O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, fevereiro 28, 2013

A RAIVA RESIDUAL


 Antes do zen, as montanhas eram montanhas, e as árvores eram árvores. Durante o zen, as montanhas eram tronos dos espíritos, e as árvores eram as vozes da sabedoria. 

Depois do zen, as montanhas eram montanhas, e as árvores eram árvores. Enquanto a mulher estava na montanha, aprendendo, tudo era mágico. Agora que ela desceu da montanha, o pêlo supostamente mágico foi queimado no fogo que destrói a ilusão, e chegou a hora de "depois do zen". A vida deve voltar ao plano prático. Mesmo assim, a mulher tem o tesouro da sua experiência na montanha. Ela tem o conhecimento. A energia que estava enfaixada pela raiva pode ser empregada em outras atividades. Ora, a mulher que conseguiu se entender com a raiva volta à vida cotidiana com novos conhecimentos, com um novo sentido de poder viver sua vida com maior habilidade.

No entanto, um dia no futuro, alguma coisa — um olhar, uma palavra, um tom de voz, a sensação de estar sendo tratada com condescendência, de não estar sendo apreciada ou de estar sendo manipulada contra a própria vontade — qualquer uma dessas coisas emergirá novamente. E então novamente a mulher se incendiará.

 A raiva residual de antigas feridas pode ser comparada aos efeitos traumáticos de um ferimento por estilhaços. A pessoa pode conseguir catar praticamente todos os pedaços de metal estilhaçado do míssil, mas os caquinhos menores permanecem. Seria de se pensar que, se a maioria foi retirada, tudo bem. Mas não é assim. Em certas ocasiões, esse caquinhos minúsculos se torcem e retorcem, causando uma dor semelhante à do ferimento original (o ferver da raiva) mais uma vez.  Não é, porém, a imensa raiva original que provoca esse jorro, mas são ínfimas partículas dela, elementos irritantes deixados na psique que nunca são completamente eliminados. Eles causam uma dor que é quase tão intensa quanto a do ferimento original. É assim que a pessoa se retesa, temendo o golpe violento da dor e, de fato, gerando mais dor. Eles se envolvem em manobras drásticas em três frentes: uma que tenta conter o evento objetivo; uma que tenta conter a dor que se espalha , a partir do antigo ferimento interno; e uma terceira que tenta garantir a segurança da sua posição mergulhando de cabeça numa posição psicológica de defesa. É demais pedir a um único indivíduo que enfrente o equivalente a um bando de três e tente no cautear todos eles ao mesmo tempo.
 
É por isso que é imperativo parar no meio de tudo isso, recuar e procurar a solidão. É demais tentar lutar e lidar ao mesmo tempo com a sensação de que se foi atingido nas vísceras. A mulher que escalou a montanha retira-se, trata do evento anterior em primeiro lugar, em seguida do evento mais recente, toma decisões acerca da sua posição, sacode o pêlo, ergue as orelhas e volta a aparecer para agir com dignidade. Nenhuma de nós pode fugir inteiramente da nossa história. Sem dúvida, podemos mantê-la num segundo plano, mas ela está ali do mesmo jeito. No entanto, se você quiser agir em seu próprio benefício, você superará a raiva e acabará se acalmando e se sentindo bem. Não perfeita, mas bem. Você será capaz de seguir em frente. Ficará para trás o tempo da raiva em estilhaços. Cada vez você lidará melhor com ela, pois saberá quando chegar a hora de voltar a procurar a curandeira, de escalar a montanha, de se livrar das ilusões de que o presente é uma reapresentação exata e calculada do passado. A mulher lembra-se de que pode ser feroz e generosa ao mesmo tempo. A raiva não é como o cálculo renal — se esperarmos tempo suficiente, a dor passa. Não e não. Você precisa tomar a atitude correta. Só assim ela passará, e sua vida será mais criativa.
(...)
CLARISSA PINKOLA ESTEES

MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS

segunda-feira, fevereiro 25, 2013

OS CONTOS DE FADAS...


ABRIR A PORTA...

"As questões da alma feminina não podem ser tratadas tentando-se esculpi-la de uma forma mais adequada a uma cultura inconsciente, nem é possível dobrá-la até que tenha um formato intelectual mais aceitável para aqueles que alegam ser os únicos detentores do consciente. Não. Foi isso o que já provocou a transformação de milhões de mulheres, que começaram como forças poderosas e naturais, em párias na sua própria cultura. Na verdade, a meta deve ser a recuperação e o resgate da bela forma psíquica natural da mulher.

Os contos de fadas, os mitos e as histórias proporcionam uma compreensão que aguça nosso olhar para que possamos escolher o caminho deixado pela natureza selvagem. As instruções encontradas nas histórias nos confirmam que o caminho não terminou, mas que ele ainda conduz as mulheres mais longe, e ainda mais longe, na direção do seu próprio conhecimento. As trilhas que todas estamos seguindo são aquelas do arquétipo da Mulher Selvagem, o Self instintivo inato. Chamo-a de Mulher Selvagem porque essas exalas palavras, mulher e selvagem, criam llamar o tocar a Ia puerta, a batida dos contos de fadas à porta da psique profunda da mulher. Llamar o tocar a Ia puerta significa literalmente tocar o instrumento do nome para abrir uma porta. Significa usar palavras para obter a abertura de uma passagem.

Não importa a cultura pela qual a mulher seja influenciada, ela compreende as palavras mulher e selvagem intuitivamente. Quando as mulheres ouvem essas palavras, uma lembrança muito antiga é acionada, voltando a ter vida. Trata-se da lembrança do nosso parentesco absoluto, inegável e irrevogável com o feminino selvagem, um relacionamento que pode ter se tornado espectral pela negligência, que pode ter sido soterrado pelo excesso de domesticação, proscrito pela cultura que nos cerca ou simplesmente não ser mais compreendido. Podemos ter-nos esquecido do seu nome, podemos não atender quando ela chama o nosso; mas na nossa medula nós a conhecemos e sentimos sua falta. Sabemos que ela nos pertence; bem como nós a ela."
(...)
MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOR

CLARISSA PINKOLA ESTEES 

A GRANDE DEUSA EGIPCIA...

NUT

Celebração do dia:
25 DE FEVEREIRO
:

Dia de Nut, a Grande Deusa do Céu egípcia. Ela era representada como uma figura feminina, formando um arco sobre a terra, seu cabelo caindo como chuva e apoiando-se no céu estrelado. Pintada nos sarcófagos, ela era a Mãe que recebia a múmia, cuidando de seu corpo até a ressurreição.
Celebração da deusa germânica da morte e da imortalidade Holla ou Holda, manifestada nos ventos frios do inverno. Ela recolhia as almas durante sua “Cavalgada Selvagem” e preparava os campos para os novos plantios, limpando com seu sopro os resíduos das colheitas anteriores. Há vários mitos e significados atribuídos a esta deusa antiga e complexa. Originalmente, era uma deusa guardiã da terra, das famílias e do fogo das lareiras. Os missionários cristãos transformaram-na no demônio, zeladora do fogo do inferno, padroeira das bruxas e ladra das crianças rebeldes.

Fonte: Tenda da Lua

quinta-feira, fevereiro 21, 2013

FALAR DA ALMA FEMININA



"O trabalho mais profundo é geralmente o mais sombrio. Uma mulher corajosa, uma mulher que procura ser sábia, irá urbanizar os terrenos psíquicos mais pobres, pois, se ela construir apenas nos melhores terrenos da psique, terá uma visão mínima de quem realmente é. Portanto, não tenha medo de investigar o pior. Isso só lhe garante um aumento no poder da sua alma. É nesse tipo de urbanização psíquica que a Mulher Selvagem brilha. Ela não tem medo da treva mais profunda pois na realidade consegue ver no escuro. Ela não tem medo de vísceras, dejetos, podridão, fedor, sangue, ossos frios, moças moribundas e maridos assassinos. Ela tem condições de ver tudo, de suportar tudo, de ajudar.
(...)
Quando falamos da essência feminina, estamos realmente falando da alma feminina. Quando falamos de corpos espalhados no subterrâneo, estamos afirmando que algo aconteceu à força da alma e no entanto, muito embora sua vitalidade exterior tenha sido roubada, muito embora sua vida tenha essencialmente sido esmagada, ela não foi destruída por completo. Ela pode voltar a viver.
"

clarissa pinkola estes

IN MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS

SABER SUPORTAR A DOR...



"Uma alma faminta pode ficar tão cheia de dor que a pessoa não consegue suportar mais. Como as mulheres têm uma necessidade profunda da alma se expressar em seus próprios estilos de alma, elas precisam se desenvolver e florescer de um modo que faça sentido para elas, sem serem molestadas pelos outros. Nesse sentido, a chave com o sangue poderia também representar as linhagens femininas que vieram antes de cada mulher. Quem dentre nós não conhece pelo menos uma mulher amada que perdeu seus instintos para fazer boas opções na vida e foi, assim, forçada a viver uma vida alienada ou pior? Talvez você mesma seja essa mulher.

Uma das questões menos discutidas a respeito do processo de individuação é a de que, à medida que se lança luz sobre as trevas da psique com a maior intensidade possível, a sombra, onde a luz não alcança, fica ainda mais escura. Portanto, quando iluminamos alguma parte da psique, disso resulta uma escuridão mais profunda com a qual temos de lutar. Não se pode deixar de lado essa escuridão. A chave, ou as perguntas, não pode ser ocultada nem esquecida. As perguntas precisam ser feitas. Elas precisam obter resposta."

clarissa pinkola estes

in mulheres que correm com os lobos

quarta-feira, fevereiro 20, 2013

A propósito do dia da mulher…


 

Na Pérsia, celebrava-se a 18 de Fevereiro a Mulher...

“A festa engrandecia os avatares da Deusa na figura da Mulher; atualmente, esta Pérsia está reduzida aos escombros do Irão, onde Nós as Mulheres temos de esconder o corpo e o rosto, viver na negritude do esquecimento e recalcamento. Idos vão os tempos dos Xás e magnitude de um Império que adorava as fragâncias femininas, para se perder no regime dos Ayatolas, no fundamentalismo e recordando-me a tragédia dos anos 80 em que o Irão assassinou qualquer vínculo à cultura ocidental. A religião embutiu os olhos do Homem...celebremos agora, à nossa maneira, esse festival de belas flores...”

Cristina Aguiar

QUEM É LILITH?


 
LILITH É A NOVA MULHER, A MULHER DO FUTURO
E QUE UNE A MULHER MODERNA COM A ANCESTRAL...

A questão crucial que se põe para mim agora, face ao trabalho longo feito com Mulheres e Deusas e a integração da Sombra é a Integração das duas mulheres, o viver essa harmonia, esse equilíbrio entre uma e a outra...a mulher de superfície e a das profundezas...a mulher moderna e a mulher ancestral...a Mulher terrena e a Mulher cósmica, a mulher instintiva e a mulher que pensa por conta própria a partir do seu centro, do seu Útero...porque só ela faz a ligação entre o céu e a terra e é a Ponte entre Mundos...e assim une o que está em cima e o que está em baixo.
Não nos podemos deixar ficar nem na superfície em tudo o que foram as nossas conquistas como mulheres modernas nem nos deixarmos levar apenas para aquilo que nos chama no nosso inconsciente e do fundo da nossa psique e desperta para nos libertar dos limites e dos tabus impostos pelo patriarcado.

 A fusão das duas mulheres é essencial pois sem ela apenas mudamos ou INVERTEMOS os extremos de uma condição que ora nos coloca em cima ora nos coloca em baixo...ora nos coloca de um lado ou do outro, sempre uma contra a "outra"e a mulher continua dividida entre a mulher instintiva e a mulher cerebral...ora sendo assim a prostituta ora a casta...ora sendo a mulher sexual e fatal, insaciável, ora sendo a frígida, reservada ou tímida.
Para além do trabalho realizado com os dois aspectos da experiência feminina, na consciência e vivência desses aspectos como opostos e inconciliáveis dentro e for ade si,  devemos ter sempre como objectivo ou  meta, essa fusão das duas mulheres internamente e ao nível do consciente pois só essa mulher inteira, integral e completa poderá fazer face ao mundo de hoje...

Por isso não podemos cair na mitologia das deusas e os seus arquétipos ou no equiparar da deusa a deus todo poderoso, nem na sua recusa como coisa mística e inatingível...
Precisamos de ir ao fundo dos abismos, ao fundo da nossa psique, resgatar a nossa sombra – a mulher reprimida nos séculos e amordaçada pelos conceitos patriarcais - para a ligar à mulher de superfície (intelectual e mental) que pode integrar essa experiência em equilíbrio e harmonia...sem cair nos erros passados...
 Assim, todas  nos devemos unir num trabalho comum e não dividir-nos como os patriarcas em capelinhas só “nossas” entre “ santas e demónios”,  mulheres sérias e prostitutas,  esposas e amantes etc..

ROSALEONORPEDRO

segunda-feira, fevereiro 18, 2013

Uma mulher simboliza a terra, que dá protecção




Na foto:
Vinod Verma, Bióloga da Reprodução na Índia, Professora de Neurobiologia da Universidade de Paris, especialista em Ayur Veda (medicina tradicional indiana) no estilo tradicional de Guru Sisya iniciada pelo Acarya Priya Vrata Sharma, da Universidade de Benares.
O PENSAMENTO
DE UMA MULHER INDIANA...
 
"A mulher é o núcleo da mais pequena unidade social e, quando não está bem predomina a confusão e o caos no presente e no futuro. Uma mulher é geralmente a força central da família, uma vez que é no seu útero que a família se reproduz.
Na gravidez, no parto e na amamentação, ela tem um papel exclusivo. Os seus pequenos dependem dela, agarram-se aos peitos e sentem-se seguros na sua vizinhança.
Uma mulher simboliza a terra, que dá protecção, alimento e segurança. É como uma grande figueira- de-bengala e cuja sombra fresca as crianças e o pai procuram conforto.
É generosa e opulenta.
Esta é sua Prakriti, a sua natureza geral, embora hajam excepções.
A generosidade da mulher não significa, porém, que outros à sua volta se sirvam dela sem a devida compensação.
A relação com uma mulher é como a nossa relação com a terra.
Em civilizações antigas, a terra e os seus atributos - os rios, lagos, montanhas, árvores e vegetação - eram adorados.
As pessoas mostravam a sua gratidão através de cerimónias; em caso de catástrofes tentavam apaziguar a sua ira de várias maneiras.
As pessoas das modernas civilizações industriais cometeram, porém, erros crassos irreversíveis em termos ambientais.
Após vários séculos de exploração, tomaram agora consciência da gravidade dos seus actos e iniciaram tentativas de sarar as feridas.
Há quem diga que as raízes da exploração, tanto da natureza como das mulheres, foram lançadas pelos pioneiros da ciência moderna.
Se os que rodeiam uma mulher se aproveitarem indevidamente de sua generosidade, se não lhe mostrarem a sua gratidão e respeito, ela torna-se presa do desconforto e de doenças, tal como a mãe terra.
Esta falta de bem-estar pode influenciar o futuro.
Má saúde e o infeliz estado mental de uma mulher afectam adversamente até ainda os filhos que estão para nascer, que podem vir a ser inseguros, mães frustradas propensas a problemas mentais.
A felicidade e a saúde de uma mulher são importantes para o nosso presente e nosso futuro.
Falar do bem-estar das mulheres não implica negligenciar o dos homens e o das crianças.
Mas se uma mulher for ignorada e viver em condições de dor e desconforto mental, as crianças e o pai também sofrem.
A natureza básica do homem e da mulher diferem por causa da proporção das componentes feminina e masculina neles presentes.
Há sempre uma grande discussão acerca deste assunto em todas as sociedades civilizadas.
Em muitas culturas são atribuídas características esteriotipadas a um ou a outro sexo, prejudicando a delicadeza e a flexibilidade de quase todas as relações.
Existem componentes masculina e feminina tanto no homem como na mulher, mas a proporção varia de um para o outro - bem como dentro do mesmo sexo.
Expressões como "um homem feminino" ou "uma mulher masculina" são muito vulgares em muitas línguas e usam-se para descrever indivíduos em que se considera que essa proporção é demasiado desequilibrada.

Há mais Sattva e Tamas do que Rajas na componente feminina.
Na componente masculina, predomina o Rajas, enquanto o Sattva e o Tamas são menos importantes.
É a proporção destas qualidades que torna as componentes masculina e feminina diferentes umas das outras.
Uma mulher com 20 por cento da componente masculina e 80 por cento da componente feminina, terá 26 por cento de Rajas e 37 por cento de Sattva e Tamas.
Um homem com 80 por cento da componente masculina e 20 por cento da componente feminina terá 44 por cento de Rajas e 28 por cento de Tamas e Sattva.
Mas podem existir variações.
Os atributos inatos das mulheres e dos homens emergem das diferentes proporções das três qualidades.
Os atributos masculinos implicam actividade, acção e movimento.
Os atributos femininos são tranquilidade, espiritualidade, criação, assistência, etc.
Estas características podem observar-se prontamente em crianças pequenas.
As meninas são normalmente mais pacíficas mais estáveis e mais calmas do que os meninos, que saltam e se mexem muito.
Frequentemente, as meninas brincam com bonecas tomando conta delas, dando-lhes assistência e pondo-as a dormir.
Há quem diga que estas características são resultantes da imposição de normas sociais pelos pais.
Não é verdade. Se assim fosse, todas as mães que estivessem exaustas por causa do comportamento travesso dos seus meninos conseguiriam manipulá-los facilmente.
Portanto, como se assinalou anteriormente, uma mulher tem mais Tamas e Sattva dentro de si do que Rajas.
É a qualidade dominante Tamas com um pouco de Rajas que dá à mulher o desejo de fazer um lar e de estar num mesmo lugar e desejar ter uma família.
A livre expressão e compreensão das qualidades um do outro são essenciais para o companheirismo entre a mulher e o homem.
Só com compreensão, paciência e generosidade de uma para com os outros é que os homens e as mulheres podem levar uma existência harmoniosa.
Por exemplo, uma mulher não deve ser excessivamente afirmativa mas deve deixar o homem exprimir a sua qualidade de Rajas participando em acontecimentos que envolvam acção e movimento.
Se a sua expressão de Rajas for excessiva deve subtilmente envolver o homem em práticas que tragam sossego à mente.
Por seu turno, um homem deve compreender o desejo de uma mulher de ter família e um lar, e ainda assim encorajar, e não suprimir, o Rajas dela.
Se o Rajas que há nela for suprimido, o Tamas aumenta, levando a angústia, a depressão e por vezes a erupções de ira.
Também deve compreender a gentil qualidade de maternidade dela e não ficar zangado com ela por ser indulgente para com os filhos."


Na foto:
Vinod Verma, Bióloga da Reprodução na Índia, Professora de Neurobiologia da Universidade de Paris, especialista em Ayur Veda (medicina tradicional indiana) no estilo tradicional de Guru Sisya iniciada pelo Acarya Priya Vrata Sharma, da Universidade de Benares.
««« 
Rajas,Tamas e Satva são as gunas ou cordas da natureza material.

Raja é o principio da acção que quando desequilibrada origina ira ou fúria, tamas é o aspecto da natureza sólida e estável, paciente que quanto desequilibrada origina doença, cansaço extremo.

Satva é o principio da união, da compreensão e da bondade, esta guna não tem equivalência em desvirtuação porque não é desvirtuável.


Ananda K. L.

 

 

 

A NEGAÇÃO DO ETERNO FEMININO


NO QUE AS FEMINISTAS ACREDITARAM PIAMENTE…
 
O pensamento de Simone de Beauvoir...
"Não acredito que existam qualidades, valores, modos de vida especificamente femininos: seria admitir a existência de uma natureza feminina, quer dizer, aderir a um mito inventado pelos homens para prender as mulheres na sua condição de oprimidas. Não se trata para a mulher de se afirmar como mulher, mas de tornarem-se seres humanos na sua integridade." - Simone de Beauvoir

ESTA FRASE E ESTA PREMISSA DE UMA GRANDE ESCRITORA E FILÓSOFA EXSITENCIALISATA DO ANOS 60, que influenciou milhares de mulheres ocidentais, contraria em absoluto a Essência do Sagrado Feminino, que buscamos hoje encontrar e integrar em nós, e anula o próprio Principio Feminino, um dos polos da manifestação e da Deusa...
A questão dos existencialistas para quem a existência precede a essência e por isso serem ateus, e portanto anularem a ideia de deus também, impede a Mulher filósofa, tal como as feministas igualmente ateias e comunistas, de aceder a um plano de consciência mais elevado acerca da natureza ontológica da mulher. Elas sofreram de um intelectualismo exacerbado próprio de um período histórico em que as pessoas se debatiam entre o sentido de absurdo da vida – Sartre e Simone viveram todo o período da última guerra mundial em que França foi ocupada pelos nazis – dominados pela necessidade de o Homem tomar as rédeas do seu destino face a uma fé perdida (já que deus pai não fez nada), impôs-se-lhes o pensamento existencialista, no caso de Sartre – com quem além de ser colaboradora Simone era casada -, obras como “O Ser e o Nada” e a “Náusea”.

Eu nasci em 1946 e fui directamente influenciada na minha adolescência pela cultura neo-realista e pelo mesmo pensamento marxista e existencialista…Vivi em Paris entre os anos 69 e 73…bebi da mesma fonte que eles, mas neste momento da minha vida e passadas 5 décadas e toda uma série de experiências de vida que transformaram a minha consciência, posso hoje e na minha idade,  por totalmente em causa e negar todas essas filosofias cartesianas (do penso logo eu sou) e assim rebater  esta afirmação de uma mulher que afinal de contas de emancipada só teve a liberdade de uma relação não monogâmica, mas esteve toda a vida presa do pensamento do homem, Sarte, de quem viveu inteiramente dependente e em função dele. Não é portanto para mim um exemplo de mulher inteira nem de mulher verdadeiramente livre do jugo do Homem…Ela pensou-se como o homem, mas não se sentiu como mulher…”penso eu de que”…

Não podemos confundir a liberdade social e os comportamentos menos ortodoxos de uma mulher excepcional, como foi o seu caso, com uma verdadeira consciência do Ser mulher, não negando de todo o seu contributo na época para “revolucionar” as ideias e os tabus que aprisionavam as mulheres socialmente. Mas isso não significa tudo, pois o mais importante para mim hoje é sim o nível de consciência que essa Mulher tinha como mulher em si e como se bastou a si própria emocional e animicamente… e é aqui que  eu não vejo que  ela possa ser um exemplo. Mesmo na relação com outros homens (ou mulheres) ela não conseguiu fugir à influência de Sarte e a dependência afectiva e porventura sexual, dele…  
Tudo isto, e voltando a citação inicial, para finalmente dizer que A Mulher tem efectivamente uma Natureza Feminina...e essa negação da "NATUREZA FEMININA" É MUITO O QUE ESTAS MULHERES DO INTELECTO E FEMINISTAS DEFENDEM ainda hoje...

Somos efectivamente todos SERES HUMANOS, homens e mulheres, e foi baseadas nessa premissa e no desejo de igualdade que se cometeu o erro de igualar a mulher ao homem em todos os aspectos, e confundir direitos iguais, com naturezas iguais, quando eles são efectivamente diferentes em si  e o facto de serem seres humanos e da mesma espécie, isso não faz com que sendo iguais em relação um ao outro, sejam iguais em si e portanto não se trata só de uma diferença física, mas de uma diferença substancial, psíquica e anímica,  entre cada um dos elementos que compõem o par humano.  É a partir de uma essência particular que diz respeito à natureza da mulher e a caracteriza por essa natureza, que é Ser Mãe (e ser mãe não é a mesma coisa que ser pai) e à qual ela esteve presa durante dezenas de anos, obrigada a vivê-la em exclusividade e como propriedade dos homens e que por isso (e como propriedade sua) os homens enalteceram essa qualidade, exaltando-a, e por vezes elevando-a a santidade, negando a sua sensualidade e sexualidade a razão pela qual, tanto as feministas como as intelectuais a negaram em si, ao confundiram a libertação da mulher, não do mito e dessa ideia/prisão, mas da carga de ser mãe como uma prisão – isto é…quiseram deitar a água suja fora, essa mentalidade católica e conservadora do homem sobre a mulher, mas o bebé foi também com a água…e toda a mística da mulher, O ETERNO FEMININO…FOI SANCIONADO E CENSURADO PELAS PRÓPRIAS MULHERES.

Não, ser Mãe não pode nem é o objectivo único da Mulher, mas Ser Mãe é o grande Dom da Natureza do Ser Mulher. A criança que é gerada no seio e no ventre da Mãe gera, além de outros aspectos da sua natureza instintiva, essa grande diferença ontológica, que continua  a ser o Grande Mistério que é a Vida. Ora esta deia “mística” está fora de questão para os ateus, ou seja, as feministas em geral, para quem a primazia da vida é a Matéria e não o Espírito, tal como para os existencialistas para quem a existência precede a essência… (dito isto muito grosso modo, pois não se trata aqui de forma alguma fazer uma abordagem filosófica…)

E assim as mulheres “modernas” e cultas ao negaram um aspecto essencial da sua natureza feminina não só a de serem Mãe como a de mulher instintiva emocional e mediúnica…é como se tivessem afinal vendido a alma ao diabo…do Homem. Deixaram de ser elas o elemento diabólico, por causa da sua natureza incontrolável como representante da Terra e  das foças ctónicas, um ser misterioso  e explosivo…para se tornarem racionais e presas fácies do dominador,  passando para o lado deles, como “iguais”  pela adopção das ideias materialistas…e filosóficas…

 rosaleonorpedro

sexta-feira, fevereiro 15, 2013

A Violência contra as mulheres...


Duas centenas de pessoas dançaram em Lisboa pelo fim da violência contra mulheres

 
Organizada pela eurodeputada socialista Ana Gomes, a iniciativa no Largo de Camões contou com ativistas de organizações como a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, Associação Portuguesa de Mulheres Juristas, ILGA Portugal, União de Mulheres Alternativa e Resposta e Amnistia Internacional.
 

A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES
está em todo o lado...

A violência contra as mulheres está na Génese...está nos livros "sagrados", no Alcorão e na Bíblia...Está nas histórias que vendem milhões, nas telenovelas, nas canções, na mente dos homens em geral, dos padres, dos políticos, dos militares, dos futebolistas, está na prostituição, está na cultura, na Arte...está no Cinema, está nos anúncios, nos filmes pornográficos...
 
A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES É INERENTE AO PRÓPRIO SISTEMA...e o Sistema baseia-se nela...porque se baseia na guerra e na competição e no consumo, na alienação do ser humano, na mentira e na exploração da mulher pelo homem...e do homem pelo homem. 
 
"É bonito pá"... mas não é com danças nem com manifestações que as mulheres vão conseguir impedir a Violência doméstica, nem os abusos, nem a excisão, nem a violação das mulheres em todo o mundo...
E como é que as mulheres inteligente, deputadas e artistas não veem isso, como é que não percebem que a causa é remota e permanente no atentado à dignidade e à liberdade da Mulher em casa e no trabalho, ond...
e quer que ela vá....
Não, não é a dançar que vamos lá...
Só a Consciência do Valor da mulher, em cada mulher, em cada dia, em qualquer lugar, pode fazer a diferença...
Só a Consciência do Ser Mulher em si poderá mudar o mundo...e ajudar TODAS AS MULHERES...de resto é apenas folclore...um dia como o Dia da Mulher...uma vez por ano...

rlp

quinta-feira, fevereiro 14, 2013

O PREDADOR...


Acelerar a Anlage...

Nós todos nascemos anlagen, como o potencial no núcleo de uma célula: em biologia, a Anlage é a parte da célula caracterizada como “aquilo que se tornará”. Dentro da Anlage está a substância fundamental que, com o tempo, irá se desenvolver fazendo com que nos tornemos uma pessoa inteira.

Portanto, nossas vidas, enquanto mulheres, consistem em acelerar a Anlage. O conto do Barba-azul fala do despertar e da educação desse núcleo psíquico, dessa célula luminosa. Em prol dessa educação, a irmã mais nova concorda em se casar com uma força que ela acredita ser muito distinta. O casamento nos contos de fadas simboliza a procura de um novo status, o desdobramento de uma nova camada da psique. No entanto, a jovem esposa se iludiu. A princípio, ela sentia medo do Barba- azul. Estava desconfiada. Um pouco de diversão no bosque faz com que ela descarte essa intuição. Quase todas as mulheres já passaram por essa experiência pelo menos uma vez. Conseqüentemente, ela se convence de que o Barba-azul não é perigoso, mas só excêntrico e cheio de idiossincrasias. Como sou boba! Por que me repugna tanto aquela barbinha azul? Sua natureza selvagem, porém, já farejou a situação e sabe que o homem de barba azul é mortal, enquanto a psique ingênua descarta essa sabedoria interior. Esse erro de raciocínio é quase rotineiro numa mulher tão jovem cujos sistemas de alarme ainda não estão totalmente desenvolvidos. Ela é como um filhote de lobo, sem mãe, que rola e brinca na clareira, sem perceber o lince de quase 50 quilos que se aproxima vindo das sombras. No caso de uma mulher mais velha que está tão isolada do aspecto selvagem que mal chega a ouvir os avisos do seu íntimo, ela também segue em frente, com um sorriso ingênuo. Bem que poderíamos nos perguntar se haveria como evitar tudo isso.


Como no mundo animal, a menina aprende a ver o predador através dos ensinamentos da mãe e do pai. Sem a amorosa orientação dos pais, ela certamente será uma presa prematura na vida. Em retrospectiva, quase todas nós, pelo menos uma vez na vida, passamos pela experiência de uma idéia irresistível ou de uma pessoa meio deslumbrante entrando pela nossa janela no meio da noite para nos apanhar de surpresa. Mesmo que estejam usando máscaras de esquiar, que tragam uma faca entre os dentes e um saco de dinheiro jogado sobre os ombros, nós ainda assim acreditamos quando eles nos dizem que trabalham no ramo bancário. Contudo, mesmo com uma criação criteriosa por parte dos pais, a jovem pode, especialmente a partir dos doze anos de idade, ser seduzida de modo a se afastar das suas verdades por grupos de colegas, forças culturais ou pressões psíquicas, começando assim a assumir riscos com bastante imprudência no esforço de descobrir as coisas por si mesma. Ao trabalhar com adolescentes mais velhos que vivem convencidas de que o mundo é bom se ao menos elas conseguirem lidar com ele corretamente, sempre me sinto como um velho cão grisalho.

Tenho vontade de pôr as patas diante dos olhos e gemer, porque vejo o que elas não vêem e sei, especialmente se elas forem determinadas e exuberantes, que elas vão insistir em se envolver com o predador pelo menos uma vez antes que sejam despertadas com um choque.
No início das nossas vidas, nosso ponto de vista feminino é muito ingênuo, o que quer dizer que nossa compreensão emocional do que está oculto é muito tênue. No entanto, é assim que todas nós começamos. Somos ingênuas e nos convencemos a entrar em situações muito confusas. Não ser iniciada nos detalhes dessas questões significa estar num estágio da nossa vida em que somos propensas a perceber apenas o que está às claras. Entre os lobos, quando a mãe deixa os filhotes para ir caçar, os pequenos tentam acompanhá-la para fora da toca, pela trilha abaixo. A mãe rosna para eles, investe contra eles e apavora os filhotes até que eles voltem atabalhoadamente para dentro da toca. A mãe sabe que os filhotes ainda não têm condição de pesar e avaliar outras criaturas. Eles não sabem quem é um predador e quem não é. Com o tempo, ela irá ensiná-los, com rigidez e eficácia.
(...)
MULHERES QUE CORREM COM LOBOS
clarissa pinkola estes

A CONSCIÊNCIA DA CONSCIÊNCIA...



(...)

A consciência

A consciência é dada a cada ser, do vírus ao ser humano, no momento da fecundação ( no caso deste último) para ser enriquecida pelo ato de estar vivo. Depois, num certo momento, ela era tomada de volta. A descoberta revolucionária dos xamãs foi perceber que a energia vital não era tomada junto. Apenas estava tão enredada na consciência que acabava se desfazendo quando a consciência voltava para sua fonte. Foi então que os xamãs descobriram algo realmente determinante. O ente perceptivo existe durante a vida por identificar-se e projetar-se na consciência. Mas pode paulatinamente, desenvolver a consciência de si mesmo. Como diria G. todo choque é um dó em si mesmo, e todo dó contém em si uma oitava. Ou seja, somos dotados de uma capacidade de nos perpetuar, embora criados para sermos efêmeros.

Assim o ente perceptivo, que reage a consciência enriquecendo-a através das experiências vividas, pode ao final ser consciente de si, abrir mão da consciência recebida da fonte e ainda assim manter sua força vital e sua individualidade o suficiente para aceitar uma outra conscientização, vinda da mesma fonte. Deixamos a condição de ser orgânico, nos tornamos um ser inorgânico. Para os xamãs este seria o próximo passo evolutivo possível ao ser humano.

Uma mutação de faixas de consciência.

A consciência humana, mesmo em seus aspectos mais poderosos e amplos, desconhecidos totalmente pelas pessoas hoje, seria abandonada e outra possibilidade de consciência seria atingida, um outro nível de realização. Dois caminhos surgiram a partir desta percepção.

Um caminho seguiram os que entenderam essa possibilidade e assim ao final da vida abandonavam totalmente a consciência tanto do mundo cotidiano, como de tudo aquilo que podemos chamar de transcendente, espiritual ou qualquer nome que se dê aos mundos que nos circundam mas podem ser acessados em outros estados que temos como potenciais dentro de nós mesmos.

Em outro caminho o ser transmigra com sua essência perceptiva para o corpo de energia e continua existindo após a morte do corpo físico. Tal manobra se revela limitada com o passar das eras. Mas há outro caminho, muito mais ousado. Entrar num estado de consciência plena e incendiar-se de dentro para fora. Devolver a consciência para a fonte, mas juntar a fisicalidade do corpo orgânico ao corpo inorgânico. Transferir a energia vital para o corpo de energia enquanto ela ainda está plena, íntegra. E tomar emprestado outro tipo de consciência, assim como ganhamos essa ao nascermos. Note que no primeiro caso a energia vital continua se dissipando junto com a morte do corpo, no segundo não. Essa manobra permite que algo aconteça. Surge então um novo ser. Um ser que poderá continuar por bilhares de anos a viagem que é nossa vida. Como tal estado é impossível de ser descrito vamos apenas citá-lo como meta e vamos nos envolver nos meios para atingi-lo.

Para podermos vislumbrar o infinito que nos envolve temos que ter equilíbrio. Se a bolha dentro da qual existimos se rompe de uma vez podemos nos diluir antes de termos criado um eixo real e assim ficaremos vagando por sensações indefinidas. Há um velho símbolo para o trabalho sobre nós mesmos. Dividir a bolha. Em uma metade rearranjamos tudo o que somos enquanto entes presentes nesse mundo. Mas substituímos alguns itens. Como por exemplo podemos deixar de reagir a nossa importância pessoal e a nossa arrogância e ficarmos mais sensíveis ao fato de que somos mortais e efêmeros. E o outro lado da bolha fica vazio. Sem pré conceitos, nada. Vazio e silencioso para a partir dele podermos vislumbrar o infinito.
Assim veremos o outro mundo como outro mundo, não apenas uma projeção do que aqui vivemos. Não reduziremos o infinito aos nossos limites.

NUVEM QUE PASSA
IN http://pistasdocaminho.blogspot.com/

sábado, fevereiro 09, 2013

A MULHER ESSENCIAL, ONDE ESTÁ?



O Sistema e a sociedade patriarcal promovem a alienação da mulher de si própria desde menina e do seu poder interior, educada para servir a espécie dos escravos que os humanos ainda são e da ideia única de produzir-consumir e morrer, na ilusão da evolução tecnológica que os afastou do contacto com a Natureza e a vida, dando-lhes instrumentos sofisticados e inúteis que poluem e destroem o sistema ecológico. Milhões de telemóveis, computadores, jogos e televisões, carros, e paraísos artificiais para férias que não fazem senão destruir ainda mais o equilíbrio da Terra, da flora, da fauna e dos oceanos…
O Eixo do Mal e o Eixo do Bem, representam os fundamentalismos americano e árabe, como pano de fundo dessa guerra milenar e nuclear, entre ocidente e oriente, que nos pode destruir a todos e que continua a alimentar os “vampiros invisíveis”…

A Mulher essencial, como mediadora das forças cósmicas e telúricas é a Pedra Basilar da construção do novo Mundo.


As forças Yin, maternais, são absolutamente necessárias para entrar no período de oscilação da Terra para contrapor as forças Yang de destruição e guerra. Sem o despertar interior da mulher em relação ao seu poder interno e sem a consciência da sua actual cisão, a mulher não conseguirá interagir no mesmo plano que o homem e o homem não pode integrar o seu feminino.
Tal como os cientistas, com as suas fantásticas descobertas as inutilizam, por ignorarem a espiritualidade do Planeta, e ver Gaia como um ser vivo com Alma e emoções e sobretudo inteligência, também as mulheres que lutam pelos seus direitos e alteração das leis a seu favor, sem a dimensão espiritual do feminino sagrado, as inutilizam e acabam por as virar contra si próprias.

Considerar a evolução espiritual em conjunto sem que a mulher primeiro acorde para o seu feminino sagrado e primordial é um erro enorme porque se cai na ilusão de uma evolução que não é baseada na verdadeira integração dos pólos opostos complementares, continuando a luta agora mais subtil, entre o positivo e o negativo o e ainda o bom e o mau…
Ignorar que a mulher ainda não alcançou esse patamar de união consigo mesma e com a Deusa é ignorar algo de fundamental e servir ainda o mundo da escuridão…
Um mundo supostamente espiritual, como o que se nos apresenta agora no mundo de cariz cristóide, um simulacro que repete o modelo antigo MAS com novos termos, mas cheio de egos, medos, ódios e competição…onde o dinheiro e a aparência continuam a ser o apanágio de terapeutas e curadores, astrólogos, gurus e discípulos…que acabam na sua ingenuidade ou ignorância por servir os interesses dos senhores das trevas…ou dos senhores do mundo!

Ah! Parece apocalíptico…pois parece…


in (O Livro) MULHERES & DEUSAS

RLP

sexta-feira, fevereiro 08, 2013

O VAMPIRISMO EMOCIONAL E SEXUAL DAS MULHERES



A VAMIPIRIZAÇÃO DA MULHER
 
(Um texto  meu encontrado publicado em vários blogs....)

“O problema de vampirismo psicológico a que as mulheres estão frequentemente sujeitas”

Esse vampirismo a que as mulheres estão quase sempre sujeitas, deriva invariavelmente do seu vazio emocional e da sua falta de centro ou identidade própria.
A mulher ao ser criada e educada exclusivamente para servir o homem, como filha amante e mãe, e mesmo que estude e se forme, é para ainda melhor servir o homem ou a nação, e nesse caso ela perde completamente a sua identidade, a sua razão de ser individual.
E apesar de todas as aparentes transformações que hoje em dia lhes dão uma falsa cultura de liberdade, ela não passa afinal de uma manobra dos homens para fazê-las continuar presas ao sistema e passarem a ser agora, não só a esposa e amante ou a mãe, mas também a académica, profissional, trabalhadora, empregada, polícia, militar ou acompanhante de luxo para além de prostituta, continuando sempre a acarretar com as expensas da casa e dos filhos?
Sempre esvaziada de si, dividida em estereótipos, sempre explorada em casa ou no trabalho, sempre vampirizada emocionalmente.
Claro, para as feministas, no início, parecia que isso poderia mudar se as mulheres ganhassem dinheiro, tivessem um ordenado igual ao dos homens e os mesmos direitos, mas elas não viram direito o que eram os direitos dos homens e tudo ficou muito baralhado, mais sofisticado e as mulheres pouco ou nada ganharam com isso; aparentemente sim, mas a prisão é a mesma, apenas a pílula é dourada - e as doenças e as depressões e os cancros da mama e do útero provam que elas continuam sugadas pelos homens e pelos maus tratos, pelo cansaço, mesmo que só psicológico o que é transversal a toda sociedade.
Seja como for em momento algum a mulher passou a equacionar a sua vida que não fosse em função de um qualquer destes aspectos ela terá forçosamente de ser em função do homem=sociedade ela não tem nem nunca teve vida própria, vida em si, nem sabe ainda o que fazer consigo se ficar sozinha. Continua a viver só para o outro e a perseguir o sonho romântico do homem que a há-de salvar?
Dir-me-ão que o homem também que vive para a mulher, mas não é bem assim. O homem é auto-suficiente e não depende da mulher para ser o que ele quer. Ao homem é dada uma identidade fálica e de poder que lhe dá supremacia sobre tudo e quando isso não chega agarra em armas e dizima os povos ou viola as mulheres.
Não precisamos usar o modelo extremo de Kadaffi com as suas 400 mulheres virgens suas guarda-costas e que ele e filhos e os seus militares a quem o ditador fornecia Viagra, violavam quando queriam.


 
O Viagra, essa maravilha da ciência médica que serve para estimular os homens na cama em casa na guerra pau em riste, espada e canhão sendo o homem sempre um predador da mulher. Claro que a cultura falocrática convence a mulher de que essa é sua necessidade e que ela é insaciável e que sem coito ela não vive porque ela é (existe) só em função do falo sim, "o falo logo existe" e esse é o domínio do homem sobre a mulher e claro esta vende-se a qualquer preço pela mais valia que é o mundo do dinheiro em que tudo se vende e tudo se compra..
Não são só os escritores em geral como os filmes pornográficos, mas também os psicanalistas de renome e estudos feitos nas universidades que promovem e divulgam esta cultura e que todas as mulheres e homens do mundo consomem?
Estes exemplos podem parecer caricatos quase, não fossem trágicos, mas nós lemos isto com um “fait divers” como lemos e assistimos a tudo como um grande filme de ficção e como já não sabemos distinguir o real do fictício, nem sequer pensamos no que tudo isto significa na realidade e assim também vemos a mulher ser vítima das piores atrocidades no mundo e achamos que é irrelevante face à Crise e ao nosso problema económico?
 

Quando eu digo que a mulher não tem identidade que foi amestrada pela sociedade para servir e cumprir um papel, muita gente me acha radical mas quando eu olho a Mulher e vejo que ela não é mesmo nada em si a não ser como mulher objecto ao serviço da espécie eu não me sinto como tal o que eu sinto é que isto é uma atrocidade enorme e que as mulheres tinham de acordar deste sono milenar, desta anestesia geral que as torna sonâmbulas e obedientes e que quando se revoltam e se despem fazem-no ainda expostas aos predadores e continuam vítimas dos seus assédios e dos seus instrumentos de propaganda. Como é o caso das marchas das vadias ou das putas ou das Femen.
Não é expondo a sua nudez em nome de uma suposta liberdade, nem expondo o seu corpo que elas vão ser elas mesmas, mas saindo dessa escravidão interior a que estão sujeitas á milénios, sair desse plano de inferioridade que as leva a reagir ao mesmo nível que os homens seus algozes e com as mesmas armas e em que sempre perdem?
As mulheres só têm um caminho um caminho interior de consciência do seu feminino profundo e resgate do seu ser essencial, da sua alma.
Mais nenhum caminho dará à mulher auto-estima a não ser o reconhecimento do seu poder interior enquanto mulher, enquanto ser autónomo na integração das suas partes fragmentadas e divididas entre a mulher séria e a mulher malcomportada segundo os padrões da igreja judaico-cristã.
O caminho da mulher não é tão pouco o da auto-mentalização espiritual ou pensamento positivo, aderindo aos sistemas de crenças que as aprisionaram durante séculos e que em nada mudaram ao exigir dela tudo amor incondicional, bondade, paz, santidade, pureza e fragilidade e entrega etc.
O caminho da mulher é o redescobrir da sua força interior, da deusa em si, da mulher que emerge dentro de si mesma, a “Mulher Selvagem”, a mulher que se ergue e se distancia da mulher que foi narcotizada, drogada, vampirizada e negada como uma totalidade.
Trata-se do resgate da sua mulher selvagem, da sua Medusa, da mulher primeva, Lilith, a mais oculta das sombras da mulher .
Afinal, trata-se da sua verdadeira identidade, a sua Anima, a sua força criativa, e só Lilith poderá libertá-la da saturação do masculino e do seu domínio sexual e emocional que a vampiriza em todos os sentidos.
Sem que a mulher se redescubra e se reestruture a partir desse íntimo ser em si mesma - no mais recôndito dela mesma - ela vai continuar a dar-se sem limites ou a vender-se, vai continuar a ser absorvida pelos homens, pelo dito “amor dos homens”, pelo sexo, pelos filhos e pelo Sistema e continuará a escrava de um escravo?
 (republicando)
Rosa Leonor pedro

quinta-feira, fevereiro 07, 2013

UM HINO Á MULHER RENASCIDA DELA...

 
 
ELA É A ORIGEM DO FEMININO

 "E então, o que é a Mulher Selvagem?

 Do ponto de vista da psicologia arquetípica, bem como pela tradição das contadoras de histórias, ela é a alma feminina. No entanto, ela é mais do que isso. Ela é a origem do feminino. Ela é tudo o que for instintivo, tanto do mundo visível quanto do oculto — ela é a base. Cada uma de nós recebe uma célula refulgente que contém todos os instintos e conhecimentos necessários para a nossa vida. Ela é a força da vida-morte-vida; é a incubadora. É a intuição, a vidência, é a que escuta com atenção e tem o coração leal.
Ela estimula os humanos a continuarem a ser multilíngües: fluentes no linguajar dos sonhos, da paixão, da poesia. Ela sussurra em sonhos noturnos; ela deixa em seu rastro no terreno da alma da... mulher um pêlo grosseiro e pegadas lamacentas. Esses sinais enchem as mulheres de vontade de encontrá-la, libertá-la e amá-la. Ela é idéias, sentimentos, impulsos e recordações.
Ela ficou perdida e esquecida por muito, muito tempo. Ela é a fonte, a luz, a noite, a treva e o amanhecer. Ela é o cheiro da lama boa e a perna traseira da raposa. Os pássaros que nos contam segredos pertencem a ela. Ela é a voz que diz, "Por aqui, por aqui". Ela é quem se enfurece diante da injustiça. Ela e a que gira como uma roda enorme. É a criadora dos ciclos. É à procura dela que saímos de casa. É à procura dela que voltamos para casa.
Ela é a raiz estrumada de todas as mulheres. Ela é tudo que nos mantém vivas quando achamos que chegamos ao fim. Ela é a geradora de acordos e idéias pequenas e incipientes. Ela é a mente que nos concebe; nós somos os seus Pensamentos. Onde ela está presente? Onde se pode senti-la? Onde se pode encontrá-la? Ela caminha pelos desertos, bosques, oceanos, cidades, nos subúrbios e nos castelos. Ela vive entre rainhas, entre camponesas, na sala de reuniões, na fábrica, no presídio, na montanha da solidão. Ela vive no gueto, na universidade e nas ruas. Ela deixa pegadas para que possamos medir nosso tamanho. Ela deixa pegadas onde quer que haja uma única mulher que seja solo fértil.
Onde vive a Mulher Selvagem?
No fundo do poço, nas nascentes, no éter do início dos tempos. Ela está na lágrima e no oceano. Está no câmbio das árvores, que zune à medida que cresce. Ela vem do futuro e do início dos tempos. Vive no passado e é evocada por nós. Vive no presente e tem um lugar à nossa mesa, fica atrás de nós numa fila e segue à nossa frente quando dirigimos na estrada. Ela vive no futuro e volta no tempo para nos encontrar agora. Ela vive no verde que surge através da neve; nos caules farfalhantes do milho seco do outono; ali onde os mortos vêm ser beijados e para onde os vivos dirigem."
(...)
 CLARISSA PINKOLA ESTES
IN MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS

terça-feira, fevereiro 05, 2013

...andei cambaleante em saltos altos...

 
A FOME DA ALMA

".....igual a muitas mulheres antes e depois de mim, passei minha vida como uma criatura disfarçada. A semelhança da parentela que me precedeu, andei cambaleante em saltos altos e fui à igreja usando vestido e chapéu. No entanto, minha cauda fabulosa muitas vezes aparecia por baixo da bainha do vestido, e minhas orelhas se contorciam até meu chapéu sair do lugar, no mínimo cobrindo meus olhos e às vezes indo parar do outro lado da nave. Não me esqueci da canção daqueles anos sombrios, hambre del alma, a canção da alma faminta; mas também não me esqueci do alegre canto hondo, o canto profundo, cuja letra volta à nossa mente quando nos dedicamos à regeneração do espírito.

Como uma trilha que atravessa a floresta e vai cada vez diminuindo mais até quando parece se reduzir a nada, a teoria psicológica tradicional esgota-se rápido demais para a mulher criativa, talentosa, profunda. A psicologia tradicional é muitas vezes lacônica ou totalmente omissa quanto a questões mais profundas importantes para as mulheres: o aspecto arquetípico, o intuitivo, o sexual e o cíclico, as idades das mulheres, o jeito de ser mulher, a sabedoria da mulher, seu fogo criador. Foi isso o que direcionou meu trabalho sobre o arquétipo da Mulher Selvagem durante quase duas décadas."

clarissa pinkola estes
IN MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS

PÁRIAS NA PRÓPRIA CULTURA...



O RESGATA DA PSIQUE FEMININA

"As questões da alma feminina não podem ser tratadas tentando-se esculpi-la de uma forma mais adequada a uma cultura inconsciente, nem é possível dobrá-la até que tenha um formato intelectual mais aceitável para aqueles que alegam ser os únicos detentores do consciente. Não. Foi isso o que já provocou a transformação de milhões de mulheres, que começaram como forças poderosas e naturais, em párias na sua própria cultura. Na verdade, a meta deve ser a recuperação e o resgate da bela forma psíquica natural da mulher."

clarissa pinkola estes

sábado, fevereiro 02, 2013

A destruição da força da Grande Mãe e da Mulher

                  A NOSSA FORÇA É A FORÇA DA MÃE...

 
"LIBERTEM A MULHER FORTE"

A destruição da força da Grande Mãe e da Mulher foi uma das coisas mais criminosas que se registaram em todas as eras e essa destruição contínua foi programada diria em todas as partes do mundo...e não aconteceu só em épocas remotas. Não. Os seres humanos foram desenraizados vezes sem conta das suas origens ancestrais e da sua fé na Deusa Mãe em muitas épocas...Aconteceu uma e outra vez...Na pré-história e na história recente, já dentro do cristianismo, na invasão dos comunistas e na acção dos nazis, em que todos os símbolos da Mãe foram paulatinamente destruídos juntamente com lugares e monumentos, pequenas Igrejas...reservadas já não ao encontro com a Grande Deusa da antiguidade, mas da Nossa Senhora cristã; isso foi feito para nos desligar a nós mulheres da Terra e do Útero, da nossa força interior que Ela representa em nós como da sua força motriz como Mãe e Rainha da Terra.
Por isso hoje, nós mulheres,  tantas vezes sucumbimos sem forças e muitas vezes não acreditamos nas nossas forças vivas porque vivemos num mundo que nada tem de feminino nem de essencial...Fomos despojadas de tudo o que de verdadeiro e íntimo nos ligava a Natureza e a nossa própria natureza profunda. E por chegarmos ao fim da linha do mundo criado pelos padres do deserto e o seu deus pai,  esse deserto nos seca a alma...e o nosso coração está ressequido de tanto sofrimento...
Em quantas eras e em quantas guerras os seres humanos foram perseguidos e a sua fé com eles...sim, deste a mais remota história e até à nossa época, nem há um século...

"Invasões brutais destruíram a essência da Mãe do Mundo, as pessoas se sentem fisicamente "electrocutadas" ao se lembrarem de bandos inteiros de suas sagradas cegonhas brancas chacinadas pelo avanço do exército vermelho de Stalin; ao ver "suas florestas sagradas queimadas , arrasadas, para privar as pessoas de sua gigantescas árvores guardiãs, (...) sua mentes puras estão recobertas com a dor do vidro estilhaçado, do bronze esmagado, do ferro quebrado, da profanação de crianças, mulheres, idosos e famílias.
Suas imagens sagradas foram queimadas. Destroçadas estátuas sagradas que no passado tinham (...). Houve o dilaceramento do tecido simbólico, a conspurcação dos santuários (...). Houve a destruição das centenas de milhares de santuários dedicados à santa Mãe...
(...)
O comportamento irracional de enaltecer os invasores e temer manifestar-se pelo verdadeiro eu pode continuar a transmitir o "ferimento através de gerações", é verdade"
*
 
- e nós sabemos isso...Nós mulheres mais do que ninguém, nós sabemos isso...Fomos nós as mais atingidas directamente, fomos nós as grandes vítimas das bestas ao longo dos séculos...e somos nós ainda que obedecemos e fazemos das nossas filhas servas do homem e do casamento...ensinamo-las a ser fiéis e passivas...a adulá-lo a seduzi-lo, a calar a sua voz...esquecendo tudo o que contra nós foi feito...e ainda não cessou...Eu não quero com isto que nos viremos contra o Homem, mas que compreendamos que somos o elo mais fraco...

Nós sofremos todas ainda do "Síndroma de Estocolmo"; não somos muito diferentes dessas vítimas de abuso e encarceramento...buscamos sempre o abusador o dono estamos e a sempre a defende-lo...ao que nos aprisiona e anula e chamamos a isso amor o que é mais grave...Vemos isso ainda e todos os dias nos filmes e nos romances e nas telenovelas...não podemos ter exemplo melhor do que o sucesso do livro "As 50 Sombras de Gray" que delicia as mulheres...e que fazemos nós?
É por sermos o elo mais fraco neste sistema que temos de lutar com todas as forças da nossa alma para dar voz ao nosso íntimo ferido e ajudar as nossas irmãs a recordar quem são; precisamos todas de nos lembrar quem somos realmente...e resgatar do fundo de nós o valor de uma  Mulher e voltar a Honrar a Nossa Senhora...a Nossa Mãe Eterna.

Vamos acordar para o nosso ser e sermos o Foco da nossa Vida e procurar ser inteiras pedindo a Nossa Mãe que nos liberte e dê força...não contra o homem que é nosso filho também, mas amando-nos a nós próprias e as nossas irmãs...e procurarmos resgatar a nossa essência e a essência e poder da Nossa Mãe Eterna a Grande Mãe, a Rainha de todas nós, essa Mulher Forte que as forças regressivas quiserem abater ao longo de milénios...

Rosa Leonor Pedro
* in LIBERTEM A MULHER FORTE
Clarissa Pinkola Estés

sexta-feira, fevereiro 01, 2013

UNIÃO E PARCERIA FEMININA



"A plenitude da mulher só é alcançada quando HÁ união e parceria feminina."


"Rainha Cheia de Alegria"

"É muito interessante ressaltar o fato de que Deméter é a descendente directa do culto a Deusa Mãe cretense, no mito ela é fecundada por Zeus em forma de uma Serpente, ora isto nos faz relembrar mitos mais antigos nos quais a Deusa é fecundada por uma serpente primordial. Sendo assim legitimamente Zeus não era a Serpente Sagrada. Ou seja a paternidade de Zeus é apenas alegórica na versão grega do mito, e mesmo assim a união matriarcal continua na Religião da Mãe e da Filha, que após a descida se torna rainha do mundo inferior recuperando a antiga independência e soberania da Deusa, sobre a Terra e sobre o submundo...Tais segredos só se perderam quando o culto á Terra Mãe foi desacreditado e suplantado por um culto do pai e do filho. Além disso em vários outros países distantes, do médio oriente, haviam cultos semelhantes da união da mãe e da filha, ou mesmo de duas deusas distintas que se tornam aliadas e amigas e em outros mitos eram irmãs. Em outros mitos a reunião dessas duas deusas simbolizava plenitude. Varias outras deidades femininas mais antigas em países distantes na região da Grécia são assim conhecidas, como "Rainha Cheia de Alegria", Rainha da Plenitude e outros nomes que nos fazem lembrar que a plenitude da mulher só é alcançada quando há união e parceria feminina."

(autor?)