O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, junho 22, 2014

FAZER O LUTO DA ALMA...



HOJE A MINHA ALMA ESTÁ DE LUTO...
(por tudo...e por nada...apenas por ser assim mesmo)



Sinto hoje, que uma das coisas mais importantes na minha vida é saber fazer o luto de qualquer morte...seja de uma pessoa seja de um romance, de uma relação, seja o abandono de alguém, seja enfim a de uma simples perca na nossa vida...qualquer perca...até de uma flor que murche...
Sempre que se sente que se perde algo ou alguém...quando há um afastamento, quando  um animal  morre ou nos deixa ou uma amiga parte para longe...há um luto na alma...e há que fazer uma cerimónia de entrega à vida...desse..."já não ser visto",  esse ja não ser ouvido...desse não ter mais as coisas, as pessoas ou mesmo um livro que se perdeu...não ter um animal perto...uma amiga, à nossa mão...à mão de uma carícia, de um afago...ou de um sorriso...
Porque fazer o luto de qualquer perda...só nos engrandece...nunca nos amesquinha...
E Algo se perdeu ou perde na vida se o não fizermos...algo muito mais grave do que todas as perdas e que é de si só grave e belo...e que é FAZER O LUTO DA ALMA...sempre que alguém morre ou nos deixa...ou nos dói...e que a maldita (sim muito mal-dita história) do " falso desapego" e da renúncia, sinal de uma espiritualidade de pacote... que leva as pessoas à vulgaridade dos sentimentos, a destruir emoções profundas e ao desfazer elos abruptamente dentro de si...só porque um novo conceito "new age"...vem dizer que é apego e é ego e merda para a receita!
Há beleza em viver todos os sentimentos...seja de tristeza de dor ou de alegria tanto como o prazer...há beleza no perder e no ganhar...quando se entrega à vida com amor o que ganhamos e o que perdemos e nos rendemos do fundo do coração apenas à Vida...quando largamos mão do que amamos, quando aceitamos a despedida, quando humildemente nos curvamos diante de algo inesperado que tanto nos pode engrandecer como humilhar, quando sabemos que o mal ou o bem que nos fazem, tem a mesma face...e se completam na grande alquimia que é a VIDA.


rlp

2 comentários:

Kiki Castello Lopes disse...

A Vida é isso mesmo. É bom ter essa consciência "alegre", e poder perceber os sinais e o que se sente.
Dualidade sempre.

rosaleonor disse...


é sempre bom ter alguma consciência...

rlp