O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, junho 22, 2014

UM EXCELENTE TEXTO...



AH DEVORAR VOCÊ...

"(...) Estou mortinha para comer você! Devorar cada célula do corpo que te concebe e forma. Não quero que reste nada do que você é. Nada mesmo. Nenhum fio de cabelo pode existir. Não te suporto, seja na esquina, na piscina, no jardim, na discoteca, na ‘’vernissage’’, na escola, no banco de namoro, em casa. Quero que você suma da minha vida, e por isso vou comer você todinha. Não me interessa o seu género. Não me interessa se é gorda ou magra, bonita ou feia..., alta ou baixa, jovem ou adulta, até idosa; se é homem ou mulher e, até pode ser macaco. Pode querer que não estou minimamente interessada. Quero apenas que você se vá tal como apareceu e que, nem sei mais quando, à minha janela veio e entrou e foi se sentando em toda a poltrona. Ocupou a cozinha, os quartos, as casas de banho e tudo o mais. Você apenas invadiu tudo. Rasgou meus melhores vestidos, minhas jubilosas saquetas de maquilhagem. Rasgou meus sapatos, envelheceu o que amava. Você estragou o melhor e pouco se importou se havia uma vida para ser vivida. Você, você não é boa. Você é o demónio que encontrou a janela perfeita para entrar.
Há quanto tempo me conhece? Quanto tempo?? Tem vergonha de dizer, mas não tem vergonha de brincar e fazer o que quer e como entende?! Entenda, preciso de comê-la; primeiro preciso de estrangulá-la, para depois poder comer tudo sem a sua voz, as suas mãos e a sua respiração. Você não pode mais ter vida própria! Ouviu? Deixe-se de mostrar escondida e agarrar pelos dedos dos pés e virar para baixo as coisas. Só posso chamar as coisas, porque são tantas as coisas. Você gosta do cansaço, não é? Gosta de fazer o que faz? Pode ao menos nessa sua demência, porque não sei como hei-de rotulá-la ou até etiquetar, qual é a sua pretensão? Você beira a grosseria, é que nem tem estilo, logo não posso respeitar a sua condição que é abjecta. Que consideração você tem? Nenhuma. O seu estado é completamente zero. Teimou que haveria de me enterrar na desgraça! Por isso, você vai ter que entender, que preciso de saber quem você é?! Que intenções a fazem agir desse modo. Você sabe ao que me refiro e porque refiro. Se você é pura energia, então você sabe exactamente neste momento o que lhe estou perguntando?
Se lhe habita alguma superioridade, revele-se condignamente em toda a sua natureza abjecta. Revele-se! Não venha com discursos de que tem um objectivo hermético!! Que é segredo!!! Estou cansada do seu negócio... e por isso estou mortinha para a comer. Todinha!!... (...)"


NãoSouEuéaOutra in ''Demónios vivos e mortos. Quem sabe quem são?''
29/03/2010

FAZER O LUTO DA ALMA...



HOJE A MINHA ALMA ESTÁ DE LUTO...
(por tudo...e por nada...apenas por ser assim mesmo)



Sinto hoje, que uma das coisas mais importantes na minha vida é saber fazer o luto de qualquer morte...seja de uma pessoa seja de um romance, de uma relação, seja o abandono de alguém, seja enfim a de uma simples perca na nossa vida...qualquer perca...até de uma flor que murche...
Sempre que se sente que se perde algo ou alguém...quando há um afastamento, quando  um animal  morre ou nos deixa ou uma amiga parte para longe...há um luto na alma...e há que fazer uma cerimónia de entrega à vida...desse..."já não ser visto",  esse ja não ser ouvido...desse não ter mais as coisas, as pessoas ou mesmo um livro que se perdeu...não ter um animal perto...uma amiga, à nossa mão...à mão de uma carícia, de um afago...ou de um sorriso...
Porque fazer o luto de qualquer perda...só nos engrandece...nunca nos amesquinha...
E Algo se perdeu ou perde na vida se o não fizermos...algo muito mais grave do que todas as perdas e que é de si só grave e belo...e que é FAZER O LUTO DA ALMA...sempre que alguém morre ou nos deixa...ou nos dói...e que a maldita (sim muito mal-dita história) do " falso desapego" e da renúncia, sinal de uma espiritualidade de pacote... que leva as pessoas à vulgaridade dos sentimentos, a destruir emoções profundas e ao desfazer elos abruptamente dentro de si...só porque um novo conceito "new age"...vem dizer que é apego e é ego e merda para a receita!
Há beleza em viver todos os sentimentos...seja de tristeza de dor ou de alegria tanto como o prazer...há beleza no perder e no ganhar...quando se entrega à vida com amor o que ganhamos e o que perdemos e nos rendemos do fundo do coração apenas à Vida...quando largamos mão do que amamos, quando aceitamos a despedida, quando humildemente nos curvamos diante de algo inesperado que tanto nos pode engrandecer como humilhar, quando sabemos que o mal ou o bem que nos fazem, tem a mesma face...e se completam na grande alquimia que é a VIDA.


rlp

Memórias de uma mulher impossível - Cinco sobre cinco





ROSE MARIE MURARO

MORREU ROSE MARIE MURARO

 
 
 
PERDEMOS UMA GRANDE SENHORA
E UMA GRANDE DEFENSORA DAS MULHERES
 

domingo, junho 15, 2014

Só sei que não quero a impostura.

 
 
"Se tudo existe é porque sou. Mas por que esse mal estar? É porque não estou vivendo do único modo que existe para cada um de se viver e nem sei qual é. Desconfortável. Não me sinto bem. Não sei o que é que há. Mas alguma coisa está errada ...e dá mal estar. No entanto estou sendo franca e meu jogo é limpo. Abro o jogo. Só não conto os fatos de minha vida: sou secreta por natureza. O que há então? Só sei que não quero a impostura. Recuso-me. Eu me aprofundei mas não acredito em mim porque meu pensamento é inventado."

Clarice Lispector

Pertenço às Eras, embriago-me nas Estrelas Lunares.



«Não te posso contar o que sei. Pertenço a um tempo sem memória. Vivo de acasos. Vivo um dia apenas, porque amanhã serei diferente. Todos os dias a minha pele morre um pouco mais. Pertenço às Eras, embriago-me nas Estrelas Lunares. Sou maior que eu mesma. Não te posso contar o que sei, entendes-me? É difícil contar sobre o meu mundo. Pertenço ao reino de Escorpião; ao reino de Júpiter; ao reino de Vénus; ao reino de Úrano.... tenho tantos reinos que, é-me difícil ser apenas uma coisa, senão Eu Mesma, desde Ontem. Se me vires toda vestida de Negro, é porque não te é permitido mais penetrar no meu Reino. Se me vires toda vestida de Branco, também não é permitido que me penetres. Eu sou Eu Mesma. Sou um Ônfalo. Sou um Oximoro. Sou uma complexa Afrodite. Tenho-a exaltada e domiciliaria; Carnal, Mental, Emocional e Espiritual.»


NãoSouEuéaOutra in Cadernos Escorpiónicos

A VIDA É A VIDA



Subjectivissimamente....

"Quero um manto tecido com fios de ouro solar. O sol é uma tensão mágica do silêncio. Na minha viagem aos mistérios ouço a planta carnívora que lamenta tempos imemoriais: e tenho pesadelos obscenos sob ventos doentios." -  C. Lispector


A vida é vida... e a vida também é morte...e a vida é vida e amor mas também dor e espanto e desesperar e ter esperança e acreditar e descrer...a vida é tanto e não cabe nas palavras...não cabe na garganta, não cabe no coração...e ...no peito crava-se ...um punhal na noite...quando chamo o teu nome
(e tu és... de ontem e de hoje, de nunca...)
 

É meia noite e o coração bate, o coração bate e o sangue arde, percorre as artérias como um notívago boémio que bebe do seu próprio sangue, e infame segura ébrio o cálice amargo do fado que tece à margem o destino...

ah o nosso vampiro noturno, o vampiro do nosso desejo informe, esquecido e contra a corrente que atravessa a ponte e passa e transvasa e nada se compara ao vinho, ao néctar do teu corpo memória e dizer esta ansia, esta mentira e a ilusão dos sentidos...esse Império de maldição...a que o choro quente das lagrimas de ouro e a OBRA e fazem ao rubro e um coro ...uma torrente fresca catalítica como um veneno, que busca o eco e atravessa os ossos, o espanto...ah não tu não és, tu não vens, tu nunca foste mais do que a fantasia de um sonho, corpo liquido e efémero ...e há a noite e o dia e tudo o que existe e tu e eu longe perto amando e odiando...ah o abismo do ciúme matando devagar a esperança ...tu nunca virás...nunca virás como eu te sonho, nem eu sei quem és tu...
ah...a Musa e a musica das esferas e as estrelas e o firmamento ...o infinito o ser e onde te escondes e finges não ser de carne e osso como eu...


ah....meu amor...que desencontro ...onde tu vês alegria eu vejo ainda tristeza...onde tu vês prazer eu vejo também dor...vejo como somos o contrário e o reverso...o avesso da mesma Face de que tu só queres ver um lado...dizes: "vida é amor",  e recusas-te a ver que Ela tanto é amor-dor como vida-morte...e tudo é a mesma coisa...para quem já passou o Cabo do Bojador...
rlp

segunda-feira, junho 09, 2014

Reencontro com Liltith...

Reencontro com Lilith...

"De repente, sinto uma mão delicada pousar no meu ombro. Não me viro. Logo de seguida. Deixo acontecer, por uma vez na vida...
A desce ao longo do meu braço. Esta mão é doce. Eu sei-a benevolente. Então viro o rosto a fim de descobrir o ser que vem ao meu encontro, o ser que me veio buscar.
E eu vejo-a. Ela, a Divina Obscura......
Ela parece ser una com o oceano. O seu corpo tem o movimento das profundidades e uma indolência sublime. Os seus longos cabelos tecem a volta dela uma tela imensa, com os reflexos da lua. Ela traz um vestido de sombra, com as cores da noite. A sua silhueta tem qualquer coisa de envolvente, sensual. Na sua pele morena, algumas joias de prata desenham raios de luz.
Os meus olhos cruzam os seus. Duas pérolas sublimes, intensas...
Ela sorri-me. Uma lágrima nácar cai ao longo da sua face."


Anne Schwartzweber

Olho, assim Fundo e Profundo



« Esfrego os olhos. Olho, assim Fundo e Profundo, para longe do fora. Sou tantas, que não fazem parte de mim. São construções de outras vozes, outros mundos, outras vidas, outras tantas coisas. Sou tudo, menos quem Sou, ou, deveria Ter Sido. Perdi a minha cabeça algures, e com ela a boca que dá toda a expressão de quem se É. Julgarei que, andei, porventura, com uma cabeça invisível, não pertença de mim e que me condenou a uma Terra fatal.
De Bola de Cristal, virei Bloco de Pedra. Estou opaca. A única lucidez que ocupa a mente, é que necessito de uma Escultora que transforme esta Pedra no mais Belo Diamante, onde possa reflectir quem Eu Mesma Sou.
Eu Mesma Sou Sou Eu Mesma!!
- Quero a Cabeça de volta, o Coração, o Sexo... a União do Corpo num só e não aos pedaços, sabe a Vida por onde! Quero Eu Mesma, o Original e não uma Fantasia, ou, o que desejaram que Eu fosse!!»

NãoSouEuéaOutra in «Cadernos Escorpiónicos»

"O amor é a poesia dos sentidos



"O amor é a poesia dos sentidos. Ou é sublime, ou não existe. Quando existe, existe para sempre e vai crescendo dia a dia."

Balzac

O Amor


« O Amor, não vem/não acontece apenas porque queremos. O Amor, não morre/não some apenas porque queremos. O Amor é daquelas coisas, que é ou não é. É muito difícil fingir Amar. Gostar, até podemos fingir! Gostar, todo o mundo gosta; gosta-se um pouco menos ou mais; mais que ontem, ou menos que amanhã. Amar, já não é assim, ou se Ama ou não!! Não se brinca aos Amores e ao faz de conta que é Amor.
Quando se Ama, há um sentimento de Fidelidade Natural. É aqui, que sabemos da nossa Maturidade Emocional. Não há longe ou perto, Vida ou Morte, há saber Amar e saber-se que se Ama. »

 
 
NãoSouEuéaOutra in «Cadernos Escorpiónicos»

domingo, junho 08, 2014

Brujas, Diosas y Chamanas.

 


Una mirada diferente...

y si después de tanto hablar de Lilith y de Eva nos re-conociéramos en las dos y nos diéramos cuenta que las dos habitan dentro nuestro ...?... por qué tenemos que elegir entre la una "o" la otra ?... por qué debemos vivir escindidas... incompletas y des-integradas ?... las dos son arquetipos femeninos... pero si en vez de oponerlas las hiciéramos amigas ?... nos daríamos cuenta que la una va con la otra... y hasta se complementan...
La institución de la "pasividad" como característica de la mujer que le permite crear y acoger la vida dentro suyo... deja afuera a la otra cara igualmente valiosa... la "activa"... la que tiene la fuerza para expulsar la vida y ponerla en el mundo...
Lilith es un importante arquetipo ligado a la sexualidad y a la libertad femenina... es la parte maldita de Eva... su contrapunto... su "aparente" rival... Eva... quién fue tomada como la primera mujer... unida a la procreación y al ser esposa fiel y obediente...
Sin embargo Lilith aparece en algunos textos también como la primera esposa de Adán... -en el Talmud por ejemplo-... pero es la que lo ha abandonado porque no quiere permanecer debajo de su cuerpo al hacer el amor... y es la que "osa" pedir igualdad...
En los textos hebreos se la representa como un "demonio" que deja a los hombres impotentes o les roba el semen durante el sueño...
Ante el enojo de Adán por su osadía de no obedecerlo... Lilith decide huir de él... y se sumerge en el Mar Rojo... en donde los hombres de las Santas Escrituras "dicen" que se dedicó a la promiscuidad desatada junto a los demonios...
Finalmente "dicen" que es estéril... sin leche en los pechos...
Pero ella es la Diosa del movimiento... simbolizada por distintas culturas pre-patriarcales en forma de pájaro... o como una bella mujer con pies alados... con un tocado de dos cuerpos y cetro en la mano... rodeada de fieras... que no son otra cosa que animales "salvajes"... sus amigos...
No está simbolizada así en tanto "demonio"... sino como deidad de la noche en su respiración salvaje... oscura... que de golpe estalla y truena con su grito desenfadado... por eso se la considera una Diosa oscura...
Lilith pertenece al ciclo de la Luna menguante y a la menstruación... ya que representa la muerte del niño que no será... el óvulo no fertilizado... y Eva pertenece al primer ciclo lunar... al de la Luna creciente... la que crea vida dentro suyo...
Es evidente el contraste entre Lilith y Eva... la que debe quedarse quieta y "obedecer" a los mandatos del hombre...
Lilith responde a la autoridad de las fuerzas naturales... a la independencia del Ser... sin someterse a la autoridad masculina...
Sería la "mujer salvaje" del libro de Clarissa Pínkola Estés... "Mujeres que corren con los lobos"... pero a su vez, es la madre que expulsa al niño en el parto... como Eva es quien lo nutre y conserva durante el embarazo...
Por eso la una va con la otra... juntas... las dos forman parte de nosotras las mujeres... las dos habitan dentro nuestro... tanto en la celebración sexual como en la gestación y en la expulsión... y allí, las fuerzas oscuras potencian lo iluminado...
Lili Bonet

para www.facebook.com/BrujasDiosasYChamanas

Aquele dia tinha um ar de algo a ser desvelado..



O BEIJO ESTANCADO NO AR


"O quanto de maravilhoso elas me ensinaram na relação Natureza-Terra-Humanidade! Estávamos ali naquele santuário guaratibano, em mar aberto, uma verdadeira biodiversidade. O ar puro, o cheiro do peixe assado, do camarão, dos frutos do mar, um ar quase sagrado. Era um feriado de sol fresco, tão fresco que o vento batia à minha pele e eu sentia a leveza do ser e o prazer de estar ali, próximo ao balneário. Ao lado só via as copas das árvores, à frente a ...estrada que conduzia ao desconhecido; ao lado, o manguezal ainda intacto cheinho de caranguejinhos caminhando; acima, o sol paradisíaco e um céu azul formoso anunciando um “mistério”. Aquele dia tinha um ar de algo a ser desvelado, ou algo a ser anunciado.
Comemos, bebemos, rimos das histórias contadas ao fulgor do êxtase de cada um. Ríamos como crianças, sem nenhuma responsabilidade. Mas algo havia no ar. O prenúncio do futuro. O prenúncio dos sentidos. Algo inquietante fora da normalidade de meus dias tão meditativos, tão atropelados pelo volume de trabalho, rotinas e responsabilidades. É ridículo relembrar insucessos do passado e é promissor fortalecer o sagrado “Eu” que habita em nós, na sutileza da existência. É ridículo quando se tem o sol pela frente, sofrer a dor do coração. Mas somos humanos. A ascensão à perfeição ainda não aconteceu, portanto lágrimas são permitidas. E como dói o coração! "
(...)
Eliane Potiguara

sexta-feira, junho 06, 2014

O HOMEM O CANCRO DA TERRA...


Anónimo disse...
1)
Homens são o lixo do planeta. Acredito que o mundo seria um lugar melhor sem homens.
Desculpe, mas estou me sentindo assim, por causa desse caso e por outros que a todo momento leio em sites de notícias: na Índia uma jovem foi estuprada, obrigada a engolir ácido e depois assassinada; no Brasil uma outra jovem foi estuprada por um grupo de rapazes de famílias ricas que filmaram tudo e ainda foram se gabar da violência numa rede social. Não são casos isolados, acontecem todos os dias no mundo, no Brasil, em todo lugar.
Aqui uma mulher é estuprada a cada 15 segundos e 10 são assassinadas por dia por companheiros e ex-companheiros. O Brasil é o segundo país em exploração sexual de menores, o segundo em consumo de pornografia de exploração sexual de crianças. A maioria das crianças são abusadas pelos proprios pais, parentes e conhecidos e a maioria das vítimas são meninas. Tenho certeza, que assim é em todos os países de 1º mundo ou não. Homens chefes de estado espalham o terror, a morte e a violencia por usas disputas podres por petróleo, poder e dominação mundial. Homens com suas corporações e instituições influenciam governos na sua flagrante maioria comandado por homens a tirar direitos do povo e promover o desemprego e a pobreza.
Homens religiosos impõe seu sectarismo e convocam homens a agredir mulheres que fogem aos seus padrões de comportamento feminino e empurram os filhos das mulheres para as guerras.
homens são responsáveis por 90% de toda a violencia mundial. Homens não merecem viver. Sim, hoje eu estou com raiva dos homens e penso que se uma mulher nunca sentiu em algum momento da sua vida, raiva dos homens em geral é porque essa mulher tem sangue de barata!
 
Completando, essas meninas tinham acabado de fazer um teste de química e foram sequestradas pelos terroristas islâmicos, porque os homens misóginos que são, tinham que deixar gravado na mente das meninas e mulheres que elas não tem direito de se educar e quando o fazem, serão caçadas como animais e depois estupradas e vendidas como escravas e noivas-crianças.
Eu não tenho nenhum apreço pelos homens. Não os quero como amigos, nem amantes,embora seja hetero.
Em todos os países que estão enfrentando as crises criadas ( sim, criadas, porque o patriarcado capitalista só se sustenta com crises) pelos homens que comandam os bancos e corporações, são as mulheres e crianças os que mais sofrem com as medidas econômicas que são impostas como solução.
Se as mulheres tivessem consciência de si e do mal que os homens causam, TODAS se recusariam a dividir suas vidas e camas com seus algozes em solidariedade a todas as outras que foram/são estupradas, assassinadas, vítimas de incesto, exploradas na pornografia e na prostituição, vilipendiadas pelos patriarcas religiosos, vendidas como escravas e escravas sexuais, objetificadas nas mídias, exploradas com salários menores até quando tem mais tempo de estudo.
Sim, meu sonho é que as mulheres todas, gritassem do fundo de suas gargantAs e almas: BASTA!!!

“O PACTO SEM CONHECIMENTO”



SOMOS SONÂMBULAS...

E O "ESPIRITUALISMO NEW AGE" (bondoso) remete-nos de novo para a recusa dos aspectos voluptuosos e incendiários da nossa natureza profunda. Negamos isso e continuamos obedientes ao patriarcado...ao deus pai...A espiritualidade patriarcal a que aderimos, muitas vezes em nome da deusa, não é mais do que o continuar esse entorpecimento da nossa psique e do feminino profundo, selvagem...

"Esse entorpecimento psíquico feminino é um estado próximo do sonambulismo. Durante sua vigência, andamos, conversamos e estamos dormindo. Amamos e trabalhamos, mas as nossas escolhas revelam a verdade acerca da nossa condição. Os aspectos voluptuosos, curiosos, incendiários e bons da nossa natureza não estão em pleno funcionamento."

"Embora possamos ter respostas diferentes em dias diferentes, há uma resposta que é constante na vida de todas as mulheres. Embora detestemos admitir o facto, na esmagadora maioria das vezes o pacto mais infeliz das nossas vidas é o que fazemos quando nos privamos da nossa vida de conhecimento profundo em troca de uma vida que é muito mais frágil; quando renunciamos aos nossos dentes, nossas garras, nossos sentidos, nosso faro; quando entreg...amos nossa natureza selvagem em troca da promessa de algo que parece rico mas que se revela vazio.
(...)
A iniciação da mulher começa com o pacto infeliz que ela fez há muito quando ainda estava entorpecida. Ao escolher aquilo que a atraiu como sendo riqueza, ela cedeu, em troca seu domínio sobre algumas partes, e muitas vezes sobre todas as partes, da sua vida instintiva, criativa e cheia de paixão. Esse entorpecimento psíquico feminino é um estado próximo do sonambulismo. Durante sua vigência, andamos, conversamos e estamos dormindo. Amamos e trabalhamos, mas as nossas escolhas revelam a verdade acerca da nossa condição. Os aspectos voluptuosos, curiosos, incendiários e bons da nossa natureza não estão em pleno funcionamento.
(...)
“MULHERES CORRENDO COM OS LOBOS” – Clarissa Pinkola Estés

AS FILHAS DO PAI...




PORQUE SOMOS SEMPRE A BRUXA MÁ DA HISTÓRIA?

(…)

" Nós, mulheres que alcançamos sucesso no mundo, somos, via de regra, “filhas do pai” , ou seja, somos bem adaptadas a uma sociedade de orientação masculina, e acabamos por repudiar nossos instintos e energias mais integralmente femininas, rebaixando-as e deformando-as da mesma forma que a nossa sociedade o fez. Precisamos retornar a esse mundo e redimir o que o patriarcado frequentemente considera apenas como uma ameaça perigosa, chamando-a de mãe terrível, dragão ou bruxa."


SYLVIA B. PERERA no seu livro Caminho para a Iniciação Feminina,

terça-feira, junho 03, 2014

GRATIDÃO...

Anónimo


 
Lindo!
Não me canso de falar de si, a outras mulheres.

"Hoje libertei o seu nome para  o universo.
Falei do bem que faz, das palavras que evoca, para nos acordar.
Uma delas ficou entusiasmada e pediu: " Onde posso a encontrar?"
Indiquei o caminho.
Bate na porta onde diz:
"Mulheres e deusas", vais encontrar uma rosa branca,que te vai ensinar a ser mulher.
Confia, porque esta mulher é uma anciã; entrega-lhe o teu corpo, para ela te devolver o espírito de mulher."

Rosa ficam estas palavras para si, um grande beijinho da sua amiga.
Vanda

SOBREVIVER A TRAVESSIA...




A ENTREGA...

"O homem* que não atravessa o inferno das suas paixões não as supera. Elas se mudam para a casa vizinha e poderão atear o fogo que atingirá sua casa sem que ele perceba. Se abandonarmos, deixarmos de lado, e de algum modo esquecermo-nos excessivamente de algo, corremos o risco de vê-lo reaparecer com uma violência redobrada."
Carl G. Jung, Memórias, Sonhos e Reflexões

"Na rotina de todos os dias nem damos conta que há ideias que vagueiam pela nossa mente, indefinidas, que persistem num vaivém até adquirirem uma forma, um desejo. Podem dizer respeito a uma pessoa ou a uma ocupação. Hesitamos. Antevemos a necessidade de mudança, mas se esta coloca em causa o que julgamos seguro, tememos a queda. Cientes do que sentimos e queremos, e se chegada a esta fronteira, não fizermos o que poderíamos fazer, amputamos uma parte de nós.
A convicção dos que respeitaram a sua vontade interior, dará lugar à serenidade. A dor é superada.
Numa paixão que não conferiu à existência, um amor, nem damos conta que sobrevivemos à travessia, até que surge de imprevisto uma súbita alegria e uma saudade por quem éramos e por quem nos esquecemos."

in incalculável imperfeição

segunda-feira, junho 02, 2014

"Else Lasker-Shüler (1869-1945)

 
 
Else Lasker-Schüler


"Else Lasker-Shüler (1869-1945) é uma figura enigmática e única, no contexto das primeiras décadas do século XX e da poesia alemã do chamado 'Expressionismo', onde claramente não cabe. Desde os primeiros anos do século, quando, depois de um casamento burguês de pouca dura, começa a frequentar os meios da boémia berlinense (onde, com pouquíssimas exceções, só vai encontrar homens), até aos variados exílios, na Suíça e finalmente na Palestina (entre 1939 e 1945), o 'cisne negro de Israel', como lhe chamou Karl Kraus, é uma lenda da simbiose judaico-alemã que ela própria pretende encarnar, 'criatura de sonhos' e 'aparição' saída de mundos de fantasia para os quais arrasta por vezes alguns artistas e escritores, mais ou menos conhecidos, desses anos áureos do que podemos ver como o Modernismo alemão, entre 1910 e 1920 (entre outros, Franz Marc, o 'Cavaleiro Azul' e Ruben de Caná, Gottfried Benn, a quem chamava 'Giselheer, o Bárbaro', Karl Kraus, o 'Dalai-Lama', Georg Trakl). Estranheza, exotismo, fantasia sem limites e alguma ponta de loucura poderão ajudar a dar perfil a uma mulher que, oriunda de uma família de judeus assimilados e marcada por dois casamentos breves, cedo escolhe um caminho que a levará a inventar mundos próprios, alimentados pelas visões de um 'Oriente de Deus' - judeu, árabe, egípcio, oriental sem mais - que não tem paralelo em nenhum outro poeta da época. A inventar mundos e a assumir máscaras várias: Jussuf (José), príncipe de Tebas, Tino, princesa de Bagdad, Robinson, o índio 'Jaguar Azul'... A 'autobiografia' que fornece em 1919 ao organizador da mais célebre antologia de poesia do Expressionismo ('Menscheitsdämmerung'/ 'Aurora da Humanidade', de Kurt Pinthus) é sintomática da indistinção entre lenda e vida que marcará a existência e a obra de Else Lasker-Schüler: 'Nasci em Tebas (Egito), embora tenha visto a luz do mundo em Elberfeld, na Renânia. Fui à escola até aos onze anos, tornei-me Robinson, vivi cinco anos no Oriente, e desde então vegeto.'"

João Barrento, na apresentação do livro 'Baladas Hebraicas'


Despedida

Mas tu nunca vinhas com a noite –
E eu sentada com casaco de estrelas.

Quando batiam à porta
Era o meu próprio coração.

Agora pendurado em todas as ombreiras,
Também na tua porta;

Entre touros rosa de fogo a extinguir se
No castanho da grinalda.

Tingi te o céu cor de amora
Com o sangue do meu coração.

Mas tu nunca vinhas com a noite
E eu de pé com sapatos dourados.

(um poema da autora)