ou resgatem a sua verdadeira identidade, coisa que as feministas não fizeram ao defender uma pretensa igualdade dos sexos, sair  deste esquema é  muito difícil, pois as mulheres estão completamente presas nesta armadilha cultural e religiosa e numa total  ignorância de si mesmas. Dentro deste quadro muito dificilmente deixarão de ser prisioneiras no Sistema e deste esquema secular. 

Voltando ao ponto inicial do texto é curioso ver como também os homens evidentemente são ignorantes deste Sistema patriarcal e falocrático em que eles são os "beneficiados" dados como vencedores e dominadores e nem dão pela anomalia...a não ser quando essa regalia lhes é tirada ou se sentem ameaçados...
Porquê? Porque eles pensam que as mulheres são assim...naturalmente, ...estranhas, esquisitas, histéricas, ciumentas, possessivas, loucas, umas putas...ou umas santas...anjos puros ou perigosas...fatais e misteriosas, mas nunca inteiras nem coesas ou senhoras de si mesmas...mesmo se a mulher diz não...o que ela quer eles já sabem...e todas as receitas para as mulheres assim...é o Falo em riste...Assim, uma boa "queca" - e elas ficam logo domadas...e curadas!
Não, a mulher não é se fiar e o homem tem de ter nela "a rédea curta..." não vá ela enganá-lo ou traí-lo e aí...ele mata-a claro. Era permitido por lei...e ainda o é nas suas cabeças...quadradas!
Digam-me lá agora que já nada disto é assim??

rlp

O QUE MOSTRA ESTE TÍTULO?



Este título de jornal (de hoje?) é uma Agressão à Mulher...
Mostra como o machismo e a misoginia transparece por detrás de um simples título...sobre política e economia - na foto a nova Ministra das Finanças.
Este é o nível dos jornalistas e das primeiras páginas deste jornal que assinala 125 anos de...machismo?!

Como é que este  jornalismo rasca e medíocre retrata a mulher política e pouco importa o que ela faz, a verdade é que este título em letras gordas denuncia o espírito machista dos jornalistas em geral, o seu pouco nível humano e descreve muito bem a mentalidade dos homens em geral neste País de marialvas e forcados e ressabiados...
E este não é um jornal da bola em que cada dia e em cada capa de jornal tem uma mulher quase nua...e posições sempre semi pornográficas...
Mas haverá algum jornal "decente" neste País que não tenha na sua capa uma foto "sugestiva" de uma mulher de pernas para o ar ou virada de  "bunda" para cima... Sim, assim...sem mais nem menos...

rlp

 

segunda-feira, julho 15, 2013

VENHA ESSE RANGIDO...





"Há muito tempo, existem duas vozes que falam dentro de mim, a feminina e a intelectual, e é muito raro que elas falem em uníssono.
Um rangido pode produzir-se a qualquer instante, ao sabor da menor leitura, do menor contacto com as imagens e as narrativas da cultura que me cercam."


NANCY HUSTON

COMO SE FORJAM MULHERES VERDADEIRAS...

"James Hillman mostrou em seu ensaio sobre a função do sentimento, a necessidade desesperada de nossa época é pela descoberta do eros, dos valores de sentimento. Experiências emocionais por si mesmas e verdades teóricas temos em quantidade, mas o sentimento verdadeiro, que leva à percepção de valores duradouros, é ainda raro em nossos tempos. São mulheres individuais, conscientes, que devem guiar o caminho. Isso é muito difícil para os homens - tão perigosamente expostos, nesta era, à possessão pelo intelecto, pela tecnologia, ou por sua feminilidade inferior desintegrada -, descobrir o sentido de eros sem essa mediação de mulheres verdadeiras que não apenas vivem essas coisas instintivamente, mas "sabem que sabem"."

 

AS RELAÇÕES ENTRE MULHERES SÃO UM CAMPO MINADO DE BOMBAS


O que as feministas esqueceram...
 
O ÓDIO E A INVEJA ENTRE MULHERES...

Este é um GRANDE PERIGO AINDA PRESENTE NAS MULHERES e neste meios, virtuais e de comunicação de grupos, á imagem do que se passa entre amigas comuns na vida real por causa dos homens, ...fingir ser amiga e trair...continuamente, mesmo sem se dar conta, também acontece muito mais vezes do que nos damos por isso a nossa volta.
Já me zanguei com algumas mulheres (sobretudo no mundo virtual) que me tinham "rejeitado" por se sentirem atingidas pelo que eu digo de verdade sobre tudo isto...ou se revoltaram comigo por  dizer coisas que não é suposto, de acordo com os conceitos e a prática superficial das relações, do politicamente correcto etc. ... e depois,  mesmo que voltem como "amigas", isto em grupos ou nas redes sociais, por exemplo, continuaram a fazer o mesmo, a trair e a apunhalar nas costas...sempre que puderem.

Há inveja e perfídia entre as mulheres. É a ferida mais antiga do mundo e o hábito mais velho entre si. Tanto ou mais velha do que a tal profissão que lhe impuseram à força de as vender os homens há milénios...
Lutar contra isso não é fácil.
Mulheres de hoje, nós temos de ter isso em conta para poder evoluir a partir dessa consciência e aos poucos ir trabalhando para limpar esse campo minado...sim, a amizade entre as mulheres é um campo minado em que estão sempre a rebentar estilhaços de bombas que nos ferem de morte...ou mutilam o corpo e a alma...
Para evoluir e nos libertarmos, primeiro, temos de limpar o Campo de Batalha...para depois começar a plantar sementes de amor mas nunca antes ou sem limpar o campo primeiro...
Este campo de batalha semeado de bombas corresponde ao mundo da divisão da mulher em duas, a santa e a puta, criação do  Homem e da sua religião...e das suas sociedade patriarcais que colocaram a mulher contra a outra mulher, a filha contra a mãe etc.


rosaleonorpedro

sábado, julho 13, 2013

A FALTA DE HUMANISMO GENUINO

 
 
 
UMA RAÇA CONTRA SI PRÓPRIA...
 
"Se qualquer fragilidade psíquica, física, social, moral ou espiritual torna-se evidente numa determinada actividade ou em qualquer esfera da vida individual ou social, é dever dos outros membros da sociedade erradicar essa fraqueza com toda a doçura dos seus corações. No entanto, devido à falta de humanismo genuíno ou visão espiritual, as pessoas fazem exactamente o oposto. No momento em que os oportunistas descobrem uma fraqueza em alguém, exploram essa fraqueza e devoram toda a vitalidade da pessoa. Eles ainda consideram uma fraqueza da sua parte uma reflexão sobre os sofrimentos e angústias daqueles que são fracos.
 
Como na maioria das sociedades de outras espécies, na sociedade humana também as fêmeas são fisicamente mais fracas do que machos. Não obstante, as mulheres não têm  de maneira nenhuma menos valor na sociedade humana do que os homens. Os homens egoístas, no entanto, têm desconsiderado o valor das mulheres; eles têm tomado vantagem total e continuam a tirar pleno partido da sua fraqueza. Embora os homens tenham declarado publicamente que as mulheres devem ser respeitadas como as mães da sociedade, eles relegaram-as ao estatuto de gado doméstico e ovelhas.
 
Em todas as esferas de vida os homens limitaram substancialmente os direitos das mulheres, ou diminuiram a capacidade das mulheres de exercer os seus direitos excepto no que está relacionado aos caprichos dos homens. Tal atitude nunca existiu entre os seres humanos primitivos que viveram na aurora da história humana. Nem tinham os homens primitivos concebido um plano para estabelecer a sua supremacia para manter as mulheres em cativeiro, em nome da pureza social. Mesmo hoje em dia entre as raças primitivas não encontramos significativa falta de magnanimidade sobre a liberdade das mulheres."
 
 
Sri Prabhat Ranjan Sarkar, Anandamurti



 
 

sexta-feira, julho 12, 2013

UMA MULHER AO CONTRÁRIO...



MEMORANDO...

A GERAÇÃO VERDADEIRAMENTE RASCA ESTÁ NA ASSEMBLEIA DA REPUBLICA E NO GOVERNO: ELES INVERTERAM O PAÍS, A LÍNGUA, AS PALAVRAS, O SENTIDO DAS COISAS E OS CÓDIGOS DE HONRA...
ELES NÃO TÊM PALAVRA DE HONRA!
 

São rascas, não prestam mesmo, porque trazem os genes do novo fascismo e a ignorância da verdadeira HUMANIDADE!
São os potencias "CARRASCOS", sim eles são os carrascos da Pátria!
rlp

 
UMA MULHER DO AVESSO, UMA MULHER AO CONTRÁRIO...
É O QUE A MULHER É SEMPRE DENTRO DO SISTEMA PATRIARCAL
 
"Não podemos deixar que os nossos carrascos nos criem maus costumes".
Simone de Beauvoir

"Fui daqueles que aplaudiu entusiasticamente a designação de Assunção Esteves para presidente da Assembleia da República. Significou um marco importante para a democracia... portuguesa e para o País. Pela primeira vez em Portugal uma mulher ascendia ao segundo cargo na hierarquia do Estado e fiquei orgulhoso desse facto. Hoje fiquei deveras chocado quando a parlamentar equiparou a “carrascos” os manifestantes que interromperam o debate parlamentar, citando para tal a escritora, filósofa existencialista e feminista francesa Simone de Beauvoir. Há que referir que a intelectual parisiense atacava a opressão nazi sobre os franceses durante a II Guerra Mundial. Esta comparação vinda da segunda figura do Estado é intolerável. Acompanho Nicolau Santos quando (…) exige que o povo português merece seguramente um pedido de desculpas por parte de Assunção Esteves." 
 Luis Galego 

NOTA A MARGEM:
 
Quase sempre aqui  defendo as mulheres...e há homens que me acusam de "feminista"...e estariam prontos para me queimar nas fogueiras da inquisição...assim elas existissem ainda. Mas também as mulheres estão viradas e vivem umas contra as outras em nome de deus e de tudo... Uma velha intriga que deriva do medo de muitos anos de anulação de si e da subalternidade, da dependência do homem. Mas é preciso não esquecer de que as mulheres sempre foram os "BODES EXPIATÓRIOS"...dos homens e das sociedade patriarcais. Não é portanto de animo leve que acuso ou condeno uma mulher publicamente, como é aqui o caso de Assunção Esteves, presidente da Assembleia da Republica Portuguesa, a primeira mulher com esse estatuto. Importa assim discernir e clarificar...quando a mulher serve os intentos e os propósitos de uma sociedade alienada e injusta para mim é pior do que um homem...porque do Homem eu já espero tudo e na mulher eu sempre tenho a esperança de que acorde...mas uma mulher que serve o Sistema e usa a palavra "CARRASCOS" do lado dos próprios carrascos do povo em geral e das mulheres...então eu não hesito em denunciar esta anomalia!
E digo: esta mulher não é uma Mulher! Como o não é a Merkel e outras que andam por aí nas presidências de Países, em ministérios ou como deputadas de Partidos, sem minimamente fazer a diferença... ou mesmo saber o que é uma MULHER!
rlp
 
 

quinta-feira, julho 11, 2013

O ABANDONO DA COURAÇA



“ A intimidade impõe o abandono da couraça que protege o nosso núcleo mais intimo, sede do pudor e da vergonha: quanto mais partilhada mais o outro tem livre acesso às nossas coisas secretas. Mas só a tolerância e uma grande estima de nós próprios nos levam a viver este despirmo-nos como uma oportunidade e não como uma ameaça. Quem pensa que deve esconder as partes de si mesmo que mantém inconfessáveis, inevitavelmente vive a intimidade como um risco”
Willy Pasini Intimidade, O outro lado da afetividade 
 
Na ordem do desejo que nos liberta das habituais fronteiras entre o corpo e o espirito. Entre nós e o outro. Partículas de energia, numa dança, ao ritmo de termos sido capazes de nos colocarmos na sua pele sem nos perdermos, e disponíveis para o deixar entrar, sem medo de sermos devorados por ele. Alheados da fórmula que permitiu que o milagre tivesse lugar, não nos contentamos com o conforto do inolvidável encontro. Surge a ideia insana que pode não se repetir, e a urgência de o reviver.
Ideia chave: são necessários dois processos psicológicos para que a intimidade seja possível – a identificação projetiva e introjetiva - empatia e ressonância afetiva.

terça-feira, julho 09, 2013

QUEM É A VERDADEIRA MULHER



DONA DE CASA, DEPUTADA OU PROSTITUTA?

ÀS vezes pergunto-me o que seria originalmente a verdadeira Mulher...o que a moveria interiormente se não tivesse  todas essas  ideias preconcebidas, se não tivesse todos esses conceitos de bem e mal...isso é que eu gostava de saber...
Como seria a mulher livre e natural sem medo de ser quem é no fundo ou sem necessidade de se afirmar de acordo com a programação de vida que sofreu...sem complexos, sem inibições, sem paranóias...um ser mulher fora de toda esta formatação que a encaixa em classes de mulher, em géneros, em valores...crenças e deveres...
Uma mulher fora de toda esta tipologia de mulher, feita pela sociedade, pelo homem, pela sua cultura e a arte, que aparece na literatura sempre igual, erótica ou depravada e na publicidade despudorada, e que anda sempre a volta da mulher ideal...da mulher fatal ou do modelo da mãe amorosa...esposa fiel...santa ou a puta do bordel, da rua ou do bar de alterne...freira, ninfómana, ou lésbica...
Será que a Mulher, toda a mulher, apesar disso, sente nesse fundo original, no seu útero, nas suas entranhas, essa reminiscência de quando era livre, será que sente  o alvoraçar de uma alma que lhe escapa...que a atrai ou ameaça, a seduz ou mete medo, mas que nunca consegue ser ELA MESMA ou libertar-se completamente porque tem de obedecer aos padrões e à marca...que tem na testa?
Até com as "new age" acontece, todas  programadas pelos mentores e terapeutas, todas muito puras e doces,  condenadas à bondadezinha caricata..."somos todos amor, somos todos um" e o raio que as parta!


rlp

segunda-feira, julho 08, 2013

EM NOME DA MÃE...


VAMOS ANALISAR AQUI ESTA QUADRA POPULAR DE UM DOS POETAS SATÍRICOS MAIS CONHECIDOS DE PORTUGAL...
 
"A vida é filha da puta
A puta, é filha da vida
Nunca vi tanto filho da puta
Na puta da minha vida"
 
(Bocage)
...
Ora aqui está uma quadra popular para ilustrar bem o pensamento marialva, conservador e atrasado mental do português  e para que não me confundam mais, olhem bem para ela e reflitam nas suas palavras, leiam e releiam como fazem os alquimistas, e digam-me se este não é o fulcro da nossa religião, tradição e cultura portuguesa?
Ora analisem como é que com quatro pequenas frases apenas toda a filosofia de um povo e de uma religião está explícita nesta quadra! E ela reflecte o pensamento português por excelência...cada português tem debaixo da língua uma delas  pronta para a qualquer momento a disparar...
E quem paga as favas desta filosofia, digam lá, quem é a culpada e a má da fita...senão a "puta que nos pariu" e tornou a vida igual? Mas como é que tal destino foi acontecer?
Mas vejam mais, sim, porquê puta, meu deus? Quem é afinal essa puta? Onde é que ela nasceu e quem foi que a criou? Não foi deus...pela certa...E como é que ela afinal em vez da Nossa MÃE simplesmente se tornou na p... que nos pariu?
Porque meus senhores e senhoras...a religião dividiu assim a Mulher em duas,...a santa mãe de que se não fala porque é santa ou então a puta que paga as favas todas daquilo que tão mal pariu, com ou sem culpa... Todos os homens são sempre "filhos da mãe"...a quem alguém...por razões religiosas ou de propriedade resolveu apelidar de pu...se não tiver o  nome do pai...
Mas porquê???
Sim, digam-me lá...
PORQUÊ?

rlp
 


Quadro: venda de mulheres...
 

A CRUCIFICAÇÃO DA MULHER

 
 
A RELIGIÃO E A MULHER...

... além da "essência espiritual" comum ao homem e a mulher, digamos a alma, há uma essência feminina pura e selvagem...que nada tem a ver á partida com o percurso dito espiritual também ele mais ou menos de cariz ...masculina...feito por homens e contra a mulher, sombra do pecado... É por isso que as religiões, tanto ocidentais como orientais, tornam a mulher o símbolo da origem do mal e por essa razão ela é submetida e inferiorizada perante o homem em casa e na Igreja e continua a sofrer diariamente de violência doméstica e psicológica no trabalho.
Eu quando falo de Feminino Sagrado, refiro-me a uma Essência do Feminino (valores como emoção, intuição, percepção extrasensorial, ligados ao hemisfério cerebral direito, desactivado...) independentemente da questão espiritual...essa essência feminina, essa MATRIZ, é justamente o que as religiões patriarcais negam e culpam. Portanto da mesma maneira que a mulher intelectual inserida no Sistema e seguindo os seus padrões se afasta da sua essência, também a mulher religiosa...que em vez de ser meramente um objecto sexual profano e causador da tentação do pobre do homem ou mãe reprodutora, se torna casta ou pura sendo freira ...ou reduzida ao símbolo da estupidez e da superficialidade absoluta como nesta imagem...

rlp
 

quinta-feira, julho 04, 2013

RAINHA SANTA ISABEL...


 
SÃO ROSAS SENHOR...
***

"A história mais popular da Rainha Santa Isabel é sem dúvida a do milagre das rosas. Segundo a lenda portuguesa, a rainha saiu do Castelo do Sabugal numa manhã de Inverno para distribuir pães aos mais desfavorecidos. Surpreendida pelo soberano, que lhe inquiriu onde ia e o que levava no regaço, a rainha teria exclamado: São rosas, Senhor!. Desconfiado, D. Dinis inquirido: Rosas, em Janeiro?. D. Isabel expôs então o conteúdo do regaço do seu vestido e nele havia rosas, ao invés dos pães que ocultara."
 
Viquipedia

EM MEMÓRIA DA RAINHA SANTA ISABEL...

SÃO ROSAS...

... são rosas senhora...
são rosas que caiam do teu regaço, rainha minha...
rosas que te coroam como uma coroa de espinhos,
rosas que te coroam e te ferem,


espinhos que se te cravam na carne de mãe e de mulher...




são rosas os teus seios,
rosas os teus lábios vermelhos,
rosas que te cobrem como um invisível manto da cabeça aos pés...
e cada gota do teu sangue são rosas espalhadas pelo chão,
marcas que fazem o nosso caminho de sacrifício ao pai e ao filho...




rosas a lembrar a mulher eterna, a deusa amante e rainha,
que de amante sagrada se tornou esposa ignorada,
que foi jovem violada e morta nas guerras
ou queimada viva nas fogueiras da Inquisição...


...ainda hoje és no Irão apedrejada pela turba fanática
em nome do pai...de Deus ou Alá...



rlp

quarta-feira, julho 03, 2013

AS MULHERES ESTÃO A DESAPARECER DA TELEVISÃO...

Mas será que algum dia a televisão teve a presença de mulheres reais? Não...apenas simulacros que se transformaram em meros corpo objectos...
Leiam o texto...

“Las mujeres reales, están desapareciendo de la televisión y que son reemplazadas por una representación grotesca, vulgar y humillante”.





El documental titulado El cuerpo de las mujeres sobre la presencia de la mujer en la televisión italiana muestra como se va reduciendo y degradando a las mujeres a un mero objeto decorativo. Viéndolo me vienen a la mente una vez más las palabras de Casilda Rodrigañez: tenemos la violencia tan interiorizada que ni siquiera somos conscientes de ella.

Así son las propias mujeres las que se van sometiendo a cirugías y retoques cada vez más terribles, y que vistos en perspectiva producen un resultado grotesco: todas las mujeres terminan teniendo la misma cara, las mismas tetas, la misma delgadez. Ni rastro de arrugas o canas. Subidas a los mismos tacones, con la misma sonrisa bobalicona, imagen de un pensamiento único que requiere también un cuerpo único. No hay lugar para las mujeres mayores, menos aún para las
viejas y libres.

No dejes de ver el documental El cuerpo de las mujeres a continuación: dura 25 minutos y es buenísimo, tristísimo, y absolutamente necesario. Sigamos tomando conciencia, profundizando, y debatiendo: se necesita y se les agradece. No lo debería ver sólo las mujeres: desde la niñas a las adolescentes o madres que buscan figuras a imitar en la televisión, sino también la humanidad en general.


http://canalcultura.org/2012/06/05/el-cuerpo-de-las-mujeres-2/
 

está tudo dito...


segunda-feira, julho 01, 2013

SOFRIMENTO AUTO IMPOSTO

 
"Em meio a intensas dores e desconforto de uma plástica de abdome para tirar a barriguinha que ficou mal na foto, uma mulher de meia-idade pensa na calça jeans e nos vestidos de malha que conseguirá usar depois de atravessar a via-crucis do pós-cirúrgico e das várias limitações à sua mobilidade nas primeiras semanas. Qual o verdadeiro sentido desse sofrimento auto-imposto?

O amor, o desejo, a ternura e a cumplicidade podem existir entre pessoas com corpos imperfeitos.
Ao contrário do que a mídia apregoa, quanto mais maduros homens emulheres, mais profundas se tornam suas relações, mais independente de estereótipos e mais prazerosas, de um prazer inabalável, se não fosse o bombardeio midiático de que avelhice é uma doença e não uma plenitude.
Para onde nos leva o capital/dinheiro? São inaceitáveis as marcas (e os marcos) do tempo no corpo? É imoral envelhecer?

O pior é que não é só o corpo que o capital/dinheiro destrói. Ele destrói também acapacidade de homens e mulheres de aprofundarem a sua relação com a realidade.

Destruir o corpo real e substituí-lo por um corpo de consumo é também substituir a “realidade real” por uma “realidade de consumo” que tende a destruir a própria espéciehumana (a partir do desequilíbrio climático pelo excesso de consumo).



Rose Marie Muraro, é escritora e editora, Patrona do Feminismo Brasileiro (Lei 11.261): rosemuraro@uol.com.br