O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, maio 28, 2014

O sofrimento é uno...


 
 
“O sofrimento é uno. Fala-se do sofrimento como se fala do prazer, mas fala-se deles quando não nos possuem, quando deixaram de nos possuir. De cada vez que entram em nós, causam-nos surpresa de uma nova sensação, e temos de reconhecer que ...o havíamos esquecido. São novos, visto que somos novos; damos-lhe cada vez uma alma e um corpo um tanto modificados pela vida. E contudo o sofrimento é uno. Dele apenas conheceremos, como também do prazer, algumas formas, sempre as mesmas, e somos suas presas.
 
Explicando melhor: a nossa alma, em meu entender, dispõe apenas de um teclado restrito, e por muito que faça, a vida nunca lhe consegue tirar mais de duas ou três pobres notas. (…)”
In Alexis – Ou o tratado do vão combate – Marguerite Yourcenar

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