O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, julho 28, 2013

COMO ACABAR COM O DESEJO FEMININO

 
TORNANDO A SEXUALIDADE FEMININA
PATOLÓGICA
 


 "Em 1789, com a Revolução Francesa, e em 1848, no resto da Europa, havia uma atmosfera de igualdade social. Mas as mulheres não podiam estar inclusas nessa igualdade. Um meio de mantê-las no seu lugar era controlá-las sexualmente. Pipocaram teorias “científicas” que desejo sexual era coisa de homem, e que inexistia, até biologicamente, nas mulheres. “Como resultado, as mulheres de classe média adotaram a 'pureza' sexual como sua principal virtude, apesar da explosão da prostituição”. A sexualidade feminina passou a ser patologizada. Aquele negócio da normalidade, sabe? Que “normal” era a mulher só querer transar pra engravidar, ou pra agradar seu marido, sem querer prazer algum pra ela. O padrão passou a ditar que o instinto maternal era o oposto do desejo s...exual masculino. Qualquer resquício de desejo feminino era perigoso pra mulher ― podia até afetar seus órgãos reprodutivos, juravam os cientistas. Uma relação sexual “normal” era aquela que culminava no orgasmo masculino (e que fosse rápido, pra não comprometer a honra feminina).
Naomi lembra que houve outras contribuições para acabar com o desejo feminino. Mulheres de classe média usavam corsetes, que apertavam suas costelas, prendiam sua respiração, ocasionalmente danificavam seus órgãos internos, e as faziam desmaiar com frequência. Exigia-se que elas ficassem em casa, sem fazer qualquer tipo de exercício físico, o que, inclusive, pode ter tornado a experiência do parto ainda mais dolorosa. Assim como é difícil sentir desejo sexual no meio de uma dieta alimentar que nos priva de combustível para sobreviver, devia ser meio impossível sentir tesão usando um corsete. Não é irônico que a marca de lingerie Victoria's Secret (nome em homenagem à Era Vitoriana) seja quase sinônimo da nossa sexualidade atual? (irônico nada: Susan Faludi, no fabuloso Backlash, explica o sucesso da marca. Algum dia falo disso)."

escreva lola escreve
copiado de naosoueueoutra

3 comentários:

Soror E.T disse...

O que é mais irônico é quando o homem pensa que quando alguma mulher é homossexual, ela o é para também satisfazer a fantasia masculina.

rosaleonor disse...

verdade...ou então porque nunca conheceu um homem "à séria"...(como se os houvesse muitos!)

rl

Ná M. disse...

A sexualidade da mulher é ampla..acredito que não só os desejos sexuais das mulheres foram reprimidos..mas seus desejos de alma...As mulheres foram ensinadas a não desejar de fato..